Falta de saneamento afeta desempenho nas aulas e leva a atraso escolar de dois anos
Pesquisa levou em conta os resultados da edição de 2021 do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) Em 2019, 6,6 milhões de crianças brasileiras de até 6 anos ficaram afastadas de atividades escolares por problemas decorrentes da falta de saneamento básico, segundo um estudo do Instituto Trata Brasil. A lacuna gera impactos por toda a vida dos alunos e pode representar a diferença entre adquirir ou não, na idade adulta, uma casa própria, de acordo com a pesquisa. Liderança indígena: Cacique Raoni tenta conversa com Lula fora da agenda, mas não é atendido Minas Gerais: Incêndios na Serra do Caraça completam um mês com forte impacto no turismo — Crianças de até 11 anos sem saneamento não conseguem identificar as horas em um relógio ou calcular o troco. Adolescentes sem acesso a essa infraestrutura têm um atraso escolar de quase dois anos — alerta a presidente do instituto, Luana Pretto, lembrando que o número de crianças que ficam fora das salas de aula por doenças como cólera e diarreia foi quase o mesmo da população do Paraguai, de 6,8 milhões — Na primeira infância, de 0 a 6 anos, elas são muito afetadas na saúde, com doenças gastrointestinais e bucais. Quando têm uma diarreia frequente, ficam desnutridas e têm prejuízo no desenvolvimento físico e cognitivo. Resultados do Saeb A pesquisa levou em conta os resultados da edição de 2021 do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), que mede competências em Português e Matemática de alunos do 5º e 9º ano do ensino fundamental e do 3º ano do médio. Os estudantes de 11 anos sem água tratada tiveram uma nota em Português 20,9 pontos inferior à dos que contavam com saneamento. A diferença nas provas de Matemática foi similar. Quando a comparação era feita entre alunos com e sem banheiro, as discrepâncias foram de até 40 pontos. Em relação ao Português, os sem saneamento atingiram 3 em uma escala de proficiência que vai até 10. Isso significa que foram incapazes de reconhecer relação de causa e consequência em poemas, contos e tirinhas de quadrinhos, ou entender o humor dessas tirinhas. Esses estudantes não conseguiram somar moedas ou ver as horas em um relógio. Os alunos do 9° ano não conseguiram “localizar informações explícitas em crônicas e fábulas ou inferir tema e ideia principal de notícias”, segundo a pesquisa. E mostraram incapacidade de analisar tabelas e resolver problemas de soma e subtração. O problema se manteve entre os estudantes do 3° ano, que não conseguiram entender ironia ou gráficos. Segundo a presidente do instituto, 78% das crianças e jovens sem saneamento não estão na idade certa para suas atividades escolares: — Esse adolescente vai ter uma maior dificuldade de acessar o mercado de trabalho e ter uma boa remuneração. Um jovem que não teve acesso ao saneamento ao longo de sua vida vai ganhar 46,1% na soma de seus rendimentos. Ele não teve a capacidade de comprar uma casa, de sustentar uma família de maneira adequada.
Pesquisa levou em conta os resultados da edição de 2021 do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) Em 2019, 6,6 milhões de crianças brasileiras de até 6 anos ficaram afastadas de atividades escolares por problemas decorrentes da falta de saneamento básico, segundo um estudo do Instituto Trata Brasil. A lacuna gera impactos por toda a vida dos alunos e pode representar a diferença entre adquirir ou não, na idade adulta, uma casa própria, de acordo com a pesquisa. Liderança indígena: Cacique Raoni tenta conversa com Lula fora da agenda, mas não é atendido Minas Gerais: Incêndios na Serra do Caraça completam um mês com forte impacto no turismo — Crianças de até 11 anos sem saneamento não conseguem identificar as horas em um relógio ou calcular o troco. Adolescentes sem acesso a essa infraestrutura têm um atraso escolar de quase dois anos — alerta a presidente do instituto, Luana Pretto, lembrando que o número de crianças que ficam fora das salas de aula por doenças como cólera e diarreia foi quase o mesmo da população do Paraguai, de 6,8 milhões — Na primeira infância, de 0 a 6 anos, elas são muito afetadas na saúde, com doenças gastrointestinais e bucais. Quando têm uma diarreia frequente, ficam desnutridas e têm prejuízo no desenvolvimento físico e cognitivo. Resultados do Saeb A pesquisa levou em conta os resultados da edição de 2021 do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), que mede competências em Português e Matemática de alunos do 5º e 9º ano do ensino fundamental e do 3º ano do médio. Os estudantes de 11 anos sem água tratada tiveram uma nota em Português 20,9 pontos inferior à dos que contavam com saneamento. A diferença nas provas de Matemática foi similar. Quando a comparação era feita entre alunos com e sem banheiro, as discrepâncias foram de até 40 pontos. Em relação ao Português, os sem saneamento atingiram 3 em uma escala de proficiência que vai até 10. Isso significa que foram incapazes de reconhecer relação de causa e consequência em poemas, contos e tirinhas de quadrinhos, ou entender o humor dessas tirinhas. Esses estudantes não conseguiram somar moedas ou ver as horas em um relógio. Os alunos do 9° ano não conseguiram “localizar informações explícitas em crônicas e fábulas ou inferir tema e ideia principal de notícias”, segundo a pesquisa. E mostraram incapacidade de analisar tabelas e resolver problemas de soma e subtração. O problema se manteve entre os estudantes do 3° ano, que não conseguiram entender ironia ou gráficos. Segundo a presidente do instituto, 78% das crianças e jovens sem saneamento não estão na idade certa para suas atividades escolares: — Esse adolescente vai ter uma maior dificuldade de acessar o mercado de trabalho e ter uma boa remuneração. Um jovem que não teve acesso ao saneamento ao longo de sua vida vai ganhar 46,1% na soma de seus rendimentos. Ele não teve a capacidade de comprar uma casa, de sustentar uma família de maneira adequada.
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