Falsa filha de militar: mulher engana Exército por 33 anos, recebe mais de R$ 3 milhões e é condenada no MS; entenda

Fraude começou em 1986, quando Ana Lucia Umbelina Galache de Souza, aos 15 anos, alterou seu nome e apresentou documentos falsos para a Força com a ajuda de sua avó Ana Lucia Umbelina Galache de Souza, de 55 anos, foi condenada pela Justiça Militar por receber indevidamente uma pensão de filha de ex-combatente da Segunda Guerra Mundial durante mais de três décadas. Entre outubro de 1988 e maio de 2022, Ana Lucia se passou por filha de Vicente Zarate, um ex-membro da Força Expedicionária Brasileira (FEB) para enganar o Exército Brasileiro e garantir o benefício, somando R$ 3,7 milhões. Veja ranking: Após 12 anos, USP volta ao top 200 de melhores universidades do mundo 'Vão ter que prender o país inteiro': Gusttavo Lima sobre artistas fazerem propagandas para bets A fraude começou em 1986, quando Ana Lucia, aos 15 anos, alterou seu nome para Ana Lucia Zarate e apresentou documentos falsos para a Força com a ajuda de sua avó, Conceição Galache. Após a morte do ex-combatente, em 1988, Ana passou a receber uma pensão mensal que, ao longo dos anos, variou até alcançar cerca de R$ 8 mil. O golpe permaneceu oculto até 2021, quando a avó de Ana Lucia, insatisfeita com o acordo financeiro estabelecido, denunciou a neta à Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, onde moram. "Em 2021, a Sra. Conceição Galache de Oliveira, descontente com a parcela da pensão que lhe era transferida por sua neta, registrou a denúncia sobre a fraude, perante a Polícia Militar. No entanto, não chegou a ser inquirida na sindicância administrativa nem no inquérito policial, pois faleceu em 14/5/2022, antes de instaurados os procedimentos", informou o processo do Tribunal de Contas da União (TCU), que o GLOBO teve acesso. Em depoimento, segundo a CNN, a idosa revelou que Ana Lucia, na verdade, era sobrinha-neta do ex-combatente e, portanto, não tinha direito ao benefício, reservado apenas a cônjuges ou descendentes diretos de militares falecidos. Em 2023, a Justiça Militar condenou Ana Lucia a três anos de prisão e determinou a devolução dos valores recebidos ilegalmente. Ainda de acordo com o TCU, "em seus interrogatórios, Ana Lúcia admitiu ter ciência da falsificação e da ilegalidade de seus atos e declarou que somente utilizava a identidade de Ana Lúcia Zarate para tratar de questões relacionadas à administração militar e à pensão"​. Entenda: Eleito pior prato brasileiro em ranking internacional, cuscuz paulista tem origem no século XIX Ao GLOBO, o TCU também afirmou que "no dia 20 de agosto de 2023, o Comandante do Exército tomou conhecimento das conclusões contidas no relatório e certificado de auditoria, manifestando-se pela irregularidade das contas, e determinou o encaminhamento do processo". "Cuidam os autos de tomada de contas especial instaurada pelo Comando da 9ª Região Militar, em desfavor de Ana Lúcia Umbelina Galache de Souza, em razão de recebimento de pensão de ex-combatente, na condição de filha solteira, no período de 11/11/1988 até 1º/6/2022, deferida mediante utilização de certidão de nascimento fraudulenta", escreveu o relator, ministro Walton Alencar Rodrigues, no processo. Ana Lucia, que é defendida pela Defensoria Pública da União (DPU), recorreu da condenação e alega que não houve dolo, ou seja, intenção de cometer o crime. O caso aguarda julgamento no Superior Tribunal Militar (STM), onde dois ministros já votaram pela manutenção da condenação. A decisão final, porém, está pendente após o ministro Artur Vidigal pedir vistas do processo. PL ameaça romper acordo com Milton Leite: Vereadores já debatem sucessão na Câmara de SP contando com vitória de Nunes Procurada, a DPU ainda não se posicionou sobre o caso. O espaço segue aberto para manifestação. Sob supervisão de Daniel Biasetto

Oct 10, 2024 - 17:50
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Falsa filha de militar: mulher engana Exército por 33 anos, recebe mais de R$ 3 milhões e é condenada no MS; entenda

Fraude começou em 1986, quando Ana Lucia Umbelina Galache de Souza, aos 15 anos, alterou seu nome e apresentou documentos falsos para a Força com a ajuda de sua avó Ana Lucia Umbelina Galache de Souza, de 55 anos, foi condenada pela Justiça Militar por receber indevidamente uma pensão de filha de ex-combatente da Segunda Guerra Mundial durante mais de três décadas. Entre outubro de 1988 e maio de 2022, Ana Lucia se passou por filha de Vicente Zarate, um ex-membro da Força Expedicionária Brasileira (FEB) para enganar o Exército Brasileiro e garantir o benefício, somando R$ 3,7 milhões. Veja ranking: Após 12 anos, USP volta ao top 200 de melhores universidades do mundo 'Vão ter que prender o país inteiro': Gusttavo Lima sobre artistas fazerem propagandas para bets A fraude começou em 1986, quando Ana Lucia, aos 15 anos, alterou seu nome para Ana Lucia Zarate e apresentou documentos falsos para a Força com a ajuda de sua avó, Conceição Galache. Após a morte do ex-combatente, em 1988, Ana passou a receber uma pensão mensal que, ao longo dos anos, variou até alcançar cerca de R$ 8 mil. O golpe permaneceu oculto até 2021, quando a avó de Ana Lucia, insatisfeita com o acordo financeiro estabelecido, denunciou a neta à Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, onde moram. "Em 2021, a Sra. Conceição Galache de Oliveira, descontente com a parcela da pensão que lhe era transferida por sua neta, registrou a denúncia sobre a fraude, perante a Polícia Militar. No entanto, não chegou a ser inquirida na sindicância administrativa nem no inquérito policial, pois faleceu em 14/5/2022, antes de instaurados os procedimentos", informou o processo do Tribunal de Contas da União (TCU), que o GLOBO teve acesso. Em depoimento, segundo a CNN, a idosa revelou que Ana Lucia, na verdade, era sobrinha-neta do ex-combatente e, portanto, não tinha direito ao benefício, reservado apenas a cônjuges ou descendentes diretos de militares falecidos. Em 2023, a Justiça Militar condenou Ana Lucia a três anos de prisão e determinou a devolução dos valores recebidos ilegalmente. Ainda de acordo com o TCU, "em seus interrogatórios, Ana Lúcia admitiu ter ciência da falsificação e da ilegalidade de seus atos e declarou que somente utilizava a identidade de Ana Lúcia Zarate para tratar de questões relacionadas à administração militar e à pensão"​. Entenda: Eleito pior prato brasileiro em ranking internacional, cuscuz paulista tem origem no século XIX Ao GLOBO, o TCU também afirmou que "no dia 20 de agosto de 2023, o Comandante do Exército tomou conhecimento das conclusões contidas no relatório e certificado de auditoria, manifestando-se pela irregularidade das contas, e determinou o encaminhamento do processo". "Cuidam os autos de tomada de contas especial instaurada pelo Comando da 9ª Região Militar, em desfavor de Ana Lúcia Umbelina Galache de Souza, em razão de recebimento de pensão de ex-combatente, na condição de filha solteira, no período de 11/11/1988 até 1º/6/2022, deferida mediante utilização de certidão de nascimento fraudulenta", escreveu o relator, ministro Walton Alencar Rodrigues, no processo. Ana Lucia, que é defendida pela Defensoria Pública da União (DPU), recorreu da condenação e alega que não houve dolo, ou seja, intenção de cometer o crime. O caso aguarda julgamento no Superior Tribunal Militar (STM), onde dois ministros já votaram pela manutenção da condenação. A decisão final, porém, está pendente após o ministro Artur Vidigal pedir vistas do processo. PL ameaça romper acordo com Milton Leite: Vereadores já debatem sucessão na Câmara de SP contando com vitória de Nunes Procurada, a DPU ainda não se posicionou sobre o caso. O espaço segue aberto para manifestação. Sob supervisão de Daniel Biasetto

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