Evangélicos e mais pobres: o que explica diferenças nos percentuais de Marçal e Nunes nas pesquisas Datafolha, Quaest e Atlas
Atual prefeito e candidato do PRTB empatam com Boulos nos levantamentos dos dois primeiros institutos, mas têm trajetórias divergentes no terceiro, na véspera do primeiro turno Pesquisas divulgadas na véspera do primeiro turno por três institutos de pesquisa — Datafolha, Quaest e Atlas — apresentaram divergências nas trajetórias de intenções de voto do atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), que tenta reeleição, e do candidato do PRTB, Pablo Marçal. Com metodologias distintas, as pesquisas não são comparáveis entre si. Os números de cada levantamento sugerem que as discrepâncias mais relevantes aparecem entre os evangélicos e os eleitores mais pobres. Quaest: em Curitiba, Pimentel e Graeml estão empatados tecnicamente em primeiro nos votos válidos Quais candidatos venceram os debates da TV Globo? Veja o que diz o Datafolha em algumas capitais Segundo o Datafolha e a Quaest, Nunes e Marçal estão em um triplo empate técnico com Guilherme Boulos (PSOL) na primeira colocação, embora o psolista apareça numericamente na dianteira em todos os três levantamentos. Os dois institutos, porém, retratam movimentações distintas dos candidatos: a curva de Marçal nos levantamentos mais recentes da Quaest sugere um possível viés de alta, ao passo que o Datafolha retrata um cenário de estabilidade nas campanhas. No levantamento divulgado neste sábado pela Quaest, Marçal oscila positivamente para 23%, enquanto Nunes fica estabilizado em 24% das intenções de voto totais. No Datafolha, apenas Boulos aparece com uma trajetória ascendente no período mais recente, embora sempre com oscilações positivas dentro da margem de erro. Veja abaixo: Datafolha: Quaest: Atlas aponta Marçal em alta O instituto Atlas apresentou Marçal em franca ascensão às vésperas do primeiro turno, empatando apenas com Boulos na liderança, considerando a margem de erro. O candidato do PSOL marca 29,9% nas intenções de voto em pesquisa divulgada neste sábado pela Atlas, ao passo que Marçal vai a 27,8%, mantendo uma trajetória de alta nas últimas duas semanas. Segundo a Atlas, Marçal tinha 21% há duas semanas e 25% na medição finalizada na última semana de setembro. Nunes, por outro lado, recuou de 23% para 18,6% no intervalo de uma semana, segundo a mesma pesquisa. Pesquisa Atlas apresenta trajetórias distintas de Marçal e de Nunes às vésperas da eleição de São Paulo Reprodução Qual é a diferença entre as metodologias? Os três institutos seguem formatos diferentes de coleta dos dados. A Quaest faz entrevistas domiciliares, enquanto o Datafolha entrevista os eleitores nos chamados "pontos de fluxo", em espaços públicos. Ambos os institutos coletaram os dados deste levantamento entre sexta-feira e sábado. A Atlas, por sua vez, coleta os dados em formulários pela internet, que chegam organicamente aos entrevistados de acordo com a localidade de seu acesso à rede. Os dados foram coletados ao longo desta semana, de domingo até sexta-feira. Faixas de renda Outra diferença importante entre os institutos são os fatores de ponderação da amostra. O Datafolha calibra a amostragem de respondentes de acordo com critérios como sexo, idade e nível de escolaridade, para evitar uma sub-representação ou uma presença exagerada de algum recorte. Quaest e Atlas, além de seguirem esses critérios, também ponderam a amostragem de acordo com a renda, tomando por parâmetro os dados da Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar (PNAD). No levantamento deste sábado, por exemplo, a Atlas utilizou uma amostra em que 17,4% dos entrevistados declararam renda mensal de até R$ 2 mil, e outros 11,3% apontaram renda entre R$ 2 mil e R$ 3 mil. Pablo Marçal (PRTB) em debate da TV Globo Reprodução A Quaest, por sua vez, reúne na faixa de renda mais pobre aqueles eleitores com remuneração mensal de até 3 salários mínimos, o que equivale a cerca de R$ 4 mil, e usa uma base de cerca de 30% dos entrevistados neste grupo. Ao longo da campanha, o Datafolha adotou um percentual similar na faixa de menor remuneração, que no caso do instituto é composta por eleitores que recebem até 2 salários mínimos. Divergência entre Atlas e Datafolha no corte de renda Na pesquisa divulgada neste sábado pela Atlas, Marçal tem votação superior à de Nunes na faixa dos que recebem entre R$ 2 mil e R$ 3 mil. O candidato do PRTB alcança 36,9% no segmento, seu melhor desempenho por renda, enquanto o atual prefeito fica com 20,4%. No Datafolha, é Nunes quem tem maior votação na faixa dos que recebem até 2 salários mínimos (pouco mais de R$ 2.800), e que coincide, em parte com o recorte anterior da Atlas. O atual prefeito tem 30% neste segmento, contra 16% para Marçal. A Quaest, com uma faixa mais ampla do que os outros dois institutos para registrar o eleitor de menor renda, captou 26% de intenções de voto para Nunes neste segmento enquanto Marçal registra 17%. Evangélicos Outra divergência relevante aparece entre os eleitores evangélicos, segmento que representa 23,8% da amostragem de eleitores da pesquis
Atual prefeito e candidato do PRTB empatam com Boulos nos levantamentos dos dois primeiros institutos, mas têm trajetórias divergentes no terceiro, na véspera do primeiro turno Pesquisas divulgadas na véspera do primeiro turno por três institutos de pesquisa — Datafolha, Quaest e Atlas — apresentaram divergências nas trajetórias de intenções de voto do atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), que tenta reeleição, e do candidato do PRTB, Pablo Marçal. Com metodologias distintas, as pesquisas não são comparáveis entre si. Os números de cada levantamento sugerem que as discrepâncias mais relevantes aparecem entre os evangélicos e os eleitores mais pobres. Quaest: em Curitiba, Pimentel e Graeml estão empatados tecnicamente em primeiro nos votos válidos Quais candidatos venceram os debates da TV Globo? Veja o que diz o Datafolha em algumas capitais Segundo o Datafolha e a Quaest, Nunes e Marçal estão em um triplo empate técnico com Guilherme Boulos (PSOL) na primeira colocação, embora o psolista apareça numericamente na dianteira em todos os três levantamentos. Os dois institutos, porém, retratam movimentações distintas dos candidatos: a curva de Marçal nos levantamentos mais recentes da Quaest sugere um possível viés de alta, ao passo que o Datafolha retrata um cenário de estabilidade nas campanhas. No levantamento divulgado neste sábado pela Quaest, Marçal oscila positivamente para 23%, enquanto Nunes fica estabilizado em 24% das intenções de voto totais. No Datafolha, apenas Boulos aparece com uma trajetória ascendente no período mais recente, embora sempre com oscilações positivas dentro da margem de erro. Veja abaixo: Datafolha: Quaest: Atlas aponta Marçal em alta O instituto Atlas apresentou Marçal em franca ascensão às vésperas do primeiro turno, empatando apenas com Boulos na liderança, considerando a margem de erro. O candidato do PSOL marca 29,9% nas intenções de voto em pesquisa divulgada neste sábado pela Atlas, ao passo que Marçal vai a 27,8%, mantendo uma trajetória de alta nas últimas duas semanas. Segundo a Atlas, Marçal tinha 21% há duas semanas e 25% na medição finalizada na última semana de setembro. Nunes, por outro lado, recuou de 23% para 18,6% no intervalo de uma semana, segundo a mesma pesquisa. Pesquisa Atlas apresenta trajetórias distintas de Marçal e de Nunes às vésperas da eleição de São Paulo Reprodução Qual é a diferença entre as metodologias? Os três institutos seguem formatos diferentes de coleta dos dados. A Quaest faz entrevistas domiciliares, enquanto o Datafolha entrevista os eleitores nos chamados "pontos de fluxo", em espaços públicos. Ambos os institutos coletaram os dados deste levantamento entre sexta-feira e sábado. A Atlas, por sua vez, coleta os dados em formulários pela internet, que chegam organicamente aos entrevistados de acordo com a localidade de seu acesso à rede. Os dados foram coletados ao longo desta semana, de domingo até sexta-feira. Faixas de renda Outra diferença importante entre os institutos são os fatores de ponderação da amostra. O Datafolha calibra a amostragem de respondentes de acordo com critérios como sexo, idade e nível de escolaridade, para evitar uma sub-representação ou uma presença exagerada de algum recorte. Quaest e Atlas, além de seguirem esses critérios, também ponderam a amostragem de acordo com a renda, tomando por parâmetro os dados da Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar (PNAD). No levantamento deste sábado, por exemplo, a Atlas utilizou uma amostra em que 17,4% dos entrevistados declararam renda mensal de até R$ 2 mil, e outros 11,3% apontaram renda entre R$ 2 mil e R$ 3 mil. Pablo Marçal (PRTB) em debate da TV Globo Reprodução A Quaest, por sua vez, reúne na faixa de renda mais pobre aqueles eleitores com remuneração mensal de até 3 salários mínimos, o que equivale a cerca de R$ 4 mil, e usa uma base de cerca de 30% dos entrevistados neste grupo. Ao longo da campanha, o Datafolha adotou um percentual similar na faixa de menor remuneração, que no caso do instituto é composta por eleitores que recebem até 2 salários mínimos. Divergência entre Atlas e Datafolha no corte de renda Na pesquisa divulgada neste sábado pela Atlas, Marçal tem votação superior à de Nunes na faixa dos que recebem entre R$ 2 mil e R$ 3 mil. O candidato do PRTB alcança 36,9% no segmento, seu melhor desempenho por renda, enquanto o atual prefeito fica com 20,4%. No Datafolha, é Nunes quem tem maior votação na faixa dos que recebem até 2 salários mínimos (pouco mais de R$ 2.800), e que coincide, em parte com o recorte anterior da Atlas. O atual prefeito tem 30% neste segmento, contra 16% para Marçal. A Quaest, com uma faixa mais ampla do que os outros dois institutos para registrar o eleitor de menor renda, captou 26% de intenções de voto para Nunes neste segmento enquanto Marçal registra 17%. Evangélicos Outra divergência relevante aparece entre os eleitores evangélicos, segmento que representa 23,8% da amostragem de eleitores da pesquisa Atlas — percentual semelhante ao utilizado pelo Datafolha ao longo da campanha. Na pesquisa divulgada nesta véspera de primeiro turno, Marçal marca 42,4% entre os evangélicos, segundo o instituto Atlas, enquanto Nunes fica com 22%. Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição, e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) participaram de evento na Igreja Sara Nossa Terra, na Zona Sul de São Paulo. No meio deles, o pastor Robson Rodovalho, Divulgação/Campanha Ricardo Nunes No levantamento do Datafolha, por outro lado, os percentuais do candidato do PRTB e do atual prefeito entre os evangélicos ficam mais próximos: 32% e 28%, respectivamente. A Quaest também aponta um cenário semelhante no recorte evangélico, com 33% das intenções de voto para Nunes e 27% para Marçal, percentuais similares ao da pesquisa anterior do instituto, divulgada há uma semana.
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