'Eu me apeguei em Deus': Ana Carolina Oliveira um ano após a morte da filha Isabella Nardoni
Resgatamos uma entrevista com a mãe da menina morta pelo pai; recém-eleita vereadora em São Paulo, ela pretende combater a violência doméstica contra crianças Recém-eleita vereadora em São Paulo, Ana Carolina Oliveira (Podemos) deixou claro na campanha que entre suas principais propostas estava o combate à violência doméstica contra menores de idade. A nova parlamentar sempre disse que a motivação para buscar o mandato foi o legado deixado por sua filha, Isabella Nardoni, morta pelo próprio pai, com ajuda da madrasta, em março de 2008, quando tinha 5 anos. Hoje casada e mãe de duas crianças, Ana Carolina precisou de tempo para aprender a lidar com a saudade de Isabella. Nesta entrevista publicada pelo GLOBO um ano após o crime, ela contou que se apegou à família e a Deus e que esperava ter outros filhos. Como está sua cabeça, um ano depois? Minha vida mudou, mas continuo minha rotina de trabalho e indo à terapia toda semana. Tenho uma amiga com quem desabafo e uma grande ajuda em casa. Sempre lembramos de Isabella, do que gostava de comer, de alguma coisa do jeitinho dela. Fotos e ursinhos de Isabella estão por toda a casa. Ela não volta, mas tenho lembranças e uma saudade imensurável. O que mais me deixa triste é não conseguir sentir o cheiro dela, não ter o cheiro dela nas roupas. Penso nela o dia inteiro. O que tem sido mais difícil de suportar? No ano passado, o aniversário dela, 18 de abril, foi muito triste. Tínhamos programado uma festa, e ela estava esperando muito o aniversário. Já tinha até pagado o bufê e estava com os convites prontos pra enviar. Outras datas muito marcantes foram Natal e Ano Novo, quando sempre estávamos juntas. Senti uma falta absurda dela e foi muito difícil suportar aquela dor. Eu me apeguei em Deus. Tive a ajuda da minha família, da minha mãe, do meu pai e de amigos. Ana Carolina Oliveira com a filha Isabella Reprodução Como você se sente quando se lembra daquele dia trágico? É difícil esquecer. A única cobrança que tenho é de não poder estar ali com ela naquele momento, de não poder ter evitado o sofrimento. Lembro da hora em que cheguei no prédio logo após a queda, do momento em que a levávamos para o hospital, do velório e do enterro. Você já consegue pensar no futuro? Tem planos? Planos efetivos, não tenho. Mas ter filhos, com certeza, quero. Se Deus quiser, Ele vai me dar. Mas sou nova, tenho 24 anos. É um projeto longo. Você se apega a outras crianças presentes na sua vida? Sim, tenho três sobrinhos. A minha afilhada, Giovana, tem a mesma idade da Isabella. As duas eram super amigas. Agora, mais do que nunca a gente está sempre junta. Ela vai à minha casa todos os dias. Giovana também fez terapia, logo depois da morte da prima. Já conseguiu voltar à escola dela? Eu voto na escola onde ela estudava. Já votei lá duas vezes depois da morte da minha filha. Cheguei na porta no primeiro turno das eleições do ano passado e pensei: voto ou justifico? Acabei votando.
Resgatamos uma entrevista com a mãe da menina morta pelo pai; recém-eleita vereadora em São Paulo, ela pretende combater a violência doméstica contra crianças Recém-eleita vereadora em São Paulo, Ana Carolina Oliveira (Podemos) deixou claro na campanha que entre suas principais propostas estava o combate à violência doméstica contra menores de idade. A nova parlamentar sempre disse que a motivação para buscar o mandato foi o legado deixado por sua filha, Isabella Nardoni, morta pelo próprio pai, com ajuda da madrasta, em março de 2008, quando tinha 5 anos. Hoje casada e mãe de duas crianças, Ana Carolina precisou de tempo para aprender a lidar com a saudade de Isabella. Nesta entrevista publicada pelo GLOBO um ano após o crime, ela contou que se apegou à família e a Deus e que esperava ter outros filhos. Como está sua cabeça, um ano depois? Minha vida mudou, mas continuo minha rotina de trabalho e indo à terapia toda semana. Tenho uma amiga com quem desabafo e uma grande ajuda em casa. Sempre lembramos de Isabella, do que gostava de comer, de alguma coisa do jeitinho dela. Fotos e ursinhos de Isabella estão por toda a casa. Ela não volta, mas tenho lembranças e uma saudade imensurável. O que mais me deixa triste é não conseguir sentir o cheiro dela, não ter o cheiro dela nas roupas. Penso nela o dia inteiro. O que tem sido mais difícil de suportar? No ano passado, o aniversário dela, 18 de abril, foi muito triste. Tínhamos programado uma festa, e ela estava esperando muito o aniversário. Já tinha até pagado o bufê e estava com os convites prontos pra enviar. Outras datas muito marcantes foram Natal e Ano Novo, quando sempre estávamos juntas. Senti uma falta absurda dela e foi muito difícil suportar aquela dor. Eu me apeguei em Deus. Tive a ajuda da minha família, da minha mãe, do meu pai e de amigos. Ana Carolina Oliveira com a filha Isabella Reprodução Como você se sente quando se lembra daquele dia trágico? É difícil esquecer. A única cobrança que tenho é de não poder estar ali com ela naquele momento, de não poder ter evitado o sofrimento. Lembro da hora em que cheguei no prédio logo após a queda, do momento em que a levávamos para o hospital, do velório e do enterro. Você já consegue pensar no futuro? Tem planos? Planos efetivos, não tenho. Mas ter filhos, com certeza, quero. Se Deus quiser, Ele vai me dar. Mas sou nova, tenho 24 anos. É um projeto longo. Você se apega a outras crianças presentes na sua vida? Sim, tenho três sobrinhos. A minha afilhada, Giovana, tem a mesma idade da Isabella. As duas eram super amigas. Agora, mais do que nunca a gente está sempre junta. Ela vai à minha casa todos os dias. Giovana também fez terapia, logo depois da morte da prima. Já conseguiu voltar à escola dela? Eu voto na escola onde ela estudava. Já votei lá duas vezes depois da morte da minha filha. Cheguei na porta no primeiro turno das eleições do ano passado e pensei: voto ou justifico? Acabei votando.
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