Estudante de Medicina morto por PM em SP era MC e compôs música sobre amigo assassinado a tiros pela polícia

No meio musical, Marco Aurélio Cardenas Acosta, de 22 anos, se chamava MC Boy da VM, em alusão ao bairro Vila Mariana, na capital paulista O estudante de Medicina Marco Aurélio Cardenas Acosta, de 22 anos, morto após levar um tiro disparado por um policial militar durante abordagem na madrugada desta quarta-feira (20), na Zona Sul de São Paulo, era MC e compôs um funk sobre um amigo que teria sido assassinado "a tiros pela polícia na porta de casa". Mapa: Como Gritzbach, delator do PCC, ajudou a transformar o Tatuapé em reduto da facção criminosa Dia da Consciência Negra: afroturismo dentro e fora do Brasil se diversifica e inclui até exame de DNA Publicada em um canal no YouTube, a música diz: "Quando um amigo morre, deixa um vazio na alma. Sentimos falta das conversas, momentos de risada. Ô, meu aliado, você vai deixar saudade. Amigos nós seremos, pra toda eternidade. Inevitavelmente, o que aconteceu? Tremenda injustiça com um amigo meu. Morto a tiros pela polícia na porta de casa, ele era trabalhador e nem mexia em fita errada." MC Boy da VM No meio musical, o estudante se chamava MC Boy da VM, em alusão ao bairro Vila Mariana, na capital paulista. Em outro vídeo divulgado na redes social, Marco Aurélio contou que começou a compor letras de funk em 2020, após uma conversa com seu irmão em casa. — Numa conversa com meu irmão, de brincadeirinha, estava varrendo o chão e comecei a fazer o cabo da vassoura de microfone. Meu irmão, vendo a cena toda, começou a rir de mim e aí eu falei: 'Você está desacreditando? Este ano eu vou virar MC — disse o jovem. Questionado sobre o que faria caso uma de suas músicas estourasse, o estudante disse que levaria a família para jantar e compraria presentes para o pai e a mãe. O que aconteceu? Marco Aurélio cursava Medicina na faculdade Anhembi Morumbi. Segundo o boletim de ocorrência, o jovem teria golpeado a viatura onde os dois policiais realizavam uma ronda de rotina na última madrugada, pouco antes das 3h. O homem então correu para dentro de um hotel situado na Rua Cubatão, onde foi alcançado pelos policiais. Vídeo de uma câmera de segurança do estabelecimento obtido pelo g1 mostra que o primeiro policial chega ao local com uma arma em punho e tenta agarrar o jovem pelo braço, que luta para se desvencilhar. O segundo policial, ao chegar, desfere um chute no estudante, que consegue segurar o pé do agente de segurança e o faz cair. É nesse momento que o primeiro policial dispara um tiro, que atinge a região da barriga do jovem. Marco Aurélio chegou a ser socorrido ao hospital Ipiranga e passou por cirurgia, mas não resistiu ao ferimento e morreu. O caso será investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e a Corregedoria da Polícia Militar também abriu inquérito para apurar a atuação dos dois policiais, que já prestaram depoimento. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que os agentes foram indiciados e que a arma que desferiu o disparo contra o jovem foi apreendida e encaminhada à perícia. A pasta acrescentou que as imagens registradas pelas câmeras corporais usadas pelos dois policiais serão anexadas aos inquéritos sobre o episódio. Os dois agentes que participaram da ação foram afastados de atividades operacionais até a conclusão das investigações, segundo a SSP. Initial plugin text

Nov 21, 2024 - 11:13
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Estudante de Medicina morto por PM em SP era MC e compôs música sobre amigo assassinado a tiros pela polícia

No meio musical, Marco Aurélio Cardenas Acosta, de 22 anos, se chamava MC Boy da VM, em alusão ao bairro Vila Mariana, na capital paulista O estudante de Medicina Marco Aurélio Cardenas Acosta, de 22 anos, morto após levar um tiro disparado por um policial militar durante abordagem na madrugada desta quarta-feira (20), na Zona Sul de São Paulo, era MC e compôs um funk sobre um amigo que teria sido assassinado "a tiros pela polícia na porta de casa". Mapa: Como Gritzbach, delator do PCC, ajudou a transformar o Tatuapé em reduto da facção criminosa Dia da Consciência Negra: afroturismo dentro e fora do Brasil se diversifica e inclui até exame de DNA Publicada em um canal no YouTube, a música diz: "Quando um amigo morre, deixa um vazio na alma. Sentimos falta das conversas, momentos de risada. Ô, meu aliado, você vai deixar saudade. Amigos nós seremos, pra toda eternidade. Inevitavelmente, o que aconteceu? Tremenda injustiça com um amigo meu. Morto a tiros pela polícia na porta de casa, ele era trabalhador e nem mexia em fita errada." MC Boy da VM No meio musical, o estudante se chamava MC Boy da VM, em alusão ao bairro Vila Mariana, na capital paulista. Em outro vídeo divulgado na redes social, Marco Aurélio contou que começou a compor letras de funk em 2020, após uma conversa com seu irmão em casa. — Numa conversa com meu irmão, de brincadeirinha, estava varrendo o chão e comecei a fazer o cabo da vassoura de microfone. Meu irmão, vendo a cena toda, começou a rir de mim e aí eu falei: 'Você está desacreditando? Este ano eu vou virar MC — disse o jovem. Questionado sobre o que faria caso uma de suas músicas estourasse, o estudante disse que levaria a família para jantar e compraria presentes para o pai e a mãe. O que aconteceu? Marco Aurélio cursava Medicina na faculdade Anhembi Morumbi. Segundo o boletim de ocorrência, o jovem teria golpeado a viatura onde os dois policiais realizavam uma ronda de rotina na última madrugada, pouco antes das 3h. O homem então correu para dentro de um hotel situado na Rua Cubatão, onde foi alcançado pelos policiais. Vídeo de uma câmera de segurança do estabelecimento obtido pelo g1 mostra que o primeiro policial chega ao local com uma arma em punho e tenta agarrar o jovem pelo braço, que luta para se desvencilhar. O segundo policial, ao chegar, desfere um chute no estudante, que consegue segurar o pé do agente de segurança e o faz cair. É nesse momento que o primeiro policial dispara um tiro, que atinge a região da barriga do jovem. Marco Aurélio chegou a ser socorrido ao hospital Ipiranga e passou por cirurgia, mas não resistiu ao ferimento e morreu. O caso será investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e a Corregedoria da Polícia Militar também abriu inquérito para apurar a atuação dos dois policiais, que já prestaram depoimento. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que os agentes foram indiciados e que a arma que desferiu o disparo contra o jovem foi apreendida e encaminhada à perícia. A pasta acrescentou que as imagens registradas pelas câmeras corporais usadas pelos dois policiais serão anexadas aos inquéritos sobre o episódio. Os dois agentes que participaram da ação foram afastados de atividades operacionais até a conclusão das investigações, segundo a SSP. Initial plugin text

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