'Estou sem chão e indignada', diz Raissa de Oliveira, ex-rainha de bateria da Beija-Flor, após ter ONG invadida por bandidos

Vários objetos, incluindo instrumentos musicais e até fiação foram roubados, deixando o espaço sem luz. O que não pôde ser levado foi destruído, prejudicando os 250 alunos A festa de encerramento para os 250 alunos da ONG Raydi, em Nilópolis, na Baixada Fluminense, estava programada para o dia 6 de dezembro, com uma grande confraternização, mas vai ter de ser adiada. O espaço criado por Raissa de Oliveira, ex-rainha de bateria da Beija-Flor e tocada por ela e sua família foi invadido por bandidos na madrugada de domingo. Vários objetos, incluindo instrumentos e até fiação foram roubados, deixando o local sem luz. O que não pôde ser levado foi destruído pelos vândalos. Com isso, as aulas tiveram de ser suspensas. Previsão do tempo: Frente fria traz chuva forte e queda na temperatura para o estado do Rio de Janeiro Legado do G20, Museu de Arte Moderna será reaberto ao público em 1º de dezembro com exposição e visitas mediadas; veja fotos —Meu sentimento é de muita indignação, pois foram muitos anos para construir, para investir em toda uma estrutura para oferecer o melhor àquelas pessoas que participam do nosso projeto. Anos de muito sangue, suor e lágrimas para vir um estranho e tentar acabar com nossos sonhos, nossos projetos , tentar apagar uma história. Estou realmente sem chão e indignada com isso tudo. Em 18 anos de projeto, de muita dedicação à nossa comunidade isso nunca aconteceu — disse Raissa. Bandidos invadem ONG criada por ex-rainha de bateria da Beija-Flor Diego de Oliveira, irmão de Raissa e tesoureiro da ONG contou que ele e a família só tomaram conhecimento da invasão na noite de domingo, após retornarem de um evento na Região dos Lagos. Ele ainda não fez o levantamento do prejuízo financeiro, mas contou que foram levados instrumentos de percussão, ventiladores, escada de alumínio, bomba de água, laptop, uma caixa de som, uma mesa de som e a bomba de um lava-jato. Também arrancaram toda fiação da parte elétrica. 'Botecar': nova competição de petiscos começa hoje no Rio com 40 bares participantes; confira O que não conseguiram levar foi destruído como freezer, geladeira e o ar-condicionado da sala de percussão, numa ação de vandalismo. Diego disse que na segunda-feira procurou a 57ª DP (Nílópolis) para registrar o boletim de ocorrência. Diante do rastro de destruição que foi deixado, não sabe ainda quando o local, que ainda está sem luz, poderá retomar suas atividades. —Vamos ter de refazer tudo. É muito triste. A gente usa o espaço para ajudar o próximo e vem gente num extremo ato de maldade e faz isso — lamenta Diego. Após despedida da Sapucaí em 2025, Neguinho da Beija-Flor vai lançar projeto de 15 músicas com Xande de Pilares Projeto ensina música e percussão para crianças e adolescentes Divulgação A ONG, que funciona no Centro de Nilópolis, surgiu em 2006 do sonho de Raíssa em retribuir o carinho da comunidade com ela. A ideia do projeto tocado pela ex-rainha de bateria, sua mãe Cristina e seu irmão Diego era promover a inclusão social de jovens, utilizando a música como carro-chefe. Sem espaço definitivo, o projeto que começou nos sinais de trânsito da cidade foi levado no ano seguinte para a porta da casa de Raissa. O número de participantes triplicou e o som alto dos instrumentos incomodou os vizinhos. Era hora de mudar de novo. Aos 75 anos: Neguinho da Beija-Flor anuncia último desfile na Sapucaí em 2025 Galerias Relacionadas Foi aí que começaram a buscar um espaço mais adequado. Após as dificuldades iniciais conseguiram ocupar um local que funcionou como escola. Lá foram desenvolvidas aulas de percussão, samba e música. Foi aí que decidiram transformar o projeto em ONG, cujo nome é uma junção da primeira sílaba dos nomes dos dois irmãos, sendo que o "I" de Raissa foi substituído pelo "Y". Tudo estava indo bem até que o espaço onde funcionava as atividades foi vendidos e a ONG teve de buscar um novo endereço. Com a ajuda de parceiros conseguiram chegar ao local que funciona até hoje. Já com o nome de Espaço Cultural Raydi, passou a oferecer também aulas de balé, teatro, jiu-jitsu e acompanhamento psicológico. Também oferece atendimento médico e a partir do ano que vem planeja ampliar a atuação na área esportiva. Quem é Raissa de Oliveira O desfile de 2022, que por conta da pandemia foi transferido para abril, foi o último de Raissa de Oliveira à frente dos ritmistas da Beija-Flor, depois de duas décadas no posto. Cria da comunidade, ela venceu um concurso em 2002 e estreou, em 2003, aos 12 anos de idade, substituindo a também histórica Sônia Capeta. Na época, foi considerada amuleto de sorte da azul e branca de Nilópolis. Em seus três primeiros anos de reinado (2003-2005), a escola conquistou o tricampeonato. Provando que é pé-quente, nos 20 anos de reinado de Raíssa a Beija-Flor conquistou oito títulos e três vice-campeonatos. Em outubro de 2022, um concurso com a participação de passistas da comunidade escolheu Lorena Raíssa, na época com 15 anos, como sua substituta

Nov 21, 2024 - 15:08
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'Estou sem chão e indignada', diz Raissa de Oliveira, ex-rainha de bateria da Beija-Flor, após ter ONG invadida por bandidos

Vários objetos, incluindo instrumentos musicais e até fiação foram roubados, deixando o espaço sem luz. O que não pôde ser levado foi destruído, prejudicando os 250 alunos A festa de encerramento para os 250 alunos da ONG Raydi, em Nilópolis, na Baixada Fluminense, estava programada para o dia 6 de dezembro, com uma grande confraternização, mas vai ter de ser adiada. O espaço criado por Raissa de Oliveira, ex-rainha de bateria da Beija-Flor e tocada por ela e sua família foi invadido por bandidos na madrugada de domingo. Vários objetos, incluindo instrumentos e até fiação foram roubados, deixando o local sem luz. O que não pôde ser levado foi destruído pelos vândalos. Com isso, as aulas tiveram de ser suspensas. Previsão do tempo: Frente fria traz chuva forte e queda na temperatura para o estado do Rio de Janeiro Legado do G20, Museu de Arte Moderna será reaberto ao público em 1º de dezembro com exposição e visitas mediadas; veja fotos —Meu sentimento é de muita indignação, pois foram muitos anos para construir, para investir em toda uma estrutura para oferecer o melhor àquelas pessoas que participam do nosso projeto. Anos de muito sangue, suor e lágrimas para vir um estranho e tentar acabar com nossos sonhos, nossos projetos , tentar apagar uma história. Estou realmente sem chão e indignada com isso tudo. Em 18 anos de projeto, de muita dedicação à nossa comunidade isso nunca aconteceu — disse Raissa. Bandidos invadem ONG criada por ex-rainha de bateria da Beija-Flor Diego de Oliveira, irmão de Raissa e tesoureiro da ONG contou que ele e a família só tomaram conhecimento da invasão na noite de domingo, após retornarem de um evento na Região dos Lagos. Ele ainda não fez o levantamento do prejuízo financeiro, mas contou que foram levados instrumentos de percussão, ventiladores, escada de alumínio, bomba de água, laptop, uma caixa de som, uma mesa de som e a bomba de um lava-jato. Também arrancaram toda fiação da parte elétrica. 'Botecar': nova competição de petiscos começa hoje no Rio com 40 bares participantes; confira O que não conseguiram levar foi destruído como freezer, geladeira e o ar-condicionado da sala de percussão, numa ação de vandalismo. Diego disse que na segunda-feira procurou a 57ª DP (Nílópolis) para registrar o boletim de ocorrência. Diante do rastro de destruição que foi deixado, não sabe ainda quando o local, que ainda está sem luz, poderá retomar suas atividades. —Vamos ter de refazer tudo. É muito triste. A gente usa o espaço para ajudar o próximo e vem gente num extremo ato de maldade e faz isso — lamenta Diego. Após despedida da Sapucaí em 2025, Neguinho da Beija-Flor vai lançar projeto de 15 músicas com Xande de Pilares Projeto ensina música e percussão para crianças e adolescentes Divulgação A ONG, que funciona no Centro de Nilópolis, surgiu em 2006 do sonho de Raíssa em retribuir o carinho da comunidade com ela. A ideia do projeto tocado pela ex-rainha de bateria, sua mãe Cristina e seu irmão Diego era promover a inclusão social de jovens, utilizando a música como carro-chefe. Sem espaço definitivo, o projeto que começou nos sinais de trânsito da cidade foi levado no ano seguinte para a porta da casa de Raissa. O número de participantes triplicou e o som alto dos instrumentos incomodou os vizinhos. Era hora de mudar de novo. Aos 75 anos: Neguinho da Beija-Flor anuncia último desfile na Sapucaí em 2025 Galerias Relacionadas Foi aí que começaram a buscar um espaço mais adequado. Após as dificuldades iniciais conseguiram ocupar um local que funcionou como escola. Lá foram desenvolvidas aulas de percussão, samba e música. Foi aí que decidiram transformar o projeto em ONG, cujo nome é uma junção da primeira sílaba dos nomes dos dois irmãos, sendo que o "I" de Raissa foi substituído pelo "Y". Tudo estava indo bem até que o espaço onde funcionava as atividades foi vendidos e a ONG teve de buscar um novo endereço. Com a ajuda de parceiros conseguiram chegar ao local que funciona até hoje. Já com o nome de Espaço Cultural Raydi, passou a oferecer também aulas de balé, teatro, jiu-jitsu e acompanhamento psicológico. Também oferece atendimento médico e a partir do ano que vem planeja ampliar a atuação na área esportiva. Quem é Raissa de Oliveira O desfile de 2022, que por conta da pandemia foi transferido para abril, foi o último de Raissa de Oliveira à frente dos ritmistas da Beija-Flor, depois de duas décadas no posto. Cria da comunidade, ela venceu um concurso em 2002 e estreou, em 2003, aos 12 anos de idade, substituindo a também histórica Sônia Capeta. Na época, foi considerada amuleto de sorte da azul e branca de Nilópolis. Em seus três primeiros anos de reinado (2003-2005), a escola conquistou o tricampeonato. Provando que é pé-quente, nos 20 anos de reinado de Raíssa a Beija-Flor conquistou oito títulos e três vice-campeonatos. Em outubro de 2022, um concurso com a participação de passistas da comunidade escolheu Lorena Raíssa, na época com 15 anos, como sua substituta.

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