Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump
Ameaça do presidente eleito dos EUA de impor uma tarifa de 60% sobre a maioria das importações chinesas representa um risco significativo para o setor exportador do país asiático A China entrou no quarto trimestre com uma economia mais equilibrada, à medida que o crescimento do consumo quase alcançou o da produção industrial, em uma tendência de alta que agora depende de quanto mais estímulo Pequim pode implementar caso ocorra um choque tarifário com o retorno de Donald Trump à presidência dos EUA em 2025. Entenda: China, dessa vez, está mais preparada para Donald Trump Inflação, juro e indústria: Qual será o ‘efeito Trump’ no Brasil? As vendas no varejo expandiram no ritmo mais rápido em oito meses em outubro, de acordo com dados publicados pelo Escritório Nacional de Estatísticas na sexta-feira, superando as previsões de todos os 29 economistas consultados pela Bloomberg. A produção industrial aumentou em um ritmo ligeiramente mais lento do que no mês anterior, mas manteve-se acima de um nível crítico para alcançar a meta de crescimento do governo para 2024, de cerca de 5%. A força no consumo é encorajadora após uma recuperação desigual na China, na qual os gastos das famílias ficaram atrás da produção, prejudicados pelo fraco ânimo dos consumidores e do setor privado. Estimular a demanda doméstica pode se tornar ainda mais urgente após a reeleição de Trump como presidente dos EUA na semana passada, dado que sua ameaça de impor uma tarifa de 60% sobre a maioria das importações chinesas representa um risco significativo para o setor exportador do país asiático. — Há sinais preliminares de que as políticas estão voltadas para reequilibrar a economia e seu modelo de crescimento — disse Jacqueline Rong, economista-chefe para a China no BNP Paribas SA. — Se a recuperação moderada pode continuar no próximo ano depende de quais políticas adicionais serão implementadas. Acreditamos que mais suporte político será necessário para manter o impulso de crescimento em 2025. Initial plugin text O índice de referência CSI 300, que reúne ações locais da China, apagou brevemente as perdas durante o pregão matutino após a divulgação dos dados, mas fechou em queda de 1,8% na sexta-feira, à medida que as preocupações com um agravamento das tensões com os EUA superaram os sinais de estabilização econômica. As ações chinesas em Hong Kong subiram 0,2% às 15h30, horário local, após caírem 0,6% mais cedo. Shuibei: Como uma ex-vila de pescadores se tornou a 'meca do ouro' na China O panorama da economia chinesa em outubro ofereceu outros indícios de alívio nas pressões. As quedas nos preços dos imóveis diminuíram, embora seja necessário tempo para que o estoque de propriedades seja absorvido e a confiança dos incorporadores se recupere o suficiente para investir em novos projetos. Os investimentos em infraestrutura permaneceram estáveis, e a taxa de desemprego urbano caiu para o menor nível desde junho. — Diante de um potencial choque com Trump, a China não tem escolha a não ser impulsionar os gastos domésticos — disse Raymond Yeung, economista-chefe para a Grande China no Australia & New Zealand Banking Group. Embora os dados de um único mês não sejam suficientes para confirmar um reequilíbrio sólido em direção ao consumo, "liberar as economias das famílias é certamente a única saída daqui para frente", afirmou. Indicadores-chave mostram estabilização em outubro As vendas no varejo saltaram 4,8% em relação ao ano anterior, superando a projeção de crescimento de 3,8% e registrando a taxa mais forte desde fevereiro. A produção industrial aumentou 5,3%, em comparação com um crescimento de 5,4% no mês anterior, mas abaixo da previsão dos economistas de um aumento de 5,6%. O investimento em ativos fixos expandiu 3,4% nos primeiros 10 meses, inalterado em relação ao período de janeiro a setembro. O investimento em propriedades caiu 10,3% no período. A taxa de desemprego urbano caiu para 5%, em comparação com 5,1% em setembro. Os indicadores divulgados na sexta-feira capturaram os efeitos imediatos das medidas de estímulo mais ousadas da China desde a pandemia, destinadas a garantir que o país atinja sua meta de crescimento anual. Os indicadores capturaram os efeitos imediatos das medidas de estímulo mais ousadas da China desde a pandemia, destinadas a garantir que o país atinja sua meta de crescimento anual. Bloomberg A questão agora é até que ponto Pequim está disposta a ir para impulsionar a demanda interna e enfrentar a deflação. Câmbio: Com Trump na Casa Branca, dólar caminha rumo à paridade com o euro? Entenda “Devemos estar cientes de que o ambiente externo está cada vez mais complicado e severo, a demanda efetiva ainda é fraca internamente, e a base para uma recuperação econômica contínua precisa ser fortalecida”, apontou o Escritório Nacional de Estatísticas (NBS, na sigla em inglês) em um comunicado. A desaceleração da expansão econômica no último trimestre, para o nível mais fraco desde o início de 2023, levou os formul
Ameaça do presidente eleito dos EUA de impor uma tarifa de 60% sobre a maioria das importações chinesas representa um risco significativo para o setor exportador do país asiático A China entrou no quarto trimestre com uma economia mais equilibrada, à medida que o crescimento do consumo quase alcançou o da produção industrial, em uma tendência de alta que agora depende de quanto mais estímulo Pequim pode implementar caso ocorra um choque tarifário com o retorno de Donald Trump à presidência dos EUA em 2025. Entenda: China, dessa vez, está mais preparada para Donald Trump Inflação, juro e indústria: Qual será o ‘efeito Trump’ no Brasil? As vendas no varejo expandiram no ritmo mais rápido em oito meses em outubro, de acordo com dados publicados pelo Escritório Nacional de Estatísticas na sexta-feira, superando as previsões de todos os 29 economistas consultados pela Bloomberg. A produção industrial aumentou em um ritmo ligeiramente mais lento do que no mês anterior, mas manteve-se acima de um nível crítico para alcançar a meta de crescimento do governo para 2024, de cerca de 5%. A força no consumo é encorajadora após uma recuperação desigual na China, na qual os gastos das famílias ficaram atrás da produção, prejudicados pelo fraco ânimo dos consumidores e do setor privado. Estimular a demanda doméstica pode se tornar ainda mais urgente após a reeleição de Trump como presidente dos EUA na semana passada, dado que sua ameaça de impor uma tarifa de 60% sobre a maioria das importações chinesas representa um risco significativo para o setor exportador do país asiático. — Há sinais preliminares de que as políticas estão voltadas para reequilibrar a economia e seu modelo de crescimento — disse Jacqueline Rong, economista-chefe para a China no BNP Paribas SA. — Se a recuperação moderada pode continuar no próximo ano depende de quais políticas adicionais serão implementadas. Acreditamos que mais suporte político será necessário para manter o impulso de crescimento em 2025. Initial plugin text O índice de referência CSI 300, que reúne ações locais da China, apagou brevemente as perdas durante o pregão matutino após a divulgação dos dados, mas fechou em queda de 1,8% na sexta-feira, à medida que as preocupações com um agravamento das tensões com os EUA superaram os sinais de estabilização econômica. As ações chinesas em Hong Kong subiram 0,2% às 15h30, horário local, após caírem 0,6% mais cedo. Shuibei: Como uma ex-vila de pescadores se tornou a 'meca do ouro' na China O panorama da economia chinesa em outubro ofereceu outros indícios de alívio nas pressões. As quedas nos preços dos imóveis diminuíram, embora seja necessário tempo para que o estoque de propriedades seja absorvido e a confiança dos incorporadores se recupere o suficiente para investir em novos projetos. Os investimentos em infraestrutura permaneceram estáveis, e a taxa de desemprego urbano caiu para o menor nível desde junho. — Diante de um potencial choque com Trump, a China não tem escolha a não ser impulsionar os gastos domésticos — disse Raymond Yeung, economista-chefe para a Grande China no Australia & New Zealand Banking Group. Embora os dados de um único mês não sejam suficientes para confirmar um reequilíbrio sólido em direção ao consumo, "liberar as economias das famílias é certamente a única saída daqui para frente", afirmou. Indicadores-chave mostram estabilização em outubro As vendas no varejo saltaram 4,8% em relação ao ano anterior, superando a projeção de crescimento de 3,8% e registrando a taxa mais forte desde fevereiro. A produção industrial aumentou 5,3%, em comparação com um crescimento de 5,4% no mês anterior, mas abaixo da previsão dos economistas de um aumento de 5,6%. O investimento em ativos fixos expandiu 3,4% nos primeiros 10 meses, inalterado em relação ao período de janeiro a setembro. O investimento em propriedades caiu 10,3% no período. A taxa de desemprego urbano caiu para 5%, em comparação com 5,1% em setembro. Os indicadores divulgados na sexta-feira capturaram os efeitos imediatos das medidas de estímulo mais ousadas da China desde a pandemia, destinadas a garantir que o país atinja sua meta de crescimento anual. Os indicadores capturaram os efeitos imediatos das medidas de estímulo mais ousadas da China desde a pandemia, destinadas a garantir que o país atinja sua meta de crescimento anual. Bloomberg A questão agora é até que ponto Pequim está disposta a ir para impulsionar a demanda interna e enfrentar a deflação. Câmbio: Com Trump na Casa Branca, dólar caminha rumo à paridade com o euro? Entenda “Devemos estar cientes de que o ambiente externo está cada vez mais complicado e severo, a demanda efetiva ainda é fraca internamente, e a base para uma recuperação econômica contínua precisa ser fortalecida”, apontou o Escritório Nacional de Estatísticas (NBS, na sigla em inglês) em um comunicado. A desaceleração da expansão econômica no último trimestre, para o nível mais fraco desde o início de 2023, levou os formuladores de políticas a implementar cortes significativos nas taxas de juros e medidas de apoio aos mercados imobiliário e de ações. O dilema de grandes empresas na China: Comprar ou não comprar de Xinjiang? As autoridades também lançaram um programa de troca de dívida de US$ 1,4 trilhão para conter os riscos de endividamento enfrentados pelas autoridades locais e abrir espaço fiscal para promover o crescimento. Os dados divulgados anteriormente para outubro mostraram um panorama misto do estado da segunda maior economia do mundo. O sentimento entre fabricantes e prestadores de serviços melhorou, e o crescimento das exportações atingiu o maior nível em dois anos. No entanto, a inflação permaneceu próxima de zero, e a expansão do crédito desacelerou mais do que o esperado, refletindo uma demanda doméstica fraca. Na China: Economia prateada' prospera; empresa cria até 'smartwatch para idosos O ministro das Finanças, Lan Fo’an, prometeu uma política fiscal “mais contundente” no próximo ano, sinalizando um aumento no déficit orçamentário, expansão na emissão de títulos especiais locais e maior flexibilidade no uso dos recursos arrecadados. Ele também sugeriu maior apoio ao programa de troca de carros antigos por novos (cash-for-clunkers). A queda nos preços de novas habitações desacelerou para o menor ritmo desde março, enquanto a redução no custo de imóveis usados foi a menor em mais de um ano, segundo dados do NBS. A queda nas vendas de propriedades também diminuiu. A infraestrutura provavelmente continuará sendo um foco de apoio governamental no próximo ano, dado que o setor manufatureiro está enfrentando excesso de capacidade e um grande volume de estoques precisa ser reduzido no mercado imobiliário, disse Rong, do BNP. Marcelo Ninio: China de olho no Mercosul O programa de troca de veículos antigos por novos deve ser estendido, e mais subsídios podem ser concedidos aos mais pobres, ela acrescentou. A flexibilização das restrições de compra em cidades de primeira linha foi o principal motivo por trás dos números melhores, disse Michelle Lam, economista para a Grande China no Societe Generale SA. "Resta saber quão sustentável será a melhora nas vendas e se essa melhora pode se expandir para outras cidades de primeira linha", afirmou. "O apoio governamental para a redução de estoques é necessário para que isso aconteça." Pequim também buscou estimular o consumo subsidiando compras de equipamentos, eletrodomésticos e carros em um programa anunciado no início deste ano e intensificado nos últimos meses. As vendas de eletrodomésticos aumentaram 39% em comparação com o mesmo período do ano passado, registrando o crescimento mais rápido desde 2010, excluindo os números de janeiro e fevereiro, que são combinados devido a distorções causadas pelos feriados do Ano Novo Lunar. Initial plugin text
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