Eleições EUA: que grupos vão decidir a votação em cada um dos estados-pêndulo?
Pensilvânia, Carolina do Norte, Geórgia, Michigan, Wisconsin, Arizona e Nevada têm somados 93 delegados no Colégio Eleitoral Na mais acirrada das eleições americanas, eleitores, analistas políticos, líderes mundiais, além, claro, dos candidatos Donald Trump e Kamala Harris e seus estrategistas de campanha, estarão de olhos abertos em cada passo da apuração. Mas as atenções à disputa são redobradas nos sete estados-pêndulo. Eleições americanas: Acompanhe a cobertura completa da disputa entre Trump x Kamala Apuração da eleição nos Estados Unidos: veja contagem nos 7 estados que devem definir presidente Os chamados swing states — Pensilvânia, Carolina do Norte, Geórgia, Michigan, Wisconsin, Arizona e Nevada — têm somados 93 delegados no Colégio Eleitoral. Com Kamala e Trump tecnicamente empatados nas pesquisas, tudo indica que as campanhas terão que conquistar ao menos parcialmente para atingir o número de 270 delegados que garante a vitória na corrida pela Casa Branca. Cada um deles, porém, impõe um desafio aos partidos Democrata e Republicano. Mapa da eleição dos EUA: veja a situação da disputa nos estados-pêndulo Arte/O GLOBO Pensilvânia A Pensilvânia é considerada a joia da coroa na reta final da campanha. O estado tem o maior número de delegados entre os estados-pêndulo (19), e faz a ponte entre a progressista Costa Leste, de Nova York e Washington, e o Meio-Oeste, com seu outro extremo mais parecido com o vizinho e mais conservador Ohio. Pensilvânia: Na batalha mais decisiva das eleições americanas, democratas e republicanos vão confiantes às urnas Desde 1992, quem venceu por lá também chegou na frente nos outros dois estados da região que formam a Muralha Azul, o Michigan e o Wisconsin. Para especialistas, a peculiaridade da Pensilvânia é que o estado concentra "três em um": um terço é o voto progressista de Pittsburgh e da Filadélfia, enquanto as zonas rurais são mais conservadoras. A decisão se dá nos subúrbios, que, com a exceção de 2016, têm ficado cada vez mais azuis. Carolina do Norte Os votos do subúrbio também são decisivos na Carolina do Norte, com seus 16 delegados no Colégio Eleitoral. É nesta região onde se concentram tanto os 2% ainda indecisos quanto as mulheres, que garantiram à ex-governadora da vizinha Carolina do Sul, Nikki Haley, 23% dos votos republicanos nas primárias da oposição. Pesa na conta também a posição da população negra, pouco mais de 20% dos eleitores. Foram eles, principalmente os moradores da zona rural, que deram vitória no estado a Barack Obama em 2008. O furacão Helen é outro fator. No voto antecipado, segundo os democratas, eleitores independentes optaram por Kamala após acusações falsas de Trump e de sua nora, Lara, chefe do partido e natural do estado, sobre o descaso do governo federal com a tragédia que deixou 96 pessoas mortas no estado. Apuração da eleição nos Estados Unidos: veja contagem nos 7 estados que devem definir presidente Geórgia Na área metropolitana da Geórgia — decisivo na corrida pela Casa Branca com seus 16 votos no Colégio Eleitoral —, o domínio é democrata. Kamala, inclusive, quebrou o recorde de público no estado com 20 mil presentes no showmício com ex-presidente Barack Obama e o cantor Bruce Springsteen. Mas a campanha de Trump tem apostado na região, com atuação concentrada nos povoados rurais, com eleitorado de perfil conservador. Os argumentos republicados são o aumento do custo de vida e o da imigração irregular na região, apesar de distante da fronteira com o México. Já os democratas martelam a defesa do direito ao aborto, proibido pelo Legislativo local logo após a decisão da Suprema Corte que derrubou o direito federal. A Constituição estadual não permite referendos sobre temas decididos por maioria na Assembleia, mas pesquisas mostram que 60% dos eleitores desejam o restabelecimento do direito federal ao aborto. A campanha de Kamala também defende que a aliança entre negros, latinos, progressistas e republicanos anti-Trump manterá a Geórgia democrata. Entenda o que é o Colégio Eleitoral, sistema adotado na eleição para presidente dos EUA Michigan e Wisconsin Separados pelo Lago Michigan, Michigan e Wisconsin somam 25 votos no Colégio Eleitoral. Com composições demográficas similares, votam, desde 1992, no mesmo nome à Presidência. Nestas eleições, os votos dos árabe-americanos em Michigan são centrais: sustentados pela musculosa imigração de palestinos, sírios, iraquianos e iemenitas nos últimos 20 anos, os árabe-americanos de Michigan elegeram no pré-2020 um prefeito, uma dúzia de vereadores, deputados estaduais e uma deputada federal. Eles celebraram com Biden a derrota de Trump, mas o popular prefeito de Dearborn, Abdullah Hammoud, de origem libanesa e família xiita, não anunciou seu apoio a Kamala, contrariado com o apoio da Casa Branca a Israel desde o ataque do Hamas. Já em Wisconsin, a decisão deve vir dos votos nos chamados “subúrbios W” de Milwaukee, onde ficam as cidades-satélite de Waukesha, Whitewater
Pensilvânia, Carolina do Norte, Geórgia, Michigan, Wisconsin, Arizona e Nevada têm somados 93 delegados no Colégio Eleitoral Na mais acirrada das eleições americanas, eleitores, analistas políticos, líderes mundiais, além, claro, dos candidatos Donald Trump e Kamala Harris e seus estrategistas de campanha, estarão de olhos abertos em cada passo da apuração. Mas as atenções à disputa são redobradas nos sete estados-pêndulo. Eleições americanas: Acompanhe a cobertura completa da disputa entre Trump x Kamala Apuração da eleição nos Estados Unidos: veja contagem nos 7 estados que devem definir presidente Os chamados swing states — Pensilvânia, Carolina do Norte, Geórgia, Michigan, Wisconsin, Arizona e Nevada — têm somados 93 delegados no Colégio Eleitoral. Com Kamala e Trump tecnicamente empatados nas pesquisas, tudo indica que as campanhas terão que conquistar ao menos parcialmente para atingir o número de 270 delegados que garante a vitória na corrida pela Casa Branca. Cada um deles, porém, impõe um desafio aos partidos Democrata e Republicano. Mapa da eleição dos EUA: veja a situação da disputa nos estados-pêndulo Arte/O GLOBO Pensilvânia A Pensilvânia é considerada a joia da coroa na reta final da campanha. O estado tem o maior número de delegados entre os estados-pêndulo (19), e faz a ponte entre a progressista Costa Leste, de Nova York e Washington, e o Meio-Oeste, com seu outro extremo mais parecido com o vizinho e mais conservador Ohio. Pensilvânia: Na batalha mais decisiva das eleições americanas, democratas e republicanos vão confiantes às urnas Desde 1992, quem venceu por lá também chegou na frente nos outros dois estados da região que formam a Muralha Azul, o Michigan e o Wisconsin. Para especialistas, a peculiaridade da Pensilvânia é que o estado concentra "três em um": um terço é o voto progressista de Pittsburgh e da Filadélfia, enquanto as zonas rurais são mais conservadoras. A decisão se dá nos subúrbios, que, com a exceção de 2016, têm ficado cada vez mais azuis. Carolina do Norte Os votos do subúrbio também são decisivos na Carolina do Norte, com seus 16 delegados no Colégio Eleitoral. É nesta região onde se concentram tanto os 2% ainda indecisos quanto as mulheres, que garantiram à ex-governadora da vizinha Carolina do Sul, Nikki Haley, 23% dos votos republicanos nas primárias da oposição. Pesa na conta também a posição da população negra, pouco mais de 20% dos eleitores. Foram eles, principalmente os moradores da zona rural, que deram vitória no estado a Barack Obama em 2008. O furacão Helen é outro fator. No voto antecipado, segundo os democratas, eleitores independentes optaram por Kamala após acusações falsas de Trump e de sua nora, Lara, chefe do partido e natural do estado, sobre o descaso do governo federal com a tragédia que deixou 96 pessoas mortas no estado. Apuração da eleição nos Estados Unidos: veja contagem nos 7 estados que devem definir presidente Geórgia Na área metropolitana da Geórgia — decisivo na corrida pela Casa Branca com seus 16 votos no Colégio Eleitoral —, o domínio é democrata. Kamala, inclusive, quebrou o recorde de público no estado com 20 mil presentes no showmício com ex-presidente Barack Obama e o cantor Bruce Springsteen. Mas a campanha de Trump tem apostado na região, com atuação concentrada nos povoados rurais, com eleitorado de perfil conservador. Os argumentos republicados são o aumento do custo de vida e o da imigração irregular na região, apesar de distante da fronteira com o México. Já os democratas martelam a defesa do direito ao aborto, proibido pelo Legislativo local logo após a decisão da Suprema Corte que derrubou o direito federal. A Constituição estadual não permite referendos sobre temas decididos por maioria na Assembleia, mas pesquisas mostram que 60% dos eleitores desejam o restabelecimento do direito federal ao aborto. A campanha de Kamala também defende que a aliança entre negros, latinos, progressistas e republicanos anti-Trump manterá a Geórgia democrata. Entenda o que é o Colégio Eleitoral, sistema adotado na eleição para presidente dos EUA Michigan e Wisconsin Separados pelo Lago Michigan, Michigan e Wisconsin somam 25 votos no Colégio Eleitoral. Com composições demográficas similares, votam, desde 1992, no mesmo nome à Presidência. Nestas eleições, os votos dos árabe-americanos em Michigan são centrais: sustentados pela musculosa imigração de palestinos, sírios, iraquianos e iemenitas nos últimos 20 anos, os árabe-americanos de Michigan elegeram no pré-2020 um prefeito, uma dúzia de vereadores, deputados estaduais e uma deputada federal. Eles celebraram com Biden a derrota de Trump, mas o popular prefeito de Dearborn, Abdullah Hammoud, de origem libanesa e família xiita, não anunciou seu apoio a Kamala, contrariado com o apoio da Casa Branca a Israel desde o ataque do Hamas. Já em Wisconsin, a decisão deve vir dos votos nos chamados “subúrbios W” de Milwaukee, onde ficam as cidades-satélite de Waukesha, Whitewater e Watertown. Seus eleitores cravaram Trump em 2016 e votaram em Biden quatro anos depois. Arizona Com seus 11 desejados votos no Colégio Eleitoral, o Arizona resume a disputa nacional entre Trump e Kamala: para os eleitores, os temas centrais para a decisão de seu voto são a economia, com inflação alta na primeira metade do governo Biden; a crise migratória, com a entrada recorde de imigrantes irregulares pela fronteira do estado com o México até o ano passado; e a decisão, pelo voto, de incluir ou não na Constituição estadual a garantia ao aborto, retirada no âmbito federal pela Suprema Corte. Se os dois primeiros temas energizaram a militância republicana local, o último impulsionou os democratas, especialmente nos subúrbios de Mesa, Chandler e Glendale. Nevada Em uma subversão da célebre — e malandra — frase, o New York Times resumiu o raciocínio de democratas e republicanos assim: “O que acontece em Vegas pode decidir o pleito de 2024”. Isso porque, com apenas seis votos no Colégio Eleitoral, Nevada pode decidir quem comandará o país a partir de janeiro. A disputa presidencial está tão acirrada que, se o republicano vencer na Pensilvânia e a democrata na Carolina do Norte — algo plausível pela média das pesquisas —, os votos de Nevada podem ser o fiel da balança. Mais especificamente, por seu histórico eleitoral, os votos dos 25% de eleitores latinos do estado, concentrados em Las Vegas.
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