DNA em cigarro descartado ajuda a desvendar mistério e leva a prisão por homicídio cometido em 1981, nos EUA

Detetive em Indiana ajudou a resolver um caso arquivado mais de 40 anos depois de seu pai começar a trabalhar na investigação original A prefeita democrata de Boston, Michelle Wu, afirmou em entrevista que a cidade não vai colaborar com o plano de deportação em massa tocado pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que tem tomado medidas para implementar deportações de migrantes do país em grande escala. Consequências: Deportação em massa de imigrantes nos EUA pode favorecer cartéis e afetar economia do México 'Czar das fronteiras': Trump anuncia oficial que será responsável por deportação de imigrantes ilegais Sangue encontrado na cena do crime e um cigarro descartado pela janela de um veículo durante uma abordagem de trânsito em 2023, em Illinois, levaram à prisão de Gregory Thurson, de 64 anos. Residente em Eugene, no Oregon, Thurson é acusado do assassinato de John Blaylock, morto aos 51 anos em seu apartamento na cidade de Griffith, em Indiana, no ano de 1981. A morte brutal de um operário metalúrgico no noroeste de Indiana permaneceu sem solução por tanto tempo que o filho do detetive original do caso resolveu retomar as investigações em 2018 — e conseguiu resolver. Isso encerrou uma caso iniciado em 3 de novembro de 1981. Na quarta-feira, Thurson, que foi preso no Oregon em outubro e extraditado, deve comparecer ao tribunal do condado de Lake, Indiana. O advogado de Thurson, do escritório do defensor público do condado, não pôde ser contatado na terça-feira para comentar. Ainda não está claro qual foi o motivo do assassinato e qual a relação entre Blaylock e Thurson. — Não consigo expressar o quanto admiro o trabalho árduo dele e como é gratificante para mim que ele tenha conseguido continuar de onde parei 43 anos depois e juntar todas as peças — disse o detetive aposentado John Mowery, do Departamento de Polícia de Griffith, sobre seu filho, o detetive John Mowery Jr. DNA em cigarro descartado ajuda a desvendar mistério e leva a prisão por homicídio cometido em 1981, nos EUA The New York Times O crime Em 3 de novembro de 1981, dois colegas preocupados foram até o prédio de Blaylock em uma tarde de terça-feira, depois que ele não apareceu para os turnos de segunda e terça de manhã. O jornal de domingo ainda estava na porta do apartamento, que estava trancada. Eles esperaram enquanto dois funcionários do prédio usavam uma chave-mestra para entrar. Os funcionários encontraram Blaylock, pai de três filhos, deitado de bruços no chão do quarto em uma poça de sangue, segundo um depoimento preparado por Mowery Jr. Blaylock vestia uma camiseta branca e estava nu da cintura para baixo. Um detetive chegou logo depois e encontrou cabelo e tecido corporal incrustados nos cacos de uma peça de cerâmica, segundo a polícia. Um relógio digital quebrado, que marcava 2h19, foi encontrado aos pés de Blaylock. Ele usava um relógio de pulso que parou às 2h15 e 43 segundos. A data mostrava domingo, 1º de novembro de 1981. As autoridades classificaram o caso como homicídio e disseram que a morte foi causada por uma fratura no crânio devido a trauma por objeto contundente. Mowery foi um dos detetives designados para trabalhar no caso. Eles rapidamente descobriram que Blaylock era frequentador de um bar próximo e que foi visto lá pela última vez nas primeiras horas de domingo, 1º de novembro. Uma funcionária do bar disse à polícia que viu Blaylock com um homem mais jovem que ela não reconhecia. — Fizemos muitas entrevistas — lembrou Mowery na terça-feira: — Seguimos muitas pistas. Dedicamos muito tempo e esforço a esse caso, mas não conseguimos identificar o suspeito com base nas evidências. Ele se aposentou em 1994, após 25 anos de serviço, mas frequentemente pensava no caso não resolvido. Seu filho entrou para o departamento em 1998. Nos últimos anos, o Departamento de Polícia de Griffith decidiu revisitar casos de homicídios sem solução. Mowery Jr. reabriu o arquivo do caso Blaylock em 2018 e reentrevistou os detetives que trabalharam no caso nos anos 1980 — incluindo seu pai. Ele descobriu que os investigadores acreditavam que o suspeito havia se cortado e sangrado durante o ataque. — Em 1981, havia limitações sobre o que as evidências de sangue podiam mostrar. DNA não fazia parte do trabalho policial na época, nem o CODIS — disse Mowery Jr., referindo-se ao Sistema de Índice Combinado de DNA, um banco de dados do FBI com perfis de DNA: — Conversamos sobre isso e sobre as poucas pessoas entrevistadas na época que poderiam ter sido as últimas a ver Blaylock vivo, bem como os lugares que ele frequentava antes do crime. Ao analisar as fotos das evidências, Mowery Jr. concluiu que o sangue encontrado no banheiro provavelmente não pertencia a Blaylock, já que ele dificilmente teria conseguido chegar até lá após o ataque. Mowery Jr. enviou uma amostra do sangue à Polícia Estadual de Indiana, que desenvolveu um perfil de DNA em 2018. Mas não houve correspondências no CODIS. Em 2022, ele enviou o perfil para

Nov 20, 2024 - 11:03
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DNA em cigarro descartado ajuda a desvendar mistério e leva a prisão por homicídio cometido em 1981, nos EUA

Detetive em Indiana ajudou a resolver um caso arquivado mais de 40 anos depois de seu pai começar a trabalhar na investigação original A prefeita democrata de Boston, Michelle Wu, afirmou em entrevista que a cidade não vai colaborar com o plano de deportação em massa tocado pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que tem tomado medidas para implementar deportações de migrantes do país em grande escala. Consequências: Deportação em massa de imigrantes nos EUA pode favorecer cartéis e afetar economia do México 'Czar das fronteiras': Trump anuncia oficial que será responsável por deportação de imigrantes ilegais Sangue encontrado na cena do crime e um cigarro descartado pela janela de um veículo durante uma abordagem de trânsito em 2023, em Illinois, levaram à prisão de Gregory Thurson, de 64 anos. Residente em Eugene, no Oregon, Thurson é acusado do assassinato de John Blaylock, morto aos 51 anos em seu apartamento na cidade de Griffith, em Indiana, no ano de 1981. A morte brutal de um operário metalúrgico no noroeste de Indiana permaneceu sem solução por tanto tempo que o filho do detetive original do caso resolveu retomar as investigações em 2018 — e conseguiu resolver. Isso encerrou uma caso iniciado em 3 de novembro de 1981. Na quarta-feira, Thurson, que foi preso no Oregon em outubro e extraditado, deve comparecer ao tribunal do condado de Lake, Indiana. O advogado de Thurson, do escritório do defensor público do condado, não pôde ser contatado na terça-feira para comentar. Ainda não está claro qual foi o motivo do assassinato e qual a relação entre Blaylock e Thurson. — Não consigo expressar o quanto admiro o trabalho árduo dele e como é gratificante para mim que ele tenha conseguido continuar de onde parei 43 anos depois e juntar todas as peças — disse o detetive aposentado John Mowery, do Departamento de Polícia de Griffith, sobre seu filho, o detetive John Mowery Jr. DNA em cigarro descartado ajuda a desvendar mistério e leva a prisão por homicídio cometido em 1981, nos EUA The New York Times O crime Em 3 de novembro de 1981, dois colegas preocupados foram até o prédio de Blaylock em uma tarde de terça-feira, depois que ele não apareceu para os turnos de segunda e terça de manhã. O jornal de domingo ainda estava na porta do apartamento, que estava trancada. Eles esperaram enquanto dois funcionários do prédio usavam uma chave-mestra para entrar. Os funcionários encontraram Blaylock, pai de três filhos, deitado de bruços no chão do quarto em uma poça de sangue, segundo um depoimento preparado por Mowery Jr. Blaylock vestia uma camiseta branca e estava nu da cintura para baixo. Um detetive chegou logo depois e encontrou cabelo e tecido corporal incrustados nos cacos de uma peça de cerâmica, segundo a polícia. Um relógio digital quebrado, que marcava 2h19, foi encontrado aos pés de Blaylock. Ele usava um relógio de pulso que parou às 2h15 e 43 segundos. A data mostrava domingo, 1º de novembro de 1981. As autoridades classificaram o caso como homicídio e disseram que a morte foi causada por uma fratura no crânio devido a trauma por objeto contundente. Mowery foi um dos detetives designados para trabalhar no caso. Eles rapidamente descobriram que Blaylock era frequentador de um bar próximo e que foi visto lá pela última vez nas primeiras horas de domingo, 1º de novembro. Uma funcionária do bar disse à polícia que viu Blaylock com um homem mais jovem que ela não reconhecia. — Fizemos muitas entrevistas — lembrou Mowery na terça-feira: — Seguimos muitas pistas. Dedicamos muito tempo e esforço a esse caso, mas não conseguimos identificar o suspeito com base nas evidências. Ele se aposentou em 1994, após 25 anos de serviço, mas frequentemente pensava no caso não resolvido. Seu filho entrou para o departamento em 1998. Nos últimos anos, o Departamento de Polícia de Griffith decidiu revisitar casos de homicídios sem solução. Mowery Jr. reabriu o arquivo do caso Blaylock em 2018 e reentrevistou os detetives que trabalharam no caso nos anos 1980 — incluindo seu pai. Ele descobriu que os investigadores acreditavam que o suspeito havia se cortado e sangrado durante o ataque. — Em 1981, havia limitações sobre o que as evidências de sangue podiam mostrar. DNA não fazia parte do trabalho policial na época, nem o CODIS — disse Mowery Jr., referindo-se ao Sistema de Índice Combinado de DNA, um banco de dados do FBI com perfis de DNA: — Conversamos sobre isso e sobre as poucas pessoas entrevistadas na época que poderiam ter sido as últimas a ver Blaylock vivo, bem como os lugares que ele frequentava antes do crime. Ao analisar as fotos das evidências, Mowery Jr. concluiu que o sangue encontrado no banheiro provavelmente não pertencia a Blaylock, já que ele dificilmente teria conseguido chegar até lá após o ataque. Mowery Jr. enviou uma amostra do sangue à Polícia Estadual de Indiana, que desenvolveu um perfil de DNA em 2018. Mas não houve correspondências no CODIS. Em 2022, ele enviou o perfil para a Parabon NanoLabs, uma empresa da Virgínia especializada em genética forense. Essa técnica de genealogia genética foi usada para resolver dezenas de outros crimes, incluindo os assassinatos ligados ao "Golden State Killer". Investigadores nos EUA estão usando-a para revisar centenas de crimes não resolvidos. A análise avançada da Parabon no outono de 2022 deu ao caso de Griffith sua primeira grande pista em 41 anos, restringindo os suspeitos a três homens da família Thurson. Todos moravam na área de Griffith na época do crime, segundo o depoimento. Um dos homens morreu logo depois, mas não antes de Mowery Jr. conseguir uma amostra de cabelo e descartá-lo como suspeito. Restaram Gregory Thurson e seu irmão. Quando a polícia de Burnham, Illinois, abordou o irmão de Thurson em maio de 2023, ele jogou um cigarro pela janela do carro, que foi coletado por um oficial e enviado ao laboratório estadual de Indiana. Isso descartou o irmão como suspeito. O laboratório concluiu que era altamente provável — ou 520 mil vezes mais provável — que o DNA do sangue no banheiro pertencesse a Gregory Thurson. Após sua prisão em Eugene, Oregon, ele foi levado a Indiana para enfrentar as acusações. Uma mensagem deixada para um filho de Blaylock na terça-feira não foi retornada de imediato.

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