Desmatamento na Amazônia registra menor patamar desde 2014; Cerrado também tem queda

Queda no desmatamento no Cerrado vem após cinco anos de sucessivos aumentos Neste ano, os números de desmatamento na Amazônia registraram o menor patamar desde 2014. Foram devastados 6.288 km² de vegetação nativa no bioma entre agosto de 2023 e julho de 2024, segundo o sistema Prodes, do Inpe. Os dados foram divulgados pelo governo federal nesta quarta-feira. Em comparação ao ano passado, houve 30,6% de redução no desmatamento na Amazônia. Em 2023, o desmatamento na Amazônia foi de 9.001 km², número que já foi 22,3% menor em comparação a 2022. — Se existe um tema tenso dentro e fora do país é desmatamento. Mas estamos colhendo os frutos da ação integrada com políticas estaduais e o setor privado — declarou a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, durante a cerimônia de divulgação. Na Amazônia, o Prodes registrou sua marca mais alta em 2004, quando 27,7 mil km² foram desmatados. Da outra ponta, o melhor resultado já alcançado foi de apenas 4,5 mil km² desmatados, em 2012. O desmate na Amazônia Legal vinha crescendo desde 2015 e chegou a 13 mil km², em 2021. O índice só voltou a cair no último ano do governo de Jair Bolsonaro, em 2022, com a marca de 11.594 km². Na contramão, o desmatamento no Cerrado cresceu em 2023. Cerrado O governo também lançou o pacto para a prevenção e controle do desmatamento e de incêndios no Cerrado na região conhecida como Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), que de 2019 a 2022 concentrou 70% do desmatamento monitorado. O pacto, assinado entre o governo federal e os quatro estados, busca fortalecer a aplicação de sanções ao desmatamento ilegal em imóveis rurais da região, além de aprimorar as regras de transparência e compartilhamento de informações. Assim como a Amazônia, o Cerrado teve queda na devastação entre 2023 e 2024: uma área de 8.174 km² foi desmatada, redução de 25,7% em relação ao ciclo anterior. A queda vem após cinco anos de sucessivos aumentos. — Apesar da queda em ambos os biomas, é importante frisar que as taxas de destruição estão altas e precisamos de uma política de desmatamento zero ainda este ano, já que ainda temos pontos que concentram um aumento das taxas em relação ao bioma como um todo — aponta Lucas Ferrante, pesquisador da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). No Cerrado, de 2022 a 2023, foram desmatados 11.002 km², um aumento de 3% na perda de vegetação em relação aos dados do período anterior. Os dados consolidados do Prodes são divulgados anualmente, em novembro. O projeto sempre considera o período de agosto a julho.

Nov 6, 2024 - 22:42
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Desmatamento na Amazônia registra menor patamar desde 2014; Cerrado também tem queda

Queda no desmatamento no Cerrado vem após cinco anos de sucessivos aumentos Neste ano, os números de desmatamento na Amazônia registraram o menor patamar desde 2014. Foram devastados 6.288 km² de vegetação nativa no bioma entre agosto de 2023 e julho de 2024, segundo o sistema Prodes, do Inpe. Os dados foram divulgados pelo governo federal nesta quarta-feira. Em comparação ao ano passado, houve 30,6% de redução no desmatamento na Amazônia. Em 2023, o desmatamento na Amazônia foi de 9.001 km², número que já foi 22,3% menor em comparação a 2022. — Se existe um tema tenso dentro e fora do país é desmatamento. Mas estamos colhendo os frutos da ação integrada com políticas estaduais e o setor privado — declarou a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, durante a cerimônia de divulgação. Na Amazônia, o Prodes registrou sua marca mais alta em 2004, quando 27,7 mil km² foram desmatados. Da outra ponta, o melhor resultado já alcançado foi de apenas 4,5 mil km² desmatados, em 2012. O desmate na Amazônia Legal vinha crescendo desde 2015 e chegou a 13 mil km², em 2021. O índice só voltou a cair no último ano do governo de Jair Bolsonaro, em 2022, com a marca de 11.594 km². Na contramão, o desmatamento no Cerrado cresceu em 2023. Cerrado O governo também lançou o pacto para a prevenção e controle do desmatamento e de incêndios no Cerrado na região conhecida como Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), que de 2019 a 2022 concentrou 70% do desmatamento monitorado. O pacto, assinado entre o governo federal e os quatro estados, busca fortalecer a aplicação de sanções ao desmatamento ilegal em imóveis rurais da região, além de aprimorar as regras de transparência e compartilhamento de informações. Assim como a Amazônia, o Cerrado teve queda na devastação entre 2023 e 2024: uma área de 8.174 km² foi desmatada, redução de 25,7% em relação ao ciclo anterior. A queda vem após cinco anos de sucessivos aumentos. — Apesar da queda em ambos os biomas, é importante frisar que as taxas de destruição estão altas e precisamos de uma política de desmatamento zero ainda este ano, já que ainda temos pontos que concentram um aumento das taxas em relação ao bioma como um todo — aponta Lucas Ferrante, pesquisador da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). No Cerrado, de 2022 a 2023, foram desmatados 11.002 km², um aumento de 3% na perda de vegetação em relação aos dados do período anterior. Os dados consolidados do Prodes são divulgados anualmente, em novembro. O projeto sempre considera o período de agosto a julho.

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