Declaração final do G20 Social defende taxação dos super-ricos e condena desinformação da extrema direita
Presidente Lula receberá documento de representantes da sociedade civil neste sábado, no Rio. Declaração também cobra adesão de países à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza A declaração final do G20 Social, lida por representantes da sociedade civil neste sábado, no Rio, defendeu a "taxação progressiva dos super-ricos", frisou que a democracia "está em risco quando forças da extrema direita promovem desinformação" e cobrou uma reforma do Conselho de Segurança da ONU, com maior participação de países do Sul Global. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) receberá o documento ainda neste sábado. Entenda: Aliança contra a fome, taxação de super-ricos e bioeconomia; saiba quais são os temas que discutirão os líderes do G20 Antes do G20: Brasil teme que Milei vire dor de cabeça na cúpula do G20 e, depois de encontro com Trump, faça acenos a Bolsonaro Após a leitura, a carta foi aprovada por aclamação pelo público que acompanhava a cerimônia no Armazém 3, na Praça Mauá, composto por representantes de movimentos sociais. O documento foi lido pela secretária nacional de Mulheres da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores Agrícolas), Mazé Morais, que representou a sociedade civil brasileira na cerimônia. O documento, ao qual o GLOBO teve acesso na íntegra, cita diretamente a reforma do conselho de segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), para que ele reflita a “geopolítica contemporânea” e aspirações dos países do chamado “sul global”. O pleito para a reforma dos organismos multilaterais e a taxação dos super-ricos faz parte da agenda prioritária do Brasil e consta das negociações da Cúpula do G20. O consenso sobre a necessidade de se tributar bilionários, no entanto, está sob risco desde que a Argentina recuou de sua posição anterior, de apoio ao tema. Há expectativa de que a defesa da taxação dos super-ricos também conste na declaração final da cúpula do G20, apesar da resistência de última hora da Argentina, sob a presidência de Javier Milei. Na contramão de Trump: Lula e Biden anunciarão parceria sobre energias limpas à revelia de republicano O documento defendeu uma "reforma da governança global que assegure o fim dos conflitos armados" e também o "combate à fome, à pobreza e à desigualdade", com a "imperiosa adesão de todos os países do G20 à iniciativa da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza". "Para garantir esses objetivos, defendemos a inadiável reforma do atual modelo de governança global. Enfatizamos a necessidade inadiável de reforma das instituições internacionais para que reflitam a realidade geopolítica contemporânea, com promoção do multilateralismo e de participação de países do Sul Global. Em especial a reforma do Conselho de Segurança da ONU é imprescindível", diz um trecho do documento. Entrevista: 'Consenso no G20 criaria tabuleiro diferente para futuro com Trump', diz Tatiana Rosito, coordenadora da trilha de finanças Ao mencionar que a reforma do Conselho de Segurança deve "abraçar a premissa de promoção da democracia", a declaração final do G20 Social também criticou ataques à democracia e os atribuiu à extrema direita. "A democracia está em risco quando forças da extrema direita promovem desinformação, discursos totalitários contra os direitos humanos, promovendo xenofobia, racismo", diz o texto. Redução do desmatamento A declaração final do G20 Social também cobrou dos líderes mundiais o compromisso com a redução do desmatamento e da emissão de gases causadores do efeito estufa. A declaração fala ainda sobre a criação do “Fundo Floresta Tropical para Sempre”, alimentado com recursos internacionais e que garantiria a preservação das florestas e auxílio às populações que nela vivem. Pior desempenho: Brasil fica atrás de países do G20 no cumprimento de metas do desenvolvimento sustentável O documento afirma que deve ser “prioridade máxima” a de adesão de todos os países do G20 e outros Estados à “Aliança Global contra a Fome e a Pobreza”. "Em alinhamento com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU, essa aliança deve promover a cooperação e a intercooperação entre países e organismos internacionais, estabelecendo um fundo específico para financiar políticas públicas e programas de combate à fome, de forma a garantir o acesso universal à alimentação adequada", diz o documento. Também há a defesa de iniciativas que favoreçam o "acesso democratizado à terra e à água", e a cooperação entre diferentes países e organismos internacionais para ampliar e melhorar o acesso a alimentos para a população mundial. "Defendemos a soberania alimentar a partir da produção de alimentos saudáveis como pilar para erradicar o flagelo da fome em plano global", diz outro trecho do documento. Iniciativa inédita A realização do G20 Social em paralelo à cúpula dos chefes de Estado do G20 foi uma iniciativa inédita da presidência brasileira do fórum. A declaração final entregue neste sábado foi preparada com participação de atores e organizações que represe
Presidente Lula receberá documento de representantes da sociedade civil neste sábado, no Rio. Declaração também cobra adesão de países à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza A declaração final do G20 Social, lida por representantes da sociedade civil neste sábado, no Rio, defendeu a "taxação progressiva dos super-ricos", frisou que a democracia "está em risco quando forças da extrema direita promovem desinformação" e cobrou uma reforma do Conselho de Segurança da ONU, com maior participação de países do Sul Global. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) receberá o documento ainda neste sábado. Entenda: Aliança contra a fome, taxação de super-ricos e bioeconomia; saiba quais são os temas que discutirão os líderes do G20 Antes do G20: Brasil teme que Milei vire dor de cabeça na cúpula do G20 e, depois de encontro com Trump, faça acenos a Bolsonaro Após a leitura, a carta foi aprovada por aclamação pelo público que acompanhava a cerimônia no Armazém 3, na Praça Mauá, composto por representantes de movimentos sociais. O documento foi lido pela secretária nacional de Mulheres da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores Agrícolas), Mazé Morais, que representou a sociedade civil brasileira na cerimônia. O documento, ao qual o GLOBO teve acesso na íntegra, cita diretamente a reforma do conselho de segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), para que ele reflita a “geopolítica contemporânea” e aspirações dos países do chamado “sul global”. O pleito para a reforma dos organismos multilaterais e a taxação dos super-ricos faz parte da agenda prioritária do Brasil e consta das negociações da Cúpula do G20. O consenso sobre a necessidade de se tributar bilionários, no entanto, está sob risco desde que a Argentina recuou de sua posição anterior, de apoio ao tema. Há expectativa de que a defesa da taxação dos super-ricos também conste na declaração final da cúpula do G20, apesar da resistência de última hora da Argentina, sob a presidência de Javier Milei. Na contramão de Trump: Lula e Biden anunciarão parceria sobre energias limpas à revelia de republicano O documento defendeu uma "reforma da governança global que assegure o fim dos conflitos armados" e também o "combate à fome, à pobreza e à desigualdade", com a "imperiosa adesão de todos os países do G20 à iniciativa da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza". "Para garantir esses objetivos, defendemos a inadiável reforma do atual modelo de governança global. Enfatizamos a necessidade inadiável de reforma das instituições internacionais para que reflitam a realidade geopolítica contemporânea, com promoção do multilateralismo e de participação de países do Sul Global. Em especial a reforma do Conselho de Segurança da ONU é imprescindível", diz um trecho do documento. Entrevista: 'Consenso no G20 criaria tabuleiro diferente para futuro com Trump', diz Tatiana Rosito, coordenadora da trilha de finanças Ao mencionar que a reforma do Conselho de Segurança deve "abraçar a premissa de promoção da democracia", a declaração final do G20 Social também criticou ataques à democracia e os atribuiu à extrema direita. "A democracia está em risco quando forças da extrema direita promovem desinformação, discursos totalitários contra os direitos humanos, promovendo xenofobia, racismo", diz o texto. Redução do desmatamento A declaração final do G20 Social também cobrou dos líderes mundiais o compromisso com a redução do desmatamento e da emissão de gases causadores do efeito estufa. A declaração fala ainda sobre a criação do “Fundo Floresta Tropical para Sempre”, alimentado com recursos internacionais e que garantiria a preservação das florestas e auxílio às populações que nela vivem. Pior desempenho: Brasil fica atrás de países do G20 no cumprimento de metas do desenvolvimento sustentável O documento afirma que deve ser “prioridade máxima” a de adesão de todos os países do G20 e outros Estados à “Aliança Global contra a Fome e a Pobreza”. "Em alinhamento com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU, essa aliança deve promover a cooperação e a intercooperação entre países e organismos internacionais, estabelecendo um fundo específico para financiar políticas públicas e programas de combate à fome, de forma a garantir o acesso universal à alimentação adequada", diz o documento. Também há a defesa de iniciativas que favoreçam o "acesso democratizado à terra e à água", e a cooperação entre diferentes países e organismos internacionais para ampliar e melhorar o acesso a alimentos para a população mundial. "Defendemos a soberania alimentar a partir da produção de alimentos saudáveis como pilar para erradicar o flagelo da fome em plano global", diz outro trecho do documento. Iniciativa inédita A realização do G20 Social em paralelo à cúpula dos chefes de Estado do G20 foi uma iniciativa inédita da presidência brasileira do fórum. A declaração final entregue neste sábado foi preparada com participação de atores e organizações que representam diferentes grupos da sociedade civil brasileira e internacional ao longo dos últimos três dias. Participaram da cerimônia de leitura da declaração final o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, coordenador do G20 Social por parte do governo federal; e também outros ministros do governo Lula, como Sônia Guajajara (Povos Indígenas), Wellington Dias (Desenvolvimento Social), Anielle Franco (Igualdade Racial) e Cida Gonçalves (Mulheres).
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