Debate em Fortaleza tem candidato do PL cobrado por esconder Bolsonaro e petista alvo por segurança pública
André Fernandes, do PL, e Evandro Leitão, do PT, lideram as pesquisas; prefeito Sarto e Capitão Wagner tentam fôlego final para chegar ao segundo turno O debate eleitoral entre os candidatos a prefeito de Fortaleza promovido pela TV Globo nesta quinta-feira, o último antes do primeiro turno, tem os candidatos do PL, deputado federal André Fernandes, e do PT, o presidente da Assembleia do Ceará, Evandro Leitão, como principais alvos. Os dois lideram as últimas pesquisas de intenção de voto. O candidato bolsonarista foi cobrado por adversários pelo fato de não mencionar o ex-presidente Jair Bolsonaro em sua campanha. Também foram citados episódios em que ele cometeu atitudes machistas. Por sua vez, o petista foi cobrado pela crise na segurança pública vivida pelo Ceará. O partido de Evandro é o mesmo do governador Elmano de Freitas. Filiado há menos de um ano ao PT, Evandro foi ainda chamado pelo prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), de "cristão novo do PT", "candidato almofadinha" e "candidato nutella". O candidato do PSOL, Tércio Nunes, declarou que André Fernandes "tenta esconder o Jair Bolsonaro de sua campanha". — É preciso coragem, como ele afirma, mas é preciso coragem para bancar suas contradições. Cadê o Bolsonaro na sua campanha, André? Isso porque ele está orientado por pesquisas e por briefing de marqueteiros que sabem que a maioria da população de Fortaleza rejeita o Jair Bolsonaro. André também foi criticado por Sarto: — Você foi condenado pela Justiça por ofender e ameaçar uma jornalista, a Patrícia Campos Mello (da Folha de São Paulo). Você fez um vídeo dizendo que feminicídio não existe, que é uma forma de preconceito contra o homem. Como se não bastasse, você foi um dos únicos deputados a votar contra a equiparação salarial entre mulheres e homens. Quem respeita mulher, vota no André? Em resposta, o bolsonarista disse que se arrependeu pelo ataque machista à jornalista. — Alguém que estava depondo (na CPMI das Fake News em 2020), sob pena de crime inclusive ao mentir, disse que a jornalista estava dando em cima dele e eu repeti o que ele falou, de forma errada, e pedi desculpa. Ao responder o prefeito, o deputado federal do PL também ironizou o fato de Sarto não ter o apoio da antiga cachorra de estimação dele, a Marrion, que foi um dos símbolos da campanha do pedetista em 2020. O mascote é usado pela campanha de Evandro Leitão. Sarto perdeu a guarda dela após se divorciar. A ex-mulher do prefeito, Natália Herculano, agora apoia o candidato do PT e também emprestou o apoio do animal de estimação. — O povo de Fortaleza percebe. É culpa do Sarto. Aliás, candidato, eu fico surpreso que tem um caso histórico e vai ficar marcado no Brasil, você é o único candidato que não tem o apoio sequer da sua cachorrinha — disse André. Capitão Wagner, do União Brasil, criticou tanto os concorrentes do PL, quanto do PT. Ao falar de Evandro, o ex-deputado federal reclamou do petista por articular contra uma CPI para investigar o narcotráfico na Assembleia do Ceará. Também disse que seria ruim para a democracia o PT acumular a Presidência, o governo do Ceará e a prefeitura de Fortaleza. — Fique atento, eleitor, porque essa hegemonia dos pés a cabeça, governo federal, governo do estado e a prefeitura nas mãos de um único partido é extremamente perigosa inclusive para democracia, para os empresários e para imprensa. A gente sabe como eles agem. Wagner também usou a segurança pública para criticar André Fernandes e disse que a proposta dele de repressão nas áreas de influência do crime organizado não seria a solução. — Quando se propõe invadir uma comunidade com caveirão atirando, é a sua vida que está em risco, especialmente porque você está com a facção ao lado de sua casa. É importante você refletir quem de fato conhece segurança pública para administrar a cidade. Se os adversários de André Fernandes querem vinculá-lo a Bolsonaro, os rivais de Evandro procuram desvinculá-lo de Lula. —Leitão não é Lula, Lula está lá em Brasília. Vejam o que aconteceu há dois anos quando o Ceará elegeu um governador, um poste, pensando que estava votando no Lula e votaram em outro candidato. Quando você for votar, você não vai votar no Lula não, você vai votar no prefeito — declarou Sarto. O prefeito do PDT e o deputado estadual do PT também trocaram farpas sobre a taxa do lixo, implementada por Sarto e que o petista prometeu acabar. A disputa na capital cearense tem sido marcada por reviravoltas e ultrapassagens entre os quatro candidatos mais competitivos. No início do período eleitoral, a liderança das pesquisas de intenção de voto era disputada entre o prefeito José Sarto (PDT) e Capitão Wagner (União Brasil), que disputaram o segundo turno em 2020. Apesar disso, na reta final os dois desidrataram e deram lugar ao petista Evandro Leitão e ao bolsonarista André Fernandes. Evandro tem contado com o apoio do ministro da Educação, Camilo Santana, que está de férias do cargo para articular as campanhas no Ceará. O peti
André Fernandes, do PL, e Evandro Leitão, do PT, lideram as pesquisas; prefeito Sarto e Capitão Wagner tentam fôlego final para chegar ao segundo turno O debate eleitoral entre os candidatos a prefeito de Fortaleza promovido pela TV Globo nesta quinta-feira, o último antes do primeiro turno, tem os candidatos do PL, deputado federal André Fernandes, e do PT, o presidente da Assembleia do Ceará, Evandro Leitão, como principais alvos. Os dois lideram as últimas pesquisas de intenção de voto. O candidato bolsonarista foi cobrado por adversários pelo fato de não mencionar o ex-presidente Jair Bolsonaro em sua campanha. Também foram citados episódios em que ele cometeu atitudes machistas. Por sua vez, o petista foi cobrado pela crise na segurança pública vivida pelo Ceará. O partido de Evandro é o mesmo do governador Elmano de Freitas. Filiado há menos de um ano ao PT, Evandro foi ainda chamado pelo prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), de "cristão novo do PT", "candidato almofadinha" e "candidato nutella". O candidato do PSOL, Tércio Nunes, declarou que André Fernandes "tenta esconder o Jair Bolsonaro de sua campanha". — É preciso coragem, como ele afirma, mas é preciso coragem para bancar suas contradições. Cadê o Bolsonaro na sua campanha, André? Isso porque ele está orientado por pesquisas e por briefing de marqueteiros que sabem que a maioria da população de Fortaleza rejeita o Jair Bolsonaro. André também foi criticado por Sarto: — Você foi condenado pela Justiça por ofender e ameaçar uma jornalista, a Patrícia Campos Mello (da Folha de São Paulo). Você fez um vídeo dizendo que feminicídio não existe, que é uma forma de preconceito contra o homem. Como se não bastasse, você foi um dos únicos deputados a votar contra a equiparação salarial entre mulheres e homens. Quem respeita mulher, vota no André? Em resposta, o bolsonarista disse que se arrependeu pelo ataque machista à jornalista. — Alguém que estava depondo (na CPMI das Fake News em 2020), sob pena de crime inclusive ao mentir, disse que a jornalista estava dando em cima dele e eu repeti o que ele falou, de forma errada, e pedi desculpa. Ao responder o prefeito, o deputado federal do PL também ironizou o fato de Sarto não ter o apoio da antiga cachorra de estimação dele, a Marrion, que foi um dos símbolos da campanha do pedetista em 2020. O mascote é usado pela campanha de Evandro Leitão. Sarto perdeu a guarda dela após se divorciar. A ex-mulher do prefeito, Natália Herculano, agora apoia o candidato do PT e também emprestou o apoio do animal de estimação. — O povo de Fortaleza percebe. É culpa do Sarto. Aliás, candidato, eu fico surpreso que tem um caso histórico e vai ficar marcado no Brasil, você é o único candidato que não tem o apoio sequer da sua cachorrinha — disse André. Capitão Wagner, do União Brasil, criticou tanto os concorrentes do PL, quanto do PT. Ao falar de Evandro, o ex-deputado federal reclamou do petista por articular contra uma CPI para investigar o narcotráfico na Assembleia do Ceará. Também disse que seria ruim para a democracia o PT acumular a Presidência, o governo do Ceará e a prefeitura de Fortaleza. — Fique atento, eleitor, porque essa hegemonia dos pés a cabeça, governo federal, governo do estado e a prefeitura nas mãos de um único partido é extremamente perigosa inclusive para democracia, para os empresários e para imprensa. A gente sabe como eles agem. Wagner também usou a segurança pública para criticar André Fernandes e disse que a proposta dele de repressão nas áreas de influência do crime organizado não seria a solução. — Quando se propõe invadir uma comunidade com caveirão atirando, é a sua vida que está em risco, especialmente porque você está com a facção ao lado de sua casa. É importante você refletir quem de fato conhece segurança pública para administrar a cidade. Se os adversários de André Fernandes querem vinculá-lo a Bolsonaro, os rivais de Evandro procuram desvinculá-lo de Lula. —Leitão não é Lula, Lula está lá em Brasília. Vejam o que aconteceu há dois anos quando o Ceará elegeu um governador, um poste, pensando que estava votando no Lula e votaram em outro candidato. Quando você for votar, você não vai votar no Lula não, você vai votar no prefeito — declarou Sarto. O prefeito do PDT e o deputado estadual do PT também trocaram farpas sobre a taxa do lixo, implementada por Sarto e que o petista prometeu acabar. A disputa na capital cearense tem sido marcada por reviravoltas e ultrapassagens entre os quatro candidatos mais competitivos. No início do período eleitoral, a liderança das pesquisas de intenção de voto era disputada entre o prefeito José Sarto (PDT) e Capitão Wagner (União Brasil), que disputaram o segundo turno em 2020. Apesar disso, na reta final os dois desidrataram e deram lugar ao petista Evandro Leitão e ao bolsonarista André Fernandes. Evandro tem contado com o apoio do ministro da Educação, Camilo Santana, que está de férias do cargo para articular as campanhas no Ceará. O petista também tem o governador do estado como cabo eleitoral e tem apostado na vinculação com Lula para vencer no estado. Por outro lado, André Fernandes, que é considerado da ala mais radical do bolsonarismo, tem procurado fazer uma mudança na imagem durante a campanha. Ele evita falar de Bolsonaro e procura mais se apresentar na propaganda eleitoral, falando sobre os problemas da cidade. A subida de André nas pesquisas mudou a dinâmica nas campanhas dos outros adversários e ele passou a ser o alvo preferencial de Sarto e Wagner, que resgataram vídeos antigos em que o candidato do PL fazia declarações machistas. Em reação, o candidato bolsonarista também atacou a campanha do prefeito e lançou um jingle intitulado "Culpa do Sarto". André também criticou Wagner, de quem já foi aliado nas eleições passadas, e disse que se decepcionou com o candidato do União Brasil. Em relação a Evandro, as críticas têm sido mais focadas no prefeito do PDT, que foi seu colega de partido e aliado até 2022, quando PT e PDT romperam no Ceará. Ciro Gomes, que foi por décadas o político do Ceará com mais expressão nacional, passou a ter uma atuação tímida nessa campanha eleitoral. Ele participou de poucos eventos de rua ao lado do correligionário Sarto e também não foi citado na maior parte dos debates eleitorais. O PDT e Ciro romperam com o PT no Ceará e a rusga também provocou o afastamento dos próprios irmãos do ex-ministro. O senador Cid Gomes (PSB), a deputada estadual Lia Gomes (PDT) e o prefeito de Sobral, Ivo Gomes (PSB), apoiam o PT no estado e não Sarto. Ainda assim, os três irmãos de Ciro têm focado mais na eleição em Sobral, onde a ex-governadora Izolda Cela (PSB) concorre, do que participado da campanha de Evandro Leitão em Fortaleza. Pesquisa Quaest divulgada na semana passada aponta André com 25% das intenções de voto, Evandro com 23%, o prefeito José Sarto (PDT) e Capitão Wagner (União Brasil) com 18% cada. Em seguida aparecem o senador Eduardo Girão (Novo) e Técio Nunes (PSOL) com 1% cada. Chico Malta (PCB), George Lima (Solidariedade) e Zé Batista (PSTU) não pontuaram. No levantamento da última pesquisa Datafolha o cenário é similar, com o candidato do PL pontuando 27%, o petista com 25%, Wagner com 17%, Sarto com 15%, Girão com 4%, Técio com 1% e Malta, Lima e Batista sem pontuar
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