De 'jogador de terno' a técnico promissor e campeão: Filipe Luís catalisa mudança na temporada do Flamengo

Ex-lateral tem sucesso tão repentino quanto roteirizado, mostra coragem e bons indícios como treinador e é protagonista de título da Copa do Brasil que pode marcar nova era O hall da fama de campeões pelo Flamengo como jogador e treinador passou ontem a contar com Filipe Luís. O quinto membro deste seleto grupo, que também tem Paulo César Carpegiani, Carlinhos, Andrade e Jayme de Almeida, entrou de maneira tão repentina quanto roteirizada. Os nove jogos como treinador profissional são uma amostragem bem curta para projetar o que será sua carreira, mas é simbólico que o ex-lateral-esquerdo tenha surgido como personagem catalisador de uma temporada que parecia fadada ao fracasso, mas terminará com o título da Copa do Brasil. 'Não fico. Foi uma passagem incrível': Gabigol se despede do Flamengo 'Só peço que a justiça seja feita': Bruno Henrique garante ser inocente em investigação de esquema de apostas Assim que ele foi anunciado como substituto de Tite, no final de setembro, assinando contrato até o final de 2025, parte da torcida se preocupou com o aparente voo cego por parte de uma diretoria sem rumo, enquanto outra se agarrou à mística dos ídolos que levam para a beira do campo o “DNA rubro-negro” que carregavam dentro dele. Filipe chegou ao Fla em 2019 após longa experiência no futebol europeu, e se encaixou como uma luva em uma equipe que deu início à segunda geração de ouro do clube. Cinco anos depois, escalou a hierarquia e comandou um título que pode marcar uma nova era. Técnico em campo Sua principal característica como lateral era a forma cerebral com a qual iniciava jogadas e identificava espaços diferentes em campo. Tal lucidez de ideias e o discurso de “técnico em campo” alimentou o sonho de muitos para a progressão de carreira, encerrada há menos de um ano. O ponto de partida foi a base, em um trajetória de rápido sucesso. Do sub-17 ao sub-20 rubro-negro, venceu o Intercontinental da segunda categoria, em agosto, e foi com esta experiência que assumiu o time principal, ganhando o posto após outra mudança repentina de treinador, das tantas que ele mesmo vivenciou. O começo da passagem foi — e ainda está sendo — animador por indícios que vão além de parte tática, a qual ele demonstra ter repertório extenso. Mesmo liderando um grupo de ex-companheiros, preza por uma relação de cobrança como qualquer outra entre chefes e subordinados. Claro sobre o quer propor em campo, tem mudado a postura indolente que prevaleceu no elenco por muito tempo. Análise: Flamengo confirma título da Copa do Brasil com campanha soberana e aumenta esperança para o futuro com Filipe Luís O torcedor pode começar a ficar cada vez mais certo de que verá um time competidor, e não apenas dependente dos talentos individuais, que sobram na equipe. Outro aspecto importante do treinador Filipe é não ter o pudor em renunciar a um jogo mais propositivo, aspecto quase que estatutário no time da Gávea — e que o próprio é defensor — , se a estratégia defensiva for necessário para levar o time a um título. Nos quatro jogos da Copa do Brasil, isso ficou bem exemplificado. Bons ajustes Nos compromissos de ida contra Corinthians (semifinal) e Atlético-MG (final), no Maracanã, atuações incisivas e que geraram uma profusão de finalizações — e duas vitórias. Nas partidas decisivas, uma equipe compacta e muito sólida, às vezes com três zagueiros. A Arena MRV testemunhou um Flamengo que não deixou passar nada, fosse em jogadas por cima ou por baixo. Todas as mudanças e ajustes do técnico surtiram efeito positivo. — Essa oportunidade veio muito antes do que eu esperava. Só deu certo com esse título porque os jogadores são muito bons. Estou evoluindo junto com eles — disse Filipe após o título. — A semana de preparo para esse jogo tão complexo me fez evoluir, crescer, aprender. Cada vez, vou me tornando um treinador melhor. Esse é meu objetivo — revelou. Initial plugin text Nove jogos: seis vitórias, dois empates, uma derrota, 13 gols feitos e nove sofridos. Um título de expressão nacional no currículo. É preciso reiterar a ponderação para fazer projeções do que vai ser a carreira de Filipe Luís, até onde ele pode chegar. Só que o começo repleto de humildade e bons resultados parece cumprir um roteiro que lhe era atribuído desde que voltou ao futebol brasileiro. No início de 2024, rejeitou um convite da CBF para ser coordenador técnico da seleção brasileira, pois não queira queimar etapas. Em menos de um ano, foi do “jogador de terno” ao professor que recebeu um banho de gelo na sala de coletiva na comemoração do título.

Nov 11, 2024 - 05:25
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De 'jogador de terno' a técnico promissor e campeão: Filipe Luís catalisa mudança na temporada do Flamengo

Ex-lateral tem sucesso tão repentino quanto roteirizado, mostra coragem e bons indícios como treinador e é protagonista de título da Copa do Brasil que pode marcar nova era O hall da fama de campeões pelo Flamengo como jogador e treinador passou ontem a contar com Filipe Luís. O quinto membro deste seleto grupo, que também tem Paulo César Carpegiani, Carlinhos, Andrade e Jayme de Almeida, entrou de maneira tão repentina quanto roteirizada. Os nove jogos como treinador profissional são uma amostragem bem curta para projetar o que será sua carreira, mas é simbólico que o ex-lateral-esquerdo tenha surgido como personagem catalisador de uma temporada que parecia fadada ao fracasso, mas terminará com o título da Copa do Brasil. 'Não fico. Foi uma passagem incrível': Gabigol se despede do Flamengo 'Só peço que a justiça seja feita': Bruno Henrique garante ser inocente em investigação de esquema de apostas Assim que ele foi anunciado como substituto de Tite, no final de setembro, assinando contrato até o final de 2025, parte da torcida se preocupou com o aparente voo cego por parte de uma diretoria sem rumo, enquanto outra se agarrou à mística dos ídolos que levam para a beira do campo o “DNA rubro-negro” que carregavam dentro dele. Filipe chegou ao Fla em 2019 após longa experiência no futebol europeu, e se encaixou como uma luva em uma equipe que deu início à segunda geração de ouro do clube. Cinco anos depois, escalou a hierarquia e comandou um título que pode marcar uma nova era. Técnico em campo Sua principal característica como lateral era a forma cerebral com a qual iniciava jogadas e identificava espaços diferentes em campo. Tal lucidez de ideias e o discurso de “técnico em campo” alimentou o sonho de muitos para a progressão de carreira, encerrada há menos de um ano. O ponto de partida foi a base, em um trajetória de rápido sucesso. Do sub-17 ao sub-20 rubro-negro, venceu o Intercontinental da segunda categoria, em agosto, e foi com esta experiência que assumiu o time principal, ganhando o posto após outra mudança repentina de treinador, das tantas que ele mesmo vivenciou. O começo da passagem foi — e ainda está sendo — animador por indícios que vão além de parte tática, a qual ele demonstra ter repertório extenso. Mesmo liderando um grupo de ex-companheiros, preza por uma relação de cobrança como qualquer outra entre chefes e subordinados. Claro sobre o quer propor em campo, tem mudado a postura indolente que prevaleceu no elenco por muito tempo. Análise: Flamengo confirma título da Copa do Brasil com campanha soberana e aumenta esperança para o futuro com Filipe Luís O torcedor pode começar a ficar cada vez mais certo de que verá um time competidor, e não apenas dependente dos talentos individuais, que sobram na equipe. Outro aspecto importante do treinador Filipe é não ter o pudor em renunciar a um jogo mais propositivo, aspecto quase que estatutário no time da Gávea — e que o próprio é defensor — , se a estratégia defensiva for necessário para levar o time a um título. Nos quatro jogos da Copa do Brasil, isso ficou bem exemplificado. Bons ajustes Nos compromissos de ida contra Corinthians (semifinal) e Atlético-MG (final), no Maracanã, atuações incisivas e que geraram uma profusão de finalizações — e duas vitórias. Nas partidas decisivas, uma equipe compacta e muito sólida, às vezes com três zagueiros. A Arena MRV testemunhou um Flamengo que não deixou passar nada, fosse em jogadas por cima ou por baixo. Todas as mudanças e ajustes do técnico surtiram efeito positivo. — Essa oportunidade veio muito antes do que eu esperava. Só deu certo com esse título porque os jogadores são muito bons. Estou evoluindo junto com eles — disse Filipe após o título. — A semana de preparo para esse jogo tão complexo me fez evoluir, crescer, aprender. Cada vez, vou me tornando um treinador melhor. Esse é meu objetivo — revelou. Initial plugin text Nove jogos: seis vitórias, dois empates, uma derrota, 13 gols feitos e nove sofridos. Um título de expressão nacional no currículo. É preciso reiterar a ponderação para fazer projeções do que vai ser a carreira de Filipe Luís, até onde ele pode chegar. Só que o começo repleto de humildade e bons resultados parece cumprir um roteiro que lhe era atribuído desde que voltou ao futebol brasileiro. No início de 2024, rejeitou um convite da CBF para ser coordenador técnico da seleção brasileira, pois não queira queimar etapas. Em menos de um ano, foi do “jogador de terno” ao professor que recebeu um banho de gelo na sala de coletiva na comemoração do título.

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