Como perder o medo de investir para tentar garantir um futuro financeiramente saudável

Mudar a mentalidade, nomear as aplicações e se informar é fundamental para começar a fazer seu dinheiro render, ensina economista Por que será que os brasileiros têm receio de investir? A hiperinflação que vivemos num passado nem tão longínquo, os baixos salários e o desconhecimento são algumas das explicações para essa questão, segundo especialistas. Virar essa página depende de cada um. E a hora de começar a mudar esse paradigma pode ser agora. — Olhando para a nossa memória histórica, percebemos que vivemos muito mais tempo com hiperinflação do que com a moeda estabilizada — pontua a economista Dirlene Silva. Somam-se a isso as questões de a renda média do brasileiro ser de apenas dois salários mínimos e a falta de educação financeira da população em geral. — Quando optamos por investir, estamos deixando de consumir alguma coisa — completa a especialista. Ela toma como exemplo um caso que viveu recentemente. Dois meses atrás, seu smartphone, que já tinha quatro anos de uso, começou a não funcionar tão bem. Dirlene então comprou um aparelho de última geração e, estes dias, recebeu uma oferta da loja para trocar o equipamento que havia acabado de adquirir. — Existe um apelo muito forte para consumo, e o fato de vivermos hoje em um tempo digital, que faz com que essas ofertas cheguem até nós sem que seja preciso se deslocar até o shopping para comprar, potencializa esse quadro. Do ponto de vista da economista, além das origens históricas, um dos principais motivos do medo de investir está no desejo de pertencer à sociedade na forma que ela se construiu. Dirlene Silva, economista Divulgação/Reinaldo Cavalcanti Existe um crescimento do conhecimento sobre finanças e mais incentivo para os jovens entenderem o assunto. Minha filha, que está no 4º ano, tem um livro sobre comportamento financeiro. A tendência das gerações Y e Z é naturalizar os investimentos” Publicado recentemente, o relatório "Raio X do investimento brasileiro", pesquisa anual da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), informa que apenas 37% dos brasileiros investem em produtos financeiros. Para Dirlene, a única maneira de mudar esse quadro é por meio da educação financeira. E, ainda que as redes sociais estejam tornando esse tema bem mais palatável que antes do advento da internet, falar sobre dinheiro ainda não saiu do topo dos rankings que listam os maiores tabus da população brasileira. — Existe um crescimento desse conhecimento sobre finanças e muito mais incentivo para os jovens entenderem do assunto. Minha filha, que está no 4º ano, tem um livro do colégio sobre comportamento financeiro. Então, a tendência das gerações Y e Z é naturalizar os investimentos — conta. Difundida por todos os educadores financeiros, a regra 50/ 30/ 20 (que destina 50% dos rendimentos aos gastos essenciais, 30% ao estilo de vida e 20% para investimentos) funciona como um bom ponto de partida para começar a guardar dinheiro. A dica de Dirlene para o processo de abrir mão do consumo não ser tão doloroso é estabelecer objetivos. — Quando colocamos um nome nesse investimento, que pode ser um apartamento, um carro ou mesmo um futuro mais confortável, a motivação é muito maior — afirma. Não por acaso, a economia comportamental defende que os nossos hábitos determinam a maneira com que vamos consumir. — Entre a decisão de investir e a de consumir, a segunda opção vai ser sempre mais sedutora. Por isso a importância de adquirir a consciência e o hábito de aplicar — diz a economista. No fim, a informação é a única ferramenta capaz de fazer as pessoas perderem o medo de aplicar parte de seus rendimentos e a maneira mais eficaz de descobrir os diversos produtos disponíveis no mercado para fazer o dinheiro render. Só assim a longevidade financeira poderá acompanhar os benefícios que a medicina tem feito por todos.

Nov 7, 2024 - 07:43
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Como perder o medo de investir para tentar garantir um futuro financeiramente saudável

Mudar a mentalidade, nomear as aplicações e se informar é fundamental para começar a fazer seu dinheiro render, ensina economista Por que será que os brasileiros têm receio de investir? A hiperinflação que vivemos num passado nem tão longínquo, os baixos salários e o desconhecimento são algumas das explicações para essa questão, segundo especialistas. Virar essa página depende de cada um. E a hora de começar a mudar esse paradigma pode ser agora. — Olhando para a nossa memória histórica, percebemos que vivemos muito mais tempo com hiperinflação do que com a moeda estabilizada — pontua a economista Dirlene Silva. Somam-se a isso as questões de a renda média do brasileiro ser de apenas dois salários mínimos e a falta de educação financeira da população em geral. — Quando optamos por investir, estamos deixando de consumir alguma coisa — completa a especialista. Ela toma como exemplo um caso que viveu recentemente. Dois meses atrás, seu smartphone, que já tinha quatro anos de uso, começou a não funcionar tão bem. Dirlene então comprou um aparelho de última geração e, estes dias, recebeu uma oferta da loja para trocar o equipamento que havia acabado de adquirir. — Existe um apelo muito forte para consumo, e o fato de vivermos hoje em um tempo digital, que faz com que essas ofertas cheguem até nós sem que seja preciso se deslocar até o shopping para comprar, potencializa esse quadro. Do ponto de vista da economista, além das origens históricas, um dos principais motivos do medo de investir está no desejo de pertencer à sociedade na forma que ela se construiu. Dirlene Silva, economista Divulgação/Reinaldo Cavalcanti Existe um crescimento do conhecimento sobre finanças e mais incentivo para os jovens entenderem o assunto. Minha filha, que está no 4º ano, tem um livro sobre comportamento financeiro. A tendência das gerações Y e Z é naturalizar os investimentos” Publicado recentemente, o relatório "Raio X do investimento brasileiro", pesquisa anual da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), informa que apenas 37% dos brasileiros investem em produtos financeiros. Para Dirlene, a única maneira de mudar esse quadro é por meio da educação financeira. E, ainda que as redes sociais estejam tornando esse tema bem mais palatável que antes do advento da internet, falar sobre dinheiro ainda não saiu do topo dos rankings que listam os maiores tabus da população brasileira. — Existe um crescimento desse conhecimento sobre finanças e muito mais incentivo para os jovens entenderem do assunto. Minha filha, que está no 4º ano, tem um livro do colégio sobre comportamento financeiro. Então, a tendência das gerações Y e Z é naturalizar os investimentos — conta. Difundida por todos os educadores financeiros, a regra 50/ 30/ 20 (que destina 50% dos rendimentos aos gastos essenciais, 30% ao estilo de vida e 20% para investimentos) funciona como um bom ponto de partida para começar a guardar dinheiro. A dica de Dirlene para o processo de abrir mão do consumo não ser tão doloroso é estabelecer objetivos. — Quando colocamos um nome nesse investimento, que pode ser um apartamento, um carro ou mesmo um futuro mais confortável, a motivação é muito maior — afirma. Não por acaso, a economia comportamental defende que os nossos hábitos determinam a maneira com que vamos consumir. — Entre a decisão de investir e a de consumir, a segunda opção vai ser sempre mais sedutora. Por isso a importância de adquirir a consciência e o hábito de aplicar — diz a economista. No fim, a informação é a única ferramenta capaz de fazer as pessoas perderem o medo de aplicar parte de seus rendimentos e a maneira mais eficaz de descobrir os diversos produtos disponíveis no mercado para fazer o dinheiro render. Só assim a longevidade financeira poderá acompanhar os benefícios que a medicina tem feito por todos.

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