Cingapura serve cerveja feita de esgoto durante a COP29 para chamar atenção para a reciclagem de água
País insular convive com dificuldades para manter fontes de água potável capazes de suprir a própria população Comida e bebida, os combustíveis que mantêm os negociadores negociando e os repórteres reportando, sempre recebem muita atenção nas cúpulas climáticas. Na reunião deste ano, a delegação da Austrália é a favorita por seu café de cortesia. Outro local popular é o pavilhão do Azerbaijão, onde os anfitriões estão servindo chá forte em reluzentes samovares de prata. E há Cingapura, onde se distribui cerveja grátis — feita de água reciclada do vaso sanitário. COP 29: Ajuda climática anual de países ricos a pobres deve ficar entre US$ 250 bi e US$ 1,3 tri Trufa branca: 'Ouro' da Itália, cogumelo é ameaçado pelas mudanças no clima Os delegados e observadores nas negociações, realizadas em um estádio de futebol reformado nos arredores de Baku, a capital do Azerbaijão, não parecem se importar. Na verdade, as credenciais de reciclagem da cerveja podem aumentar seu apelo entre os ambientalmente conscientes nesta cúpula, conhecida como COP29. Initial plugin text — No começo, seus olhos se arregalam — disse Samantha Thian, uma das líderes da delegação jovem de Cingapura em Baku. — Então nós os tranquilizamos. Eles geralmente voltam no dia seguinte para outra. Uma pilsen lupulada chamada NEWBrew que vem em latas em tons pastéis decoradas com painéis solares, nuvens de chuva e paisagens urbanas, a cerveja faz parte de uma colaboração entre uma empresa de Cingapura chamada Brewerkz e a agência nacional de águas do país. O projeto foi criado para chamar a atenção e normalizar os esforços de reuso de água de Cingapura. Um país insular no extremo sul da Península Malaia, Cingapura não tem grandes fontes naturais de água doce próprias. Ela coleta água da chuva, importa água de seu vizinho do norte, a Malásia, remove o sal da água do mar e usa sistemas de filtragem e luz ultravioleta para tornar as águas residuais potáveis novamente. Pessoas se reúnem na orla marítima de Marina Bay, em Cingapura Roslan Rahman/AFP A Brewerkz produz cervejas de tiragem limitada usando essa água recuperada desde 2018, principalmente para conferências e feiras comerciais, como uma espécie de embaixadora festiva da causa da reciclagem de água. — Admito que é um pouco de truque, mas essas coisas funcionam — disse Ong Tze-Ch'in, CEO da agência nacional de águas de Cingapura, em uma entrevista. Delegação do Azerbaijão serve chá em samovares de prata Douglas Alteen/The New York Times Garantir que haja água limpa suficiente para as pessoas beberem, cultivarem plantações e manterem indústrias como a fabricação de chips de computador funcionando é um desafio fundamental, pois o aquecimento global piora a escassez de água em todo o mundo. Cerca de metade da população do planeta já luta para garantir água limpa suficiente para pelo menos parte do ano, de acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, um órgão das Nações Unidas. E cada grau de aumento de temperatura aumenta o risco de secas e inundações. Tomando uma 'gelada' na cúpula da ONU Conforme a notícia da chamada cerveja de esgoto se espalhava, alguns participantes da conferência pararam no pavilhão de Cingapura para uma degustação curiosa. Outros, como Pat Heslop-Harrison, professor de biologia na Universidade de Leicester, na Inglaterra, só queriam uma bebida que não envolvesse sair do estádio. Foi só depois de abrir uma lata, disse, que ele percebeu que estava bebendo uma gelada feita de água de esgoto reciclada. E Thian estava certo. Ele gostou tanto que voltou no dia seguinte. — Tenho certeza de que a tecnologia de Cingapura é inigualável — disse ele. Pavilhão da Austrália serve café a visitantes durante a COP29 Douglas Alteen/The New York Times Alguns clientes ficaram mais envergonhados em experimentar a cerveja. Um degustador ficou feliz em compartilhar sua avaliação — “fresca” e “não tão amarga” — mas não seu nome, para que seu chefe não descobrisse que ele tinha bebido durante o dia em uma reunião de cúpula da ONU. Outro, Julián Reingold, um jornalista baseado em Atenas, parou para tomar um gole enquanto as negociações pareciam estagnar na segunda semana. — Se bebêssemos mais daquela cerveja, não sei como as negociações acabariam — disse Reingold. —Talvez melhor. Quem sabe?
País insular convive com dificuldades para manter fontes de água potável capazes de suprir a própria população Comida e bebida, os combustíveis que mantêm os negociadores negociando e os repórteres reportando, sempre recebem muita atenção nas cúpulas climáticas. Na reunião deste ano, a delegação da Austrália é a favorita por seu café de cortesia. Outro local popular é o pavilhão do Azerbaijão, onde os anfitriões estão servindo chá forte em reluzentes samovares de prata. E há Cingapura, onde se distribui cerveja grátis — feita de água reciclada do vaso sanitário. COP 29: Ajuda climática anual de países ricos a pobres deve ficar entre US$ 250 bi e US$ 1,3 tri Trufa branca: 'Ouro' da Itália, cogumelo é ameaçado pelas mudanças no clima Os delegados e observadores nas negociações, realizadas em um estádio de futebol reformado nos arredores de Baku, a capital do Azerbaijão, não parecem se importar. Na verdade, as credenciais de reciclagem da cerveja podem aumentar seu apelo entre os ambientalmente conscientes nesta cúpula, conhecida como COP29. Initial plugin text — No começo, seus olhos se arregalam — disse Samantha Thian, uma das líderes da delegação jovem de Cingapura em Baku. — Então nós os tranquilizamos. Eles geralmente voltam no dia seguinte para outra. Uma pilsen lupulada chamada NEWBrew que vem em latas em tons pastéis decoradas com painéis solares, nuvens de chuva e paisagens urbanas, a cerveja faz parte de uma colaboração entre uma empresa de Cingapura chamada Brewerkz e a agência nacional de águas do país. O projeto foi criado para chamar a atenção e normalizar os esforços de reuso de água de Cingapura. Um país insular no extremo sul da Península Malaia, Cingapura não tem grandes fontes naturais de água doce próprias. Ela coleta água da chuva, importa água de seu vizinho do norte, a Malásia, remove o sal da água do mar e usa sistemas de filtragem e luz ultravioleta para tornar as águas residuais potáveis novamente. Pessoas se reúnem na orla marítima de Marina Bay, em Cingapura Roslan Rahman/AFP A Brewerkz produz cervejas de tiragem limitada usando essa água recuperada desde 2018, principalmente para conferências e feiras comerciais, como uma espécie de embaixadora festiva da causa da reciclagem de água. — Admito que é um pouco de truque, mas essas coisas funcionam — disse Ong Tze-Ch'in, CEO da agência nacional de águas de Cingapura, em uma entrevista. Delegação do Azerbaijão serve chá em samovares de prata Douglas Alteen/The New York Times Garantir que haja água limpa suficiente para as pessoas beberem, cultivarem plantações e manterem indústrias como a fabricação de chips de computador funcionando é um desafio fundamental, pois o aquecimento global piora a escassez de água em todo o mundo. Cerca de metade da população do planeta já luta para garantir água limpa suficiente para pelo menos parte do ano, de acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, um órgão das Nações Unidas. E cada grau de aumento de temperatura aumenta o risco de secas e inundações. Tomando uma 'gelada' na cúpula da ONU Conforme a notícia da chamada cerveja de esgoto se espalhava, alguns participantes da conferência pararam no pavilhão de Cingapura para uma degustação curiosa. Outros, como Pat Heslop-Harrison, professor de biologia na Universidade de Leicester, na Inglaterra, só queriam uma bebida que não envolvesse sair do estádio. Foi só depois de abrir uma lata, disse, que ele percebeu que estava bebendo uma gelada feita de água de esgoto reciclada. E Thian estava certo. Ele gostou tanto que voltou no dia seguinte. — Tenho certeza de que a tecnologia de Cingapura é inigualável — disse ele. Pavilhão da Austrália serve café a visitantes durante a COP29 Douglas Alteen/The New York Times Alguns clientes ficaram mais envergonhados em experimentar a cerveja. Um degustador ficou feliz em compartilhar sua avaliação — “fresca” e “não tão amarga” — mas não seu nome, para que seu chefe não descobrisse que ele tinha bebido durante o dia em uma reunião de cúpula da ONU. Outro, Julián Reingold, um jornalista baseado em Atenas, parou para tomar um gole enquanto as negociações pareciam estagnar na segunda semana. — Se bebêssemos mais daquela cerveja, não sei como as negociações acabariam — disse Reingold. —Talvez melhor. Quem sabe?
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