Cinema se aprende na escola: curtas de alunos do ensino médio são exibidos em cinema de Botafogo

Estudantes do Colégio Andrews retratam nos filmes diferentes aspectos relacionados ao tema do ano na instituição O principal objetivo do cinema pode ser o entretenimento, mas a sétima arte tem também um viés educativo, e é um dos recursos didáticos à disposição dos professores, que podem utilizá-lo como uma ferramenta no processo de aprendizagem. Com a certeza de que cinema também se aprende na escola, o Colégio Andrews, no Humaitá, tem até mesmo o seu próprio evento, o Festival Identidade e Narrativa de Curtas do Andrews (Finca). O projeto é voltado para os estudantes da 2ª série do ensino médio, que são estimulados a produzir curtas-metragens. Varilux: Festival de cinema francês tem programação gratuita em diferentes locais do Rio; confira Casa G20: Às vésperas do fórum internacional, programação, em Ipanema, é intensificada com shows, exposição e sessões de cinema — Fazer o Finca foi explorar um lado em que eu nunca tinha me aprofundado. Tivemos muitas aulas sobre enquadramento, som e produção, que mostraram uma visão completamente diferente sobre os clássicos. Hoje sinto que tenho um olhar completamente diferente quando vejo filmes, com mais noção e, principalmente, maior admiração pelo trabalho, porque posso afirmar que é muito esforço envolvido — diz o aluno João Pedro Fagundes. Ele afirma que a produção do filme foi “uma experiência maravilhosa”. — Consegui me conectar com um lado mais artístico, sem qualquer vergonha ou medo de ser julgado. O trabalho é árduo, mas a recompensa de ver o resultado da sua produção, ao lado de pessoas de quem gosta, é uma memória que vou levar para o resto da minha vida — afirma João Pedro. Estatuetas. O festival tem premiações para melhor filme, melhor atuação e melhor roteiro, entre outras categorias Divulgação O trabalho nasce com a pré-produção, quando são discutidos os argumentos e a criação do roteiro. Em seguida vem a etapa de produção, com a filmagem. Por último há a pós-produção: edição, montagem, mixagem e finalização do material. O festival é realizado todos os anos e começa a ser preparado no início do ano letivo, em fevereiro. A exibição dos curtas ocorre no meio do ano, em julho, em uma noite de gala. Há até mesmo prêmios para os melhores filme, atuação e roteiro, entre outros. Os vencedores são escolhidos por uma banca de profissionais da área de cinema, convidada pela escola, incluindo críticos, produtores, diretores e atores. A participação dos alunos se dá na frente e atrás das câmeras e vai além dos muros da instituição de ensino. Muitos pegam o trem em Madureira, vão para a Praia de Ipanema ou ainda circulam de bicicleta em bairros como Lagoa e Urca, por exemplo, para filmar. O estudante Pedro Bollmann ressalta que o projeto interdisciplinar permitiu que os alunos, em grupos, extrapolassem os muros da escola, reproduzindo, artisticamente, realidades totalmente distintas das suas. — Tivemos a orientação dos professores das áreas de linguagens e de humanas, e, por fim, houve uma culminância no cinema, quando, junto às nossas famílias, assistimos aos filmes e pudemos celebrar o resultado. Mas o mais importante para mim é que todos os momentos foram marcados pela ajuda mútua dos estudantes, mesmo de grupos diferentes, e dos professores, colocando a competição em segundo plano — afirma. Alguns curtas criados pelos alunos do Andrews foram exibidos no Festival do Rio, graças à participação no evento de especialistas que compunham o júri do Finca. Mas a grande novidade este ano foi o fato de a noite de exibição ter acontecido pela primeira vez em uma sala de cinema, o Estação Botafogo. Os curtas são propostos para que os alunos possam explorar conhecimentos de várias áreas, como linguagens, sociologia, filosofia, história e geografia. As temáticas mudam a cada ano, e os estudantes criam seus conteúdos de acordo com o assunto que a escola está debatendo. Este ano, o tema era “Tempo”, e eles abordaram futuro, etarismo, decepções e amores ao longo dos anos. Raphael Kapa, supervisor pedagógico do Colégio Andrews, explica que, quando produz, o aluno expõe um retrato do que está vendo, vivendo e aprendendo: — Fomos percebendo que, a cada ano, eles traziam filmes com uma produção cada vez melhor e com temas cada vez mais sensíveis. Além disso, é uma iniciativa que transborda os muros da escola, com filmagens em diversos bairros, trazendo especificidades de diversas regiões e culminando em um evento em que os alunos podem mostrar essas observações. É um trabalho que mostra a autoria dos estudantes.

Nov 12, 2024 - 09:13
 0  0
Cinema se aprende na escola: curtas de alunos do ensino médio são exibidos em cinema de Botafogo

Estudantes do Colégio Andrews retratam nos filmes diferentes aspectos relacionados ao tema do ano na instituição O principal objetivo do cinema pode ser o entretenimento, mas a sétima arte tem também um viés educativo, e é um dos recursos didáticos à disposição dos professores, que podem utilizá-lo como uma ferramenta no processo de aprendizagem. Com a certeza de que cinema também se aprende na escola, o Colégio Andrews, no Humaitá, tem até mesmo o seu próprio evento, o Festival Identidade e Narrativa de Curtas do Andrews (Finca). O projeto é voltado para os estudantes da 2ª série do ensino médio, que são estimulados a produzir curtas-metragens. Varilux: Festival de cinema francês tem programação gratuita em diferentes locais do Rio; confira Casa G20: Às vésperas do fórum internacional, programação, em Ipanema, é intensificada com shows, exposição e sessões de cinema — Fazer o Finca foi explorar um lado em que eu nunca tinha me aprofundado. Tivemos muitas aulas sobre enquadramento, som e produção, que mostraram uma visão completamente diferente sobre os clássicos. Hoje sinto que tenho um olhar completamente diferente quando vejo filmes, com mais noção e, principalmente, maior admiração pelo trabalho, porque posso afirmar que é muito esforço envolvido — diz o aluno João Pedro Fagundes. Ele afirma que a produção do filme foi “uma experiência maravilhosa”. — Consegui me conectar com um lado mais artístico, sem qualquer vergonha ou medo de ser julgado. O trabalho é árduo, mas a recompensa de ver o resultado da sua produção, ao lado de pessoas de quem gosta, é uma memória que vou levar para o resto da minha vida — afirma João Pedro. Estatuetas. O festival tem premiações para melhor filme, melhor atuação e melhor roteiro, entre outras categorias Divulgação O trabalho nasce com a pré-produção, quando são discutidos os argumentos e a criação do roteiro. Em seguida vem a etapa de produção, com a filmagem. Por último há a pós-produção: edição, montagem, mixagem e finalização do material. O festival é realizado todos os anos e começa a ser preparado no início do ano letivo, em fevereiro. A exibição dos curtas ocorre no meio do ano, em julho, em uma noite de gala. Há até mesmo prêmios para os melhores filme, atuação e roteiro, entre outros. Os vencedores são escolhidos por uma banca de profissionais da área de cinema, convidada pela escola, incluindo críticos, produtores, diretores e atores. A participação dos alunos se dá na frente e atrás das câmeras e vai além dos muros da instituição de ensino. Muitos pegam o trem em Madureira, vão para a Praia de Ipanema ou ainda circulam de bicicleta em bairros como Lagoa e Urca, por exemplo, para filmar. O estudante Pedro Bollmann ressalta que o projeto interdisciplinar permitiu que os alunos, em grupos, extrapolassem os muros da escola, reproduzindo, artisticamente, realidades totalmente distintas das suas. — Tivemos a orientação dos professores das áreas de linguagens e de humanas, e, por fim, houve uma culminância no cinema, quando, junto às nossas famílias, assistimos aos filmes e pudemos celebrar o resultado. Mas o mais importante para mim é que todos os momentos foram marcados pela ajuda mútua dos estudantes, mesmo de grupos diferentes, e dos professores, colocando a competição em segundo plano — afirma. Alguns curtas criados pelos alunos do Andrews foram exibidos no Festival do Rio, graças à participação no evento de especialistas que compunham o júri do Finca. Mas a grande novidade este ano foi o fato de a noite de exibição ter acontecido pela primeira vez em uma sala de cinema, o Estação Botafogo. Os curtas são propostos para que os alunos possam explorar conhecimentos de várias áreas, como linguagens, sociologia, filosofia, história e geografia. As temáticas mudam a cada ano, e os estudantes criam seus conteúdos de acordo com o assunto que a escola está debatendo. Este ano, o tema era “Tempo”, e eles abordaram futuro, etarismo, decepções e amores ao longo dos anos. Raphael Kapa, supervisor pedagógico do Colégio Andrews, explica que, quando produz, o aluno expõe um retrato do que está vendo, vivendo e aprendendo: — Fomos percebendo que, a cada ano, eles traziam filmes com uma produção cada vez melhor e com temas cada vez mais sensíveis. Além disso, é uma iniciativa que transborda os muros da escola, com filmagens em diversos bairros, trazendo especificidades de diversas regiões e culminando em um evento em que os alunos podem mostrar essas observações. É um trabalho que mostra a autoria dos estudantes.

Qual é a sua reação?

like

dislike

love

funny

angry

sad

wow