Cientistas desvendam segredo da tela 'Moça com brinco de pérola', pintada por Vermeer no século XVII
Segundo estudo conduzido noMuseu Mauritshuis, em Haia, na Holanda, imagem cria um 'loop cerebral' que prende o espectador à pintura Uma das telas mais conhecidas do mundo, "Moça com brinco de pérola', de Johannes Vermeer (1632 -1675), fascina o público há séculos — e agora os cientistas acreditam saber o porquê, medindo como o cérebro reage quando a obra é vista. O Museu Mauritshuis, em Haia, na Holanda, que abriga a obra-prima do século 17, contratou neurocientistas para medir a produção cerebral ao ver o retrato e outras obras conhecidas. Eles descobriram que o espectador passa por um fenômeno neurológico especial que eles chamaram de "Loop de atenção sustentado", que acreditam ser exclusivo da obra do pintor holandês. Rosana Paulino: Artista celebra 30 anos de carreira com mostra no Rio e recebe a primeira edição do Prêmio Munch, em Oslo Descoberta: Tintoretto que passou décadas em armazém de museu argentino como 'pintura medíocre' tem autenticidade confirmada O olho do espectador é automaticamente atraído primeiro para o próprio olho da garota, depois para a boca, depois para a pérola, depois de volta para o olho — e assim continua. — Isso faz com que você olhe para a pintura por mais tempo do que outras — explicou Martin de Munnik, da empresa de pesquisa Neurensics, que realizou o estudo. —Você tem que prestar atenção, quer queira ou não. Você tem que amá-la, quer queira ou não. Ao medir as ondas cerebrais, os cientistas também descobriram que o precuneus, a parte do cérebro que governa a consciência e a identidade pessoal, foi o mais estimulado. — Era previsível que a garota fosse especial. Mas a razão também foi uma surpresa para nós — disse De Munnik, que utilizou pela primeira vez máquinas de varredura cerebral de EEG e ressonância magnética para medir a resposta neurológica à obra de arte. — Quanto mais você olha para alguém, mais bonito ou mais atraente alguém se torna. Por que você está familiarizado com esta pintura e não com outras? Por causa dessa coisa especial que ela tem. Os cientistas também compararam a resposta neurológica ao olhar para a pintura genuína no museu e observar uma reprodução, e descobriram que a reação emocional experimentada pelo espectador era dez vezes mais forte com a original. Para realizar os testes, os cientistas anexaram um rastreador ocular e um boné para rastrear as ondas cerebrais em 10 indivíduos que viram as pinturas reais, mas também reproduções. — Isso mostra a importância de ver arte original. É fundamental se envolver com a arte, seja fotografia, dança ou velhos mestres do século XV — disse a diretora da Mauritshuis, Martine Gosselink. Vermeer costumava chamar a atenção para um ponto de suas obras, com os detalhes circundantes mais borrados, explicou ela. No entanto, a "Moça com o Brinco de Pérola" tem três desses pontos focais (o olho, a boca e a pérola) e Martine disse que isso diferencia o trabalho de outras pinturas de Vermeer. — Aqui vemos alguém realmente olhando para você, enquanto em todas as outras pinturas de Vermeer, você vê alguém escrevendo ou fazendo algum bordado, ou uma pessoa ocupada fazendo alguma coisa — disse ela. — Mas essa é a grande diferença com essa garota. Ela está observando você.
Segundo estudo conduzido noMuseu Mauritshuis, em Haia, na Holanda, imagem cria um 'loop cerebral' que prende o espectador à pintura Uma das telas mais conhecidas do mundo, "Moça com brinco de pérola', de Johannes Vermeer (1632 -1675), fascina o público há séculos — e agora os cientistas acreditam saber o porquê, medindo como o cérebro reage quando a obra é vista. O Museu Mauritshuis, em Haia, na Holanda, que abriga a obra-prima do século 17, contratou neurocientistas para medir a produção cerebral ao ver o retrato e outras obras conhecidas. Eles descobriram que o espectador passa por um fenômeno neurológico especial que eles chamaram de "Loop de atenção sustentado", que acreditam ser exclusivo da obra do pintor holandês. Rosana Paulino: Artista celebra 30 anos de carreira com mostra no Rio e recebe a primeira edição do Prêmio Munch, em Oslo Descoberta: Tintoretto que passou décadas em armazém de museu argentino como 'pintura medíocre' tem autenticidade confirmada O olho do espectador é automaticamente atraído primeiro para o próprio olho da garota, depois para a boca, depois para a pérola, depois de volta para o olho — e assim continua. — Isso faz com que você olhe para a pintura por mais tempo do que outras — explicou Martin de Munnik, da empresa de pesquisa Neurensics, que realizou o estudo. —Você tem que prestar atenção, quer queira ou não. Você tem que amá-la, quer queira ou não. Ao medir as ondas cerebrais, os cientistas também descobriram que o precuneus, a parte do cérebro que governa a consciência e a identidade pessoal, foi o mais estimulado. — Era previsível que a garota fosse especial. Mas a razão também foi uma surpresa para nós — disse De Munnik, que utilizou pela primeira vez máquinas de varredura cerebral de EEG e ressonância magnética para medir a resposta neurológica à obra de arte. — Quanto mais você olha para alguém, mais bonito ou mais atraente alguém se torna. Por que você está familiarizado com esta pintura e não com outras? Por causa dessa coisa especial que ela tem. Os cientistas também compararam a resposta neurológica ao olhar para a pintura genuína no museu e observar uma reprodução, e descobriram que a reação emocional experimentada pelo espectador era dez vezes mais forte com a original. Para realizar os testes, os cientistas anexaram um rastreador ocular e um boné para rastrear as ondas cerebrais em 10 indivíduos que viram as pinturas reais, mas também reproduções. — Isso mostra a importância de ver arte original. É fundamental se envolver com a arte, seja fotografia, dança ou velhos mestres do século XV — disse a diretora da Mauritshuis, Martine Gosselink. Vermeer costumava chamar a atenção para um ponto de suas obras, com os detalhes circundantes mais borrados, explicou ela. No entanto, a "Moça com o Brinco de Pérola" tem três desses pontos focais (o olho, a boca e a pérola) e Martine disse que isso diferencia o trabalho de outras pinturas de Vermeer. — Aqui vemos alguém realmente olhando para você, enquanto em todas as outras pinturas de Vermeer, você vê alguém escrevendo ou fazendo algum bordado, ou uma pessoa ocupada fazendo alguma coisa — disse ela. — Mas essa é a grande diferença com essa garota. Ela está observando você.
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