Brasileiro lidera criação de vacina personalizada contra câncer de próstata
O Brasil registra anualmente cerca de 16,3 mil mortes por câncer de próstata, de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Para combater esse cenário alarmante, pesquisadores brasileiros lideraram o desenvolvimento de uma vacina terapêutica inovadora chamada FK-PC101. Essa vacina personalizada já está em fase de testes clínicos nos Estados Unidos, com aprovação […]
O Brasil registra anualmente cerca de 16,3 mil mortes por câncer de próstata, de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Para combater esse cenário alarmante, pesquisadores brasileiros lideraram o desenvolvimento de uma vacina terapêutica inovadora chamada FK-PC101. Essa vacina personalizada já está em fase de testes clínicos nos Estados Unidos, com aprovação da Food and Drug Administration (FDA), e pode se tornar uma ferramenta essencial na luta contra a reincidência desse tipo de câncer.
Os estudos que levaram à criação do imunizante começaram há mais de 20 anos no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, sob a liderança do médico e cientista brasileiro Fernando Thomé Kreutz, fundador das empresas FK Biotecnologia e CellVax Therapeutics. Diferente das vacinas tradicionais, que previnem doenças antes que elas ocorram, a FK-PC101 é uma vacina terapêutica. Isso significa que ela só pode ser utilizada em pacientes que já receberam diagnóstico de câncer de próstata e passaram pelo tratamento inicial, como a remoção do tumor.
A tecnologia da vacina utiliza células tumorais do próprio paciente para criar Células Apresentadoras de Tumor (TPCs), que estimulam o sistema imunológico a atacar qualquer vestígio do câncer, prevenindo sua reincidência. Essa abordagem personalizada tem mostrado resultados promissores: em testes preliminares no Brasil, a imunoterapia reduziu a mortalidade de 10% para 4% entre os pacientes tratados.
Atualmente, a pesquisa está em fase 2 nos Estados Unidos, com até 230 pacientes participando de testes que irão avaliar sua eficácia ao longo de 18 meses. Caso os resultados sejam positivos, o imunizante poderá ser registrado tanto nos EUA quanto no Brasil.
Além do câncer de próstata, o mecanismo de ação dessa vacina terapêutica tem o potencial de ser adaptado para tratar outros tipos de câncer, como os de estômago, pâncreas, cólon e pulmão. No futuro, essas vacinas personalizadas poderão salvar milhares de vidas, especialmente em um contexto onde a mortalidade por câncer está projetada para dobrar até 2040.
- O que é a vacina FK-PC101?
A FK-PC101 é uma vacina terapêutica personalizada, desenvolvida para prevenir a reincidência do câncer de próstata. Ela utiliza células tumorais do paciente para estimular uma resposta imunológica específica contra o câncer. - Como funciona a vacina personalizada contra o câncer de próstata?
A vacina coleta células do tumor do paciente e as transforma em Células Apresentadoras de Tumor (TPCs). Essas células “ensinam” o sistema imunológico a reconhecer e atacar qualquer resquício do tumor, prevenindo seu retorno. - A vacina FK-PC101 pode ser usada como prevenção para quem não teve câncer?
Não, a FK-PC101 é uma vacina terapêutica e só pode ser administrada em pacientes que já foram diagnosticados com câncer de próstata e passaram pelo tratamento inicial. - Qual o impacto da vacina nos estudos preliminares?
Em testes realizados no Brasil, a vacina reduziu a mortalidade de 10% para 4% entre os pacientes tratados, demonstrando um efeito significativo na prevenção da reincidência. - Quando a vacina estará disponível para o público?
Ainda não há uma data definida, pois os testes clínicos estão em andamento nos Estados Unidos. A expectativa é que, após os resultados da fase 2, os desenvolvedores solicitem o registro na FDA e na Anvisa, possivelmente em alguns anos.
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