Brasileiras que foram presas na Alemanha após troca de malas têm vistos americanos cancelados antes de viagem

Kátyna Baía e Jeanne Paolini foram consideradas inocentes no ano passado e serão indenizadas por prisão injusta As brasileiras Kátyna Baía e Jeanne Paolini tiveram os vistos de entrada nos Estados Unidos cancelados na véspera de uma viagem ao país, segundo o casal revelou nas redes sociais nesta terça-feira. Elas atribuíram o episódio à prisão que sofreram na Alemanha após terem tido as malas trocadas por bagagens com drogas no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em março de 2023. Leia mais: Fogo destruiu 10 vezes mais a Amazônia do que o corte de árvores, em 2024 Brasil: Olheiro envolvido na morte de Gritzbach aparece em vídeos no aeroporto de Guarulhos uma hora antes da execução — Já tem quase dois anos que nós fomos presas na Alemanha devido ao golpe da mala, devido à falta de segurança no despacho de bagagem — disse Jeanne Paolini, em um gravação compartilhada nas redes sociais. — Estamos aqui nos recuperando, planejando as nossas viagens, retomando nossas vidas, curando as cicatrizes, que são várias camadas que foram afetadas. Pagamos tudo, deixamos tudo organizado há mais de seis meses — completa Kátyna, no vídeo. Initial plugin text O casal pretendia viajar para Nova York e descobriu o cancelamento dos vistos ao tentar embarcar no voo, segundo a TV Anhanguera. Procurada, a Embaixada dos Estados Unidos disse que não divulga "informações específicas sobre solicitações individuais de visto". Em março deste ano, a Justiça alemã decidiu que o estado de Hessen deverá indenizar as brasileiras. O valor total a ser recebido pelas duas ainda será apurado no processo. No entanto, como a lei local determina a indenização de 75 euros por dia de prisão injusta, o valor total para cada uma das brasileiras não deve ser inferior a 2.850 euros, o equivalente a R$ 15.312. —Todas as outras indenizações e reparos, como o que elas tiveram de comprar ou os prejuízos, serão discutidos nessa nova etapa. Mas esses 75 euros por 38 dias são indiscutíveis — explica Chayane Kuss ao GLOBO, em março — Na primeira fase é feito o pedido em relação ao dever de indenizar. É avaliado se elas não contribuíram de alguma forma para o Estado pedir a prisão delas, como uma tentativa de fuga, mesmo no caso de serem inocentes. Em dezembro do ano passado, o Ministério Público alemão decidiu por um fim às investigações contra as brasileiras, cerca de oito meses depois do casal ser liberado da penitenciária. Relembre o caso As brasileiras foram detidas no aeroporto de Frankfurt em março de 2023. Um carregamento de cocaína havia sido encontrado em bagagens que estavam com etiquetas correspondentes às do casal. Ao serem abordadas, as brasileiras disseram não saber a origem da droga e alegaram que as bagagens não eram delas. Segundo a Polícia Federal brasileira, “há uma série de evidências que levam a crer, de fato, que não há envolvimento delas com o transporte da droga, pois não correspondem ao padrão usual das chamadas ‘mulas do tráfico’”. Durante a investigação, os agentes identificaram o grupo que enviou 40 quilos de cocaína para a Alemanha por meio da troca de bagagens de passageiros. A ação do bando consiste em retirar a etiqueta da bagagem despachada e colocar em outra, que está com as drogas. Seis pessoas foram presas por suspeita de envolvimento. Na penitenciária JVA Frankfurt III, Kátyna passou por momentos de dor no corpo e ansiedade por ficar sem os remédios que tomava. O medicamento, segundo a advogada Luna Provázio, ficaram na bagagem de mão da mulher. As duas também descreveram as celas como "muito pequenas", sendo todas individuais, e só conseguiam falar com as famílias raramente. De Goiânia, a personal trainer e a veterinária são um casal há 17 anos e pretendiam viajar por diferentes países europeus quando tudo aconteceu.

Nov 20, 2024 - 17:44
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Brasileiras que foram presas na Alemanha após troca de malas têm vistos americanos cancelados antes de viagem

Kátyna Baía e Jeanne Paolini foram consideradas inocentes no ano passado e serão indenizadas por prisão injusta As brasileiras Kátyna Baía e Jeanne Paolini tiveram os vistos de entrada nos Estados Unidos cancelados na véspera de uma viagem ao país, segundo o casal revelou nas redes sociais nesta terça-feira. Elas atribuíram o episódio à prisão que sofreram na Alemanha após terem tido as malas trocadas por bagagens com drogas no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em março de 2023. Leia mais: Fogo destruiu 10 vezes mais a Amazônia do que o corte de árvores, em 2024 Brasil: Olheiro envolvido na morte de Gritzbach aparece em vídeos no aeroporto de Guarulhos uma hora antes da execução — Já tem quase dois anos que nós fomos presas na Alemanha devido ao golpe da mala, devido à falta de segurança no despacho de bagagem — disse Jeanne Paolini, em um gravação compartilhada nas redes sociais. — Estamos aqui nos recuperando, planejando as nossas viagens, retomando nossas vidas, curando as cicatrizes, que são várias camadas que foram afetadas. Pagamos tudo, deixamos tudo organizado há mais de seis meses — completa Kátyna, no vídeo. Initial plugin text O casal pretendia viajar para Nova York e descobriu o cancelamento dos vistos ao tentar embarcar no voo, segundo a TV Anhanguera. Procurada, a Embaixada dos Estados Unidos disse que não divulga "informações específicas sobre solicitações individuais de visto". Em março deste ano, a Justiça alemã decidiu que o estado de Hessen deverá indenizar as brasileiras. O valor total a ser recebido pelas duas ainda será apurado no processo. No entanto, como a lei local determina a indenização de 75 euros por dia de prisão injusta, o valor total para cada uma das brasileiras não deve ser inferior a 2.850 euros, o equivalente a R$ 15.312. —Todas as outras indenizações e reparos, como o que elas tiveram de comprar ou os prejuízos, serão discutidos nessa nova etapa. Mas esses 75 euros por 38 dias são indiscutíveis — explica Chayane Kuss ao GLOBO, em março — Na primeira fase é feito o pedido em relação ao dever de indenizar. É avaliado se elas não contribuíram de alguma forma para o Estado pedir a prisão delas, como uma tentativa de fuga, mesmo no caso de serem inocentes. Em dezembro do ano passado, o Ministério Público alemão decidiu por um fim às investigações contra as brasileiras, cerca de oito meses depois do casal ser liberado da penitenciária. Relembre o caso As brasileiras foram detidas no aeroporto de Frankfurt em março de 2023. Um carregamento de cocaína havia sido encontrado em bagagens que estavam com etiquetas correspondentes às do casal. Ao serem abordadas, as brasileiras disseram não saber a origem da droga e alegaram que as bagagens não eram delas. Segundo a Polícia Federal brasileira, “há uma série de evidências que levam a crer, de fato, que não há envolvimento delas com o transporte da droga, pois não correspondem ao padrão usual das chamadas ‘mulas do tráfico’”. Durante a investigação, os agentes identificaram o grupo que enviou 40 quilos de cocaína para a Alemanha por meio da troca de bagagens de passageiros. A ação do bando consiste em retirar a etiqueta da bagagem despachada e colocar em outra, que está com as drogas. Seis pessoas foram presas por suspeita de envolvimento. Na penitenciária JVA Frankfurt III, Kátyna passou por momentos de dor no corpo e ansiedade por ficar sem os remédios que tomava. O medicamento, segundo a advogada Luna Provázio, ficaram na bagagem de mão da mulher. As duas também descreveram as celas como "muito pequenas", sendo todas individuais, e só conseguiam falar com as famílias raramente. De Goiânia, a personal trainer e a veterinária são um casal há 17 anos e pretendiam viajar por diferentes países europeus quando tudo aconteceu.

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