Brasil fica atrás de países do G20 no cumprimento de metas do desenvolvimento sustentável
Pior desempenho acontece diante do combate a pobreza e desigualdades; na pauta ambiental, avanços são registrados, mas atuação ainda pode melhorar Sede do encontro do G20 nos próximos dias, o Brasil fica atrás de outros integrantes da cúpula em relação ao cumprimento de oito objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS) da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU), mostra levantamento divulgado pelo IBGE nesta quinta-feira. Entre os temas em que o país permanece mais distante das metas traçadas internacionalmente estão a erradicação da pobreza e o combate às desigualdades. Cúpula do G20: aliança contra fome e taxação de super-ricos: a agenda brasileira em busca de apoio G20 no Rio: veja o que muda nos transportes e como se deslocar pela cidade durante o evento A discussão e resolução desses problemas foram definidas como prioridades pelo governo brasileiro ao assumir, em dezembro do ano passado, a presidência do grupo das vinte maiores economias do mundo. Já em relação à proteção e conservação ambiental, o Brasil apresentou avanços, mas ainda se mantém distante do cumprimento das metas. G20 e as metas de desenvolvimento sustentável Criada em 2015, durante uma reunião da Assembleia Geral da ONU, a Agenda 2030 é um plano global para atingir um mundo melhor para todos os povos e nações até o ano 2030. O compromisso, assinado por 193 estados-membros, estabeleceu 17 objetivos de desenvolvimento sustentável relacionados à redução das desigualdades, universalização da saúde e da educação, proteção ambiental e desenvolvimento econômico sustentável, entre outros. Faltando seis anos para o fim do prazo, o cumprimento de somente 17% dessas metas, de acordo com um relatório divulgado pela ONU em julho deste ano, pode tomar a atenção de líderes mundiais que se reúnem a partir desta quinta-feira no Rio de Janeiro para o encontro anual da cúpula do G20. Agenda: Lula usará G20 para encontros bilaterais com líderes mundiais; veja quem o presidente deve encontrar no Rio Veja abaixo como está o desempenho do Brasil em comparação ao outros integrantes do grupo em relação ao cumprimento dessas metas. Linha da pobreza Apesar de ter se comprometido com a adoção da Agenda 2030, o Brasil ainda aparece em segundo lugar no ranking de países do G20 com maior proporção da população abaixo da linha da pobreza, segundo o levantamento feito pelo IBGE. No último ano considerado pelo instituto (2022), cerca de 3,5% da população brasileira, aproximadamente 7 milhões de pessoas, recebiam menos de US$ 2,15 (equivalente a R$ 12,43 na cotação atual) por dia. Esse valor é o limite levado em consideração na pesquisa, que usa como referência o índice calculado pelo World Bank Poverty Headcount. Em 2021, o percentual da população que vivia abaixo da linha da pobreza era de 5,8%. Na época, o Brasil ficava atrás somente da Índia, que tinha o índice em torno de 12,9%. Por outro lado, países como Reino Unido (0,2%), Estados Unidos (0,2%) e França (0,1%), que também integram o G20, registraram a proporção de pessoas abaixo da linha da pobreza inferior a 1%. Ainda segundo o levantamento, as faixas etárias mais afetadas pela "pobreza extrema" no Brasil seriam crianças e jovens de até 17 anos, que chegaram a concentrar proporções superiores a 40% abaixo da linha pobreza em 2022. A falta de recurso também foi verificada em maior quantidade em zonas rurais, onde mais de um terço (38,7%) dos habitantes convivia com essa condição. Enquanto isso, em áreas urbanas, o percentual foi de 15,3%. Acesso à educação Ainda de acordo com a pesquisa divulgada pelo IBGE, o Brasil segue com uma das menores taxas de conclusão do ensino médio na comparação com os países do G20. Com base no levantamento produzido pelo instituto, que leva em consideração dados de 2021, o país ocupara a quinta pior colocação, com 73,3% dos estudantes concluindo essa etapa escolar. A meta de universalizar o acesso à educação, também descrita na Agenda 2030, segue mais próxima de ser alcançada por países do norte global, como Estados Unidos (94,6%), França (91,4%) e Rússia (90,1%). Já abaixo do Brasil, aparecem a Indonésia (68,5%), Argentina (64,8%), África do Sul (63,2%) e México (59,5%). Representatividade parlamentar feminina Os dados levantados pelo IBGE, referentes ao ano de 2021, também sugerem que Brasil mantém uma das menores taxas de representatividade feminina no parlamento nacional, em comparação a outros países que integram o G20. Os números indicam que o país tem a segunda menor ocupação de mulheres em assentos no Legislativo Federal, com apenas 14,8%. Dentre os outros países da cúpula, apenas o Japão tem representatividade feminina menor, com 9,7%. Incerteza no G20: Com vitória de Trump nos EUA, governo Lula teme mudança de posição em temas-chave Apesar da baixa representatividade feminina, o Brasil é o terceiro país com a maior proporção de mulheres em posições gerenciais no grupo com 38,8%. Apenas a Rússia (46,2%) e os Estados Unidos (41,4%) possuem uma taxa ma
Pior desempenho acontece diante do combate a pobreza e desigualdades; na pauta ambiental, avanços são registrados, mas atuação ainda pode melhorar Sede do encontro do G20 nos próximos dias, o Brasil fica atrás de outros integrantes da cúpula em relação ao cumprimento de oito objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS) da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU), mostra levantamento divulgado pelo IBGE nesta quinta-feira. Entre os temas em que o país permanece mais distante das metas traçadas internacionalmente estão a erradicação da pobreza e o combate às desigualdades. Cúpula do G20: aliança contra fome e taxação de super-ricos: a agenda brasileira em busca de apoio G20 no Rio: veja o que muda nos transportes e como se deslocar pela cidade durante o evento A discussão e resolução desses problemas foram definidas como prioridades pelo governo brasileiro ao assumir, em dezembro do ano passado, a presidência do grupo das vinte maiores economias do mundo. Já em relação à proteção e conservação ambiental, o Brasil apresentou avanços, mas ainda se mantém distante do cumprimento das metas. G20 e as metas de desenvolvimento sustentável Criada em 2015, durante uma reunião da Assembleia Geral da ONU, a Agenda 2030 é um plano global para atingir um mundo melhor para todos os povos e nações até o ano 2030. O compromisso, assinado por 193 estados-membros, estabeleceu 17 objetivos de desenvolvimento sustentável relacionados à redução das desigualdades, universalização da saúde e da educação, proteção ambiental e desenvolvimento econômico sustentável, entre outros. Faltando seis anos para o fim do prazo, o cumprimento de somente 17% dessas metas, de acordo com um relatório divulgado pela ONU em julho deste ano, pode tomar a atenção de líderes mundiais que se reúnem a partir desta quinta-feira no Rio de Janeiro para o encontro anual da cúpula do G20. Agenda: Lula usará G20 para encontros bilaterais com líderes mundiais; veja quem o presidente deve encontrar no Rio Veja abaixo como está o desempenho do Brasil em comparação ao outros integrantes do grupo em relação ao cumprimento dessas metas. Linha da pobreza Apesar de ter se comprometido com a adoção da Agenda 2030, o Brasil ainda aparece em segundo lugar no ranking de países do G20 com maior proporção da população abaixo da linha da pobreza, segundo o levantamento feito pelo IBGE. No último ano considerado pelo instituto (2022), cerca de 3,5% da população brasileira, aproximadamente 7 milhões de pessoas, recebiam menos de US$ 2,15 (equivalente a R$ 12,43 na cotação atual) por dia. Esse valor é o limite levado em consideração na pesquisa, que usa como referência o índice calculado pelo World Bank Poverty Headcount. Em 2021, o percentual da população que vivia abaixo da linha da pobreza era de 5,8%. Na época, o Brasil ficava atrás somente da Índia, que tinha o índice em torno de 12,9%. Por outro lado, países como Reino Unido (0,2%), Estados Unidos (0,2%) e França (0,1%), que também integram o G20, registraram a proporção de pessoas abaixo da linha da pobreza inferior a 1%. Ainda segundo o levantamento, as faixas etárias mais afetadas pela "pobreza extrema" no Brasil seriam crianças e jovens de até 17 anos, que chegaram a concentrar proporções superiores a 40% abaixo da linha pobreza em 2022. A falta de recurso também foi verificada em maior quantidade em zonas rurais, onde mais de um terço (38,7%) dos habitantes convivia com essa condição. Enquanto isso, em áreas urbanas, o percentual foi de 15,3%. Acesso à educação Ainda de acordo com a pesquisa divulgada pelo IBGE, o Brasil segue com uma das menores taxas de conclusão do ensino médio na comparação com os países do G20. Com base no levantamento produzido pelo instituto, que leva em consideração dados de 2021, o país ocupara a quinta pior colocação, com 73,3% dos estudantes concluindo essa etapa escolar. A meta de universalizar o acesso à educação, também descrita na Agenda 2030, segue mais próxima de ser alcançada por países do norte global, como Estados Unidos (94,6%), França (91,4%) e Rússia (90,1%). Já abaixo do Brasil, aparecem a Indonésia (68,5%), Argentina (64,8%), África do Sul (63,2%) e México (59,5%). Representatividade parlamentar feminina Os dados levantados pelo IBGE, referentes ao ano de 2021, também sugerem que Brasil mantém uma das menores taxas de representatividade feminina no parlamento nacional, em comparação a outros países que integram o G20. Os números indicam que o país tem a segunda menor ocupação de mulheres em assentos no Legislativo Federal, com apenas 14,8%. Dentre os outros países da cúpula, apenas o Japão tem representatividade feminina menor, com 9,7%. Incerteza no G20: Com vitória de Trump nos EUA, governo Lula teme mudança de posição em temas-chave Apesar da baixa representatividade feminina, o Brasil é o terceiro país com a maior proporção de mulheres em posições gerenciais no grupo com 38,8%. Apenas a Rússia (46,2%) e os Estados Unidos (41,4%) possuem uma taxa maior. Desemprego e desocupação O país ainda tem a quarta maior taxa de desemprego entre os homens na faixa de 15 a 24 anos, em comparação aos outros estados-membros do grupo. Cerca de 17,6% dos recém-ingressados no mercado de trabalho no Brasil estão desempregados, atrás apenas de África do Sul (46,1%), Itália (22,3%) e França (19,2%). Entre os homens de 25 anos ou mais em 2022, o país ocupa a quinta posição no ranking quando se observa o nível de desemprego. A situação do Brasil também fica um pouco melhor quando considerada a informalidade, que alcança nacionalmente o índice de 40,3%. Já a Índia (88,2%), Indonésia (79,1%), México (56,9%), Argentina (51,1%) e África do Sul (41,3%) tiveram os maiores registros desse fenômeno nesse grupo. Taxa de homicídios No quesito segurança pública, o país ainda ocupa a terceira maior taxa de homícidios entre 15 dos países que integram a cúpula. A taxa de 39,6 de mortes registradas em todo o território nacional em 2021 a cada 100 mil habitantes, revelada pelo levantamento, é somente superada pela África do Sul (72) e pelo México (50,5). Enquanto isso, países como Japão (0,2) e Austrália (0,5) se encontram abaixo da média global (5,8). Cumprimento parcial de metas ambientais Em relação ao desempenho do Brasil diante dos objetivos ligados à preservação ambiental, o país desponta como o segundo no ranking do G20 com a maior proporção (30,6%) de cobertura de áreas terrestres protegidas em relação ao território total do país, superado somente pela Alemanha (37,6%). Em destaque, aparecem 59,3% da Amazônia, 35,9% do Cerrado e 71,9% da Caatinga, considerados importantes para a biodiversidade terrestre e água doce cobertos também cobertos por áreas protegidas. No entanto, o país tem mais espaço para avançar na proporção de áreas marinhas protegidas, critério em que a atuação brasileira ocupa o quinto lugar (26,7%). Nesse critério, o Brasil é superado pela França (49,8%), Alemanha (45,5%), Austrália (44,3%) e Reino Unido (44,1%). Saiba a seguir os objetivos traçados pela Agenda 30 que podem ser discutidos pelo G20: ODS 1: Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares ODS 2: Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável ODS 3: Assegurar uma vida saudável e promover bem-estar para todas e todos, em todas as idades ODS 4: Assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todas e todos ODS 5: Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas ODS 6: Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todas e todos ODS 7: Assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia para todas e todos ODS 8: Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todas e todos ODS 9: Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todas e todos ODS 10: Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles ODS 11: Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis ODS 12: Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis ODS 13: Tomar medidas urgentes para combater a mudança climática e seus impactos ODS 14: Conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável ODS 15: Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e deter a perda de biodiversidade ODS 16: Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis ODS 17: Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável
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