Austrália vai proibir acesso a redes sociais a menores de 16 anos
Governador do estado americano da Flórida, Ron DeSantis sancionou em março lei que proíbe que redes sociais criem perfis para menores de 14 anos A Austrália vai proibir por lei o acesso de menores de 16 anos às redes sociais. O anúncio foi feito nesta quinta-feira pelo primeiro-ministro Anthony Albanese, que prometeu agir contra as empresas de tecnologia que não protejam adequadamente os jovens usuários dessas plataformas. 'Feed sem cadastro' no TikTok: alvo de questionamento pela ANPD existe no Brasil, mas não nos EUA e Europa Leia também: Apple está prestes a receber primeira multa por violar novas regras antitruste da UE Nova York: 'Big Apple' processa redes sociais devido à preocupação com saúde mental de adolescentes “As redes sociais estão realmente prejudicando as crianças, e vou acabar com isso”, disse o líder, de centro-esquerda, à imprensa. Em março, o governador do estado americano da Flórida, Ron DeSantis, do Partido Republicano, sancionou uma lei que proíbe que redes sociais criem perfis para menores de 14 anos. A legislação ainda exige que as plataformas obtenham a permissão dos pais antes de autorizar contas para usuários de 14 e 15 anos. As que já existem e não cumprem esses requisitos deverão ser encerradas. Galerias Relacionadas Para o pediatra e sanitarista Daniel Becker, que também é colunista do GLOBO, essa medida deveria ser adotada em outros lugares, inclusive no Brasil. Ele afirma que o uso da internet por adolescentes que ainda não têm maturação emocional suficiente, nem pensamento crítico formado, pode causar transtornos como depressão e até levar ao suicídio. — Para eles, a internet é como se fosse eletricidade, quando não estão com aparelho, é como se tudo se apagasse. Os pré-adolescentes precisam viver sem o celular, brincar, brigar, resolver conflitos — explicou Becker, em março deste ano. Já Filipe Medon, professor e pesquisador do Centro de Tecnologia e Sociedade da FGV Direito Rio, não nega que o acesso de crianças à internet sem supervisão possa ser perigoso, já que elas podem ficar expostas tanto a “predadores infantis”, como pedófilos, quanto a desafios imprudentes, como os que incitam a automutilação. Mesmo assim, ele avalia que proibir as redes para menores de 14 anos não é solução ideal. R$ 100 milhões: Coreia do Sul multa Meta em quase por coletar ilegalmente dados de usuários Além de citar o desafio de estabelecer uma limitação regional, já que a nova lei só é aplicável à Flórida, Medon aponta que, para evitar que as crianças mintam a idade para viabilizar o acesso, as plataformas terão de fazer um rastreio muito maior de dados para identificar possíveis fraudes, o que esbarra em questões de privacidade. Para ele, a melhor solução seria investir em tecnologia para monitoramento das crianças e adolescentes nas redes, evitando bullying e outras práticas. — Essa nova lei surge em um contexto eleitoral, em um estado republicano, e em um momento de uma maior busca pela responsabilização das plataformas. Mais importante que limitar seria ensinar a usar de forma responsável — diz Medon. — O problema é que muitas crianças são nativas digitais, mas os pais não são. Torna-se uma missão compartilhada com o Estado garantir que as pessoas tenham educação midiática.
Governador do estado americano da Flórida, Ron DeSantis sancionou em março lei que proíbe que redes sociais criem perfis para menores de 14 anos A Austrália vai proibir por lei o acesso de menores de 16 anos às redes sociais. O anúncio foi feito nesta quinta-feira pelo primeiro-ministro Anthony Albanese, que prometeu agir contra as empresas de tecnologia que não protejam adequadamente os jovens usuários dessas plataformas. 'Feed sem cadastro' no TikTok: alvo de questionamento pela ANPD existe no Brasil, mas não nos EUA e Europa Leia também: Apple está prestes a receber primeira multa por violar novas regras antitruste da UE Nova York: 'Big Apple' processa redes sociais devido à preocupação com saúde mental de adolescentes “As redes sociais estão realmente prejudicando as crianças, e vou acabar com isso”, disse o líder, de centro-esquerda, à imprensa. Em março, o governador do estado americano da Flórida, Ron DeSantis, do Partido Republicano, sancionou uma lei que proíbe que redes sociais criem perfis para menores de 14 anos. A legislação ainda exige que as plataformas obtenham a permissão dos pais antes de autorizar contas para usuários de 14 e 15 anos. As que já existem e não cumprem esses requisitos deverão ser encerradas. Galerias Relacionadas Para o pediatra e sanitarista Daniel Becker, que também é colunista do GLOBO, essa medida deveria ser adotada em outros lugares, inclusive no Brasil. Ele afirma que o uso da internet por adolescentes que ainda não têm maturação emocional suficiente, nem pensamento crítico formado, pode causar transtornos como depressão e até levar ao suicídio. — Para eles, a internet é como se fosse eletricidade, quando não estão com aparelho, é como se tudo se apagasse. Os pré-adolescentes precisam viver sem o celular, brincar, brigar, resolver conflitos — explicou Becker, em março deste ano. Já Filipe Medon, professor e pesquisador do Centro de Tecnologia e Sociedade da FGV Direito Rio, não nega que o acesso de crianças à internet sem supervisão possa ser perigoso, já que elas podem ficar expostas tanto a “predadores infantis”, como pedófilos, quanto a desafios imprudentes, como os que incitam a automutilação. Mesmo assim, ele avalia que proibir as redes para menores de 14 anos não é solução ideal. R$ 100 milhões: Coreia do Sul multa Meta em quase por coletar ilegalmente dados de usuários Além de citar o desafio de estabelecer uma limitação regional, já que a nova lei só é aplicável à Flórida, Medon aponta que, para evitar que as crianças mintam a idade para viabilizar o acesso, as plataformas terão de fazer um rastreio muito maior de dados para identificar possíveis fraudes, o que esbarra em questões de privacidade. Para ele, a melhor solução seria investir em tecnologia para monitoramento das crianças e adolescentes nas redes, evitando bullying e outras práticas. — Essa nova lei surge em um contexto eleitoral, em um estado republicano, e em um momento de uma maior busca pela responsabilização das plataformas. Mais importante que limitar seria ensinar a usar de forma responsável — diz Medon. — O problema é que muitas crianças são nativas digitais, mas os pais não são. Torna-se uma missão compartilhada com o Estado garantir que as pessoas tenham educação midiática.
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