Auditoria da UE revela problemas de rastreabilidade nas exportações de carne bovina brasileira
Brasil suspende venda para o bloco. Objetivo da auditoria era 'avaliar os controles de resíduos de substâncias farmacologicamente ativas, pesticidas e poluentes em animais e produtos de origem animal' O Brasil decidiu suspender a exportação de carne bovina à União Europeia depois que uma auditoria do bloco revelou deficiências no controle de qualidade e na rastreabilidade de determinados hormônios, informaram fontes europeias nesta terça-feira. Processos: Fila do INSS sobe e chega a quase 1,8 milhão; aumento em três meses é de 33% Carlos Fávaro: Brasil terá sistema de rastreamento de gado em 2027, afirma ministro da Agricultura Segundo a auditoria europeia, realizada na primavera boreal, "os procedimentos vigentes para garantir que o gado, cuja carne se destina ao mercado da UE nunca foi tratado com estradiol 17 com fins zootécnicos ou terapêuticos, são ineficazes". Em particular, "a autoridade competente brasileira não pode garantir a fiabilidade das declarações juramentadas dos operadores" sobre este tema, acrescenta o "relatório final", revelado pelo jornal francês Le Parisien. Nova Rota da Seda: o dilema da adesão brasileira O objetivo da auditoria era "avaliar os controles de resíduos de substâncias farmacologicamente ativas, pesticidas e poluentes em animais e produtos de origem animal" no Brasil. Sua publicação acontece no momento em que a conclusão, possivelmente iminente, de um acordo de livre-comércio entre a UE e os cinco países do Mercosul (entre eles o Brasil) suscita forte oposição, especialmente por parte dos pecuaristas, que temem a concorrência de certos produtos procedentes da América Latina, em particular a carne bovina. Segundo uma fonte da Comissão Europeia, representantes da Direção de Saúde da UE viajaram ao Brasil e "constataram certas deficiências no sistema de controle das autoridades brasileiras, sobretudo no que se refere às novilhas". Entenda: Lei antidesmatamento da União Europeia ameaça quase um terço das exportações brasileiras para o bloco "Como sempre ocorre nestes casos, se envia um pedido de atuação ao país envolvido para que os problemas sejam sanados e, neste caso, as próprias autoridades brasileiras paralisaram diretamente as exportações deste tipo de animais à UE", explicou. "Uma vez confirmado o plano de ação e constatado que é bom, verificaremos de nossa parte que tudo é aceitável e as exportações poderão ser retomadas", declarou. A quantidade em questão "não é enorme porque se trata de gado muito específico", indicou este funcionário europeu, sem detalhar o volume nem há quanto tempo existe o problema. "Mas o que posso dizer é que os controles funcionam [...] e quando encontramos deficiências tomamos medidas", afirmou. Para Karine Jacquemart, diretora da ONG foodwatch, "este relatório de auditoria mostra que potencialmente consumimos há anos carne bovina brasileira tratada com hormônios e introduzida de forma fraudulenta na Europa". "Os padrões brasileiros estão expondo os consumidores europeus a um risco sanitário. É um escândalo triplo: risco para a saúde, fraude alimentar e riscos relacionados com o acordo UE-Mercosul", acrescentou. A UE proíbe o uso de hormônios, incluído o estradiol, para estimular o crescimento dos animais, tanto em seus Estados-membros quanto nas importações de outros países.
Brasil suspende venda para o bloco. Objetivo da auditoria era 'avaliar os controles de resíduos de substâncias farmacologicamente ativas, pesticidas e poluentes em animais e produtos de origem animal' O Brasil decidiu suspender a exportação de carne bovina à União Europeia depois que uma auditoria do bloco revelou deficiências no controle de qualidade e na rastreabilidade de determinados hormônios, informaram fontes europeias nesta terça-feira. Processos: Fila do INSS sobe e chega a quase 1,8 milhão; aumento em três meses é de 33% Carlos Fávaro: Brasil terá sistema de rastreamento de gado em 2027, afirma ministro da Agricultura Segundo a auditoria europeia, realizada na primavera boreal, "os procedimentos vigentes para garantir que o gado, cuja carne se destina ao mercado da UE nunca foi tratado com estradiol 17 com fins zootécnicos ou terapêuticos, são ineficazes". Em particular, "a autoridade competente brasileira não pode garantir a fiabilidade das declarações juramentadas dos operadores" sobre este tema, acrescenta o "relatório final", revelado pelo jornal francês Le Parisien. Nova Rota da Seda: o dilema da adesão brasileira O objetivo da auditoria era "avaliar os controles de resíduos de substâncias farmacologicamente ativas, pesticidas e poluentes em animais e produtos de origem animal" no Brasil. Sua publicação acontece no momento em que a conclusão, possivelmente iminente, de um acordo de livre-comércio entre a UE e os cinco países do Mercosul (entre eles o Brasil) suscita forte oposição, especialmente por parte dos pecuaristas, que temem a concorrência de certos produtos procedentes da América Latina, em particular a carne bovina. Segundo uma fonte da Comissão Europeia, representantes da Direção de Saúde da UE viajaram ao Brasil e "constataram certas deficiências no sistema de controle das autoridades brasileiras, sobretudo no que se refere às novilhas". Entenda: Lei antidesmatamento da União Europeia ameaça quase um terço das exportações brasileiras para o bloco "Como sempre ocorre nestes casos, se envia um pedido de atuação ao país envolvido para que os problemas sejam sanados e, neste caso, as próprias autoridades brasileiras paralisaram diretamente as exportações deste tipo de animais à UE", explicou. "Uma vez confirmado o plano de ação e constatado que é bom, verificaremos de nossa parte que tudo é aceitável e as exportações poderão ser retomadas", declarou. A quantidade em questão "não é enorme porque se trata de gado muito específico", indicou este funcionário europeu, sem detalhar o volume nem há quanto tempo existe o problema. "Mas o que posso dizer é que os controles funcionam [...] e quando encontramos deficiências tomamos medidas", afirmou. Para Karine Jacquemart, diretora da ONG foodwatch, "este relatório de auditoria mostra que potencialmente consumimos há anos carne bovina brasileira tratada com hormônios e introduzida de forma fraudulenta na Europa". "Os padrões brasileiros estão expondo os consumidores europeus a um risco sanitário. É um escândalo triplo: risco para a saúde, fraude alimentar e riscos relacionados com o acordo UE-Mercosul", acrescentou. A UE proíbe o uso de hormônios, incluído o estradiol, para estimular o crescimento dos animais, tanto em seus Estados-membros quanto nas importações de outros países.
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