Assessores de Trump avaliam restringir imigração legal para pessoas de baixa renda, deficientes ou com inglês limitado, diz jornal
De acordo com o Wall Street Journal, ideias incluem medidas que não foram implementadas no primeiro mandato e atrasos para novas solicitações Ao longo da corrida eleitoral, Donald Trump fez discursos virulentos contra os imigrantes irregulares e prometeu, se eleito, realizar a maior deportação da História dos EUA. Mas nos bastidores a retórica xenofóbica também entornava sobre os imigrantes regulares: aliados próximos e assessores do republicanos vinham trabalhando, antes mesmo de Trump ser projetado vencedor das eleições, em projetos e planos para restringir as formas para essa imigração. De economia à imigração: Como a vitória de Donald Trump nas eleições americanas pode impactar os brasileiros? Tarifas, deportação e 'instinto sobre juros': O que esperar da economia dos EUA sob Trump? De acordo com o jornal americano Wall Street Journal, em uma reportagem publicada cinco dias antes do fechamento das urnas, os assessores externos, incluindo o extremista Stephen Miller, principal arquiteto da política imigratória no primeiro governo Trump, e grupos como o America First Policy Institute, também formado por autoridades do primeiro mandato, estavam preparando ordens executivas, regulamentações e memorandos para que um futuro (e, na época, eventual) secretário de Segurança Interna pudesse assiná-los. Trump deve começar a definir os nomes que farão parte do seu gabinete nesta quinta-feira. As medidas incluem propostas já apresentadas no primeiro governo Trump, informou o WSJ. Entre elas estão a proibição de viagens de vários países de maioria muçulmana para os EUA, o congelamento do reassentamento de refugiados do exterior e a regra de "encargo público", política que busca repelir imigrantes de baixa renda, deficientes ou com inglês limitado, para evitar que essas pessoas usem os benefícios públicos. 'Não sei o que nos aguarda': Desiludidos, imigrantes latinos pedem a Trump que não feche as fronteiras dos EUA Boa parte dessas propostas não conseguiu ser implantada no primeiro governo Trump por não terem sido emitidas de maneira correta, o que facilitava aos tribunais locais de governos democratas derrubarem. Os aliados de Trump "estão visivelmente mais preparados desta vez", observou Kristie De Peña, vice-presidente sênior de política do Niskanen Center, um think tank sediado em Washington, ao jornal. Já as ideias que estão sendo estudadas incluem uma pausa na aceitação de novos pedidos para categorias de imigração cujo processo atualmente já corre bastante devagar. As propostas variam de asilo a solicitações de green cards baseados em empregos para trabalhadores indianos no setor de tecnologia, deixando esses imigrantes sem opções legais. Uma pesquisa da Pew Research mostra que os EUA abrigam 4,8 milhões de indianos-americanos, dos quais dois terços (66%) são imigrantes. Essas últimas podem encontrar mais resistência interna, incluindo do bilionário Elon Musk, a quem Trump prometeu um cargo em seu governo quando ainda era candidato. O dono do X e da empresa SpaceX, apesar de afirmar que a imigração ilegal deve ser reduzida, defendeu várias vezes a imigração legal, relembrando inclusive que é sul-africano durante uma entrevista com Trump. Por isso, observou o WSJ, as propostas analisadas não teriam o mesmo tom de urgência que outras. Política externa: Vitória de Trump indica guinada radical na relação da Casa Branca com a América Latina A filosofia que guia o posicionamento dos aliados e assessores de Trump (incluindo o próprio magnata, que ajudou a articular essa retórica) é a ideia de que, pontuou o WSJ, os imigrantes legais estão dispostos a aceitar um salário menor por um emprego que se fosse mais bem remunerado seria aceito pelos próprios americanos. Somam-se à narrativa outras acusações feitas pelo presidente eleito, como a de que os imigrantes estão elevando o custo de vida, independente da forma como entraram no país. Apesar da retórica inflamada, já está mais do que comprovado que os imigrantes têm papel crucial na economia, tema que, mostram as bocas de urna, garantiu o retorno de Trump à Casa Branca. Com uma queda na taxa de natalidade americana, são os imigrantes que ajudam a oxigenar a economia: projeções do Departamento de Orçamento do Congresso dos EUA (CBO, em inglês) apontam que, até 2034, a expansão da absorção de mão de obra estrangeira no mercado de trabalho adicionará US$ 7 trilhões ao PIB americano e US$ 1 trilhão às receitas do governo federal. Quando procurados pelo WSJ, a porta-voz da campanha de Trump, Karoline Leavitt, afirmou em declaração por e-mail que "o presidente Trump disse repetidamente que apoia a imigração legal e quer que o máximo de pessoas entrem no país, desde que venham LEGALMENTE." O jornal relembrou que Trump vez ou outra diferenciou imigrantes legais e ilegais ao longo da corrida em 2016 e a deste ano. Da boca para fora: uma análise da National Foundation for American Policy, um think tank que defende a imigração, mostrou que Trump adotou 52 políticas para re
De acordo com o Wall Street Journal, ideias incluem medidas que não foram implementadas no primeiro mandato e atrasos para novas solicitações Ao longo da corrida eleitoral, Donald Trump fez discursos virulentos contra os imigrantes irregulares e prometeu, se eleito, realizar a maior deportação da História dos EUA. Mas nos bastidores a retórica xenofóbica também entornava sobre os imigrantes regulares: aliados próximos e assessores do republicanos vinham trabalhando, antes mesmo de Trump ser projetado vencedor das eleições, em projetos e planos para restringir as formas para essa imigração. De economia à imigração: Como a vitória de Donald Trump nas eleições americanas pode impactar os brasileiros? Tarifas, deportação e 'instinto sobre juros': O que esperar da economia dos EUA sob Trump? De acordo com o jornal americano Wall Street Journal, em uma reportagem publicada cinco dias antes do fechamento das urnas, os assessores externos, incluindo o extremista Stephen Miller, principal arquiteto da política imigratória no primeiro governo Trump, e grupos como o America First Policy Institute, também formado por autoridades do primeiro mandato, estavam preparando ordens executivas, regulamentações e memorandos para que um futuro (e, na época, eventual) secretário de Segurança Interna pudesse assiná-los. Trump deve começar a definir os nomes que farão parte do seu gabinete nesta quinta-feira. As medidas incluem propostas já apresentadas no primeiro governo Trump, informou o WSJ. Entre elas estão a proibição de viagens de vários países de maioria muçulmana para os EUA, o congelamento do reassentamento de refugiados do exterior e a regra de "encargo público", política que busca repelir imigrantes de baixa renda, deficientes ou com inglês limitado, para evitar que essas pessoas usem os benefícios públicos. 'Não sei o que nos aguarda': Desiludidos, imigrantes latinos pedem a Trump que não feche as fronteiras dos EUA Boa parte dessas propostas não conseguiu ser implantada no primeiro governo Trump por não terem sido emitidas de maneira correta, o que facilitava aos tribunais locais de governos democratas derrubarem. Os aliados de Trump "estão visivelmente mais preparados desta vez", observou Kristie De Peña, vice-presidente sênior de política do Niskanen Center, um think tank sediado em Washington, ao jornal. Já as ideias que estão sendo estudadas incluem uma pausa na aceitação de novos pedidos para categorias de imigração cujo processo atualmente já corre bastante devagar. As propostas variam de asilo a solicitações de green cards baseados em empregos para trabalhadores indianos no setor de tecnologia, deixando esses imigrantes sem opções legais. Uma pesquisa da Pew Research mostra que os EUA abrigam 4,8 milhões de indianos-americanos, dos quais dois terços (66%) são imigrantes. Essas últimas podem encontrar mais resistência interna, incluindo do bilionário Elon Musk, a quem Trump prometeu um cargo em seu governo quando ainda era candidato. O dono do X e da empresa SpaceX, apesar de afirmar que a imigração ilegal deve ser reduzida, defendeu várias vezes a imigração legal, relembrando inclusive que é sul-africano durante uma entrevista com Trump. Por isso, observou o WSJ, as propostas analisadas não teriam o mesmo tom de urgência que outras. Política externa: Vitória de Trump indica guinada radical na relação da Casa Branca com a América Latina A filosofia que guia o posicionamento dos aliados e assessores de Trump (incluindo o próprio magnata, que ajudou a articular essa retórica) é a ideia de que, pontuou o WSJ, os imigrantes legais estão dispostos a aceitar um salário menor por um emprego que se fosse mais bem remunerado seria aceito pelos próprios americanos. Somam-se à narrativa outras acusações feitas pelo presidente eleito, como a de que os imigrantes estão elevando o custo de vida, independente da forma como entraram no país. Apesar da retórica inflamada, já está mais do que comprovado que os imigrantes têm papel crucial na economia, tema que, mostram as bocas de urna, garantiu o retorno de Trump à Casa Branca. Com uma queda na taxa de natalidade americana, são os imigrantes que ajudam a oxigenar a economia: projeções do Departamento de Orçamento do Congresso dos EUA (CBO, em inglês) apontam que, até 2034, a expansão da absorção de mão de obra estrangeira no mercado de trabalho adicionará US$ 7 trilhões ao PIB americano e US$ 1 trilhão às receitas do governo federal. Quando procurados pelo WSJ, a porta-voz da campanha de Trump, Karoline Leavitt, afirmou em declaração por e-mail que "o presidente Trump disse repetidamente que apoia a imigração legal e quer que o máximo de pessoas entrem no país, desde que venham LEGALMENTE." O jornal relembrou que Trump vez ou outra diferenciou imigrantes legais e ilegais ao longo da corrida em 2016 e a deste ano. Da boca para fora: uma análise da National Foundation for American Policy, um think tank que defende a imigração, mostrou que Trump adotou 52 políticas para restringir acesso a vistos e green cards para os trabalhadores qualificados, além de não ter implementado nenhuma medida para facilitar seu acesso. Em 2019, o governo Trump também prometeu penalizar os imigrantes em situação legal que dependiam de programas sociais públicos como forma de diminuir a imigração regular no país.
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