Ao pressionar Tarcísio, indiciamento de Bolsonaro impacta costuras para a eleição de 2026 em São Paulo
Com ex-presidente cada vez mais fora da disputa presidencial, governador tende a ser mais cobrado a concorrer, o que abriria o jogo no estado; direita e esquerda especulam nomes Ao reduzir as chances de Jair Bolsonaro (PL) concorrer em 2026, o indiciamento do ex-presidente por tentativa de golpe sacudiu o tabuleiro eleitoral da direita — e um dos principais impactos se dá em São Paulo, onde o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) passa a ser ainda mais cotado como presidenciável. Planos B: Indiciamento por tentativa de golpe esvazia Bolsonaro e fortalece alternativas na direit Apesar das pressões, Tarcísio sustenta que pretende disputar a reeleição, não a Presidência, e aliados dizem que “nada mudou”. No compasso de espera, contudo, direita e esquerda já se movimentam para acomodar interesses. O governador tem dito que deve decidir seu destino eleitoral na reta final de 2025. Para concorrer a presidente, ele precisaria renunciar ao cargo até abril de 2026. Por ora, a posição de que segue disposto a disputar novamente o governo agrada um de seus principais aliados: o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab. A leitura nos bastidores é de que Kassab seria vice de Tarcísio em São Paulo — posição estratégica, considerando que o governador poderia tentar o Planalto em 2030 e entregar a cadeira ao cacique do PSD. Já o entorno de Bolsonaro, desafeto do dirigente, garante que o grupo não será “relapso novamente” em relação ao cargo de vice, ocupado hoje pelo ex-prefeito de São José dos Campos Felício Ramuth (PSD). Um grupo na Assembleia Legislativa (Alesp) defende o nome do presidente da Casa, André do Prado (PL), como alternativa para concorrer a governador pela direita, caso Tarcísio encare voos nacionais. Ex-prefeito de Guararema, Prado saiu fortalecido das municipais após emplacar aliados em cidades importantes. Ao mesmo tempo, porém, uma fonte próxima a Bolsonaro diz que o nome de Prado, filiado há décadas ao PL de Valdemar Costa Neto, não convence a ala mais fiel ao ex-presidente. — Chance zero — declarou o interlocutor ao GLOBO. Outro fator que pesa na conta é a indefinição partidária do governador. A filiação ao PL, dada como certa por Valdemar antes das eleições deste ano, passou a ser colocada em dúvida. A permanência no Republicanos, ao menos por enquanto, ajuda a manter a base coesa no Legislativo, onde detém ampla maioria. Pela oposição, nomes como Geraldo Alckmin (PSB), Alexandre Padilha (PT) e Guilherme Boulos (PSOL) são avaliados para disputar o Palácio dos Bandeirantes em 2026. A decisão final ficará nas mãos do presidente Lula (PT). Segundo aliados, o petista ainda não se debruçou sobre o tema porque demonstra mais preocupação com o Senado. Com a Casa renovando dois terços do contingente, o presidente quer garantir a eleição de um número expressivo de parceiros. Os nomes cotados para o governo estadual também são considerados para o Senado, mas com diferenças na fila de preferência. Enquanto uma saída de Alckmin de Brasília para disputar o Bandeirantes contra Tarcísio é vista como difícil de acontecer, a corrida pelo Senado parece uma aposta mais certeira, considerando que haverá duas cadeiras em jogo. Isso abriria a vaga de vice-presidente para um partido de centro e com “maior expressão”, diz um integrante do PT. Mesmo com a derrota de Guilherme Boulos (PSOL) na eleição para a prefeitura, o apoio do PT ao deputado federal para o Senado não é descartado. — Reeleger o presidente Lula será meu foco nos próximos dois anos. O que está em jogo para 2026 é novamente derrotar a extrema direita, seja contra Bolsonaro, figuras como Pablo Marçal ou Tarcísio de Freitas — desconversa Boulos.
Com ex-presidente cada vez mais fora da disputa presidencial, governador tende a ser mais cobrado a concorrer, o que abriria o jogo no estado; direita e esquerda especulam nomes Ao reduzir as chances de Jair Bolsonaro (PL) concorrer em 2026, o indiciamento do ex-presidente por tentativa de golpe sacudiu o tabuleiro eleitoral da direita — e um dos principais impactos se dá em São Paulo, onde o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) passa a ser ainda mais cotado como presidenciável. Planos B: Indiciamento por tentativa de golpe esvazia Bolsonaro e fortalece alternativas na direit Apesar das pressões, Tarcísio sustenta que pretende disputar a reeleição, não a Presidência, e aliados dizem que “nada mudou”. No compasso de espera, contudo, direita e esquerda já se movimentam para acomodar interesses. O governador tem dito que deve decidir seu destino eleitoral na reta final de 2025. Para concorrer a presidente, ele precisaria renunciar ao cargo até abril de 2026. Por ora, a posição de que segue disposto a disputar novamente o governo agrada um de seus principais aliados: o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab. A leitura nos bastidores é de que Kassab seria vice de Tarcísio em São Paulo — posição estratégica, considerando que o governador poderia tentar o Planalto em 2030 e entregar a cadeira ao cacique do PSD. Já o entorno de Bolsonaro, desafeto do dirigente, garante que o grupo não será “relapso novamente” em relação ao cargo de vice, ocupado hoje pelo ex-prefeito de São José dos Campos Felício Ramuth (PSD). Um grupo na Assembleia Legislativa (Alesp) defende o nome do presidente da Casa, André do Prado (PL), como alternativa para concorrer a governador pela direita, caso Tarcísio encare voos nacionais. Ex-prefeito de Guararema, Prado saiu fortalecido das municipais após emplacar aliados em cidades importantes. Ao mesmo tempo, porém, uma fonte próxima a Bolsonaro diz que o nome de Prado, filiado há décadas ao PL de Valdemar Costa Neto, não convence a ala mais fiel ao ex-presidente. — Chance zero — declarou o interlocutor ao GLOBO. Outro fator que pesa na conta é a indefinição partidária do governador. A filiação ao PL, dada como certa por Valdemar antes das eleições deste ano, passou a ser colocada em dúvida. A permanência no Republicanos, ao menos por enquanto, ajuda a manter a base coesa no Legislativo, onde detém ampla maioria. Pela oposição, nomes como Geraldo Alckmin (PSB), Alexandre Padilha (PT) e Guilherme Boulos (PSOL) são avaliados para disputar o Palácio dos Bandeirantes em 2026. A decisão final ficará nas mãos do presidente Lula (PT). Segundo aliados, o petista ainda não se debruçou sobre o tema porque demonstra mais preocupação com o Senado. Com a Casa renovando dois terços do contingente, o presidente quer garantir a eleição de um número expressivo de parceiros. Os nomes cotados para o governo estadual também são considerados para o Senado, mas com diferenças na fila de preferência. Enquanto uma saída de Alckmin de Brasília para disputar o Bandeirantes contra Tarcísio é vista como difícil de acontecer, a corrida pelo Senado parece uma aposta mais certeira, considerando que haverá duas cadeiras em jogo. Isso abriria a vaga de vice-presidente para um partido de centro e com “maior expressão”, diz um integrante do PT. Mesmo com a derrota de Guilherme Boulos (PSOL) na eleição para a prefeitura, o apoio do PT ao deputado federal para o Senado não é descartado. — Reeleger o presidente Lula será meu foco nos próximos dois anos. O que está em jogo para 2026 é novamente derrotar a extrema direita, seja contra Bolsonaro, figuras como Pablo Marçal ou Tarcísio de Freitas — desconversa Boulos.
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