Antes do G20, Biden faz viagem histórica a Manaus e anuncia R$ 290 milhões para o Fundo Amazônia
Presidente se encontrará com líderes indígenas e locais que trabalham para proteger o bioma O presidente Joe Biden fará neste domingo uma viagem à floresta amazônica, a primeira de um presidente em exercício dos EUA e em paralelo às promessas de retrocesso na pauta do clima pelo presidente eleito Donald Trump. A floresta, afirmam especialistas, é vital no combate ao aquecimento global por sua capacidade de absorção de gás carbônico que, em excesso na atmosfera, ajuda na intensificação da crise do clima. Como parte da visita, Biden anunciará novas medidas de combate, incluindo um financiamento de US$ 50 milhões (R$ 289,85 milhões) para o Fundo Amazônia. G20 no Rio: Guerra na Ucrânia e conflito em Gaza dificultam consensos na cúpula de líderes Bastidores do G20: Argentina tenta impedir menção à proposta de taxação aos super-ricos em declaração de presidentes Biden chegará a Manaus, a maior cidade da região amazônica do Brasil, como parte de uma viagem pela América do Sul que provavelmente será a última grande visita ao exterior de seu mandato. Depois de se encontrar no dia anterior com o presidente chinês, Xi Jinping, em Lima, fará um passeio aéreo pela Amazônia e visitará um museu antes de falar com a imprensa, informou a Casa Branca. Também se encontrará com líderes indígenas e locais que trabalham para proteger a Amazônia. "Os Estados Unidos estão anunciando US$ 50 milhões (R$ 289,85 milhões) para o Fundo Amazônia, o que levará as contribuições totais dos EUA para o Fundo Amazônia para US$ 100 milhões (cerca de R$ 578 milhões), sujeito à notificação do Congresso", afirmou um comunicado da Casa Branca, após afirmar que os EUA cumpriram a promessa de aumentar até este ano o financiamento de combate às mudanças climáticas para mais de US$ 11 bilhões (quase R$ 64 bilhões). O comunicado menciona também outros projetos de valorização e preservação do bioma, como o Brazil Restoration & Bioeconomy Finance Coalition. Realizado em conjunto com outros 13 parceiros, o projeto promete mobilizar pelo menos US$ 10 bilhões em investimentos públicos e privados para projetos de restauração, conservação, e para apoiar a bioeconomia. Do total, U $ 500 milhões serão destinados em projetos de apoio aos povos indígenas e comunidades locais da Amazônia. Há ainda novos investimentos para apoiar projetos de reflorestamento do bioma, e o apoio ao Tropical Forest Finance Facility (TFFF), que tem por objetivo a proteção das florestas. O presidente também deverá assinar uma proclamação dos EUA que designa o dia 17 de novembro como o Dia Internacional da Conservação. Os EUA são o segundo maior emissor de gases do efeito estufa do mundo, atrás apenas da China. Mas as emissões de gás carbônico de forma per capita pelos americanos (quase 335 milhões) são o dobro dos chineses (1,4 bilhão) e até oito vezes maior que dos indianos (1,4 bilhão), segundo a ONG World Resources Institute. No ano passado, o governo Biden anunciou que solicitaria ao Congresso a aprovação de US$ 500 milhões durante cinco anos ao Fundo Amazônia e atividades correlacionadas até 2030. A promessa foi formalizada durante o Fórum das Grandes Economias sobre Energia e Clima, e suscitou incertezas quanto à sua aprovação. Na época em que a medida foi proposta, os republicanos controlavam apenas a Câmara. Agora, eles não apenas mantiveram a liderança estreita nas últimas eleições, como também recuperaram o Senado. COP29: Países pobres pedem trilhões de dólares contra crise do clima; ricos oferecem bilhões Criado em 2008, o Fundo Amazônia tem por finalidade captar doações para investimentos em ações de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento, bem como da conservação e uso sustentável da Amazônia Legal. O maior doador do fundo é a Noruega, que em junho repassou US$ 50 milhões ao Brasil, valor que compôs um estoque de mais e US$ 1 bilhão. A Alemanha também é um com colaborador histórico. A Amazônia, que se estende por nove países, a maior parte no território do Brasil (60%), é uma das áreas mais vulneráveis às mudanças climáticas e à degradação ambiental. A bacia do Amazonas, que geralmente é um dos lugares mais úmidos do planeta, registrou os piores incêndios em quase duas décadas, enquanto a América Latina enfrenta uma grave seca, segundo o observatório Copernicus da União Europeia (UE). Um estudo recente da rede de monitoramento Raisg revela que a floresta amazônica perdeu em quatro décadas uma área de tamanho semelhante ao território da Colômbia. Especialistas alertam que a região se aproxima de ponto de não retorno de "savanização". À sombra de Trump O conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan, disse que o presidente faria a "escala histórica na Amazônia para destacar seu compromisso pessoal e o compromisso contínuo dos Estados Unidos em combater a mudança climática em casa e no exterior". — Esta é, obviamente, uma das causas definitivas da presidência de Biden — declarou Sullivan na quarta-feira. Saia-justa: Brasil teme que Milei vire dor de cabe
Presidente se encontrará com líderes indígenas e locais que trabalham para proteger o bioma O presidente Joe Biden fará neste domingo uma viagem à floresta amazônica, a primeira de um presidente em exercício dos EUA e em paralelo às promessas de retrocesso na pauta do clima pelo presidente eleito Donald Trump. A floresta, afirmam especialistas, é vital no combate ao aquecimento global por sua capacidade de absorção de gás carbônico que, em excesso na atmosfera, ajuda na intensificação da crise do clima. Como parte da visita, Biden anunciará novas medidas de combate, incluindo um financiamento de US$ 50 milhões (R$ 289,85 milhões) para o Fundo Amazônia. G20 no Rio: Guerra na Ucrânia e conflito em Gaza dificultam consensos na cúpula de líderes Bastidores do G20: Argentina tenta impedir menção à proposta de taxação aos super-ricos em declaração de presidentes Biden chegará a Manaus, a maior cidade da região amazônica do Brasil, como parte de uma viagem pela América do Sul que provavelmente será a última grande visita ao exterior de seu mandato. Depois de se encontrar no dia anterior com o presidente chinês, Xi Jinping, em Lima, fará um passeio aéreo pela Amazônia e visitará um museu antes de falar com a imprensa, informou a Casa Branca. Também se encontrará com líderes indígenas e locais que trabalham para proteger a Amazônia. "Os Estados Unidos estão anunciando US$ 50 milhões (R$ 289,85 milhões) para o Fundo Amazônia, o que levará as contribuições totais dos EUA para o Fundo Amazônia para US$ 100 milhões (cerca de R$ 578 milhões), sujeito à notificação do Congresso", afirmou um comunicado da Casa Branca, após afirmar que os EUA cumpriram a promessa de aumentar até este ano o financiamento de combate às mudanças climáticas para mais de US$ 11 bilhões (quase R$ 64 bilhões). O comunicado menciona também outros projetos de valorização e preservação do bioma, como o Brazil Restoration & Bioeconomy Finance Coalition. Realizado em conjunto com outros 13 parceiros, o projeto promete mobilizar pelo menos US$ 10 bilhões em investimentos públicos e privados para projetos de restauração, conservação, e para apoiar a bioeconomia. Do total, U $ 500 milhões serão destinados em projetos de apoio aos povos indígenas e comunidades locais da Amazônia. Há ainda novos investimentos para apoiar projetos de reflorestamento do bioma, e o apoio ao Tropical Forest Finance Facility (TFFF), que tem por objetivo a proteção das florestas. O presidente também deverá assinar uma proclamação dos EUA que designa o dia 17 de novembro como o Dia Internacional da Conservação. Os EUA são o segundo maior emissor de gases do efeito estufa do mundo, atrás apenas da China. Mas as emissões de gás carbônico de forma per capita pelos americanos (quase 335 milhões) são o dobro dos chineses (1,4 bilhão) e até oito vezes maior que dos indianos (1,4 bilhão), segundo a ONG World Resources Institute. No ano passado, o governo Biden anunciou que solicitaria ao Congresso a aprovação de US$ 500 milhões durante cinco anos ao Fundo Amazônia e atividades correlacionadas até 2030. A promessa foi formalizada durante o Fórum das Grandes Economias sobre Energia e Clima, e suscitou incertezas quanto à sua aprovação. Na época em que a medida foi proposta, os republicanos controlavam apenas a Câmara. Agora, eles não apenas mantiveram a liderança estreita nas últimas eleições, como também recuperaram o Senado. COP29: Países pobres pedem trilhões de dólares contra crise do clima; ricos oferecem bilhões Criado em 2008, o Fundo Amazônia tem por finalidade captar doações para investimentos em ações de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento, bem como da conservação e uso sustentável da Amazônia Legal. O maior doador do fundo é a Noruega, que em junho repassou US$ 50 milhões ao Brasil, valor que compôs um estoque de mais e US$ 1 bilhão. A Alemanha também é um com colaborador histórico. A Amazônia, que se estende por nove países, a maior parte no território do Brasil (60%), é uma das áreas mais vulneráveis às mudanças climáticas e à degradação ambiental. A bacia do Amazonas, que geralmente é um dos lugares mais úmidos do planeta, registrou os piores incêndios em quase duas décadas, enquanto a América Latina enfrenta uma grave seca, segundo o observatório Copernicus da União Europeia (UE). Um estudo recente da rede de monitoramento Raisg revela que a floresta amazônica perdeu em quatro décadas uma área de tamanho semelhante ao território da Colômbia. Especialistas alertam que a região se aproxima de ponto de não retorno de "savanização". À sombra de Trump O conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan, disse que o presidente faria a "escala histórica na Amazônia para destacar seu compromisso pessoal e o compromisso contínuo dos Estados Unidos em combater a mudança climática em casa e no exterior". — Esta é, obviamente, uma das causas definitivas da presidência de Biden — declarou Sullivan na quarta-feira. Saia-justa: Brasil teme que Milei vire dor de cabeça na cúpula do G20 e, depois de encontro com Trump, faça acenos a Bolsonaro Mas a visita acontece à sombra do retorno de Trump à Casa Branca em 20 de janeiro, após sua vitória eleitoral esmagadora sobre a democrata e vice-presidente Kamala Harris. Cético quanto à crise climática, o magnata classifica o aquecimento como "uma das maiores fraudes de todos os tempos." Prometeu reverter as políticas de Biden e retirar os EUA mais uma vez do histórico Acordo de Paris, que busca limitar o aquecimento global a 1,5 ºC acima do período pré-industrial Durante a campanha, Trump repetiu sem parar o bordão "perfure, querido, perfure" e prometeu aumentar a exploração de combustíveis fósseis. E dá os primeiros sinais de que irá cumprir: no dia anterior, anunciou o negacionista do clima Chris Wright como secretário de Energia. Wright é executivo-chefe da Liberty Energy, uma empresa de fracking, isto é, extração de gás de xisto em regiões profundas do solo. Ele ficará encarregado de reduzir a burocracia do setor energético, o que o novo governo espera que aumente os investimentos em combustíveis fósseis. Especialistas alertaram que uma segunda presidência de Trump provocaria a atrasos na transição para a energia verde que Biden estimulou, acabando com as esperanças de alcançar metas climáticas cruciais nos próximos anos. Uma saída dos EUA da diplomacia climática poderia minar consideravelmente a ação mundial para reduzir a dependência dos combustíveis fósseis, o que poderia dar a outros grandes poluidores, como China e Índia, uma desculpa conveniente para reduzir suas metas. Próxima parada: G20 Após a visita histórica, Biden viajará de Manaus para o Rio de Janeiro para participar da reunião de cúpula do G20 na segunda e terça-feira, onde o retorno de Trump e a conferência da ONU sobre clima que está acontecendo em Baku serão temas importantes na agenda. Entrevista: 'Consenso no G20 criaria tabuleiro diferente para futuro com Trump', diz Tatiana Rosito, coordenadora da trilha de finanças O americano terá um almoço com o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, que assumiu o compromisso de acabar com o desmatamento ilegal na Amazônia até 2030. No Rio, ele também se encontrará com um dos aliados de Trump na região: o presidente da Argentina, o ultraliberal Javier Milei, que, assim como o republicano, é cético em relação às mudanças climáticas e ao multilateralismo.
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