Alvo de Paes, Castro aposta em prefeitos no fim do mandato em secretariado para reforçar base na Alerj
Em meio a dificuldades na Assembleia, governador do Rio prepara composição com gestores que deixarão o cargo, de siglas como PL e PP O governador do Rio, Cláudio Castro (PL), prepara uma reformulação em seu secretariado com a entrada de prefeitos em fim de mandato que conseguiram eleger sucessores em seus municípios. A tendência é que a nova montagem do primeiro escalão avance em espaços de deputados estaduais que se licenciaram do mandato para assumir secretarias, e que voltariam com isso a bater ponto na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), em um momento de dificuldades para o governo na Casa. 'Dizer que é viável é mentir para população': Ex-ministro de Bolsonaro, Ciro Nogueira critica PEC contra escala 6x1 De deputado do partido de Bolsonaro ao PSDB: PEC contra jornada 6x1 ganha adesão até na oposição O objetivo de Castro é amarrar uma base de prefeitos de partidos que já apoiaram sua reeleição em 2022, de olho em manter capital político para a sucessão estadual de 2026. O governador diz que seguirá na cadeira até o fim do mandato e não concorrerá a nada, mas é visto como um ator que pode ajudar ou atrapalhar candidaturas ao Executivo estadual. Castro tem acumulado atritos com o prefeito da capital, Eduardo Paes (PSD), que se movimenta para disputar o Palácio Guanabara, mas carece justamente de alianças com prefeitos pelo estado. Entre os prefeitos cotados para entrar no secretariado de Castro estão Rogério Lisboa (PP), de Nova Iguaçu, e Jorge Miranda (PL), de Mesquita, ambas cidades da Baixada Fluminense. Também devem receber espaço nomes do Sul e Centro-Sul Fluminense, como os prefeitos André Português (PP), de Miguel Pereira; Diogo Balieiro (PL), de Resende; e Rodrigo Drable (Solidariedade), de Barra Mansa. A expectativa é que a entrada no governo sirva de vitrine para que esses prefeitos tentem candidaturas ao Legislativo ou componham chapas majoritárias daqui a dois anos. Ainda não há definição sobre quais vagas serão abertas para cada prefeito, mas interlocutores do Palácio Guanabara avaliam que as mudanças devem impactar também a composição com a Alerj. Atualmente, sete secretarias são ocupadas por deputados: Turismo (PP), Esportes (MDB), Habitação (União Brasil), Meio Ambiente (Solidariedade), Agricultura, Cidades e Ciência e Tecnologia, essas três últimas sob a alçada do PL. A entrada de prefeitos pode levar ao retorno de parte desses secretários à Alerj, reforçando a base de Castro. O governador travou um embate recente com o presidente da Casa, Rodrigo Bacellar (União), que se irritou por ver aliados de Castro atribuírem trocas na área de segurança pública à sua interferência. O entrevero se desdobrou na fritura do governo na Alerj e em desconfianças mútuas. Outra possibilidade é o fatiamento da estrutura existente para criar novas pastas, medida adotada por Castro no ano passado para acomodar o deputado estadual Douglas Ruas (PL), atual secretário de Cidades. A medida, porém, não é a preferida de dirigentes partidários, já que costuma fracionar o Orçamento. Aliados fora da capital Os dois prefeitos do PL cotados para entrar no secretariado afirmam que o governador tem boa interlocução e prestígio com prefeitos da Baixada e do interior, em uma situação inversa à vivenciada com Paes. — Acredito que o governador esteja querendo levar para o governo experiências que funcionaram bem nas cidades — diz o prefeito de Mesquita, Jorge Miranda. O prefeito de Resende, Diogo Balieiro, complementa: — Hoje o secretariado é mais voltado à Alerj, mas o governador prestigia muito os prefeitos, e é um bom movimento este de buscar quem já foi testado e deu resultado. Miranda, que elegeu como sucessor em Mesquita seu ex-secretário Alex Maroto (PL), afirma não ter recebido convite oficial de Castro, mas diz que poderia replicar experiências de sua gestão. Balieiro, que elegeu o deputado estadual Tande Vieira (PP) como sucessor em Resende e apadrinhou também a eleição de seu ex-secretário Kaio Márcio (PL) na vizinha Itatiaia, diz não ter conversado com Castro sobre um eventual embarque no secretariado. Já os dois prefeitos do PP, Rogério Lisboa e André Português, têm horizontes distintos. Português já foi cotado para a pasta do Turismo, ocupada hoje pelo deputado estadual Gustavo Tutuca (PP). O prefeito afirma que sua gestão ampliou a procura de turistas por Miguel Pereira, frisando parcerias com o governo estadual: — Seria uma grande honra continuar caminhando ao lado dele (Castro). Lisboa é aliado próximo do presidente estadual do PP, Doutor Luizinho, responsável por indicações na secretaria de Saúde, e é considerado um nome mais resistente a assumir uma cadeira no secretariado. O prefeito de Nova Iguaçu costuma ser cogitado como candidato a vice de possíveis postulantes ao governo, caso de Paes, que buscam atrair o PP para a empreitada. Procurado, Lisboa não retornou o contato.
Em meio a dificuldades na Assembleia, governador do Rio prepara composição com gestores que deixarão o cargo, de siglas como PL e PP O governador do Rio, Cláudio Castro (PL), prepara uma reformulação em seu secretariado com a entrada de prefeitos em fim de mandato que conseguiram eleger sucessores em seus municípios. A tendência é que a nova montagem do primeiro escalão avance em espaços de deputados estaduais que se licenciaram do mandato para assumir secretarias, e que voltariam com isso a bater ponto na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), em um momento de dificuldades para o governo na Casa. 'Dizer que é viável é mentir para população': Ex-ministro de Bolsonaro, Ciro Nogueira critica PEC contra escala 6x1 De deputado do partido de Bolsonaro ao PSDB: PEC contra jornada 6x1 ganha adesão até na oposição O objetivo de Castro é amarrar uma base de prefeitos de partidos que já apoiaram sua reeleição em 2022, de olho em manter capital político para a sucessão estadual de 2026. O governador diz que seguirá na cadeira até o fim do mandato e não concorrerá a nada, mas é visto como um ator que pode ajudar ou atrapalhar candidaturas ao Executivo estadual. Castro tem acumulado atritos com o prefeito da capital, Eduardo Paes (PSD), que se movimenta para disputar o Palácio Guanabara, mas carece justamente de alianças com prefeitos pelo estado. Entre os prefeitos cotados para entrar no secretariado de Castro estão Rogério Lisboa (PP), de Nova Iguaçu, e Jorge Miranda (PL), de Mesquita, ambas cidades da Baixada Fluminense. Também devem receber espaço nomes do Sul e Centro-Sul Fluminense, como os prefeitos André Português (PP), de Miguel Pereira; Diogo Balieiro (PL), de Resende; e Rodrigo Drable (Solidariedade), de Barra Mansa. A expectativa é que a entrada no governo sirva de vitrine para que esses prefeitos tentem candidaturas ao Legislativo ou componham chapas majoritárias daqui a dois anos. Ainda não há definição sobre quais vagas serão abertas para cada prefeito, mas interlocutores do Palácio Guanabara avaliam que as mudanças devem impactar também a composição com a Alerj. Atualmente, sete secretarias são ocupadas por deputados: Turismo (PP), Esportes (MDB), Habitação (União Brasil), Meio Ambiente (Solidariedade), Agricultura, Cidades e Ciência e Tecnologia, essas três últimas sob a alçada do PL. A entrada de prefeitos pode levar ao retorno de parte desses secretários à Alerj, reforçando a base de Castro. O governador travou um embate recente com o presidente da Casa, Rodrigo Bacellar (União), que se irritou por ver aliados de Castro atribuírem trocas na área de segurança pública à sua interferência. O entrevero se desdobrou na fritura do governo na Alerj e em desconfianças mútuas. Outra possibilidade é o fatiamento da estrutura existente para criar novas pastas, medida adotada por Castro no ano passado para acomodar o deputado estadual Douglas Ruas (PL), atual secretário de Cidades. A medida, porém, não é a preferida de dirigentes partidários, já que costuma fracionar o Orçamento. Aliados fora da capital Os dois prefeitos do PL cotados para entrar no secretariado afirmam que o governador tem boa interlocução e prestígio com prefeitos da Baixada e do interior, em uma situação inversa à vivenciada com Paes. — Acredito que o governador esteja querendo levar para o governo experiências que funcionaram bem nas cidades — diz o prefeito de Mesquita, Jorge Miranda. O prefeito de Resende, Diogo Balieiro, complementa: — Hoje o secretariado é mais voltado à Alerj, mas o governador prestigia muito os prefeitos, e é um bom movimento este de buscar quem já foi testado e deu resultado. Miranda, que elegeu como sucessor em Mesquita seu ex-secretário Alex Maroto (PL), afirma não ter recebido convite oficial de Castro, mas diz que poderia replicar experiências de sua gestão. Balieiro, que elegeu o deputado estadual Tande Vieira (PP) como sucessor em Resende e apadrinhou também a eleição de seu ex-secretário Kaio Márcio (PL) na vizinha Itatiaia, diz não ter conversado com Castro sobre um eventual embarque no secretariado. Já os dois prefeitos do PP, Rogério Lisboa e André Português, têm horizontes distintos. Português já foi cotado para a pasta do Turismo, ocupada hoje pelo deputado estadual Gustavo Tutuca (PP). O prefeito afirma que sua gestão ampliou a procura de turistas por Miguel Pereira, frisando parcerias com o governo estadual: — Seria uma grande honra continuar caminhando ao lado dele (Castro). Lisboa é aliado próximo do presidente estadual do PP, Doutor Luizinho, responsável por indicações na secretaria de Saúde, e é considerado um nome mais resistente a assumir uma cadeira no secretariado. O prefeito de Nova Iguaçu costuma ser cogitado como candidato a vice de possíveis postulantes ao governo, caso de Paes, que buscam atrair o PP para a empreitada. Procurado, Lisboa não retornou o contato.
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