Alice Braga fala da série que produziu sobre crimes contra indígenas na ditadura militar: 'Me fez olhar o Brasil de outra maneira'
Em entrevista à jornalista Maria Fortuna no videocast 'Conversa vai, conversa vem', atriz brasileira de maior projeção internacional explica porque escolhe refletir sobre seu país natal em projetos autorais: 'De onde estiver, sempre vou lutar pelo Brasil' Foi num jantar de família em 2018 que Alice Braga tomou conhecimento do Relatório Figueiredo. O documento de mais de 7 mil páginas registrou uma série de crimes cometidos contra os indígenas durante a ditadura militar: roubo de terras, estupros, torturas, assassinatos. Parte dessas atrocidades haviam sido praticadas por pessoas ligadas, direta ou indiretamente, ao antigo Serviço de Proteção ao Índio (SPI), cuja missão era zelar pelo bem-estar dos povos originários. Alice Braga Reprodução Perdeu o último episódio? Assista ao 'Conversa vai, conversa vem' com Adriana Calcanhotto 'Tive um processo de cura inquestionável': Fabio Assunção no 'Conversa vai, conversa vem'; assista Movida pela indignação, Alice mergulhou na investigação desse relatório, que passou décadas desaparecido e foi reencontrado em 2012, pelo pesquisador Marcelo Zelic (1963-2023), numa caixa no Museu do Índio. O resultado da pesquisa de Alice está na audioserie "Yawara: uma história oculta do Brasil", disponível na plataforma Audible. A atriz produz e narra a série, que conta com a participação da artista indígena Daiara Tukano. Em entrevista à jornalista Maria Fortuna no videocast "Conversa vai, conversa vem", do GLOBO, a atriz contou que esse trabalho mudou a forma com que enxerga o Brasil. E que resgatar o passado fez com que refletisse sobre o presente do país. Alice Braga e Maria Fortuna no estúdio do jornal OGLOBO Alexandre Cassiano - Quando comecei a ir atrás dessa história, vi o quanto a gente não a aprende na escola. Como não está todo mundo sabendo e debatendo esse assunto? Investigar sobre o relatório me trouxe para o presente, não só para o passado. A questão indígena é um dos temas mais importantes no Brasil atual. Lendo o documento, percebemos que estamos repetindo toda aquela violência contra os povos originários - alerta Alice. Ela segue discorrendo sobre o assunto e conta que o desejo de falar sobre o passado ajuda a sinalizar os mesmos erros do presente. - Seguimos praticando genocídio com os indígenas. Quanto isso afeta o futuro de todos nós? Porque está tudo conectado. Eles são os guardiões da natureza, e a gente sem a natureza é o que? A crise climática está aí... Tem que demarcar terra indígena! Enquanto isso, eles lutam até hoje o Marco Temporal não passar. Parece que a gente não aprendeu nada - critica. - Meu desejo com o projeto foi convidar a gente a fazer uma autocrítica como sociedade. E ele mudou a forma como enxergo o Brasil, nesse lugar de falar: a gente já parou para pensar o que veio antes da gente, no chão que a gente pisa, no que tem acontecido e a gente segue fazendo? Atriz brasileira de maior projeção internacional, Alice sempre escolhe falar de seu país natal em seus projetos autorais. - De onde estiver, sempre vou lutar pelo Brasil.
Em entrevista à jornalista Maria Fortuna no videocast 'Conversa vai, conversa vem', atriz brasileira de maior projeção internacional explica porque escolhe refletir sobre seu país natal em projetos autorais: 'De onde estiver, sempre vou lutar pelo Brasil' Foi num jantar de família em 2018 que Alice Braga tomou conhecimento do Relatório Figueiredo. O documento de mais de 7 mil páginas registrou uma série de crimes cometidos contra os indígenas durante a ditadura militar: roubo de terras, estupros, torturas, assassinatos. Parte dessas atrocidades haviam sido praticadas por pessoas ligadas, direta ou indiretamente, ao antigo Serviço de Proteção ao Índio (SPI), cuja missão era zelar pelo bem-estar dos povos originários. Alice Braga Reprodução Perdeu o último episódio? Assista ao 'Conversa vai, conversa vem' com Adriana Calcanhotto 'Tive um processo de cura inquestionável': Fabio Assunção no 'Conversa vai, conversa vem'; assista Movida pela indignação, Alice mergulhou na investigação desse relatório, que passou décadas desaparecido e foi reencontrado em 2012, pelo pesquisador Marcelo Zelic (1963-2023), numa caixa no Museu do Índio. O resultado da pesquisa de Alice está na audioserie "Yawara: uma história oculta do Brasil", disponível na plataforma Audible. A atriz produz e narra a série, que conta com a participação da artista indígena Daiara Tukano. Em entrevista à jornalista Maria Fortuna no videocast "Conversa vai, conversa vem", do GLOBO, a atriz contou que esse trabalho mudou a forma com que enxerga o Brasil. E que resgatar o passado fez com que refletisse sobre o presente do país. Alice Braga e Maria Fortuna no estúdio do jornal OGLOBO Alexandre Cassiano - Quando comecei a ir atrás dessa história, vi o quanto a gente não a aprende na escola. Como não está todo mundo sabendo e debatendo esse assunto? Investigar sobre o relatório me trouxe para o presente, não só para o passado. A questão indígena é um dos temas mais importantes no Brasil atual. Lendo o documento, percebemos que estamos repetindo toda aquela violência contra os povos originários - alerta Alice. Ela segue discorrendo sobre o assunto e conta que o desejo de falar sobre o passado ajuda a sinalizar os mesmos erros do presente. - Seguimos praticando genocídio com os indígenas. Quanto isso afeta o futuro de todos nós? Porque está tudo conectado. Eles são os guardiões da natureza, e a gente sem a natureza é o que? A crise climática está aí... Tem que demarcar terra indígena! Enquanto isso, eles lutam até hoje o Marco Temporal não passar. Parece que a gente não aprendeu nada - critica. - Meu desejo com o projeto foi convidar a gente a fazer uma autocrítica como sociedade. E ele mudou a forma como enxergo o Brasil, nesse lugar de falar: a gente já parou para pensar o que veio antes da gente, no chão que a gente pisa, no que tem acontecido e a gente segue fazendo? Atriz brasileira de maior projeção internacional, Alice sempre escolhe falar de seu país natal em seus projetos autorais. - De onde estiver, sempre vou lutar pelo Brasil.
Qual é a sua reação?