Ajuda climática anual de países ricos a pobres deve ficar entre US$ 250 bi e US$ 1,3 tri
Negociação do valor só começou a avançar no último dia da conferência do clima, no Azerbaijão; representantes ainda divergem sobre papel de recursos públicos e privados no acordo A negociação sobre os objetivos de países ricos em financiar ações dos pobres no combate a o aquecimento global avançou com atraso, no último dia da 29ª Conferência das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP29), em Baku, no Azerbaijão. Há uma semana, os números de repasses anuais negociadas variavam entre US$ 100 bilhões e US$ 5,6 trilhões. Numa última versão do texto proposto como documento declaratório do encontro a faixa de valores se afunilou, e vai de US$ 250 bilhões a US$ 1,3 trilhão. Ciência do clima: Calor recorde dos oceanos agravou furacões do Atlântico em 2024, diz estudo Observadores afirmam que o avanço foi tímido, com atraso, e que os debates ainda estão longe de um consenso. O encontro está marcado para terminar hoje. Além de não ter definido um valor específico, o texto precisa definir melhoras as regras para qualificar o que é (e o que não é) auxílio financeiro climático. A versão atual do documento ainda é um pouco vaga em definir o que essa faixa de valores representa. O que gera conflito entre negociadores ainda é se verbas privadas podem entrar na conta do que se considera auxílio climático. Economia do clima: Conflito na COP29 cresce enquanto sauditas resistem a reafirmar promessa sobre combustíveis fósseis O texto diz que "com países desenvolvidos assumindo a liderança, decide etabelecer um objetivo de US$ 250 bilhões por ano em 2035 para ações climáticas nos países em desenvolvimento". Ao mesmo tempo o esboço de declaração diz que "conclama a todos atores para trabalhar juntos e viabilizar uma ampliação do financiamento a países em desenvolvimento para ação climática de todas as fontes públicas e privadas para ao menos US$ trilhão por ano em 2035". O escopo de valores é considerado amplo, ainda, e o consenso não parce próximo. A perspectiva é que diplomatas e representantes de países trabalhem nesta madrugada para finalizar o acordo dentro do prazo. — A COP29 está agora por um fio. Eu percebo um apetite pelo acordo, e áreas de convergência estão entrando no foco, mas sejamos francos: ainda há muitas diferencas substanciais. O sucesso ainda não está garantido. — afirmou em discurso o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, que está presente no evento. — Precisamos de um grande impulso para levar as discussões à linha de chegada para entregar um pacote ambicioso e equilibrado com todos os itens pendentes, com uma nova meta de financiamento em seu centro. Fracassar não é uma opção. O objetivo das notas metas quantificadas de financiamento (NCQG, na sigla adotadas por diplomatas) é bancar ações de adaptação á crise do clima e cortes de emissão de gases de efeito estuga nos países em desenvolvimento. Tendo sido responsáveis pela maior parte do CO2 lançado ao ar historicamente, nações em desenvolvimento devem assumir esse compromisso para a transição da economia global, prevê o Acordo de Paris para o clima. O tratado firmado em 2015 afirma também que os cortes de emissões precisam ocorrer rápido, para impedir que o planeta aqueça mais de 1,5°C, limite considerado perigoso. Ainda há uma lacuna muito grande entre o que está sendo feito e o que precisa ser feito, porém. As emissões globais atuais estão de 56,7 bilhões de toneladas de CO² por ano e precisam cair a 24,7 bilhões até 2035, afirma relatório do Programa da ONU para o Meio Ambiente (Pnuma).Muitos países não estão na rota de cumprir suas promessas e, mesmo que estivessem, o corte seria de apenas 5,6 bilhões nessa cifra. Os compromissos de corte de emissões estão empacados essencialmente porque países em desenvolvimento se recusam a adotar mais ambições em suas metas antes de saberem quanto financiamento terão para essas ações. A versão atual do texto está sendo criticada por ONGs ambientalistas, os principais observadores externos na COP29. — Ao estabelecer uma nova meta de US$ 250 bilhões ao ano para substituir a anterior de 100 bilhões, o texto reduz a responsabilidade dos países desenvolvidos ao dizer apenas que eles devem 'liderar' tal financiamento — afirma Camila Jardim, especialista em política internacional do Greenpeace. Para ela, um grande gargalo ainda está na definição da qualidade dos recursos fornecidos. — O documento não deixa claro qual percentual desses 250 bilhões deve vir de doações ou de financiamento "altamente concessional" — afirma, referindo-se ao risco de endividamento excessivo de países pobres se empréstimos não forem a juros muito abaixo dos de mercado. — Ao mencionar o 1.3 trilhão como meta total até 2035, o texto apresentado está esperando que a solução venha do setor privado, que sabemos não ser o caso.
Negociação do valor só começou a avançar no último dia da conferência do clima, no Azerbaijão; representantes ainda divergem sobre papel de recursos públicos e privados no acordo A negociação sobre os objetivos de países ricos em financiar ações dos pobres no combate a o aquecimento global avançou com atraso, no último dia da 29ª Conferência das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP29), em Baku, no Azerbaijão. Há uma semana, os números de repasses anuais negociadas variavam entre US$ 100 bilhões e US$ 5,6 trilhões. Numa última versão do texto proposto como documento declaratório do encontro a faixa de valores se afunilou, e vai de US$ 250 bilhões a US$ 1,3 trilhão. Ciência do clima: Calor recorde dos oceanos agravou furacões do Atlântico em 2024, diz estudo Observadores afirmam que o avanço foi tímido, com atraso, e que os debates ainda estão longe de um consenso. O encontro está marcado para terminar hoje. Além de não ter definido um valor específico, o texto precisa definir melhoras as regras para qualificar o que é (e o que não é) auxílio financeiro climático. A versão atual do documento ainda é um pouco vaga em definir o que essa faixa de valores representa. O que gera conflito entre negociadores ainda é se verbas privadas podem entrar na conta do que se considera auxílio climático. Economia do clima: Conflito na COP29 cresce enquanto sauditas resistem a reafirmar promessa sobre combustíveis fósseis O texto diz que "com países desenvolvidos assumindo a liderança, decide etabelecer um objetivo de US$ 250 bilhões por ano em 2035 para ações climáticas nos países em desenvolvimento". Ao mesmo tempo o esboço de declaração diz que "conclama a todos atores para trabalhar juntos e viabilizar uma ampliação do financiamento a países em desenvolvimento para ação climática de todas as fontes públicas e privadas para ao menos US$ trilhão por ano em 2035". O escopo de valores é considerado amplo, ainda, e o consenso não parce próximo. A perspectiva é que diplomatas e representantes de países trabalhem nesta madrugada para finalizar o acordo dentro do prazo. — A COP29 está agora por um fio. Eu percebo um apetite pelo acordo, e áreas de convergência estão entrando no foco, mas sejamos francos: ainda há muitas diferencas substanciais. O sucesso ainda não está garantido. — afirmou em discurso o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, que está presente no evento. — Precisamos de um grande impulso para levar as discussões à linha de chegada para entregar um pacote ambicioso e equilibrado com todos os itens pendentes, com uma nova meta de financiamento em seu centro. Fracassar não é uma opção. O objetivo das notas metas quantificadas de financiamento (NCQG, na sigla adotadas por diplomatas) é bancar ações de adaptação á crise do clima e cortes de emissão de gases de efeito estuga nos países em desenvolvimento. Tendo sido responsáveis pela maior parte do CO2 lançado ao ar historicamente, nações em desenvolvimento devem assumir esse compromisso para a transição da economia global, prevê o Acordo de Paris para o clima. O tratado firmado em 2015 afirma também que os cortes de emissões precisam ocorrer rápido, para impedir que o planeta aqueça mais de 1,5°C, limite considerado perigoso. Ainda há uma lacuna muito grande entre o que está sendo feito e o que precisa ser feito, porém. As emissões globais atuais estão de 56,7 bilhões de toneladas de CO² por ano e precisam cair a 24,7 bilhões até 2035, afirma relatório do Programa da ONU para o Meio Ambiente (Pnuma).Muitos países não estão na rota de cumprir suas promessas e, mesmo que estivessem, o corte seria de apenas 5,6 bilhões nessa cifra. Os compromissos de corte de emissões estão empacados essencialmente porque países em desenvolvimento se recusam a adotar mais ambições em suas metas antes de saberem quanto financiamento terão para essas ações. A versão atual do texto está sendo criticada por ONGs ambientalistas, os principais observadores externos na COP29. — Ao estabelecer uma nova meta de US$ 250 bilhões ao ano para substituir a anterior de 100 bilhões, o texto reduz a responsabilidade dos países desenvolvidos ao dizer apenas que eles devem 'liderar' tal financiamento — afirma Camila Jardim, especialista em política internacional do Greenpeace. Para ela, um grande gargalo ainda está na definição da qualidade dos recursos fornecidos. — O documento não deixa claro qual percentual desses 250 bilhões deve vir de doações ou de financiamento "altamente concessional" — afirma, referindo-se ao risco de endividamento excessivo de países pobres se empréstimos não forem a juros muito abaixo dos de mercado. — Ao mencionar o 1.3 trilhão como meta total até 2035, o texto apresentado está esperando que a solução venha do setor privado, que sabemos não ser o caso.
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