Unidades Conjuntas Destacam a Potência da Amazônia

A Amazônia, ocupando metade do Brasil e rica em biodiversidade, é um dos biomas mais relevantes do país. Para compartilhar um pouco dessa riqueza no Cerrado de Brasília, o Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa), o Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM) e o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) se uniram pela primeira vez, criando um estande abrangente na 21ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT).

Conforme salientou Tanara Lauschner, subsecretária de Ciência e Tecnologia para a Amazônia do MCTI, a Amazônia é crucial para o equilíbrio ambiental global, oferecendo a maior biodiversidade do planeta e atuando como um importante sumidouro de carbono, que ajuda a neutralizar as mudanças climáticas. “A pesquisa sobre a Amazônia não deve se restringir apenas às suas dimensões físicas, mas também à sua influência na regulação do clima e no ciclo hidrológico que afeta toda a América do Sul”, destacou.

Com uma extensão de 5 milhões de km², a Amazônia abrange os estados brasileiros do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Mato Grosso e Maranhão, bem como áreas de países vizinhos como Peru e Colômbia. De acordo com a Embrapa, a região abriga cerca de 30 milhões de espécies, muitas das quais continuam sendo desconhecidas e não estudadas.

A subsecretária também enfatizou o papel vital do MCTI na preservação da Amazônia, indicando que inovações em ciência e tecnologia são essenciais para enfrentar os desafios que a região enfrenta. “Iniciativas como monitoramento por satélite e uso de inteligência artificial são fundamentais para o desenvolvimento sustentável da Amazônia”, afirmou.

O papel do Inpa na pesquisa amazônica

Referência em Biologia Tropical, o Inpa se dedica a pesquisas sobre a fauna e flora da Amazônia, visando o uso sustentável de seus recursos. O coordenador de extensão do instituto, George Rebelo, esclareceu que o Inpa é central para entender e propor soluções diante das preocupações climáticas que afetam o bioma e suas populações. O programa de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA) é um dos projetos significativos do instituto, responsáveis pela formação de mais de 850 mestres e doutores até 2023.

O “Bosque da Ciência”, um museu vivo que reúne uma vasta gama de organismos, também se destaca em suas atividades, promovendo a popularização do conhecimento científico. Jorge Lobato, chefe do museu, destacou a importância de compartilhar informações em vez de mantê-las restritas ao meio científico.

Foco nas águas do Mamirauá

O IDSM focou em projetos relacionados às águas do Rio Tefé, explicando a interconexão entre a vida na região e as variações das águas. A biologia Bianca Darski ressaltou que, com 25 anos de manejo do Pirarucu, essa iniciativa é essencial para a subsistência das comunidades ribeirinhas. Contudo, a crise climática trouxe sérios desafios, como a seca e o aquecimento dos corpos hídricos, resultando na morte de centenas de botos.

O instituto também fornece apoio às populações ribeirinhas, entregando kits de purificação de água como resposta às dificuldades impostas pela estiagem.

Legado cultural do Goeldi

O Museu Paraense Emílio Goeldi trouxe para a SNCT um acervo que resgata 12 mil anos da história amazônica, representando o maior acervo sobre a região. O coordenador de Museologia do MPEG, Emanoel Fernandes, enfatizou a importância de trazer o conhecimento tradicional à população local por meio de iniciativas de tecnologia social e divulgação científica.

Desmatamento sob controle

O desmatamento na Amazônia, um tema de preocupação contínua, apresentou uma redução de 30,6% em 2024, de acordo com dados do sistema de monitoramento do Inpe. Essa diminuição, que reflete o impacto das políticas ambientais implementadas nos últimos tempos, foi anunciada em coletiva no Palácio do Planalto, onde as autoridades ressaltaram a importância de ações efetivas para a proteção dos biomas brasileiros.