Trump quebra tradição e ignora verificação de antecedentes criminais ao montar Gabinete
Por outro lado, presidente eleito tem usado empresas privadas para checar potenciais candidatos a cargos administrativos A equipe de transição do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, tem quebrado a tradição ao nomear nomes para o Gabinete sem pedir antes a verificação de antecedentes criminais do FBI. Por outro lado, empresas privadas estão sendo usadas para checar o passado de potenciais candidatos a cargos administrativos, disseram fontes próximas à transição que falaram sob anonimato à rede americana CNN. Contexto: Trump busca enfrentar os pilares do ‘Estado profundo’ com nomeações provocativas para setores importantes do governo Aliança: Trump e Milei se reúnem em Mar-a-Lago, e argentino fala em 'maior retorno político da História' Na avaliação das fontes, Trump e aliados adotaram a prática por acreditar que o sistema do FBI é lento e está repleto de problemas que podem atrapalhar os planos do presidente eleito de começar logo os trabalhos para a implementação da sua agenda. Mas críticos da quebra de protocolo afirmam que as verificações, por vezes intrusivas, antecedem informações embaraçosas que podem ser usadas contra o governo. As discussões ocorrem no momento em que Trump tem apresentado vários nomes controversos para cargos de alto nível, como o bilionário Elon Musk para o comando do inédito Departamento de Eficiência Governamental, e até mesmo Pete Hegseth, apresentador da Fox News, como secretário de Defesa. A tradição foi estabelecida após a Segunda Guerra Mundial com o objetivo de garantir que altos funcionários do governo não tivessem laços com interesses estrangeiros desconhecidos ou questões que pudessem ameaçar a segurança nacional. Em último caso, no entanto, o presidente tem autoridade de nomear quem quiser e decidir quem será analisado pelo FBI. Análise: Medos e pânicos do Brasil com Trump A manobra, por outro lado, reflete a profunda desconfiança de Trump e aliados em relação ao sistema de segurança nacional, parte do que chama de "Estado profundo". Segundo as fontes ouvidas pela CNN, o magnata chegou a questionar, em particular, a necessidade de verificação de antecedentes. Alguns dos candidatos escolhidos por Trump poderiam ter problemas durante a verificação de antecedentes. Matt Gaetz, deputado da Flórida escolhido para o cargo de secretário de Justiça dos Estados Unidos, é investigado pelo Departamento de Justiça e pela Comissão de Ética da Câmara por denúncias envolvendo tráfico sexual. O Departamento de Justiça se recusou a acusar Gaetz, e a investigação de ética da Câmara, que estava a dias de ser concluída, foi efetivamente encerrada quando o congressista renunciou ao seu cargo nesta semana para assumir o comando da pasta. Gaetz negou repetidamente qualquer irregularidade. Outro nome que poderiam apontar incongruências é o de Tulsi Gabbard, nomeada a diretora da Inteligência Nacional (DNI, na sigla em inglês), responsável por supervisionar todas as 18 agências de inteligência do país. Gabbard frequentemente assumiu posições mais favoráveis a líderes estrangeiros considerados adversários americanos. Entrevistas, indicações e hospedagem em Mar-a-Lago: Musk é o integrante 'mais influente' da equipe de transição de Trump Em 2017, Gabbard se reuniu com o presidente sírio Bashar al-Assad na Síria. Dois anos depois, afirmou que ele "não era um inimigo dos Estados Unidos". Já em 2022, ela ecoou a justificativa do presidente russo Vladimir Putin para a invasão da Ucrânia pelo país, atribuindo a culpa não a Moscou, mas ao fracasso do governo Biden em reconhecer "as preocupações legítimas de segurança da Rússia em relação ao fato de a Ucrânia se tornar membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan)", pensamento popular em alguns círculos de direita. Como presidente, Trump poderia contornar o processo de verificação e indicar Gaetz e Gabbard com base na chamada autorização de segurança, recurso que usou no seu primeiro mandato para aprovar a nomeação de 25 pessoas, incluindo seu genro Jared Kushner, cujos pedidos foram negados ou ficaram em suspenso por preocupações com a segurança nacional, como conflito de interesses. O Senado, que precisa aprovar os nomes do Gabinete e está sob controle do Partido Republicano, poderia solicitar uma verificação paralela ao FBI, mas fontes ouvidas pela CNN apontaram ser improvável, e mesmo ocorrendo seria mais difícil obter acesso a determinadas informações sem autorização do investigado.
Por outro lado, presidente eleito tem usado empresas privadas para checar potenciais candidatos a cargos administrativos A equipe de transição do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, tem quebrado a tradição ao nomear nomes para o Gabinete sem pedir antes a verificação de antecedentes criminais do FBI. Por outro lado, empresas privadas estão sendo usadas para checar o passado de potenciais candidatos a cargos administrativos, disseram fontes próximas à transição que falaram sob anonimato à rede americana CNN. Contexto: Trump busca enfrentar os pilares do ‘Estado profundo’ com nomeações provocativas para setores importantes do governo Aliança: Trump e Milei se reúnem em Mar-a-Lago, e argentino fala em 'maior retorno político da História' Na avaliação das fontes, Trump e aliados adotaram a prática por acreditar que o sistema do FBI é lento e está repleto de problemas que podem atrapalhar os planos do presidente eleito de começar logo os trabalhos para a implementação da sua agenda. Mas críticos da quebra de protocolo afirmam que as verificações, por vezes intrusivas, antecedem informações embaraçosas que podem ser usadas contra o governo. As discussões ocorrem no momento em que Trump tem apresentado vários nomes controversos para cargos de alto nível, como o bilionário Elon Musk para o comando do inédito Departamento de Eficiência Governamental, e até mesmo Pete Hegseth, apresentador da Fox News, como secretário de Defesa. A tradição foi estabelecida após a Segunda Guerra Mundial com o objetivo de garantir que altos funcionários do governo não tivessem laços com interesses estrangeiros desconhecidos ou questões que pudessem ameaçar a segurança nacional. Em último caso, no entanto, o presidente tem autoridade de nomear quem quiser e decidir quem será analisado pelo FBI. Análise: Medos e pânicos do Brasil com Trump A manobra, por outro lado, reflete a profunda desconfiança de Trump e aliados em relação ao sistema de segurança nacional, parte do que chama de "Estado profundo". Segundo as fontes ouvidas pela CNN, o magnata chegou a questionar, em particular, a necessidade de verificação de antecedentes. Alguns dos candidatos escolhidos por Trump poderiam ter problemas durante a verificação de antecedentes. Matt Gaetz, deputado da Flórida escolhido para o cargo de secretário de Justiça dos Estados Unidos, é investigado pelo Departamento de Justiça e pela Comissão de Ética da Câmara por denúncias envolvendo tráfico sexual. O Departamento de Justiça se recusou a acusar Gaetz, e a investigação de ética da Câmara, que estava a dias de ser concluída, foi efetivamente encerrada quando o congressista renunciou ao seu cargo nesta semana para assumir o comando da pasta. Gaetz negou repetidamente qualquer irregularidade. Outro nome que poderiam apontar incongruências é o de Tulsi Gabbard, nomeada a diretora da Inteligência Nacional (DNI, na sigla em inglês), responsável por supervisionar todas as 18 agências de inteligência do país. Gabbard frequentemente assumiu posições mais favoráveis a líderes estrangeiros considerados adversários americanos. Entrevistas, indicações e hospedagem em Mar-a-Lago: Musk é o integrante 'mais influente' da equipe de transição de Trump Em 2017, Gabbard se reuniu com o presidente sírio Bashar al-Assad na Síria. Dois anos depois, afirmou que ele "não era um inimigo dos Estados Unidos". Já em 2022, ela ecoou a justificativa do presidente russo Vladimir Putin para a invasão da Ucrânia pelo país, atribuindo a culpa não a Moscou, mas ao fracasso do governo Biden em reconhecer "as preocupações legítimas de segurança da Rússia em relação ao fato de a Ucrânia se tornar membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan)", pensamento popular em alguns círculos de direita. Como presidente, Trump poderia contornar o processo de verificação e indicar Gaetz e Gabbard com base na chamada autorização de segurança, recurso que usou no seu primeiro mandato para aprovar a nomeação de 25 pessoas, incluindo seu genro Jared Kushner, cujos pedidos foram negados ou ficaram em suspenso por preocupações com a segurança nacional, como conflito de interesses. O Senado, que precisa aprovar os nomes do Gabinete e está sob controle do Partido Republicano, poderia solicitar uma verificação paralela ao FBI, mas fontes ouvidas pela CNN apontaram ser improvável, e mesmo ocorrendo seria mais difícil obter acesso a determinadas informações sem autorização do investigado.
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