Trump nomeia Robert Kennedy Jr., abertamente antivacina, para liderar Departamento de Saúde
Conhecido por seu ceticismo em relação às recomendações de saúde convencionais, a indicação pode não ser confirmada pelo Senado O presidente eleito Donald Trump anunciou nesta quinta-feira que nomeará Robert Kennedy Jr. para liderar o Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos. A indicação abre um debate sobre se Kennedy, cujo ceticismo em relação às vacinas e visões pouco ortodoxas sobre a medicina deixam as autoridades de saúde pública profundamente desconfortáveis, pode ser confirmado pelo Senado, mesmo com uma maioria republicana. Contexto: Planos de Trump para saúde e ciência acendem alerta nos EUA Medidor de influência: Nomeações provocativas de Trump testam lealdade de Partido Republicano em futuro governo A indicação, entretanto, não é uma surpresa. Em seu discurso de vitória, Trump reiterou a promessa de reformas na saúde e disse a seus apoiadores que Kennedy — que o apoiou após desistir de sua própria candidatura presidencial — "vai ajudar a tornar a América saudável novamente... Ele é um grande cara e realmente quer fazer algumas coisas, e vamos deixá-lo fazer isso." Kennedy, sobrinho do ex-presidente John F. Kennedy, é reconhecidamente antivacina e adepto a teorias de conspiração. Espalhou informações falsas sobre vacinas, incluindo que elas causam autismo — uma teoria que há muito foi desmascarada. Ele também contradisse publicamente a recomendação dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) de que as comunidades fluoretem sua água para se protegerem contra cáries. "Parece bom para mim", foi a resposta de Trump à proposta. Além disso, promoveu a hidroxicloroquina, um medicamento cuja autorização emergencial como tratamento para a Covid-19 foi revogada pela Food and Drug Administration (FDA) depois que um estudo com 821 pessoas descobriu que não tinha eficácia. Análise: Pedido de Trump para tirar de Senado aprovação de alto escalão revela potencial mais radical de 2º mandato Dentre outras coisas, ele também propõe uma "pausa" de oito anos no financiamento de pesquisas de doenças infecciosas, como Aids, Covid-19 e dengue, diz a revista americana Science. Kennedy quer direcionar as verbas para doenças crônicas, como o câncer e males cardíacos. Especialistas em saúde pública consideram Kennedy alarmante. Richard Besser, CEO da Robert W. Johnson Foundation e ex-diretor interino do CDC, disse que nomeá-lo para o cargo "representaria riscos incríveis para a saúde da nação", pois seus ataques ao aparato de saúde pública só estariam agravando a atual crise de desconfiança. — Robert F. Kennedy é parte do problema e não pode ser parte da solução — afirmou Besser ao New York Times. Dias antes da eleição, em uma postagem nas redes sociais que recebeu 6,5 milhões de visualizações, Kennedy ameaçou demitir funcionários da FDA que, segundo ele, travaram uma "guerra contra a saúde pública". Ele listou alguns dos produtos que afirmou que a agência havia "submetido à repressão agressiva", incluindo ivermectina, leite cru e vitaminas. Sua mensagem aos funcionários da agência, disse ele, foi: "1. Preserve seus registros, e 2. Faça as malas." Questão em aberto Se o Senado, mesmo controlado por republicanos, confirmará a nomeação Kennedy é uma questão em aberto. Além de suas visões controversas sobre medicina e saúde, ele tem sido associado a uma série de atividades peculiares, como desovar um urso morto no Central Park, em Nova York, e supostamente decapitar uma baleia. Em entrevistas, alguns senadores republicanos disseram que as declarações de Kennedy os fariam hesitar, mas nenhum descartou a possibilidade de votar a favor dele. — Eu acho algumas de suas declarações alarmantes, mas nunca me encontrei com ele, nunca sentei com ele ou ouvi ele falar por muito tempo — disse a senadora Susan Collins, republicana do Maine, uma centrista cujo voto seria crucial para as chances de confirmação de Kennedy. — Então, não quero julgar com base apenas nas notícias que li. Constituição veta: Trump flerta com reeleição após novo mandato em dia de retorno triunfal à capital dos EUA e à Casa Branca Mas os republicanos mais alinhados com Trump estavam entusiasmados mesmo antes da nomeação. "Cem por cento", disse o senador Tommy Tuberville, republicano do Alabama e membro da Comissão de Saúde do Senado, quando perguntado se votaria para confirmá-lo. Tuberville disse ainda que era fã de Kennedy por causa do trabalho que ele fez com alimentos e vacinas, acrescentando: — Mais do que qualquer pessoa que eu conheço, ele tem a mente aberta. Com NYT.
Conhecido por seu ceticismo em relação às recomendações de saúde convencionais, a indicação pode não ser confirmada pelo Senado O presidente eleito Donald Trump anunciou nesta quinta-feira que nomeará Robert Kennedy Jr. para liderar o Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos. A indicação abre um debate sobre se Kennedy, cujo ceticismo em relação às vacinas e visões pouco ortodoxas sobre a medicina deixam as autoridades de saúde pública profundamente desconfortáveis, pode ser confirmado pelo Senado, mesmo com uma maioria republicana. Contexto: Planos de Trump para saúde e ciência acendem alerta nos EUA Medidor de influência: Nomeações provocativas de Trump testam lealdade de Partido Republicano em futuro governo A indicação, entretanto, não é uma surpresa. Em seu discurso de vitória, Trump reiterou a promessa de reformas na saúde e disse a seus apoiadores que Kennedy — que o apoiou após desistir de sua própria candidatura presidencial — "vai ajudar a tornar a América saudável novamente... Ele é um grande cara e realmente quer fazer algumas coisas, e vamos deixá-lo fazer isso." Kennedy, sobrinho do ex-presidente John F. Kennedy, é reconhecidamente antivacina e adepto a teorias de conspiração. Espalhou informações falsas sobre vacinas, incluindo que elas causam autismo — uma teoria que há muito foi desmascarada. Ele também contradisse publicamente a recomendação dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) de que as comunidades fluoretem sua água para se protegerem contra cáries. "Parece bom para mim", foi a resposta de Trump à proposta. Além disso, promoveu a hidroxicloroquina, um medicamento cuja autorização emergencial como tratamento para a Covid-19 foi revogada pela Food and Drug Administration (FDA) depois que um estudo com 821 pessoas descobriu que não tinha eficácia. Análise: Pedido de Trump para tirar de Senado aprovação de alto escalão revela potencial mais radical de 2º mandato Dentre outras coisas, ele também propõe uma "pausa" de oito anos no financiamento de pesquisas de doenças infecciosas, como Aids, Covid-19 e dengue, diz a revista americana Science. Kennedy quer direcionar as verbas para doenças crônicas, como o câncer e males cardíacos. Especialistas em saúde pública consideram Kennedy alarmante. Richard Besser, CEO da Robert W. Johnson Foundation e ex-diretor interino do CDC, disse que nomeá-lo para o cargo "representaria riscos incríveis para a saúde da nação", pois seus ataques ao aparato de saúde pública só estariam agravando a atual crise de desconfiança. — Robert F. Kennedy é parte do problema e não pode ser parte da solução — afirmou Besser ao New York Times. Dias antes da eleição, em uma postagem nas redes sociais que recebeu 6,5 milhões de visualizações, Kennedy ameaçou demitir funcionários da FDA que, segundo ele, travaram uma "guerra contra a saúde pública". Ele listou alguns dos produtos que afirmou que a agência havia "submetido à repressão agressiva", incluindo ivermectina, leite cru e vitaminas. Sua mensagem aos funcionários da agência, disse ele, foi: "1. Preserve seus registros, e 2. Faça as malas." Questão em aberto Se o Senado, mesmo controlado por republicanos, confirmará a nomeação Kennedy é uma questão em aberto. Além de suas visões controversas sobre medicina e saúde, ele tem sido associado a uma série de atividades peculiares, como desovar um urso morto no Central Park, em Nova York, e supostamente decapitar uma baleia. Em entrevistas, alguns senadores republicanos disseram que as declarações de Kennedy os fariam hesitar, mas nenhum descartou a possibilidade de votar a favor dele. — Eu acho algumas de suas declarações alarmantes, mas nunca me encontrei com ele, nunca sentei com ele ou ouvi ele falar por muito tempo — disse a senadora Susan Collins, republicana do Maine, uma centrista cujo voto seria crucial para as chances de confirmação de Kennedy. — Então, não quero julgar com base apenas nas notícias que li. Constituição veta: Trump flerta com reeleição após novo mandato em dia de retorno triunfal à capital dos EUA e à Casa Branca Mas os republicanos mais alinhados com Trump estavam entusiasmados mesmo antes da nomeação. "Cem por cento", disse o senador Tommy Tuberville, republicano do Alabama e membro da Comissão de Saúde do Senado, quando perguntado se votaria para confirmá-lo. Tuberville disse ainda que era fã de Kennedy por causa do trabalho que ele fez com alimentos e vacinas, acrescentando: — Mais do que qualquer pessoa que eu conheço, ele tem a mente aberta. Com NYT.
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