'Tour da propina': Corregedoria da PM faz operação para prender 22 policiais militares por extorsão

Os agentes tinham como vítimas comerciantes de Nova Iguaçu, que eram ameaçados para fazerem os pagamentos. Ação é realizada em conjunto com o MPRJ A Corregedoria da Polícia Militar realiza, na manhã desta quinta-feira, uma operação que tem como alvo 22 PMs. Equipes cumprem os mandados de prisão na investigação que apura crimes que teriam sido cometidos pelos agentes, como extorsão e ameaças a comerciantes em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. A ação é em conjunto com o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da 1ª Promotoria de Justiça junto à Auditoria de Justiça Militar. Segundo as investigações, além de dinheiro, os PMs foram flagrados recolhendo engradados de cerveja e até frutas de estabelecimentos. 'Este corpo tem de aparecer', diz avô de bebê que teve restos mortais retirados de sepultura em cemitério no Rio Contraventor: saiba como é o presídio federal para onde Rogério de Andrade deve ser transferido Os militares foram denunciados por corrupção passiva, negativa de obediência e associação criminosa. Segundo a denúncia, foi identificado o recolhimento de valores em 54 estabelecimentos. Assim, o grupo envolvido no esquema promovia um "tour da propina", destaca o MPRJ, porque visitava sequência dezenas de comércios para arrecadar dinheiro ilicitamente. As investigações tiveram início a partir de uma denúncia anônima relatando que policiais do 20ª BPM estariam recolhendo propina de uma loja de reciclagem de materiais no bairro Miguel Couto, em Nova Iguaçu. Segundo o MPRJ, com os primeiros indícios, a Delegacia de Polícia Judiciária Militar passou a realizar o monitoramento de agentes e conseguiu verificar que várias guarnições deste batalhão praticavam o crime de extorsão em outros estabelecimentos comerciais de naturezas diversas. A cobrança da taxa ainda tinha dia certo para ser feita. Sempre às sextas-feiras, os policiais envolvidos paravam brevemente a viatura nos estabelecimentos, a quantia então era entregue por alguém ou um dos PMs entrava no comércio, onde ficava por poucos minutos antes de retornar à viatura e sair do local. Em geral, eram estabelecimentos de reciclagem e ferros-velhos, mas também distribuidores de gás, lojas de construção, entre outros. Além de quantias em dinheiro, a investigação flagrou os policiais recolhendo engradados de cerveja em depósitos e até frutas em um hortifruti. Os agentes evitavam que os crimes fossem gravados danificando a câmera corporal que fica acoplada ao uniforme. À época, afirma a reportagem, eles estavam lotados no 20º BPM (Mesquita), também na Baixada. O grupo ficou conhecido como "tour da propina", pois iam até os endereços comerciais fazer as extorsões.

Nov 7, 2024 - 10:02
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'Tour da propina': Corregedoria da PM faz operação para prender 22 policiais militares por extorsão

Os agentes tinham como vítimas comerciantes de Nova Iguaçu, que eram ameaçados para fazerem os pagamentos. Ação é realizada em conjunto com o MPRJ A Corregedoria da Polícia Militar realiza, na manhã desta quinta-feira, uma operação que tem como alvo 22 PMs. Equipes cumprem os mandados de prisão na investigação que apura crimes que teriam sido cometidos pelos agentes, como extorsão e ameaças a comerciantes em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. A ação é em conjunto com o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da 1ª Promotoria de Justiça junto à Auditoria de Justiça Militar. Segundo as investigações, além de dinheiro, os PMs foram flagrados recolhendo engradados de cerveja e até frutas de estabelecimentos. 'Este corpo tem de aparecer', diz avô de bebê que teve restos mortais retirados de sepultura em cemitério no Rio Contraventor: saiba como é o presídio federal para onde Rogério de Andrade deve ser transferido Os militares foram denunciados por corrupção passiva, negativa de obediência e associação criminosa. Segundo a denúncia, foi identificado o recolhimento de valores em 54 estabelecimentos. Assim, o grupo envolvido no esquema promovia um "tour da propina", destaca o MPRJ, porque visitava sequência dezenas de comércios para arrecadar dinheiro ilicitamente. As investigações tiveram início a partir de uma denúncia anônima relatando que policiais do 20ª BPM estariam recolhendo propina de uma loja de reciclagem de materiais no bairro Miguel Couto, em Nova Iguaçu. Segundo o MPRJ, com os primeiros indícios, a Delegacia de Polícia Judiciária Militar passou a realizar o monitoramento de agentes e conseguiu verificar que várias guarnições deste batalhão praticavam o crime de extorsão em outros estabelecimentos comerciais de naturezas diversas. A cobrança da taxa ainda tinha dia certo para ser feita. Sempre às sextas-feiras, os policiais envolvidos paravam brevemente a viatura nos estabelecimentos, a quantia então era entregue por alguém ou um dos PMs entrava no comércio, onde ficava por poucos minutos antes de retornar à viatura e sair do local. Em geral, eram estabelecimentos de reciclagem e ferros-velhos, mas também distribuidores de gás, lojas de construção, entre outros. Além de quantias em dinheiro, a investigação flagrou os policiais recolhendo engradados de cerveja em depósitos e até frutas em um hortifruti. Os agentes evitavam que os crimes fossem gravados danificando a câmera corporal que fica acoplada ao uniforme. À época, afirma a reportagem, eles estavam lotados no 20º BPM (Mesquita), também na Baixada. O grupo ficou conhecido como "tour da propina", pois iam até os endereços comerciais fazer as extorsões.

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