Sem citar ordem de prisão contra Netanyahu, países do G7 dizem que 'cumprirão com suas respectivas obrigações'

Comunicado emitido após reunião de chanceleres afirmou que Israel precisa seguir a lei internacional, e expôs divisão dentro do grupo sobre determinação do TPI Os chanceleres do G7, o grupo de sete das mais desenvolvidas economias do mundo, afirmaram, de maneira indireta, que “cumprirão com suas respectivas obrigações” em relação à ordem de prisão emitida pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) contra o premier de Israel Benjamin Netanyahu, relacionada a acusções de crimes de guerra na Faixa de Gaza. O texto surgiu ao final de uma reunião de dois dias, e expôs divergências internas sobre a determinação da corte e sobre seu cumprimento. "Reiteramos nosso compromisso com o direito internacional humanitário e cumpriremos com nossas respectivas obrigações", apontaram os chanceleres na declaração, acrescentando ainda que “não há equivalência entre o grupo terrorista Hamas e o Estado de Israel”. Não há menções explícitas no comunicado, de cinco páginas, sobre a determinação vinda de Haia. Entenda: O que mandados de prisão do TPI contra Netanyahu e ex-ministro da Defesa de Israel significam na prática? Pediu a pena de morte: Líder supremo do Irã diz que ordem de prisão do TPI contra Netanyahu é insuficiente Na semana passada, o TPI emitiu ordens de prisão contra Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense Yoav Gallant e o líder do Hamas, Mohammed Deif — segundo as autoridades de Israel, ele foi morto em um ataque aéreo em julho, mas o grupo não confirmou a informação. Segundo os juízes responsáveis pela ordem de prisão, há “argumentos razoáveis” que apontam para a “responsabilidade criminal” por supostos crimes de guerra e contra a humanidade durante os ataques do dia 7 de outubro de 2023, cometido pelo Hamas, e durante o conflito que se seguiu em Gaza, e que continua até os dias de hoje. 'Clareza moral': Em desafio a mandado de prisão do TPI, Orbán anuncia que convidará Netanyahu à Hungria Netanyahu chamou a decisão de “antissemita”, e os EUA, principais aliados de Israel, disseram que a ordem era “ultrajante” — na prática, se um dos três citados pisar em um país signatário do Estatuto de Roma, base legal do TPI, o governo local tem a obrigação de prendê-los, muito embora essa regra tenha sido ignorada algumas vezes no passado. Em setembro, o presidente russo, Vladimir Putin, esteve na Mongólia, país que integra o tribunal, e não foi detido, mas o mesmo Putin desistiu de comparecer à cúpula do G20, no Brasil, supostamente pelo temor de ser preso assim que pisasse no Rio de Janeiro. os EUA, assim como Israel, não são signatários do Estatuto de Roma. No G20: Chanceler russo diz que lançamento de mísseis de longo alcance pela Ucrânia marca 'nova fase da guerra' Antes da conclusão do encontro, o chanceler italiano, Antonio Tajani, confirmou que o grupo estava dividido sobre a ordem do TPI — as divergências também estão presentes na coalizão que comanda o governo italiano — e a saída foi delegar a cada país a definição do que seriam as “respectivas obrigações”. Mas houve espaço para fazer cobranças ao governo israelense sobre a situação na Faixa de Gaza, considerada “catastrófica” por especialistas e pela ONU. "Ao exercer seu direito de se defender, Israel deve cumprir integralmente suas obrigações sob o direito internacional em todas as circunstâncias, incluindo o Direito Internacional Humanitário", disse a declaração. Afirmou chefe da diplomacia da UE: Situação no norte de Gaza é cada vez mais descrita como 'limpeza étnica' Os membros do G7 (EUA, França, Itália, Alemanha, Japão, Reino Unido e Canadá) querem ainda um desfecho rápido e positivo para as negociações entre Israel e o Hezbollah sobre um cessar-fogo no Líbano, afirmando que “agora é o momento para um acordo diplomático”, e criticaram a violência cometida por colonos judeus na Cisjordânia. "Expressamos nossa mais forte condenação pelo aumento da violência extremista cometida contra os palestinos, o que prejudica a segurança e a estabilidade na Cisjordânia e ameaça as perspectivas de uma paz duradoura", acrescentou o comunicado. 'Trabalho pela metade': Militares e políticos de Israel criticam possível acordo de cessar-fogo com o Hezbollah Em um tópico de aparente consenso, a guerra na Ucrânia, os chanceleres criticaram o que chamaram de "retórica nuclear irresponsável e ameaçadora" da Rússia, apontando que a entrada da Coreia do Norte no conflito foi um movimento perigoso, e que pode ter consequências para a segurança da Europa e da Ásia. O lançamento de um míssil balístico contra uma cidade ucraniana, na quinta-feira passada, foi descrito como “mais uma evidência de seu comportamento [da Rússia imprudente”. O míssil, apontam especialistas militares, levava explosivos convencionais, mas teria capacidade para transportar ogivas nucleares. "Nosso apoio à integridade territorial, soberania e independência da Ucrânia permanecerá inabalável", afirmaram. Em mais uma demonstração pró-Kiev, o chanceler ucraniano, Andrii Sybiha, participou das reuniões em

Nov 26, 2024 - 15:08
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Sem citar ordem de prisão contra Netanyahu, países do G7 dizem que 'cumprirão com suas respectivas obrigações'

Comunicado emitido após reunião de chanceleres afirmou que Israel precisa seguir a lei internacional, e expôs divisão dentro do grupo sobre determinação do TPI Os chanceleres do G7, o grupo de sete das mais desenvolvidas economias do mundo, afirmaram, de maneira indireta, que “cumprirão com suas respectivas obrigações” em relação à ordem de prisão emitida pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) contra o premier de Israel Benjamin Netanyahu, relacionada a acusções de crimes de guerra na Faixa de Gaza. O texto surgiu ao final de uma reunião de dois dias, e expôs divergências internas sobre a determinação da corte e sobre seu cumprimento. "Reiteramos nosso compromisso com o direito internacional humanitário e cumpriremos com nossas respectivas obrigações", apontaram os chanceleres na declaração, acrescentando ainda que “não há equivalência entre o grupo terrorista Hamas e o Estado de Israel”. Não há menções explícitas no comunicado, de cinco páginas, sobre a determinação vinda de Haia. Entenda: O que mandados de prisão do TPI contra Netanyahu e ex-ministro da Defesa de Israel significam na prática? Pediu a pena de morte: Líder supremo do Irã diz que ordem de prisão do TPI contra Netanyahu é insuficiente Na semana passada, o TPI emitiu ordens de prisão contra Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense Yoav Gallant e o líder do Hamas, Mohammed Deif — segundo as autoridades de Israel, ele foi morto em um ataque aéreo em julho, mas o grupo não confirmou a informação. Segundo os juízes responsáveis pela ordem de prisão, há “argumentos razoáveis” que apontam para a “responsabilidade criminal” por supostos crimes de guerra e contra a humanidade durante os ataques do dia 7 de outubro de 2023, cometido pelo Hamas, e durante o conflito que se seguiu em Gaza, e que continua até os dias de hoje. 'Clareza moral': Em desafio a mandado de prisão do TPI, Orbán anuncia que convidará Netanyahu à Hungria Netanyahu chamou a decisão de “antissemita”, e os EUA, principais aliados de Israel, disseram que a ordem era “ultrajante” — na prática, se um dos três citados pisar em um país signatário do Estatuto de Roma, base legal do TPI, o governo local tem a obrigação de prendê-los, muito embora essa regra tenha sido ignorada algumas vezes no passado. Em setembro, o presidente russo, Vladimir Putin, esteve na Mongólia, país que integra o tribunal, e não foi detido, mas o mesmo Putin desistiu de comparecer à cúpula do G20, no Brasil, supostamente pelo temor de ser preso assim que pisasse no Rio de Janeiro. os EUA, assim como Israel, não são signatários do Estatuto de Roma. No G20: Chanceler russo diz que lançamento de mísseis de longo alcance pela Ucrânia marca 'nova fase da guerra' Antes da conclusão do encontro, o chanceler italiano, Antonio Tajani, confirmou que o grupo estava dividido sobre a ordem do TPI — as divergências também estão presentes na coalizão que comanda o governo italiano — e a saída foi delegar a cada país a definição do que seriam as “respectivas obrigações”. Mas houve espaço para fazer cobranças ao governo israelense sobre a situação na Faixa de Gaza, considerada “catastrófica” por especialistas e pela ONU. "Ao exercer seu direito de se defender, Israel deve cumprir integralmente suas obrigações sob o direito internacional em todas as circunstâncias, incluindo o Direito Internacional Humanitário", disse a declaração. Afirmou chefe da diplomacia da UE: Situação no norte de Gaza é cada vez mais descrita como 'limpeza étnica' Os membros do G7 (EUA, França, Itália, Alemanha, Japão, Reino Unido e Canadá) querem ainda um desfecho rápido e positivo para as negociações entre Israel e o Hezbollah sobre um cessar-fogo no Líbano, afirmando que “agora é o momento para um acordo diplomático”, e criticaram a violência cometida por colonos judeus na Cisjordânia. "Expressamos nossa mais forte condenação pelo aumento da violência extremista cometida contra os palestinos, o que prejudica a segurança e a estabilidade na Cisjordânia e ameaça as perspectivas de uma paz duradoura", acrescentou o comunicado. 'Trabalho pela metade': Militares e políticos de Israel criticam possível acordo de cessar-fogo com o Hezbollah Em um tópico de aparente consenso, a guerra na Ucrânia, os chanceleres criticaram o que chamaram de "retórica nuclear irresponsável e ameaçadora" da Rússia, apontando que a entrada da Coreia do Norte no conflito foi um movimento perigoso, e que pode ter consequências para a segurança da Europa e da Ásia. O lançamento de um míssil balístico contra uma cidade ucraniana, na quinta-feira passada, foi descrito como “mais uma evidência de seu comportamento [da Rússia imprudente”. O míssil, apontam especialistas militares, levava explosivos convencionais, mas teria capacidade para transportar ogivas nucleares. "Nosso apoio à integridade territorial, soberania e independência da Ucrânia permanecerá inabalável", afirmaram. Em mais uma demonstração pró-Kiev, o chanceler ucraniano, Andrii Sybiha, participou das reuniões em Fiuggi, uma cidade próxima de Roma. Sob tutela do Brasil: Opositores de Maduro denunciam novo cerco policial a embaixada argentina na Venezuela Na parte em que mencionou a situação na Venezuela, os chanceleres disseram que em julho "o povo venezuelano fez uma escolha clara nas urnas, votando pela mudança democrática e apoiando Edmundo González Urrutia por uma maioria significativa, de acordo com registros eleitorais disponíveis publicamente". Os ministros afirmaram que trabalham com "parceiros regionais para facilitar uma transição democrática e pacífica liderada pela Venezuela que garantirá respeito à vontade dos eleitores", e expressaram preocupação com a repressão do governo de Nicolás Maduro. "Estamos profundamente preocupados com as contínuas violações e abusos dos direitos humanos, incluindo detenções arbitrárias e severas restrições às liberdades fundamentais, visando particularmente oponentes políticos, sociedade civil e mídia independente", afirmaram os chanceleres. "Todos os presos políticos detidos injustamente devem ser libertados."

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