Secretário-geral da ONU está 'profundamente preocupado' com 'escalada dramática' no Líbano

Chefe do grupo foi morto em bombardeio realizado na noite anterior contra prédios residenciais na região sul de Beirute O secretário-geral da ONU, António Guterres, manifestou-se neste sábado "profundamente preocupado" com a "escalada dramática" que está ocorrendo em Beirute, capital do Líbano, nas últimas 24 horas, conforme declarou seu porta-voz. Quem é Hassan Nasrallah: líder do Hezbollah foi alvo de ataque de Israel em Beirute 'Se nos atacarem, atacaremos': sob pressão para frear ofensivas no Líbano e em Gaza, Netanyahu diz que está vencendo guerras e ameaça o Irã "O secretário-geral está profundamente preocupado com a dramática escalada dos acontecimentos em Beirute nas últimas 24 horas", devido aos bombardeios de Israel, afirmou em uma declaração transmitida por seu porta-voz, Stephane Dujarric, na qual pede que "o ciclo de violência cesse agora". Neste sábado, o movimento xiita libanês Hezbollah confirmou a morte do seu líder, Hassan Nasrallah, em um bombardeio realizado na noite anterior contra prédios residenciais na região sul de Beirute, afirmando que o quartel-general da organização estava no subterrâneo de um dos edifícios. A morte havia sido antecipada pelo Exército de Israel, embora uma fonte próxima do movimento tenha mencionado que o contato com o líder estava perdido desde sexta, e uma fonte tenha dito à agência de notícias Reuters que o Irã, aliado do Hezbollah, estava em contato com o grupo para determinar "os próximos passos" após a morte da liderança. O ataque israelense de sexta-feira também matou o general sênior da Guarda Revolucionária do Irã, informou a agência de notícia estatal iraniana (IRNA). Abbas Nilforoushan era comandante de operações para o Líbano e a Síria, e está entre os oficiais iranianos de alto escalão mortos por Israel. "Sayyed Hassan Nasrallah, secretário-geral do Hezbollah, juntou-se a seus grandes e imortais companheiros mártires, que ele liderou por cerca de 30 anos", disse o Hezbollah em um comunicado. Sua morte representa um duro golpe para o grupo que ele lidera desde 1992, podendo também potencialmente desestabilizar o Líbano como um todo. Raramente visto em público, Nasrallah era o único homem no país com o poder de fazer a guerra ou a paz. Segundo três altos funcionários da Defesa israelense ao jornal americano The New York Times, Israel sabia da localização do líder meses antes de lançar o ataque e decidiram atacá-lo agora porque acreditavam que tinham apenas uma curta janela de oportunidade antes que ele desaparecesse para um local diferente. A operação estava sendo planejada desde o início da semana, afirmaram duas autoridades. Mais de 80 bombas foram lançadas ao longo de um período de vários minutos para matá-lo, mas os oficiais não informaram o peso ou a fabricação das bombas. Integrantes do Hezbollah encontraram e identificaram o corpo de Nasrallah na manhã deste sábado, junto com o de Ali Karake, o comandante da frente sul do movimento e cuja morte também foi comunicada pelos militares israelenses. Considerado o número três militar do Hezbollah, Karake havia sido alvo de um ataque israelense no último dia 23, também no subúrbio do sul de Beirute, segundo uma fonte ligada ao movimento libanês. Naquele mesmo dia, o Hezbollah afirmou que o comandante havia escapado do ataque e que se encontrava em um "local seguro". — A maioria dos líderes do Hezbollah foi eliminada — afirmou o porta-voz militar, o tenente coronel Nadav Shoshani, em uma coletiva de imprensa neste sábado, poucas horas após o anúncio da morte de Nasrallah pelas forças israelenses, mas afirmou que "ainda há um caminho a percorrer" na luta de Israel contra o Hezbollah, acrescentando que se acredita que o grupo tenha "dezenas de milhares de foguetes". Brasil: delegação deixa plenário antes de discurso de Netanyahu na ONU Nos últimos meses, ataques israelenses mataram Fuad Shukr, um dos fundadores do movimento e braço direito do líder Nasrallah; Ibrahim Aqil, morto recentemente, era comandante da temida unidade de elite do Hezbollah al-Radwan; Ali Karake; Ibrahim Kobeissi, que comandava várias unidades, entre elas uma de mísseis guiados de precisão; e Mohamed Srur, chefe da unidade de drones do Hezbollah, morto na última quinta-feira em um ataque aéreo contra Beirute. Segundo o chefe do Exército, o tenete-general Herzi Halevi, "a mensagem é simples: qualquer um que ameace os cidadãos de Israel - nós saberemos como chegar até eles". Todos os três oficiais que conversaram com o Times afirmaram que Hashem Safieddine, um primo de Nasrallah que é um ator-chave no trabalho político e social do movimento xiita libanês, era um dos poucos líderes seniores restantes do Hezbollah que não estava presente no local do ataque. Eles disseram que Safieddine, que há muito tempo é considerado um sucessor potencial de Nasrallah, pode ser anunciado em breve como o novo secretário-geral do Hezbollah. Apesar disso, a imprensa saudita afirma que o vice-líder do Hezbollah, Naim Qassem, será o substituto de N

Sep 29, 2024 - 02:38
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Secretário-geral da ONU está 'profundamente preocupado' com 'escalada dramática' no Líbano

Chefe do grupo foi morto em bombardeio realizado na noite anterior contra prédios residenciais na região sul de Beirute O secretário-geral da ONU, António Guterres, manifestou-se neste sábado "profundamente preocupado" com a "escalada dramática" que está ocorrendo em Beirute, capital do Líbano, nas últimas 24 horas, conforme declarou seu porta-voz. Quem é Hassan Nasrallah: líder do Hezbollah foi alvo de ataque de Israel em Beirute 'Se nos atacarem, atacaremos': sob pressão para frear ofensivas no Líbano e em Gaza, Netanyahu diz que está vencendo guerras e ameaça o Irã "O secretário-geral está profundamente preocupado com a dramática escalada dos acontecimentos em Beirute nas últimas 24 horas", devido aos bombardeios de Israel, afirmou em uma declaração transmitida por seu porta-voz, Stephane Dujarric, na qual pede que "o ciclo de violência cesse agora". Neste sábado, o movimento xiita libanês Hezbollah confirmou a morte do seu líder, Hassan Nasrallah, em um bombardeio realizado na noite anterior contra prédios residenciais na região sul de Beirute, afirmando que o quartel-general da organização estava no subterrâneo de um dos edifícios. A morte havia sido antecipada pelo Exército de Israel, embora uma fonte próxima do movimento tenha mencionado que o contato com o líder estava perdido desde sexta, e uma fonte tenha dito à agência de notícias Reuters que o Irã, aliado do Hezbollah, estava em contato com o grupo para determinar "os próximos passos" após a morte da liderança. O ataque israelense de sexta-feira também matou o general sênior da Guarda Revolucionária do Irã, informou a agência de notícia estatal iraniana (IRNA). Abbas Nilforoushan era comandante de operações para o Líbano e a Síria, e está entre os oficiais iranianos de alto escalão mortos por Israel. "Sayyed Hassan Nasrallah, secretário-geral do Hezbollah, juntou-se a seus grandes e imortais companheiros mártires, que ele liderou por cerca de 30 anos", disse o Hezbollah em um comunicado. Sua morte representa um duro golpe para o grupo que ele lidera desde 1992, podendo também potencialmente desestabilizar o Líbano como um todo. Raramente visto em público, Nasrallah era o único homem no país com o poder de fazer a guerra ou a paz. Segundo três altos funcionários da Defesa israelense ao jornal americano The New York Times, Israel sabia da localização do líder meses antes de lançar o ataque e decidiram atacá-lo agora porque acreditavam que tinham apenas uma curta janela de oportunidade antes que ele desaparecesse para um local diferente. A operação estava sendo planejada desde o início da semana, afirmaram duas autoridades. Mais de 80 bombas foram lançadas ao longo de um período de vários minutos para matá-lo, mas os oficiais não informaram o peso ou a fabricação das bombas. Integrantes do Hezbollah encontraram e identificaram o corpo de Nasrallah na manhã deste sábado, junto com o de Ali Karake, o comandante da frente sul do movimento e cuja morte também foi comunicada pelos militares israelenses. Considerado o número três militar do Hezbollah, Karake havia sido alvo de um ataque israelense no último dia 23, também no subúrbio do sul de Beirute, segundo uma fonte ligada ao movimento libanês. Naquele mesmo dia, o Hezbollah afirmou que o comandante havia escapado do ataque e que se encontrava em um "local seguro". — A maioria dos líderes do Hezbollah foi eliminada — afirmou o porta-voz militar, o tenente coronel Nadav Shoshani, em uma coletiva de imprensa neste sábado, poucas horas após o anúncio da morte de Nasrallah pelas forças israelenses, mas afirmou que "ainda há um caminho a percorrer" na luta de Israel contra o Hezbollah, acrescentando que se acredita que o grupo tenha "dezenas de milhares de foguetes". Brasil: delegação deixa plenário antes de discurso de Netanyahu na ONU Nos últimos meses, ataques israelenses mataram Fuad Shukr, um dos fundadores do movimento e braço direito do líder Nasrallah; Ibrahim Aqil, morto recentemente, era comandante da temida unidade de elite do Hezbollah al-Radwan; Ali Karake; Ibrahim Kobeissi, que comandava várias unidades, entre elas uma de mísseis guiados de precisão; e Mohamed Srur, chefe da unidade de drones do Hezbollah, morto na última quinta-feira em um ataque aéreo contra Beirute. Segundo o chefe do Exército, o tenete-general Herzi Halevi, "a mensagem é simples: qualquer um que ameace os cidadãos de Israel - nós saberemos como chegar até eles". Todos os três oficiais que conversaram com o Times afirmaram que Hashem Safieddine, um primo de Nasrallah que é um ator-chave no trabalho político e social do movimento xiita libanês, era um dos poucos líderes seniores restantes do Hezbollah que não estava presente no local do ataque. Eles disseram que Safieddine, que há muito tempo é considerado um sucessor potencial de Nasrallah, pode ser anunciado em breve como o novo secretário-geral do Hezbollah. Apesar disso, a imprensa saudita afirma que o vice-líder do Hezbollah, Naim Qassem, será o substituto de Nasrallah. Galerias Relacionadas O Ministério das Relações Exteriores do Irã, que apoia e financia o Hezbollah, lamentou a morte de Nasrallah. Em uma publicação no X, o porta-voz da Chancelaria, Nasser Kanani, afirmou que "o caminho glorioso do líder da resistência, Hassan Nasrallah, continuará e seu objetivo sagrado será realizado na libertação de Quds (Jerusalém), se Deus quiser". O Hamas, que também integra o "Eixo da Resistência", também lamentou a morte da liderança, descrevendo o ataque do dia anterior como "ato terrorista covarde" e reiterou seu apoio Hezbollah e "à resistência islâmica no Líbano". Já o Exército israelense afirmou que, com a morte do secretário-geral do Hezbollah, o "mundo é um lugar mais seguro". Mais cedo o porta-voz militar israelense, tenente-coronel Nadav Shoshani, anunciou no X que "Hassan Nasrallah está morto". Outro porta-voz militar, o capitão David Avraham, também confirmou à AFP que o chefe do Hezbollah havia sido "eliminado" após os ataques de sexta. Antes de ser confirmada, a mídia iraniana minimizou o relato de Israel sobre a morte de Nasrallah, descrevendo-o como "rumores". Cartazes de Nasrallah foram erguidos em Teerã com o slogan "O Hezbollah está vivo". Ataques continuam neste sábado No centro de Beirute, jornalistas da AFP ouviram um pedestre gritando "Meu Deus", enquanto mulheres choravam nas ruas logo após o Hezbollah anunciar a notícia. Ao jornal L'Orient Today, a voluntária em uma escola pública que acolhe pessoas deslocadas Sally Khoury disse que a cena "parece o dia do Juízo Final". — Gostaria que fosse eu em vez do Sayede [Hassan Nasrallah], gostaria que fosse minha família inteira e não ele — afirmou Khadija Hammoud, atualmente deslocada pelo conflito, ao jornal. Em um comunicado, o Exército israelense disse ter bombardeado durante a noite mais de 140 posições no Líbano, "em especial lançadores de foguetes direcionados contra civis israelenses, edifícios que armazenavam armas [...] e outros locais de infraestruturas terroristas, alguns integrados sob edifícios residenciais na área de Beirute". Os ataques continuaram neste sábado contra o reduto do Hezbollah no sul de Beirute, fazendo com que famílias em pânico fugissem. Um ataque atingiu o segundo e o terceiro andares de um prédio, segundo uma autoridade de segurança libanesa. Um fotógrafo da AFP disse que dezenas de edifícios foram destruídos. Após os pesados ataques de sexta-feira, Israel deu novos avisos para que as pessoas deixassem parte dos densamente povoados subúrbios de Dahiyeh antes do amanhecer. As Forças Armadas de Israel também anunciaram ataques no sábado na área de Bekaa, no leste do Líbano, e no sul. Centenas de famílias passaram a noite ao ar livre, na Praça dos Mártires, no centro de Beirute, ou no calçadão à beira-mar. Rihab Naseef, 56 anos, morador do sul de Beirute, dormiu do lado de fora de uma igreja. — Nem sequer coloquei roupas na mala, nunca pensei que sairíamos apreciando e de repente nos encontraríamos nas ruas — disse Naseef à AFP.

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