Seca na Amazônia: Rio Negro está a apenas 41 cm da pior mínima da história e recorde negativo deve ser batido nessa semana
Seca na Amazônia: Rio Negro está a apenas 42 cm da pior mínima da história e recorde negativo deve ser batido nessa semana Na tarde desta segunda-feira (30), o Rio Negro, sétimo maior do mundo em volume de água, chegou a uma profundidade de 13,11 metros na altura de Manaus. A cota atual está a apenas 41 centímetros do pior nível dos 121 anos de medição: 12,7 metros, no ano passado. Atualmente, o rio está baixando em média 19 centímetros por dia. Por isso, é alta a possibilidade do recorde de 2023 ser batido já nessa semana. 'Tem gente que vai deixar de votar': Seca na Amazônia impõe operação especial em quatro estados e risco de abstenção preocupa Seca na Amazônia: Rio Madeira chega a apenas 25 centímetros de profundidade em novo recorde de mínima histórica Alerta: Esperança contra a seca no 'primaverão', fenômeno La Niña deve ser leve em intensidade e duração A seca deste ano está mais severa e isso se reflete na antecedência da estiagem, que costuma acontecer anualmente nos meses de outubro. Em 2023, a falta de chuvas já havia sido histórica, mas, no dia 30 de setembro do ano passado, o Rio Negro estava com uma profundidade de 15,66 metros, enquanto a mínima de 12,7 foi alcançada apenas no dia 27 de outubro, ou seja, um mês depois do que está sendo visto neste momento. O monitoramento do Serviço Geológico Brasileiro (SGB) mostra que, às 17h desta segunda (30), o rio bateu a cota de 13,11 metros. O último boletim oficial do SGB, publicado na sexta-feira passada, já alertava para a situação do Rio Negro. Considerando o que houve no ano passado e a seca atual, os pesquisadores do SGB estimam que o rio pode ficar até mais de dois meses em uma cota abaixo de 16 metros. Historicamente, a cota abaixo de 15,8 metros é considerada severa, e chega a nível "extremo" quando supera os 14.05 metros. — As descidas estão muito acentuadas em Manaus e, se continuar com essa média de descida de 19 cm por dia, em uma semana poderemos ultrapassar a marca histórica e, em meados de outubro, o Rio Negro pode ficar abaixo dos 11 metros — afirmou o pesquisador em geociências Artur Matos, coordenador nacional dos Sistemas de Alerta Hidrológico do SGB, no boletim da última sexta. Leia também: preso por golpe em 37 mulheres via app de namoro foi condenado por estelionato sentimental Estados Unidos: modelo brasileira é encontrada morta em marina de Miami Brasileiro teve passaporte apreendido: 'coaches de pegação' investigados por exploração sexual em SP viram réus O Rio Negro é o maior afluente da margem esquerda do rio Amazonas e o sétimo maior rio do mundo em volume de água. O seu ciclo de cheias e secas é natural, mas a gravidade da estiagem dos últimos dois anos alcançou marcas históricas e impactos sociais e ambientais. Como os barcos são a principal forma de transporte na Amazônia, a seca, que impede navegação em alguns trechos, deixa comunidades isoladas, sem acesso a abastecimentos e diesel. Moradora da comunidade Nossa Senhora de Fátima, zona rural de Manaus, Cassia Maria da Silva explica que hoje apenas poucos barcos, pequenos, chegam até o centro da capital, em um trajeto que costumava levar 15 minutos. Pela estrada, a viagem dura entre três e quatro horas. — Está bastante difícil, o rio está tão seco que andamos no meio dele. A Defesa Civil precisou distribuir água e alimentos. Muita gente parou de trabalhar, como os pescadores e comerciantes, porque alguns mercados precisaram fechar — explicou a moradora, em relação à dificuldade no abastecimento de —mercadorias . Escassez de peixes nos mercados Na semana passada, a Federação de Pescadores do Amazonas (Fepesca-AM) informou que há risco de escassez de peixes nos mercados, por causa da seca. A praia da Ponta Negra, principal de Manaus, foi fechada para banho, devido ao baixo nível do rio e na área do porto, bancos de areia impedem as embarcações de atracarem nos pontos padrões, próximos à via pública. Além da capital Manaus, as outras 61 cidades do Amazonas estão em situação de emergência, conforme decretou o governo do estado. Cerca de 560 mil pessoas estão sendo impactadas pelo problema. Segundo a Defesa Civil, o Rio Negro começou o mês de setembro medindo 19,73 metros e já vazou mais de seis metros desde então. Em 2021, nesse mesmo período do ano, o Rio Negro estava com nível acima dos 23 metros. Na maior parte da Bacia do Amazonas, os rios estão abaixo da faixa da normalidade para o período e, em algumas delas, as cotas já chegaram aos níveis mais baixos da história. Na última sexta-feira (27), foram registradas mínimas históricas no Rio Solimões nos trechos de em Itapéua e em Fonte Boa (AM), e no Rio Purus, em Beruri (AM). O SGB explica que os níveis de cota são definidos com base em medições históricas e considerações locais, a partir de uma "cota zero", que não necessariamente fica no chão do leito do rio. Ou seja, o valor da cota registrado no monitoramento não é a profundidade literal do rio.
Seca na Amazônia: Rio Negro está a apenas 42 cm da pior mínima da história e recorde negativo deve ser batido nessa semana Na tarde desta segunda-feira (30), o Rio Negro, sétimo maior do mundo em volume de água, chegou a uma profundidade de 13,11 metros na altura de Manaus. A cota atual está a apenas 41 centímetros do pior nível dos 121 anos de medição: 12,7 metros, no ano passado. Atualmente, o rio está baixando em média 19 centímetros por dia. Por isso, é alta a possibilidade do recorde de 2023 ser batido já nessa semana. 'Tem gente que vai deixar de votar': Seca na Amazônia impõe operação especial em quatro estados e risco de abstenção preocupa Seca na Amazônia: Rio Madeira chega a apenas 25 centímetros de profundidade em novo recorde de mínima histórica Alerta: Esperança contra a seca no 'primaverão', fenômeno La Niña deve ser leve em intensidade e duração A seca deste ano está mais severa e isso se reflete na antecedência da estiagem, que costuma acontecer anualmente nos meses de outubro. Em 2023, a falta de chuvas já havia sido histórica, mas, no dia 30 de setembro do ano passado, o Rio Negro estava com uma profundidade de 15,66 metros, enquanto a mínima de 12,7 foi alcançada apenas no dia 27 de outubro, ou seja, um mês depois do que está sendo visto neste momento. O monitoramento do Serviço Geológico Brasileiro (SGB) mostra que, às 17h desta segunda (30), o rio bateu a cota de 13,11 metros. O último boletim oficial do SGB, publicado na sexta-feira passada, já alertava para a situação do Rio Negro. Considerando o que houve no ano passado e a seca atual, os pesquisadores do SGB estimam que o rio pode ficar até mais de dois meses em uma cota abaixo de 16 metros. Historicamente, a cota abaixo de 15,8 metros é considerada severa, e chega a nível "extremo" quando supera os 14.05 metros. — As descidas estão muito acentuadas em Manaus e, se continuar com essa média de descida de 19 cm por dia, em uma semana poderemos ultrapassar a marca histórica e, em meados de outubro, o Rio Negro pode ficar abaixo dos 11 metros — afirmou o pesquisador em geociências Artur Matos, coordenador nacional dos Sistemas de Alerta Hidrológico do SGB, no boletim da última sexta. Leia também: preso por golpe em 37 mulheres via app de namoro foi condenado por estelionato sentimental Estados Unidos: modelo brasileira é encontrada morta em marina de Miami Brasileiro teve passaporte apreendido: 'coaches de pegação' investigados por exploração sexual em SP viram réus O Rio Negro é o maior afluente da margem esquerda do rio Amazonas e o sétimo maior rio do mundo em volume de água. O seu ciclo de cheias e secas é natural, mas a gravidade da estiagem dos últimos dois anos alcançou marcas históricas e impactos sociais e ambientais. Como os barcos são a principal forma de transporte na Amazônia, a seca, que impede navegação em alguns trechos, deixa comunidades isoladas, sem acesso a abastecimentos e diesel. Moradora da comunidade Nossa Senhora de Fátima, zona rural de Manaus, Cassia Maria da Silva explica que hoje apenas poucos barcos, pequenos, chegam até o centro da capital, em um trajeto que costumava levar 15 minutos. Pela estrada, a viagem dura entre três e quatro horas. — Está bastante difícil, o rio está tão seco que andamos no meio dele. A Defesa Civil precisou distribuir água e alimentos. Muita gente parou de trabalhar, como os pescadores e comerciantes, porque alguns mercados precisaram fechar — explicou a moradora, em relação à dificuldade no abastecimento de —mercadorias . Escassez de peixes nos mercados Na semana passada, a Federação de Pescadores do Amazonas (Fepesca-AM) informou que há risco de escassez de peixes nos mercados, por causa da seca. A praia da Ponta Negra, principal de Manaus, foi fechada para banho, devido ao baixo nível do rio e na área do porto, bancos de areia impedem as embarcações de atracarem nos pontos padrões, próximos à via pública. Além da capital Manaus, as outras 61 cidades do Amazonas estão em situação de emergência, conforme decretou o governo do estado. Cerca de 560 mil pessoas estão sendo impactadas pelo problema. Segundo a Defesa Civil, o Rio Negro começou o mês de setembro medindo 19,73 metros e já vazou mais de seis metros desde então. Em 2021, nesse mesmo período do ano, o Rio Negro estava com nível acima dos 23 metros. Na maior parte da Bacia do Amazonas, os rios estão abaixo da faixa da normalidade para o período e, em algumas delas, as cotas já chegaram aos níveis mais baixos da história. Na última sexta-feira (27), foram registradas mínimas históricas no Rio Solimões nos trechos de em Itapéua e em Fonte Boa (AM), e no Rio Purus, em Beruri (AM). O SGB explica que os níveis de cota são definidos com base em medições históricas e considerações locais, a partir de uma "cota zero", que não necessariamente fica no chão do leito do rio. Ou seja, o valor da cota registrado no monitoramento não é a profundidade literal do rio.
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