Quem são os delegados responsáveis por eleger o presidente dos EUA no Colégio Eleitoral? Entenda a função
País adota esquema de votação indireta, sem regras nacionais, que leva em conta o tamanho da população de cada estado Kamala Harris ou Donald Trump podem receber mais votos que o adversário nas eleições para presidente e, ainda assim, saírem derrotados. Diferentemente do Brasil, em que o voto popular prevalece, os Estados Unidos adotam um esquema de votação indireta, sem regras nacionais, conhecido como Colégio Eleitoral, no qual delegados de cada estado, por fim, elegem o presidente. Eleições EUA: Saiba que horas começam a sair os resultados nos estados decisivos Eleições americanas: Acompanhe a cobertura completa da disputa entre Trump x Kamala O Colégio Eleitoral funciona como um jogo de tabuleiro no formato do mapa dos EUA, em que cada estado vale um determinado número de delegados (ou “pontos”), somando ao todo 538. Em 48 dos 50 estados, prevalece a regra conhecida como “o vencedor leva tudo”: o candidato mais votado pela população — seja por uma diferença de milhões de votos ou por algumas centenas — ganha todos os delegados daquele estado. Para ser eleito, é preciso conquistar ao menos 270 deles, ou seja, a maioria simples do total em disputa. Mas quem são esses delegados? O número de delegados por estado é definido pelo tamanho da sua bancada no Congresso: a soma da sua representação no Senado, sempre dois senadores, e na Câmara dos Deputados, proporcional à sua população. São os partidos políticos que, conforme essas vagas, escolhem sua própria lista de delegados em potencial. Entenda: Por que Trump sai em vantagem nas eleições nos EUA? A Constituição dos Estados Unidos estabelece poucas disposições sobre a qualificação exigida desses delegados. Não pode ser senador, deputado nem ninguém que ocupe cargo de confiança no governo. Além disso, num movimento à época pós-Guerra Civil, a 14ª Emenda passou a firmar que funcionários de Estado que tenham se envolvido em insurreição ou rebelião contra o país ou favoreceram inimigos ficam desqualificados a servirem de delegados. Cada partido, em cada estado, faz listas sobre seus potenciais delegados, geralmente durante convenções estaduais ou votações de comitê central, conforme as regras que as próprias legendas determinem para si. Em geral, são escolhidos pessoas de quem se deseje reconhecer o serviço prestado e a dedicação partidária: autoridades eleitas estaduais, líderes estaduais ou pessoas no estado com afiliação pessoal ou política com o candidato presidencial de seu partido. Com essa primeira parte do processo, cada candidato presidencial acaba tendo sua própria lista única de delegados em potencial em cada estado. Depois, a efetiva escolha do grupo depende do voto popular. Quando um eleitor vota por Kamala ou Trump, por exemplo, vota para selecionar essa lista de delegados vinculada ao presidenciável, cujos nomes podem ou não aparecer nas cédulas de votação. A lista de delegados que recebe mais votos é chancelada como "eleitores do estado", que vão ao Colégio Eleitoral. A exceção são os estados de Nebraska e Maine, em que o vencedor no estado recebe dois delegados e o vencedor de cada distrito congressional recebe um. Isso significa que os delegados votam duas vezes para presidente? Não. Quando vão às urnas, em novembro, eles ainda não são tidos como "eleitores" — isto é, estão apenas votando para serem eleitos "eleitores". O Colégio Eleitoral se reúne na primeira segunda-feira após a segunda quarta-feira de dezembro e efetivamente elege o próximo presidente dos Estados Unidos. Como funciona o Colégio Eleitoral O Colégio Eleitoral é um campo de batalha com muitas cartas marcadas. O jogador democrata já começa levando os delegados de estados como Califórnia, Nova York e Washington. Já o republicano inicia a partida com os “pontos” certos de estados como Kentucky, Louisiana e Arkansas. Por isso, a real disputa acontece em um pequeno grupo, conhecido como estados-pêndulos (ou swing states), que não têm um histórico recente de votação em determinada sigla. Como a política está sempre em movimento, os estados-pêndulos variam de eleição em eleição. Neste ano, são sete: Pensilvânia, Wisconsin, Michigan, Arizona, Nevada, Geórgia e Carolina do Norte, que somam ao todo 93 delegados. O número de delegados por estado é definido pelo tamanho da sua bancada no Congresso: a soma da sua representação no Senado, sempre dois senadores, e na Câmara dos Deputados, proporcional à sua população. Ao longo do tempo, a quantidade de delegados pode sofrer alterações caso haja uma mudança populacional, como ocorreu depois do censo de 2020, quando lugares como Texas e Flórida aumentaram o seu colegiado, enquanto Califórnia e Nova York perderam um delegado cada. Além dos estados, o Distrito de Columbia, onde fica a capital, Washington, tem direito a três delegados. No entanto, territórios americanos como Guam e Porto Rico não votam nas eleições presidenciais e, por isso, não têm delegados — embora alguns realizem primárias em caráter simbólico. Em 32 dos 50 estados, há le
País adota esquema de votação indireta, sem regras nacionais, que leva em conta o tamanho da população de cada estado Kamala Harris ou Donald Trump podem receber mais votos que o adversário nas eleições para presidente e, ainda assim, saírem derrotados. Diferentemente do Brasil, em que o voto popular prevalece, os Estados Unidos adotam um esquema de votação indireta, sem regras nacionais, conhecido como Colégio Eleitoral, no qual delegados de cada estado, por fim, elegem o presidente. Eleições EUA: Saiba que horas começam a sair os resultados nos estados decisivos Eleições americanas: Acompanhe a cobertura completa da disputa entre Trump x Kamala O Colégio Eleitoral funciona como um jogo de tabuleiro no formato do mapa dos EUA, em que cada estado vale um determinado número de delegados (ou “pontos”), somando ao todo 538. Em 48 dos 50 estados, prevalece a regra conhecida como “o vencedor leva tudo”: o candidato mais votado pela população — seja por uma diferença de milhões de votos ou por algumas centenas — ganha todos os delegados daquele estado. Para ser eleito, é preciso conquistar ao menos 270 deles, ou seja, a maioria simples do total em disputa. Mas quem são esses delegados? O número de delegados por estado é definido pelo tamanho da sua bancada no Congresso: a soma da sua representação no Senado, sempre dois senadores, e na Câmara dos Deputados, proporcional à sua população. São os partidos políticos que, conforme essas vagas, escolhem sua própria lista de delegados em potencial. Entenda: Por que Trump sai em vantagem nas eleições nos EUA? A Constituição dos Estados Unidos estabelece poucas disposições sobre a qualificação exigida desses delegados. Não pode ser senador, deputado nem ninguém que ocupe cargo de confiança no governo. Além disso, num movimento à época pós-Guerra Civil, a 14ª Emenda passou a firmar que funcionários de Estado que tenham se envolvido em insurreição ou rebelião contra o país ou favoreceram inimigos ficam desqualificados a servirem de delegados. Cada partido, em cada estado, faz listas sobre seus potenciais delegados, geralmente durante convenções estaduais ou votações de comitê central, conforme as regras que as próprias legendas determinem para si. Em geral, são escolhidos pessoas de quem se deseje reconhecer o serviço prestado e a dedicação partidária: autoridades eleitas estaduais, líderes estaduais ou pessoas no estado com afiliação pessoal ou política com o candidato presidencial de seu partido. Com essa primeira parte do processo, cada candidato presidencial acaba tendo sua própria lista única de delegados em potencial em cada estado. Depois, a efetiva escolha do grupo depende do voto popular. Quando um eleitor vota por Kamala ou Trump, por exemplo, vota para selecionar essa lista de delegados vinculada ao presidenciável, cujos nomes podem ou não aparecer nas cédulas de votação. A lista de delegados que recebe mais votos é chancelada como "eleitores do estado", que vão ao Colégio Eleitoral. A exceção são os estados de Nebraska e Maine, em que o vencedor no estado recebe dois delegados e o vencedor de cada distrito congressional recebe um. Isso significa que os delegados votam duas vezes para presidente? Não. Quando vão às urnas, em novembro, eles ainda não são tidos como "eleitores" — isto é, estão apenas votando para serem eleitos "eleitores". O Colégio Eleitoral se reúne na primeira segunda-feira após a segunda quarta-feira de dezembro e efetivamente elege o próximo presidente dos Estados Unidos. Como funciona o Colégio Eleitoral O Colégio Eleitoral é um campo de batalha com muitas cartas marcadas. O jogador democrata já começa levando os delegados de estados como Califórnia, Nova York e Washington. Já o republicano inicia a partida com os “pontos” certos de estados como Kentucky, Louisiana e Arkansas. Por isso, a real disputa acontece em um pequeno grupo, conhecido como estados-pêndulos (ou swing states), que não têm um histórico recente de votação em determinada sigla. Como a política está sempre em movimento, os estados-pêndulos variam de eleição em eleição. Neste ano, são sete: Pensilvânia, Wisconsin, Michigan, Arizona, Nevada, Geórgia e Carolina do Norte, que somam ao todo 93 delegados. O número de delegados por estado é definido pelo tamanho da sua bancada no Congresso: a soma da sua representação no Senado, sempre dois senadores, e na Câmara dos Deputados, proporcional à sua população. Ao longo do tempo, a quantidade de delegados pode sofrer alterações caso haja uma mudança populacional, como ocorreu depois do censo de 2020, quando lugares como Texas e Flórida aumentaram o seu colegiado, enquanto Califórnia e Nova York perderam um delegado cada. Além dos estados, o Distrito de Columbia, onde fica a capital, Washington, tem direito a três delegados. No entanto, territórios americanos como Guam e Porto Rico não votam nas eleições presidenciais e, por isso, não têm delegados — embora alguns realizem primárias em caráter simbólico. Em 32 dos 50 estados, há leis que proíbem os delegados de votarem em um candidato diferente do escolhido nas urnas. Embora haja um histórico de delegados infiéis à vontade popular, a conduta não foi capaz de mudar o resultado de nenhuma eleição até aqui.
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