Projeto imobiliário em terreno de ex-campo de concentração nazista causa indignação na Áustria
Aproximadamente 400 mulheres deportadas, principalmente russas, italianas e polonesas, foram forçadas a fabricar munições de infantaria no local entre setembro de 1944 e abril de 1945 A revelação de planos para construir um parque industrial em uma área que contém vestígios de um anexo do campo de concentração nazista de Mauthausen causou indignação na Áustria. O Memorial de Mauthausen lamentou, nesta quinta-feira, a "rejeição" de qualquer debate que possibilitasse preservar "a importância histórica e moral" do local, situado no nordeste da Áustria, país que foi anexado pela Alemanha nazista de 1938 a 1945. Veja: Vídeo mostra momento em que polícia resgata homem preso em carro dentro de piscina nos Estados Unidos; assista Saiba mais: Tragédia após casamento: acidente de ônibus deixa 14 mortos e noiva sobrevive O Memorial, uma entidade financiada pelo Ministério do Interior, tomou conhecimento dos projetos imobiliários em 2021 e "tentou chamar a atenção dos dirigentes políticos" para a história do anexo feminino do campo de concentração situado em Hirterberg, no município de Leobersdorf (nordeste do país). Contudo, seus "pedidos telefônicos e escritos, assim como suas propostas de diálogo para discutir as possibilidades de homenagem às vítimas, foram ignorados ou rejeitados", declarou à AFP a porta-voz Valerie Seufert. Projeto imobiliário em terreno de ex-campo de concentração nazista causa indignação na Áustria Reprodução/WZ, Bildquelle: Google Maps, Archiv Strobl A imprensa austríaca já havia revelado que uma empresa imobiliária pertencente ao prefeito local vendeu um terreno por 15,25 milhões de euros (16,20 milhões de dólares), onde ainda se encontram vestígios dos barracões do anexo do campo. Aproximadamente 400 mulheres deportadas, principalmente russas, italianas e polonesas, foram forçadas a fabricar munições de infantaria nesse local entre setembro de 1944 e abril de 1945. O novo proprietário do terreno planeja construir prédios comerciais graças a mudanças na zona, aprovadas pelo conselho municipal, pelas quais pagou um adicional de 1,34 milhões de euros (1,40 milhões de dólares). Uma vala repleta de pessoas mortas no campo de concentração de Bergen-belsen, em 1945 Reprodução/Imperial War Museum Para o prefeito independente Andreas Ramharter, questionado pela agência de notícias APA, tudo está em conformidade, pois o terreno privado adquirido em 2021 e revendido em duas fases logo após não está registrado como monumento histórico. Decidiu-se, no entanto, não realizar escavações, a fim de preservar os alicerces dos barracões. O Centro de Documentação e Arquivos sobre a Resistência (DÖW) criticou essa atitude como "extremamente insensível, não apenas para os familiares das vítimas, mas também para a sociedade em geral, que tem o direito de ser informada sobre os acontecimentos e crimes do passado". Prisioneiros de campo de concentração pouco antes da libertação Reprodução Uma porta-voz do partido social-democrata, Sabine Schatz, também considerou "surpreendente que, ainda em 2024, se trate com tanta leveza uma terra carregada de história", ressaltando que a responsabilidade para com as vítimas exige "uma abordagem respeitosa". O Memorial de Mauthausen especificou que, em abril, "foi instalada uma placa no centro de Hirterberg", indicando claramente que esses lugares fazem parte do sistema de campos de concentração que existiu ali. O complexo de Mauthausen chegou a ter 40 subcampos de concentração, destinados principalmente à indústria de armamento.
Aproximadamente 400 mulheres deportadas, principalmente russas, italianas e polonesas, foram forçadas a fabricar munições de infantaria no local entre setembro de 1944 e abril de 1945 A revelação de planos para construir um parque industrial em uma área que contém vestígios de um anexo do campo de concentração nazista de Mauthausen causou indignação na Áustria. O Memorial de Mauthausen lamentou, nesta quinta-feira, a "rejeição" de qualquer debate que possibilitasse preservar "a importância histórica e moral" do local, situado no nordeste da Áustria, país que foi anexado pela Alemanha nazista de 1938 a 1945. Veja: Vídeo mostra momento em que polícia resgata homem preso em carro dentro de piscina nos Estados Unidos; assista Saiba mais: Tragédia após casamento: acidente de ônibus deixa 14 mortos e noiva sobrevive O Memorial, uma entidade financiada pelo Ministério do Interior, tomou conhecimento dos projetos imobiliários em 2021 e "tentou chamar a atenção dos dirigentes políticos" para a história do anexo feminino do campo de concentração situado em Hirterberg, no município de Leobersdorf (nordeste do país). Contudo, seus "pedidos telefônicos e escritos, assim como suas propostas de diálogo para discutir as possibilidades de homenagem às vítimas, foram ignorados ou rejeitados", declarou à AFP a porta-voz Valerie Seufert. Projeto imobiliário em terreno de ex-campo de concentração nazista causa indignação na Áustria Reprodução/WZ, Bildquelle: Google Maps, Archiv Strobl A imprensa austríaca já havia revelado que uma empresa imobiliária pertencente ao prefeito local vendeu um terreno por 15,25 milhões de euros (16,20 milhões de dólares), onde ainda se encontram vestígios dos barracões do anexo do campo. Aproximadamente 400 mulheres deportadas, principalmente russas, italianas e polonesas, foram forçadas a fabricar munições de infantaria nesse local entre setembro de 1944 e abril de 1945. O novo proprietário do terreno planeja construir prédios comerciais graças a mudanças na zona, aprovadas pelo conselho municipal, pelas quais pagou um adicional de 1,34 milhões de euros (1,40 milhões de dólares). Uma vala repleta de pessoas mortas no campo de concentração de Bergen-belsen, em 1945 Reprodução/Imperial War Museum Para o prefeito independente Andreas Ramharter, questionado pela agência de notícias APA, tudo está em conformidade, pois o terreno privado adquirido em 2021 e revendido em duas fases logo após não está registrado como monumento histórico. Decidiu-se, no entanto, não realizar escavações, a fim de preservar os alicerces dos barracões. O Centro de Documentação e Arquivos sobre a Resistência (DÖW) criticou essa atitude como "extremamente insensível, não apenas para os familiares das vítimas, mas também para a sociedade em geral, que tem o direito de ser informada sobre os acontecimentos e crimes do passado". Prisioneiros de campo de concentração pouco antes da libertação Reprodução Uma porta-voz do partido social-democrata, Sabine Schatz, também considerou "surpreendente que, ainda em 2024, se trate com tanta leveza uma terra carregada de história", ressaltando que a responsabilidade para com as vítimas exige "uma abordagem respeitosa". O Memorial de Mauthausen especificou que, em abril, "foi instalada uma placa no centro de Hirterberg", indicando claramente que esses lugares fazem parte do sistema de campos de concentração que existiu ali. O complexo de Mauthausen chegou a ter 40 subcampos de concentração, destinados principalmente à indústria de armamento.
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