O craque do Flamengo que virou técnico do time logo após parar de jogar e conquistou título Mundial

Assim como Filipe Luís depois da saída de Tite, Carpegiani se tornou treinador pouco após se aposentar como atleta, em 1981 Quando o árbitro apitou o fim da partida no Estádio Nacional de Tóquio, e o Flamengo se consagrou como campeão do mundo, em 1981, os jogadores foram todos correndo festejar no meio de campo. Enquanto isso, o técnico Paulo César Carpegiani se erguia vagarosamente do banco de reservas e punha as mãos no bolso do casaco pesado que usava para se proteger do frio na capital japonesa. "Pareceu um sonho", disse ele a um amigo, resumindo o seu segundo semestre daquele ano. Jorge Jesus: Treinador português pode voltar ao Flamengo? Entenda Tite demitido: Entenda em cinco pontos como 2024 virou ano ruim para Flamengo Assim como Filipe Luís, ex-craque rubro-negro anunciado treinador interino do clube após a demissão de Tite, Carpegiani tinha se aposentado dos gramados pouco antes de ocupar a posição de técnico. Ele foi improvisado na vaga após a demissão de Dino Sani, em julho de 1981. Na época, o Flamengo tentou trazer Nelsinho, então no Fluminense, mas o treinador preferiu os dólares do Al Ain, do Emirados Árabes. Com a recusa, Carpegiani foi efetivado e, em cinco meses, conquistou o Estadual, a Libertadores e o Mundial Interclubes. Acervo O GLOBO: Todas as edições do jornal desde 1925 digitalizadas para você pesquisar ídolo no Internacional, Carpegiani foi bicampeão brasileiro atuando pelo time gaúcho, em 1975 e 1976. O volante chegou ao Flamengo em 1977 e se mostrou uma peça fundamental dentro do jovem elenco formado por craques como Zico e Júnior. No clube da Gávea, usou com brios a braçadeira de capitão e comemorou a conquista de três campeonatos cariocas e do Campeonato Brasileiro de 1980. Em 1981, aos 31 anos, com uma lesão no joelho, decidiu pendurar as chuteiras e virar técnico. Carpegiani conversa com Zico semanas antes do título Mundial em Tóquio Sebastião Marinho/Agência O GLOBO De início, ele foi acomodado no Flamengo como treinador da equipe sub-20 e assistente do técnico Dino Sani, para pegar quilometragem. Mas, logo em seguida, assistiu à queda de seu chefe, criticado pelas escalações e substituições que vinha fazendo. Primeiramente anunciado como interino do time, Carpegiani foi efetivado em dias, após Nelsinho topar o emprego nas Arábias. "Comigo tudo sempre aconteceu rapidamente, nem me assusto mais", disse o ex-craque. "Estou sonhando de olhos abertos". Filípe Luís: Torcedor e ídolo do Fla vive ascensão meteórica como treinador Carreira nova: Filipe Luís comandará jogadores que foram seus colegas de campo Carpegiani tinha a seu lado o carinho da torcida e o respeito dos atletas com quem atuara até meses antes de ser efetivado como treinador. Ao receber a nova missão, disse ao então presidente do clube, Antônio Augusto Dunshee, as mesmas palavras que dirigira, ao chegar na Gávea, em 1977, para Claudio Coutinho, então treinador do rubro-negro: "Pode deixar comigo". Numa entrevista logo depois de formalizada a contratação como técnico, o gaúcho explicou o motivo de sua confiança: "Como jogador de meio-campo, conheço todos os problemas do time. Afinal de contas, só o armador passa o jogo todo se dividindo entre a ajuda aos zagueiros e o apoio aos atacantes", analisou Carpa, como era chamado pelos colegas. "Isso, aliado ao aprendizado que tive com diferentes técnicos, em diversas competições, me dá a certeza de que estou preparado para dirigir o Flamengo. Principalmente porque conheço muito bem o time, só parei de jogar no elenco há menos de dois meses". Carpegiani estreou no comando do Flamengo em 24 de julho de 1981, contra o Olimpia, pela fase de grupos da Taça Libertadores. Dali em diante, foi uma trajetória de sucesso relâmpago. Conduzindo um time formado por craques, como Zico, Júnior, Adílio, Raul e Leandro, o técnico sagrou-se campeão Estadual, da Libertadores e Mundial em cinco meses. Em 1982, ainda liderou o clube no segundo título do Flamengo no Campeonato Brasileiro. Em 1983, foi treinar o Al-Nassr, na Arábia Saudita. "Temos grandes jogadores. Eles, só eles, são os grandes responsáveis por mais esse títutlo", afirmou Carpa depois da conquista em Tóquio. "A união, a amizade deste grupo, é sensacional. Com eles, fica bem mais fácil trabalhar".

Oct 1, 2024 - 01:18
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O craque do Flamengo que virou técnico do time logo após parar de jogar e conquistou título Mundial

Assim como Filipe Luís depois da saída de Tite, Carpegiani se tornou treinador pouco após se aposentar como atleta, em 1981 Quando o árbitro apitou o fim da partida no Estádio Nacional de Tóquio, e o Flamengo se consagrou como campeão do mundo, em 1981, os jogadores foram todos correndo festejar no meio de campo. Enquanto isso, o técnico Paulo César Carpegiani se erguia vagarosamente do banco de reservas e punha as mãos no bolso do casaco pesado que usava para se proteger do frio na capital japonesa. "Pareceu um sonho", disse ele a um amigo, resumindo o seu segundo semestre daquele ano. Jorge Jesus: Treinador português pode voltar ao Flamengo? Entenda Tite demitido: Entenda em cinco pontos como 2024 virou ano ruim para Flamengo Assim como Filipe Luís, ex-craque rubro-negro anunciado treinador interino do clube após a demissão de Tite, Carpegiani tinha se aposentado dos gramados pouco antes de ocupar a posição de técnico. Ele foi improvisado na vaga após a demissão de Dino Sani, em julho de 1981. Na época, o Flamengo tentou trazer Nelsinho, então no Fluminense, mas o treinador preferiu os dólares do Al Ain, do Emirados Árabes. Com a recusa, Carpegiani foi efetivado e, em cinco meses, conquistou o Estadual, a Libertadores e o Mundial Interclubes. Acervo O GLOBO: Todas as edições do jornal desde 1925 digitalizadas para você pesquisar ídolo no Internacional, Carpegiani foi bicampeão brasileiro atuando pelo time gaúcho, em 1975 e 1976. O volante chegou ao Flamengo em 1977 e se mostrou uma peça fundamental dentro do jovem elenco formado por craques como Zico e Júnior. No clube da Gávea, usou com brios a braçadeira de capitão e comemorou a conquista de três campeonatos cariocas e do Campeonato Brasileiro de 1980. Em 1981, aos 31 anos, com uma lesão no joelho, decidiu pendurar as chuteiras e virar técnico. Carpegiani conversa com Zico semanas antes do título Mundial em Tóquio Sebastião Marinho/Agência O GLOBO De início, ele foi acomodado no Flamengo como treinador da equipe sub-20 e assistente do técnico Dino Sani, para pegar quilometragem. Mas, logo em seguida, assistiu à queda de seu chefe, criticado pelas escalações e substituições que vinha fazendo. Primeiramente anunciado como interino do time, Carpegiani foi efetivado em dias, após Nelsinho topar o emprego nas Arábias. "Comigo tudo sempre aconteceu rapidamente, nem me assusto mais", disse o ex-craque. "Estou sonhando de olhos abertos". Filípe Luís: Torcedor e ídolo do Fla vive ascensão meteórica como treinador Carreira nova: Filipe Luís comandará jogadores que foram seus colegas de campo Carpegiani tinha a seu lado o carinho da torcida e o respeito dos atletas com quem atuara até meses antes de ser efetivado como treinador. Ao receber a nova missão, disse ao então presidente do clube, Antônio Augusto Dunshee, as mesmas palavras que dirigira, ao chegar na Gávea, em 1977, para Claudio Coutinho, então treinador do rubro-negro: "Pode deixar comigo". Numa entrevista logo depois de formalizada a contratação como técnico, o gaúcho explicou o motivo de sua confiança: "Como jogador de meio-campo, conheço todos os problemas do time. Afinal de contas, só o armador passa o jogo todo se dividindo entre a ajuda aos zagueiros e o apoio aos atacantes", analisou Carpa, como era chamado pelos colegas. "Isso, aliado ao aprendizado que tive com diferentes técnicos, em diversas competições, me dá a certeza de que estou preparado para dirigir o Flamengo. Principalmente porque conheço muito bem o time, só parei de jogar no elenco há menos de dois meses". Carpegiani estreou no comando do Flamengo em 24 de julho de 1981, contra o Olimpia, pela fase de grupos da Taça Libertadores. Dali em diante, foi uma trajetória de sucesso relâmpago. Conduzindo um time formado por craques, como Zico, Júnior, Adílio, Raul e Leandro, o técnico sagrou-se campeão Estadual, da Libertadores e Mundial em cinco meses. Em 1982, ainda liderou o clube no segundo título do Flamengo no Campeonato Brasileiro. Em 1983, foi treinar o Al-Nassr, na Arábia Saudita. "Temos grandes jogadores. Eles, só eles, são os grandes responsáveis por mais esse títutlo", afirmou Carpa depois da conquista em Tóquio. "A união, a amizade deste grupo, é sensacional. Com eles, fica bem mais fácil trabalhar".

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