Novo ataque de Israel atinge sul de Beirute enquanto negociações de cessar-fogo no Líbano avançam
Operações das forças israelenses são intensificadas em três frentes, e funcionário do Hamas também diz que grupo está pronto para um acordo O Exército de Israel realizou um “ataque pesado” com dois mísseis disparados contra o bairro de Bourj a-Barajneh, nos subúrbios sul de Beirute, publicou nesta sexta-feira a Agência Nacional de Notícias do Líbano. As ofensivas mais recentes ocorrem enquanto o Estado judeu intensifica suas ações em três frentes, lançando dezenas de novos ataques no Líbano, na Faixa de Gaza e na Síria — e enquanto as negociações por um cessar-fogo na fronteira norte alcançam um momento crítico, publicou a agência Reuters. Relatório: Métodos de guerra de Israel em Gaza são característicos de um genocídio, diz comissão da ONU ‘Limpeza étnica’: HRW acusa Israel de crime contra a Humanidade por deslocamento forçado de mais de 90% da população de Gaza Nesta sexta, as Forças Armadas israelenses afirmaram ter identificado “vários prédios” nos subúrbios do sul do Líbano que planejavam atacar, alegando serem alvos do grupo xiita libanês Hezbollah. As declarações seguem o padrão de dias anteriores, com o mesmo órgão afirmando na quinta-feira que cerca de 30 alvos tinham sido atingidos no sul de Beirute nas 48 horas anteriores. No comunicado, o Exército descreveu, mais uma vez, o que define como seus esforços contínuos para “desmantelar e degradar” as capacidades militares do grupo. Analistas ouvidos pela Reuters, no entanto, sugerem que essa nova onda de ataques também pode visar aumentar a pressão sobre o Hezbollah, na medida em que conversas indiretas por um cessar-fogo continuam. À agência, Eli Cohen, ministro da Energia de Israel, disse que um acordo para encerrar os combates com o grupo xiita está mais próximo, embora tenha insistido que o Estado judeu deve manter a liberdade de ação no Líbano caso qualquer acordo seja violado. Ele disse que Israel será “menos tolerante do que no passado”. — Nós teremos menos tolerância com tentativas de criar redutos em territórios próximos a Israel. É assim que agiremos — afirmou. Violações do direito internacional: Quase 70% dos mortos na guerra em Gaza são mulheres e crianças, diz ONU Na quarta-feira, um alto funcionário libanês indicou à Reuters que o Hezbollah está disposto a retirar suas forças da fronteira entre Líbano e Israel como parte de um cessar-fogo, mas rejeitou a exigência do Estado judeu de intervir livremente na região. Os entraves nas negociações ocorrem enquanto dezenas de milhares de israelenses que vivem próximos à fronteira permanecem deslocados devido à ameaça de ataques do Hezbollah, e enquanto os custos da guerra no Líbano para Israel continuam aumentando. Segundo o Estado judeu, ataques do Hezbollah mataram cerca de 100 civis e soldados israelenses no norte de Israel, nas Colinas de Golã ocupadas e no sul do Líbano desde 7 de outubro de 2023, quando a guerra na Faixa de Gaza teve início, após o ataque sem precedentes do grupo terrorista Hamas no território israelense. No mesmo período, de acordo com o Ministério da Saúde libanês, os ataques israelenses mataram pelo menos 3.365 pessoas e feriram 14.344 em todo o país. Hamas diz estar ‘pronto’ para cessar-fogo Também nesta sexta-feira, um alto funcionário do Hamas declarou que o grupo palestino está “pronto para um cessar-fogo” em Gaza — e pediu que o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, pressione Israel a “encerrar a agressão”. À AFP, Bassem Naim, membro do gabinete político do Hamas, disse que o grupo aceitará um acordo caso uma proposta seja apresentada e sob a condição de que a mesma seja respeitada. — O Hamas informou aos mediadores que é favorável a qualquer proposta apresentada que leve a um cessar-fogo definitivo e à retirada militar da Faixa de Gaza, permitindo o retorno dos deslocados, um acordo sério para troca de prisioneiros, e a entrada de ajuda humanitária e a reconstrução [do enclave] — afirmou. Alerta: Israel não cumpriu prazo dos EUA para aumentar ajuda em Gaza, diz agência da ONU A mais recente rodada de negociações sobre o assunto, em meados de outubro, não resultou em um acordo, com o Hamas rejeitando a proposta de cessar-fogo de curto prazo, segundo a Reuters. Israel, por sua vez, já reiterou anteriormente algumas propostas de tréguas mais longas, embora recentemente também tenha endurecido as exigências, incluindo o controle do Corredor da Filadélfia (zona fronteiriça de Gaza com o Egito) como uma questão de “importância existencial”. Mesmo alguns políticos israelenses indicaram que a proposta do premier Benjamin Netanyahu foi usada para evitar a realização do acordo. Com a vitória de Trump nos Estados Unidos, analistas também apontam para a possibilidade de intensificação das guerras de Israel tanto em Gaza quanto no Líbano, ainda que o republicano já tenha declarado que deseja encerrar rapidamente ambos os conflitos. Enquanto isso, no enclave palestino, os combates continuam em Jabaliya, no norte, onde as forças israelenses dizem e
Operações das forças israelenses são intensificadas em três frentes, e funcionário do Hamas também diz que grupo está pronto para um acordo O Exército de Israel realizou um “ataque pesado” com dois mísseis disparados contra o bairro de Bourj a-Barajneh, nos subúrbios sul de Beirute, publicou nesta sexta-feira a Agência Nacional de Notícias do Líbano. As ofensivas mais recentes ocorrem enquanto o Estado judeu intensifica suas ações em três frentes, lançando dezenas de novos ataques no Líbano, na Faixa de Gaza e na Síria — e enquanto as negociações por um cessar-fogo na fronteira norte alcançam um momento crítico, publicou a agência Reuters. Relatório: Métodos de guerra de Israel em Gaza são característicos de um genocídio, diz comissão da ONU ‘Limpeza étnica’: HRW acusa Israel de crime contra a Humanidade por deslocamento forçado de mais de 90% da população de Gaza Nesta sexta, as Forças Armadas israelenses afirmaram ter identificado “vários prédios” nos subúrbios do sul do Líbano que planejavam atacar, alegando serem alvos do grupo xiita libanês Hezbollah. As declarações seguem o padrão de dias anteriores, com o mesmo órgão afirmando na quinta-feira que cerca de 30 alvos tinham sido atingidos no sul de Beirute nas 48 horas anteriores. No comunicado, o Exército descreveu, mais uma vez, o que define como seus esforços contínuos para “desmantelar e degradar” as capacidades militares do grupo. Analistas ouvidos pela Reuters, no entanto, sugerem que essa nova onda de ataques também pode visar aumentar a pressão sobre o Hezbollah, na medida em que conversas indiretas por um cessar-fogo continuam. À agência, Eli Cohen, ministro da Energia de Israel, disse que um acordo para encerrar os combates com o grupo xiita está mais próximo, embora tenha insistido que o Estado judeu deve manter a liberdade de ação no Líbano caso qualquer acordo seja violado. Ele disse que Israel será “menos tolerante do que no passado”. — Nós teremos menos tolerância com tentativas de criar redutos em territórios próximos a Israel. É assim que agiremos — afirmou. Violações do direito internacional: Quase 70% dos mortos na guerra em Gaza são mulheres e crianças, diz ONU Na quarta-feira, um alto funcionário libanês indicou à Reuters que o Hezbollah está disposto a retirar suas forças da fronteira entre Líbano e Israel como parte de um cessar-fogo, mas rejeitou a exigência do Estado judeu de intervir livremente na região. Os entraves nas negociações ocorrem enquanto dezenas de milhares de israelenses que vivem próximos à fronteira permanecem deslocados devido à ameaça de ataques do Hezbollah, e enquanto os custos da guerra no Líbano para Israel continuam aumentando. Segundo o Estado judeu, ataques do Hezbollah mataram cerca de 100 civis e soldados israelenses no norte de Israel, nas Colinas de Golã ocupadas e no sul do Líbano desde 7 de outubro de 2023, quando a guerra na Faixa de Gaza teve início, após o ataque sem precedentes do grupo terrorista Hamas no território israelense. No mesmo período, de acordo com o Ministério da Saúde libanês, os ataques israelenses mataram pelo menos 3.365 pessoas e feriram 14.344 em todo o país. Hamas diz estar ‘pronto’ para cessar-fogo Também nesta sexta-feira, um alto funcionário do Hamas declarou que o grupo palestino está “pronto para um cessar-fogo” em Gaza — e pediu que o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, pressione Israel a “encerrar a agressão”. À AFP, Bassem Naim, membro do gabinete político do Hamas, disse que o grupo aceitará um acordo caso uma proposta seja apresentada e sob a condição de que a mesma seja respeitada. — O Hamas informou aos mediadores que é favorável a qualquer proposta apresentada que leve a um cessar-fogo definitivo e à retirada militar da Faixa de Gaza, permitindo o retorno dos deslocados, um acordo sério para troca de prisioneiros, e a entrada de ajuda humanitária e a reconstrução [do enclave] — afirmou. Alerta: Israel não cumpriu prazo dos EUA para aumentar ajuda em Gaza, diz agência da ONU A mais recente rodada de negociações sobre o assunto, em meados de outubro, não resultou em um acordo, com o Hamas rejeitando a proposta de cessar-fogo de curto prazo, segundo a Reuters. Israel, por sua vez, já reiterou anteriormente algumas propostas de tréguas mais longas, embora recentemente também tenha endurecido as exigências, incluindo o controle do Corredor da Filadélfia (zona fronteiriça de Gaza com o Egito) como uma questão de “importância existencial”. Mesmo alguns políticos israelenses indicaram que a proposta do premier Benjamin Netanyahu foi usada para evitar a realização do acordo. Com a vitória de Trump nos Estados Unidos, analistas também apontam para a possibilidade de intensificação das guerras de Israel tanto em Gaza quanto no Líbano, ainda que o republicano já tenha declarado que deseja encerrar rapidamente ambos os conflitos. Enquanto isso, no enclave palestino, os combates continuam em Jabaliya, no norte, onde as forças israelenses dizem enfrentar integrantes do Hamas — e local em que grupos de direitos humanos e autoridades apontam como palco de uma “limpeza étnica”. O Estado judeu diz que o cerco imposto a Jabaliya é necessário para operações contra militantes que se reagrupam na área, mas muitos palestinos temem que a ofensiva tenha como objetivo deslocar permanentemente dezenas (ou mesmo centenas) de milhares de civis de suas casas. — Eles incendiaram escolas e outros abrigos onde as pessoas buscaram refúgio antes das ordens para que as famílias se dirigissem para o sul, em direção à Cidade de Gaza. Como chamar isso, senão de limpeza étnica? Famílias que, no início, resistiam a sair, foram forçadas a isso depois que ficaram sem água e comida. Grandes áreas ficaram vazias, sob controle da ocupação. Essas áreas se tornaram inacessíveis — disse Said Abdel-Hadi, residente de Beit Lahia, no norte, agora deslocado para o sul. Na quinta-feira, a organização internacional Human Rights Watch (HRW) acusou Israel de cometer crimes contra a Humanidade em Gaza, apontando que mais de 90% da população do enclave foi forçada a abandonar suas casas, sendo muitas delas mais de uma vez, em razão da guerra. Em relatório, a HRW destacou que mesmo áreas sinalizadas como seguras para civis foram atacadas pelas forças israelenses, e o retorno dos moradores para suas casas tem sido inviabilizado pela destruição em massa de infraestruturas civis. As acusações se somam à avaliação do escritório de direitos humanos das Nações Unidas, também divulgada na quinta, de que os métodos empregados por Israel em Gaza têm “as características de um genocídio”. O órgão destacou as “massivas perdas civis e as condições impostas aos palestinos, que colocam suas vidas em perigo de forma intencional” — e, em relatório, acusou o Exército de Israel de usar “a fome como método de guerra” e infligir “um castigo coletivo à população”. Operações na Síria são intensificadas Israel realiza ataques contra alvos ligados ao Irã na Síria há anos, mas intensificou essas operações desde o ataque do Hamas em outubro, publicou o jornal britânico The Guardian. Na quinta-feira, uma ofensiva israelense atingiu dois prédios residenciais nos subúrbios da capital síria, Damasco, matando mais de uma dúzia de pessoas, segundo a agência estatal SANA. Um dos prédios estava localizado no subúrbio de Mazzeh, e o outro em Qudsaya, a oeste da capital. Comandantes do grupo armado Hezbollah, do Líbano, e da Guarda Revolucionária do Irã, baseados na Síria, costumam viver em Mazzeh, segundo moradores, e as autoridades já usaram os edifícios altos da região para abrigar líderes de facções palestinas, como Hamas e Jihad Islâmica. (Com AFP)
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