Negociadores do G20 viram madrugada para tentar alcançar consenso sobre declaração presidencial
Conversas devem continuar neste domingo; representantes do governo de Milei se opõem a diversos pontos do documento, que poderia não contar com o apoio da Argentina A reta final das negociações para tentar chegar a um consenso que permita aos chefes de Estado e de governo do G20 assinar e anunciar uma declaração sobre os principais temas da presidência brasileira no bloco continuarão neste domingo, após vararem madrugada adentro e terminarem às 5 da manhã, confirmaram fontes oficiais. Entraves: Guerra na Ucrânia e conflito em Gaza dificultam consensos na cúpula de líderes do G20 no Rio Saia-justa: Brasil teme que Milei vire dor de cabeça na cúpula do G20 e, depois de encontro com Trump, faça acenos a Bolsonaro Os sherpas (representantes dos presidentes no grupo) estão negociando um texto que contém vários temas sensíveis, entre eles as menções à guerra entre Rússia e Ucrânia e o conflito em Gaza. A estratégia do Brasil é evitar condenações às partes envolvidas, e focar em questões como a defesa de um cessar-fogo, busca da paz e ajuda humanitária. Neste ponto, as maiores dificuldades, comentaram as fontes consultadas, “são os países ocidentais e a Argentina, em maior medida”. O governo de Javier Milei, confirmaram fontes em Buenos Aires, não aceita qualquer menção à guerra que não inclua uma condenação à Rússia. Países como França e Alemanha são mais flexíveis, mas as negociações são complexas. Após rejeitar ‘pactos com comunistas’: Milei se reunirá com Xi Jinping durante cúpula do G20 no Rio A declaração incluirá muitos outros temas, entre eles a Aliança Global contra a Fome, a proposta de taxação dos super-ricos, bioeconomia, combate às mudanças climáticas e, por iniciativa do Brasil, poderia até mesmo falar sobre os desafios da inteligência artificial. Cada parágrafo é uma negociação, cada termo usado é discutido, e os representantes dos países que integram o grupo devem, muitas vezes, consultar seus respectivos governos. A Argentina de Milei é um dos principais obstáculos na negociação, numa reta final tensa para o Brasil. A Casa Rosada, confirmaram fontes diplomáticas, manifestou oposição aos principais temas da presidência brasileira, depois de ter assinado declarações ministeriais ao longo de todo o ano. Houve uma clara guinada do governo argentino em matéria de política externa — e uma revalorização do tema na agenda de Milei — após a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos. O presidente argentino virou uma espécie de porta-voz da agenda internacional da extrema direita na América Latina, com bandeiras como o combate ao globalismo e aos organismos multilaterais. Um cenário possível, frisaram fontes brasileiras e argentinas, é de que a Argentina, finalmente, não assine a declaração presidencial. Outra opção é que a Argentina assine, mas apontando, com asteriscos, cada um dos pontos com os quais não concorda — que aumentam a cada dia que passa.
Conversas devem continuar neste domingo; representantes do governo de Milei se opõem a diversos pontos do documento, que poderia não contar com o apoio da Argentina A reta final das negociações para tentar chegar a um consenso que permita aos chefes de Estado e de governo do G20 assinar e anunciar uma declaração sobre os principais temas da presidência brasileira no bloco continuarão neste domingo, após vararem madrugada adentro e terminarem às 5 da manhã, confirmaram fontes oficiais. Entraves: Guerra na Ucrânia e conflito em Gaza dificultam consensos na cúpula de líderes do G20 no Rio Saia-justa: Brasil teme que Milei vire dor de cabeça na cúpula do G20 e, depois de encontro com Trump, faça acenos a Bolsonaro Os sherpas (representantes dos presidentes no grupo) estão negociando um texto que contém vários temas sensíveis, entre eles as menções à guerra entre Rússia e Ucrânia e o conflito em Gaza. A estratégia do Brasil é evitar condenações às partes envolvidas, e focar em questões como a defesa de um cessar-fogo, busca da paz e ajuda humanitária. Neste ponto, as maiores dificuldades, comentaram as fontes consultadas, “são os países ocidentais e a Argentina, em maior medida”. O governo de Javier Milei, confirmaram fontes em Buenos Aires, não aceita qualquer menção à guerra que não inclua uma condenação à Rússia. Países como França e Alemanha são mais flexíveis, mas as negociações são complexas. Após rejeitar ‘pactos com comunistas’: Milei se reunirá com Xi Jinping durante cúpula do G20 no Rio A declaração incluirá muitos outros temas, entre eles a Aliança Global contra a Fome, a proposta de taxação dos super-ricos, bioeconomia, combate às mudanças climáticas e, por iniciativa do Brasil, poderia até mesmo falar sobre os desafios da inteligência artificial. Cada parágrafo é uma negociação, cada termo usado é discutido, e os representantes dos países que integram o grupo devem, muitas vezes, consultar seus respectivos governos. A Argentina de Milei é um dos principais obstáculos na negociação, numa reta final tensa para o Brasil. A Casa Rosada, confirmaram fontes diplomáticas, manifestou oposição aos principais temas da presidência brasileira, depois de ter assinado declarações ministeriais ao longo de todo o ano. Houve uma clara guinada do governo argentino em matéria de política externa — e uma revalorização do tema na agenda de Milei — após a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos. O presidente argentino virou uma espécie de porta-voz da agenda internacional da extrema direita na América Latina, com bandeiras como o combate ao globalismo e aos organismos multilaterais. Um cenário possível, frisaram fontes brasileiras e argentinas, é de que a Argentina, finalmente, não assine a declaração presidencial. Outra opção é que a Argentina assine, mas apontando, com asteriscos, cada um dos pontos com os quais não concorda — que aumentam a cada dia que passa.
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