Na COP29, enviado especial de Biden promete que ação climática dos EUA continuará apesar da vitória de Trump
John Podesta diz que americanos 'decepcionaram' o mundo ao eleger republicano, que nega a crise climática, mas destaca que luta contra aquecimento global é 'maior do que eleição' A ação climática dos Estados Unidos continuará apesar da chegada ao poder em janeiro do presidente eleito Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira John Podesta, enviado especial do presidente Joe Biden na 29ª conferência do clima das Nações Unidas (COP29). O republicano não esconde seu posicionamento negacionista sobre o aquecimento global, prometendo incentivar a indústria de combustíveis fósseis ao longo do seu segundo mandato e retirar o país do Acordo de Paris, que propõe a redução da emissão de gás carbônico, assim como o fez durante seu primeiro governo. Expectativa: COP29 começa hoje no Azerbaijão com desafios que podem impactar sucesso da COP30 no Brasil, no ano que vem Análise: Eleição de Trump é previsão de mau tempo para políticas de combate às mudanças climáticas — Quero dizer a vocês que, embora o governo federal nos Estados Unidos, sob Donald Trump, possa colocar a ação climática em segundo plano, o trabalho continuará, com paixão e compromisso — disse Podesta em uma entrevista coletiva no primeiro dia da COP em Baku, capital do Azerbaijão, afirmando que "não é possível baixar a guarda ou ficar apático". O conselheiro sênior disse que o país é uma democracia que há menos de uma semana elegeu um presidente "cuja relação com as mudanças climáticas está marcada pelo uso das palavras 'fraude' e 'combustíveis fósseis'". Acrescentou estar ciente de que Washington "decepcionou" o mundo nesse quesito. — Trump prometeu desmantelar nossas salvaguardas ambientais e retirar o país novamente do Acordo de Paris — afirmou Podesta, acrescentando: — Foi o que ele disse, e temos que acreditar. 'Drill, baby drill': Trump promete ampliar produção de petróleo. Veja impactos para o Brasil e o mundo Mesmo sem poder dar quaisquer garantias, Podesta disse de modo desafiador que "a luta [contra o aquecimento global] é maior do que uma eleição", destacando que "fatos ainda são fatos, ciência ainda é ciência". Apesar do mandato político de Trump, alguns observadores e ativistas ambientais nos EUA afirmam que a administração federal cumprirá suas diretrizes. Importância dos EUA Trump ganhou com uma ampla margem as eleições presidenciais de 5 de novembro com o voto popular a seu favor e retomou o controle do Senado, enquanto aguarda os resultados finais na Câmara dos Representantes (que, ao que tudo indica, também terá maioria republicana). Sua reeleição ofuscou a conferência. Por liderar a partir de janeiro o segundo maior país emissor de gases de efeito estufa no planeta, o ceticismo de Trump tem causado receios entre as lideranças globais, incluindo ao Brasil, onde o governo e especialistas da área ambiental temem um enfraquecimento das negociações da COP30, que será sediada em Belém no ano que vem. Ceticismo: Trump considera aquecimento global 'uma das maiores fraudes de todos os tempos' e incentivará combustíveis fósseis em segundo mandato Em Baku, os países tentarão estabelecer um novo quadro global para fornecer os fundos necessários às nações em desenvolvimento para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa e se adaptarem aos impactos de eventos climáticos cada vez mais intensos, publicou o jornal britânico The Guardian. Os países mais pobres querem que o financiamento climático aumente dos cerca de US$ 100 bilhões anuais para pelo menos US$ 1 trilhão por ano até 2035. Mas, sem os EUA, os Estados desenvolvidos provavelmente encontrarão mais dificuldade para atingir as metas. Como resultado, esses países poderão buscar reduzir a parcela de recursos de fontes públicas, provenientes de orçamentos de ajuda externa e de instituições como o Banco Mundial, no montante destinado ao financiamento climático. Isso poderia significar, ainda segundo o jornal britânico, um maior papel para o setor privado —o que é controverso. Recursos do setor privado vêm com condições e podem aumentar o endividamento dos países. Também são mais difíceis de acessar pelos países pobres, que precisam desses meios com urgência. A ajuda deve servir para mitigar a emissão de gases do efeito estufa, principalmente por uma gigantesca conversão energética mundial, e para medidas de adaptação, como ajuste de residências às temperaturas extremas e construção de barragens, por exemplo. As divergências sobre o assunto são profundas, e as negociações sobre a agenda forçaram uma pausa já nesta segunda-feira, segundo a AFP. Além do valor da ajuda e do calendário, as nações devem chegar a um acordo sobre quem paga.
John Podesta diz que americanos 'decepcionaram' o mundo ao eleger republicano, que nega a crise climática, mas destaca que luta contra aquecimento global é 'maior do que eleição' A ação climática dos Estados Unidos continuará apesar da chegada ao poder em janeiro do presidente eleito Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira John Podesta, enviado especial do presidente Joe Biden na 29ª conferência do clima das Nações Unidas (COP29). O republicano não esconde seu posicionamento negacionista sobre o aquecimento global, prometendo incentivar a indústria de combustíveis fósseis ao longo do seu segundo mandato e retirar o país do Acordo de Paris, que propõe a redução da emissão de gás carbônico, assim como o fez durante seu primeiro governo. Expectativa: COP29 começa hoje no Azerbaijão com desafios que podem impactar sucesso da COP30 no Brasil, no ano que vem Análise: Eleição de Trump é previsão de mau tempo para políticas de combate às mudanças climáticas — Quero dizer a vocês que, embora o governo federal nos Estados Unidos, sob Donald Trump, possa colocar a ação climática em segundo plano, o trabalho continuará, com paixão e compromisso — disse Podesta em uma entrevista coletiva no primeiro dia da COP em Baku, capital do Azerbaijão, afirmando que "não é possível baixar a guarda ou ficar apático". O conselheiro sênior disse que o país é uma democracia que há menos de uma semana elegeu um presidente "cuja relação com as mudanças climáticas está marcada pelo uso das palavras 'fraude' e 'combustíveis fósseis'". Acrescentou estar ciente de que Washington "decepcionou" o mundo nesse quesito. — Trump prometeu desmantelar nossas salvaguardas ambientais e retirar o país novamente do Acordo de Paris — afirmou Podesta, acrescentando: — Foi o que ele disse, e temos que acreditar. 'Drill, baby drill': Trump promete ampliar produção de petróleo. Veja impactos para o Brasil e o mundo Mesmo sem poder dar quaisquer garantias, Podesta disse de modo desafiador que "a luta [contra o aquecimento global] é maior do que uma eleição", destacando que "fatos ainda são fatos, ciência ainda é ciência". Apesar do mandato político de Trump, alguns observadores e ativistas ambientais nos EUA afirmam que a administração federal cumprirá suas diretrizes. Importância dos EUA Trump ganhou com uma ampla margem as eleições presidenciais de 5 de novembro com o voto popular a seu favor e retomou o controle do Senado, enquanto aguarda os resultados finais na Câmara dos Representantes (que, ao que tudo indica, também terá maioria republicana). Sua reeleição ofuscou a conferência. Por liderar a partir de janeiro o segundo maior país emissor de gases de efeito estufa no planeta, o ceticismo de Trump tem causado receios entre as lideranças globais, incluindo ao Brasil, onde o governo e especialistas da área ambiental temem um enfraquecimento das negociações da COP30, que será sediada em Belém no ano que vem. Ceticismo: Trump considera aquecimento global 'uma das maiores fraudes de todos os tempos' e incentivará combustíveis fósseis em segundo mandato Em Baku, os países tentarão estabelecer um novo quadro global para fornecer os fundos necessários às nações em desenvolvimento para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa e se adaptarem aos impactos de eventos climáticos cada vez mais intensos, publicou o jornal britânico The Guardian. Os países mais pobres querem que o financiamento climático aumente dos cerca de US$ 100 bilhões anuais para pelo menos US$ 1 trilhão por ano até 2035. Mas, sem os EUA, os Estados desenvolvidos provavelmente encontrarão mais dificuldade para atingir as metas. Como resultado, esses países poderão buscar reduzir a parcela de recursos de fontes públicas, provenientes de orçamentos de ajuda externa e de instituições como o Banco Mundial, no montante destinado ao financiamento climático. Isso poderia significar, ainda segundo o jornal britânico, um maior papel para o setor privado —o que é controverso. Recursos do setor privado vêm com condições e podem aumentar o endividamento dos países. Também são mais difíceis de acessar pelos países pobres, que precisam desses meios com urgência. A ajuda deve servir para mitigar a emissão de gases do efeito estufa, principalmente por uma gigantesca conversão energética mundial, e para medidas de adaptação, como ajuste de residências às temperaturas extremas e construção de barragens, por exemplo. As divergências sobre o assunto são profundas, e as negociações sobre a agenda forçaram uma pausa já nesta segunda-feira, segundo a AFP. Além do valor da ajuda e do calendário, as nações devem chegar a um acordo sobre quem paga.
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