Lula reconhece revés do PT nas urnas, e aliados dizem que desempenho não pode ser associado a um 'governo de centro'
Desde domingo, presidente e ministros discutem resultado da eleição em uma série de reuniões Aliados que conversaram com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva após a eleição de domingo avaliam que é preciso separar o papel do governo e do PT nas eleições deste ano. Nesta sexta-feira, Lula reconheceu a necessidade de se rediscutir a estratégia e a posição do partido após o fraco desempenho nas urnas. Para esses interlocutores, com a composição atual da Esplanada, que inclui forças de centro, não é possível associar as derrotas à gestão. O governo, dizem os auxiliares do presidente, é de "centro", e não de esquerda. Desde domingo, Lula e os ministros palacianos discutiram o resultado da eleição em uma série de reuniões. Na segunda-feira, logo pela manhã, o presidente conversou com o núcleo político do governo. Também esteve com a presidente do PT, Gleisi Hoffmann. Na quinta-feira, Lula chamou o marqueteiro Sidônio Palmeira, responsável por sua campanha em 2022, a Brasília. Os dois se reuniram na Granja do Torto, onde o presidente fazia gravações para candidatos petistas que disputam o segundo turno. Nesta sexta-feira, Lula destacou as dificuldades do partido no estado de São Paulo. — Temos que rediscutir o papel do PT. Hoje 80% dos prefeitos foram eleitos em cinco estados, todos do Nordeste. Tivemos boa participação no Rio Grande do Sul e em Minas Gerais ganhamos as que já governamos (Contagem e Juiz de Fora), mas não fomos bem em São Paulo. Perdemos São Bernardo do Campo, Santo André, perdemos inclusive Araraquara, onde tínhamos certeza que iríamos ganhar. Estamos no segundo turno em Mauá e Diadema…. Em Teresina, todo mundo dava como certa a eleição do candidato do PT (Fábio Novo) — afirmou o presidente, em entrevista à rádio O Povo/CBN. Um ministro petista entende que o partido pagou o preço na eleição em razão da estratégia adotada. Por estar no governo, optou por alianças e abriu mão de candidaturas em cidades como São Paulo, Rio e Salvador. Dirigentes do partido se queixarem, de forma reservada, da fala de Lula. Para uma liderança do partido em São Paulo, o presidente quer unificar a sigla nacionalmente contra os paulistas, que historicamente sempre tiveram maior participação no comando da sigla. Todos que conversaram com o presidente destacam que as emendas parlamentares favoreceram prefeitos que disputavam a reeleição. Também destacam que a maior força foi demonstrada pelos partidos de centro, como PSD e MDB, que lideraram a lista de prefeitos eleitos: 886. e 852, respectivamente. A aposta é que os dois partidos estarão com Lula em 2026, se o presidente realmente disputar a eleição. Apesar de essas legendas terem posturas diferentes em relação à conjuntura nacional a depender do estado, os interlocutores do presidente lembram que aliados fieis do governo como os senadores Otto Alencar (PSD-BA) e Renan Calheiros (MDB-AL), por exemplo, saíram vitoriosos da disputa. Na Bahia, o PSD, elegeu 115 dos 417 prefeitos. Em Alagoas, o MDB vai comandar 65 das 102 cidades. Para os interlocutores do presidente, um dos sinais trazidos das urnas para o campo governista é a necessidade de olhar para as gestões e campanhas de João Campos (PSB) em Recife e Eduardo Paes (PSD) no Rio, ambos reeleitos no primeiro turno. Os resultados das disputas municipais trouxeram sinais para o governo, mas não chegaram a alterar o quadro para 2026. Caso Jair Bolsonaro se mantenha inelegível há uma aposta na fragmentação de candidaturas de direita. O entendimento é que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), não se arriscará na disputa presidencial permanece. Para o segundo turno, o plano principal defendido no governo é derrotar candidatos do PL, que disputam a etapa final da eleição em nove capitais, e a bolsonarista Cristina Graeml (PMB) em Curitiba. Até o momento, o governo acredita que o ex-presidente não pode se considerar vitorioso na eleição municipal. O PL elegeu dois prefeitos em capitais no primeiro turno: Tião Bocalom em Rio Branco e JHC em Maceió. Mas apenas o primeiro se vinculou a Bolsonaro na campanha. O prefeito reeleito da capital alagoana manteve o ex-presidente distante. Depois do primeiro turno, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho mais velho do ex-presidente, e o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, declararam que Tarcísio de Freitas larga na frente como candidato da direita em 2026.
Desde domingo, presidente e ministros discutem resultado da eleição em uma série de reuniões Aliados que conversaram com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva após a eleição de domingo avaliam que é preciso separar o papel do governo e do PT nas eleições deste ano. Nesta sexta-feira, Lula reconheceu a necessidade de se rediscutir a estratégia e a posição do partido após o fraco desempenho nas urnas. Para esses interlocutores, com a composição atual da Esplanada, que inclui forças de centro, não é possível associar as derrotas à gestão. O governo, dizem os auxiliares do presidente, é de "centro", e não de esquerda. Desde domingo, Lula e os ministros palacianos discutiram o resultado da eleição em uma série de reuniões. Na segunda-feira, logo pela manhã, o presidente conversou com o núcleo político do governo. Também esteve com a presidente do PT, Gleisi Hoffmann. Na quinta-feira, Lula chamou o marqueteiro Sidônio Palmeira, responsável por sua campanha em 2022, a Brasília. Os dois se reuniram na Granja do Torto, onde o presidente fazia gravações para candidatos petistas que disputam o segundo turno. Nesta sexta-feira, Lula destacou as dificuldades do partido no estado de São Paulo. — Temos que rediscutir o papel do PT. Hoje 80% dos prefeitos foram eleitos em cinco estados, todos do Nordeste. Tivemos boa participação no Rio Grande do Sul e em Minas Gerais ganhamos as que já governamos (Contagem e Juiz de Fora), mas não fomos bem em São Paulo. Perdemos São Bernardo do Campo, Santo André, perdemos inclusive Araraquara, onde tínhamos certeza que iríamos ganhar. Estamos no segundo turno em Mauá e Diadema…. Em Teresina, todo mundo dava como certa a eleição do candidato do PT (Fábio Novo) — afirmou o presidente, em entrevista à rádio O Povo/CBN. Um ministro petista entende que o partido pagou o preço na eleição em razão da estratégia adotada. Por estar no governo, optou por alianças e abriu mão de candidaturas em cidades como São Paulo, Rio e Salvador. Dirigentes do partido se queixarem, de forma reservada, da fala de Lula. Para uma liderança do partido em São Paulo, o presidente quer unificar a sigla nacionalmente contra os paulistas, que historicamente sempre tiveram maior participação no comando da sigla. Todos que conversaram com o presidente destacam que as emendas parlamentares favoreceram prefeitos que disputavam a reeleição. Também destacam que a maior força foi demonstrada pelos partidos de centro, como PSD e MDB, que lideraram a lista de prefeitos eleitos: 886. e 852, respectivamente. A aposta é que os dois partidos estarão com Lula em 2026, se o presidente realmente disputar a eleição. Apesar de essas legendas terem posturas diferentes em relação à conjuntura nacional a depender do estado, os interlocutores do presidente lembram que aliados fieis do governo como os senadores Otto Alencar (PSD-BA) e Renan Calheiros (MDB-AL), por exemplo, saíram vitoriosos da disputa. Na Bahia, o PSD, elegeu 115 dos 417 prefeitos. Em Alagoas, o MDB vai comandar 65 das 102 cidades. Para os interlocutores do presidente, um dos sinais trazidos das urnas para o campo governista é a necessidade de olhar para as gestões e campanhas de João Campos (PSB) em Recife e Eduardo Paes (PSD) no Rio, ambos reeleitos no primeiro turno. Os resultados das disputas municipais trouxeram sinais para o governo, mas não chegaram a alterar o quadro para 2026. Caso Jair Bolsonaro se mantenha inelegível há uma aposta na fragmentação de candidaturas de direita. O entendimento é que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), não se arriscará na disputa presidencial permanece. Para o segundo turno, o plano principal defendido no governo é derrotar candidatos do PL, que disputam a etapa final da eleição em nove capitais, e a bolsonarista Cristina Graeml (PMB) em Curitiba. Até o momento, o governo acredita que o ex-presidente não pode se considerar vitorioso na eleição municipal. O PL elegeu dois prefeitos em capitais no primeiro turno: Tião Bocalom em Rio Branco e JHC em Maceió. Mas apenas o primeiro se vinculou a Bolsonaro na campanha. O prefeito reeleito da capital alagoana manteve o ex-presidente distante. Depois do primeiro turno, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho mais velho do ex-presidente, e o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, declararam que Tarcísio de Freitas larga na frente como candidato da direita em 2026.
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