Lula e Xi Jinping se reúnem em Brasília. O que podemos esperar do encontro dos dois na área econômica?
China deve assinar pelo menos seis acordos de exportação de produtos agropecuários com o Brasil. Apoio à reindustrialização brasileira e carros elétricos são outros dois temas já endereçados pelo país A visita do presidente Xi Jinping a Luiz Inácio Lula da Silva em Brasília, nesta quarta-feira, deve fortalecer ainda mais o relacionamento entre a China e o Brasil, dois gigantes que desejam reforçar sua proeminência no cenário mundial. Conforme antecipado pelo GLOBO, Brasil e China assinarão pelo menos seis acordos de exportação de produtos agropecuários, como carnes de frango e porco. Os dois países devem assinar mais de 30 atos de cooperação, segundo informações da CBN. Com cinquenta anos de relações diplomáticas, o relacionamento bilateral é baseado em uma harmonia geopolítica que cresceu desde o retorno ao poder, em 2023, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Especialistas esperam um aprofundamento da parceria entre os dois países, mirando ainda um reforço do compromisso chinês de apoio à reindustrialização brasileira. Veja o que podemos esperar: Parceria comercial é assimétrica, mas relevante Os dois países têm uma parceria comercial estratégica, embora seja assimétrica em favor da potência asiática. A China é o maior parceiro comercial do Brasil desde 2009, com o país sendo o principal destino das exportações brasileiras. Do outro lado, o Brasil é o nono maior parceiro comercial da China e a principal fonte de suas importações agrícolas. Embora o Brasil seja um dos poucos países com superávit com a China, suas exportações são "extremamente concentradas" em matérias-primas, de acordo com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos. Apoio à reindustrialização brasileira Em contrapartida, as exportações chinesas para o Brasil têm um perfil diversificado, "alguns com elevado grau de sofisticação tecnológica e alto valor agregado". "Para corrigir esse desequilíbrio, a China deve cumprir seu compromisso de apoiar a reindustrialização do Brasil", disse Margaret Myers, diretora para a Ásia e América Latina do Inter-American Dialogue. De acordo com Rodrigo Zeidan, economista da Universidade de Nova York em Xangai e da Fundação Dom Cabral, "a ideia de que só é possível crescer exportando manufaturas é uma visão de desenvolvimento da década de 1970", já que "países como Austrália e Nova Zelândia ficaram muito ricos vendendo commodities para a China". O que vem por aí: carros elétricos A contribuição da China para a indústria brasileira já está em andamento em setores que precisam transformar sua matriz produtiva para melhorar seu desempenho ambiental, como é o caso das empresas automotivas. A Great Wall Motors (GWM) e a BYD, duas das principais montadoras chinesas, anunciaram investimentos de 2,5 bilhões de dólares (14,4 bilhões de reais) em fábricas no Brasil para a produção de carros elétricos. "A economia verde oferece um potencial considerável para o investimento chinês na região, dadas as reservas de cobre e lítio da América do Sul, dois minerais essenciais para baterias eletrônicas", disse Heine. 'A China é líder na produção de veículos elétricos, portanto, há uma complementaridade natural', acrescentou.
China deve assinar pelo menos seis acordos de exportação de produtos agropecuários com o Brasil. Apoio à reindustrialização brasileira e carros elétricos são outros dois temas já endereçados pelo país A visita do presidente Xi Jinping a Luiz Inácio Lula da Silva em Brasília, nesta quarta-feira, deve fortalecer ainda mais o relacionamento entre a China e o Brasil, dois gigantes que desejam reforçar sua proeminência no cenário mundial. Conforme antecipado pelo GLOBO, Brasil e China assinarão pelo menos seis acordos de exportação de produtos agropecuários, como carnes de frango e porco. Os dois países devem assinar mais de 30 atos de cooperação, segundo informações da CBN. Com cinquenta anos de relações diplomáticas, o relacionamento bilateral é baseado em uma harmonia geopolítica que cresceu desde o retorno ao poder, em 2023, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Especialistas esperam um aprofundamento da parceria entre os dois países, mirando ainda um reforço do compromisso chinês de apoio à reindustrialização brasileira. Veja o que podemos esperar: Parceria comercial é assimétrica, mas relevante Os dois países têm uma parceria comercial estratégica, embora seja assimétrica em favor da potência asiática. A China é o maior parceiro comercial do Brasil desde 2009, com o país sendo o principal destino das exportações brasileiras. Do outro lado, o Brasil é o nono maior parceiro comercial da China e a principal fonte de suas importações agrícolas. Embora o Brasil seja um dos poucos países com superávit com a China, suas exportações são "extremamente concentradas" em matérias-primas, de acordo com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos. Apoio à reindustrialização brasileira Em contrapartida, as exportações chinesas para o Brasil têm um perfil diversificado, "alguns com elevado grau de sofisticação tecnológica e alto valor agregado". "Para corrigir esse desequilíbrio, a China deve cumprir seu compromisso de apoiar a reindustrialização do Brasil", disse Margaret Myers, diretora para a Ásia e América Latina do Inter-American Dialogue. De acordo com Rodrigo Zeidan, economista da Universidade de Nova York em Xangai e da Fundação Dom Cabral, "a ideia de que só é possível crescer exportando manufaturas é uma visão de desenvolvimento da década de 1970", já que "países como Austrália e Nova Zelândia ficaram muito ricos vendendo commodities para a China". O que vem por aí: carros elétricos A contribuição da China para a indústria brasileira já está em andamento em setores que precisam transformar sua matriz produtiva para melhorar seu desempenho ambiental, como é o caso das empresas automotivas. A Great Wall Motors (GWM) e a BYD, duas das principais montadoras chinesas, anunciaram investimentos de 2,5 bilhões de dólares (14,4 bilhões de reais) em fábricas no Brasil para a produção de carros elétricos. "A economia verde oferece um potencial considerável para o investimento chinês na região, dadas as reservas de cobre e lítio da América do Sul, dois minerais essenciais para baterias eletrônicas", disse Heine. 'A China é líder na produção de veículos elétricos, portanto, há uma complementaridade natural', acrescentou.
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