Lucro da Embraer chega a R$ 1,1 bilhão no terceiro trimestre, alta de 600% em um ano

Eleição de Trump como presidente dos EUA, neste momento, não traz impactos para a companhia, diz CEO Com uma forte demanda por aviões, a Embraer obteve lucro líquido de R$ 1,18 bilhão no terceiro trimestre de 2024, alta de 604,3% frente aos R$ 167,1 milhões na comparação anual. O destaque ficou para o segmento de jatos executivos: foram 41 entregas (sendo 22 leves e 19 médios), crescimento de 46% em relação ao mesmo período do ano passado. A Embraer, que tem negócios nos EUA, não vê a eleição de Donald Trump como risco para a companhia. Embraer: por que as ações da fabricante de aviões sobem mais de 120% neste ano? Carro voador: Saiba as características que o Evtol da Embraer terá que obedecer — Entregamos mais um trimestre com resultados sólidos aos acionistas, apesar dos desafios na cadeia de suprimentos. Damos as boas vindas à Virgin Australian, primeira companhia a operar nossos aviões na Oceania — disse o CEO da empresa, Francisco Gomes Neto, comentando a nova encomenda de oito jatos E2 da australiana Virgin Australia. Gomes Neto disse durante apresentação de resultados da companhia que, neste momento, não vê a eleição de Donald Trump como presidente do EUA como risco ou impacto negativo para a Embraer. Ele lembrou que a companhia já está presente nos EUA há 45 anos, tem quase 3 mil funcionários, tem fábricas e muitas peças usadas nos aviões são produzidas lá. — Não vemos impacto negativo e esperamos fortalecer a parceria. Quando eles fazem pedido para a Embraer eles ajudam a economia americana. Com essa parceria de longo prazo, não acreditamos que haverá prejuízo para a companhia neste momento — disse o presidente da companhia, lembrando que a Embraer vem fazendo um trabalho para que no futuro possa vender também nos EUA seu avião multimissão KC-390, já que o segmento de defesa da companhia vê grande potencial naquele mercado. Ele lembrou que na aviação executiva existem 2 mil unidades de aviões da Embraer voando nos EUA. Ações em alta Com bons resultados e perspectivas positiva de receitas futuras, as ações da Embraer sobem mais de 120% este ano, o maior ganho entre as ações que compõem o Ibovespa, principal índice da B3. Os analistas que acompanham a empresa listam uma conjunção de fatores que estão impulsionando a companhia na Bolsa. Entre eles, está a maior carteira de pedidos de aeronaves dos últimos sete anos. O sucesso no exterior do Embraer KC-390, avião de transporte militar multimissão, cuja produção pode dobrar até 2030, está no radar do mercado. O presidente da empresa disse que está animado com as perspectivas para o KC-390. Foram anunciados 11 novos pedidos, incluindo Holanda, Aústria e República Tcheca. Ele disse que há novas campanhas de venda em andamento, com boa aceitação na Europa e Ásia. — Estamos otimistas com as vendas para os próximos anos — afirmou. Além disso, a área de prestação de serviços vem crescendo e ganhando contratos — o que vai engordar a receita da companhia. No terceiro trimestre,a receita desse segmento cresceu 16%. E com as encomendas esgotadas até 2030 de aeronaves menores da Boeing e da Airbus, abre-se uma oportunidade para a Embraer oferecer sua linha E-Jets com capacidade para 80 a 124 passageiros, segundo os analistas. As agências de classificação de risco Fitch e S&P já classificam a empresa como 'grau de investimento'. A fabricante de aviões também entregou 16 jatos comerciais e dois cargueiros multimissão C-390 Millennium (para a Força Aérea Brasileira e para a Hungria) no terceiro trimestre. A Embraer anunciou redução na estimativa de entregas de aviões comerciais para este ano devido a problemas na cadeia de suprimentos. A perspectiva é entregar entre 70 e 73 aeronaves, frente a uma projeção anterior entre 72 e 80. A carteira total de pedidos somou US$ 22,7 bilhões no terceiro trimestre. Trata-se do maior patamar dos últimos nove anos, com alta de 25% na comparação anual e 10% trimestre a trimestre. A receita da empresa totalizou R$ 9,4 bilhões no período, com aumento de quase 50% ano contra ano. Destaque para Aviação Executiva e Defesa & Segurança, com crescimento em receita superior a 85% no comparativo ano a ano, cada uma dessas divisões. No acumulado do ano, a receita totaliza R$ 21,7 bilhões, alta de 32% na compração aos R$ 16,4 bilhões do ano anterior. Para este ano, a empresa encerrar com receita entre US$ 6 bilhões a US$ 6,4 bilhões. A empresa fechou o trimestre com uma dívida líquida de R$ 5,9 bilhões, queda de 13% na comparação com o terceiro trimestre de 2023. Este ano, a Embraer e a Boeing chegaram a um acordo de indenização de US$ 150 milhões (cerca de R$ 833 milhões) que encerrou uma disputa entre as duas empresas. A Boeing desistiu de comprar a principal divisão de jatos comerciais da Embraer em 2020, após dois anos de negociações.

Nov 8, 2024 - 12:04
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Lucro da Embraer chega a R$ 1,1 bilhão no terceiro trimestre, alta de 600% em um ano

Eleição de Trump como presidente dos EUA, neste momento, não traz impactos para a companhia, diz CEO Com uma forte demanda por aviões, a Embraer obteve lucro líquido de R$ 1,18 bilhão no terceiro trimestre de 2024, alta de 604,3% frente aos R$ 167,1 milhões na comparação anual. O destaque ficou para o segmento de jatos executivos: foram 41 entregas (sendo 22 leves e 19 médios), crescimento de 46% em relação ao mesmo período do ano passado. A Embraer, que tem negócios nos EUA, não vê a eleição de Donald Trump como risco para a companhia. Embraer: por que as ações da fabricante de aviões sobem mais de 120% neste ano? Carro voador: Saiba as características que o Evtol da Embraer terá que obedecer — Entregamos mais um trimestre com resultados sólidos aos acionistas, apesar dos desafios na cadeia de suprimentos. Damos as boas vindas à Virgin Australian, primeira companhia a operar nossos aviões na Oceania — disse o CEO da empresa, Francisco Gomes Neto, comentando a nova encomenda de oito jatos E2 da australiana Virgin Australia. Gomes Neto disse durante apresentação de resultados da companhia que, neste momento, não vê a eleição de Donald Trump como presidente do EUA como risco ou impacto negativo para a Embraer. Ele lembrou que a companhia já está presente nos EUA há 45 anos, tem quase 3 mil funcionários, tem fábricas e muitas peças usadas nos aviões são produzidas lá. — Não vemos impacto negativo e esperamos fortalecer a parceria. Quando eles fazem pedido para a Embraer eles ajudam a economia americana. Com essa parceria de longo prazo, não acreditamos que haverá prejuízo para a companhia neste momento — disse o presidente da companhia, lembrando que a Embraer vem fazendo um trabalho para que no futuro possa vender também nos EUA seu avião multimissão KC-390, já que o segmento de defesa da companhia vê grande potencial naquele mercado. Ele lembrou que na aviação executiva existem 2 mil unidades de aviões da Embraer voando nos EUA. Ações em alta Com bons resultados e perspectivas positiva de receitas futuras, as ações da Embraer sobem mais de 120% este ano, o maior ganho entre as ações que compõem o Ibovespa, principal índice da B3. Os analistas que acompanham a empresa listam uma conjunção de fatores que estão impulsionando a companhia na Bolsa. Entre eles, está a maior carteira de pedidos de aeronaves dos últimos sete anos. O sucesso no exterior do Embraer KC-390, avião de transporte militar multimissão, cuja produção pode dobrar até 2030, está no radar do mercado. O presidente da empresa disse que está animado com as perspectivas para o KC-390. Foram anunciados 11 novos pedidos, incluindo Holanda, Aústria e República Tcheca. Ele disse que há novas campanhas de venda em andamento, com boa aceitação na Europa e Ásia. — Estamos otimistas com as vendas para os próximos anos — afirmou. Além disso, a área de prestação de serviços vem crescendo e ganhando contratos — o que vai engordar a receita da companhia. No terceiro trimestre,a receita desse segmento cresceu 16%. E com as encomendas esgotadas até 2030 de aeronaves menores da Boeing e da Airbus, abre-se uma oportunidade para a Embraer oferecer sua linha E-Jets com capacidade para 80 a 124 passageiros, segundo os analistas. As agências de classificação de risco Fitch e S&P já classificam a empresa como 'grau de investimento'. A fabricante de aviões também entregou 16 jatos comerciais e dois cargueiros multimissão C-390 Millennium (para a Força Aérea Brasileira e para a Hungria) no terceiro trimestre. A Embraer anunciou redução na estimativa de entregas de aviões comerciais para este ano devido a problemas na cadeia de suprimentos. A perspectiva é entregar entre 70 e 73 aeronaves, frente a uma projeção anterior entre 72 e 80. A carteira total de pedidos somou US$ 22,7 bilhões no terceiro trimestre. Trata-se do maior patamar dos últimos nove anos, com alta de 25% na comparação anual e 10% trimestre a trimestre. A receita da empresa totalizou R$ 9,4 bilhões no período, com aumento de quase 50% ano contra ano. Destaque para Aviação Executiva e Defesa & Segurança, com crescimento em receita superior a 85% no comparativo ano a ano, cada uma dessas divisões. No acumulado do ano, a receita totaliza R$ 21,7 bilhões, alta de 32% na compração aos R$ 16,4 bilhões do ano anterior. Para este ano, a empresa encerrar com receita entre US$ 6 bilhões a US$ 6,4 bilhões. A empresa fechou o trimestre com uma dívida líquida de R$ 5,9 bilhões, queda de 13% na comparação com o terceiro trimestre de 2023. Este ano, a Embraer e a Boeing chegaram a um acordo de indenização de US$ 150 milhões (cerca de R$ 833 milhões) que encerrou uma disputa entre as duas empresas. A Boeing desistiu de comprar a principal divisão de jatos comerciais da Embraer em 2020, após dois anos de negociações.

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