Justiça de São Paulo condena donos de escola por tortura e maus-tratos a alunos
Caso ficou conhecido pela imagem de um menino amarrado a um poste; donos da escola foram condenados a 12 anos de prisão em regime fechado e irão recorrer da decisão O Tribunal de Justiça de São Paulo condenou os donos da escola Pequiá, no Cambuci, na Zona Sul de São Paulo, por tortura e maus tratos a nove alunos. O caso veio à tona em junho do ano passado e ficou conhecido pela imagem de um menino amarrado a um poste. Os donos da escola, o casal Eduardo Mori Kawano e Andrea Carvalho Alves Moreira, foram condenados a 12 anos, 4 meses e 23 dias de prisão em regime fechado. A Justiça considerou que o casal praticou tortura contra três das crianças e maus-tratos contra seis das vítimas. Além disso, absolveu os réus do crime de associação criminosa por falta de provas. 'Não acreditei que podiam ser tão monstros': mães relatam os maus-tratos a crianças por donos de escola em SP Caso Pequiá: como mães e pais podem identificar maus-tratos aos filhos na escola A analista de operações Paula* tinha dois filhos na escola: um menino de 8 anos e uma menina de 7. Ela afirmou ter se sentido “aliviada, mas ao mesmo tempo frustrada” com a sentença. — Uma pena de 12 anos é pequena diante de todos os crimes cometidos, por tudo que essas crianças passaram. Se pensar que no Brasil se cumpre um terço da pena e ainda tem benefício bom comportamento, eles devem ficar, no máximo, quatro anos presos. Esperava mais, mas estou aliviada. De repente, eles entendem que o que fizeram exige punição. E que a punição veio nesta sentença — afirmou. As denúncias sobre maus-tratos aos alunos foram reveladas por uma professora que gravou os episódios de violência psicológica a que as crianças eram submetidas. Na época, os pais das crianças se disseram surpresos e em choque. Familiares afirmaram ao GLOBO que não desconfiavam de nada e que os donos da escola, em alguns casos, eram seus amigos de infância. Segundo as crianças relataram aos pais depois de o caso se tornar público, os proprietários da escola enfiavam comida goela abaixo delas, deixavam horas de castigo na "sala escura", sentadas no vaso sanitário ou com a roupa suja de xixi. Ainda de acordo com elas, o casal incentivava que elas ridicularizassem umas às outras. Os alunos eram ameaçados se contassem algo em casa, segundo uma das mães. Em nota, a defesa do casal afirma que recebeu a sentença com "extrema insatisfação e não concorda com a condenação pelo crime de tortura, pois é evidente que, no pior dos mundos, trata-se de maus tratos". Os advogados do escritório Rocha, Roza e Reis dizem ainda que entrarão com recurso em 2ª instância para tentar "reformar a sentença de condenação pelo crime de tortura e desclassificá-la para maus tratos". * O nome foi trocado a pedido da mãe
Caso ficou conhecido pela imagem de um menino amarrado a um poste; donos da escola foram condenados a 12 anos de prisão em regime fechado e irão recorrer da decisão O Tribunal de Justiça de São Paulo condenou os donos da escola Pequiá, no Cambuci, na Zona Sul de São Paulo, por tortura e maus tratos a nove alunos. O caso veio à tona em junho do ano passado e ficou conhecido pela imagem de um menino amarrado a um poste. Os donos da escola, o casal Eduardo Mori Kawano e Andrea Carvalho Alves Moreira, foram condenados a 12 anos, 4 meses e 23 dias de prisão em regime fechado. A Justiça considerou que o casal praticou tortura contra três das crianças e maus-tratos contra seis das vítimas. Além disso, absolveu os réus do crime de associação criminosa por falta de provas. 'Não acreditei que podiam ser tão monstros': mães relatam os maus-tratos a crianças por donos de escola em SP Caso Pequiá: como mães e pais podem identificar maus-tratos aos filhos na escola A analista de operações Paula* tinha dois filhos na escola: um menino de 8 anos e uma menina de 7. Ela afirmou ter se sentido “aliviada, mas ao mesmo tempo frustrada” com a sentença. — Uma pena de 12 anos é pequena diante de todos os crimes cometidos, por tudo que essas crianças passaram. Se pensar que no Brasil se cumpre um terço da pena e ainda tem benefício bom comportamento, eles devem ficar, no máximo, quatro anos presos. Esperava mais, mas estou aliviada. De repente, eles entendem que o que fizeram exige punição. E que a punição veio nesta sentença — afirmou. As denúncias sobre maus-tratos aos alunos foram reveladas por uma professora que gravou os episódios de violência psicológica a que as crianças eram submetidas. Na época, os pais das crianças se disseram surpresos e em choque. Familiares afirmaram ao GLOBO que não desconfiavam de nada e que os donos da escola, em alguns casos, eram seus amigos de infância. Segundo as crianças relataram aos pais depois de o caso se tornar público, os proprietários da escola enfiavam comida goela abaixo delas, deixavam horas de castigo na "sala escura", sentadas no vaso sanitário ou com a roupa suja de xixi. Ainda de acordo com elas, o casal incentivava que elas ridicularizassem umas às outras. Os alunos eram ameaçados se contassem algo em casa, segundo uma das mães. Em nota, a defesa do casal afirma que recebeu a sentença com "extrema insatisfação e não concorda com a condenação pelo crime de tortura, pois é evidente que, no pior dos mundos, trata-se de maus tratos". Os advogados do escritório Rocha, Roza e Reis dizem ainda que entrarão com recurso em 2ª instância para tentar "reformar a sentença de condenação pelo crime de tortura e desclassificá-la para maus tratos". * O nome foi trocado a pedido da mãe
Qual é a sua reação?