Irã nega 'categoricamente' encontro entre embaixador e Elon Musk

Veículos de mídia dos EUA haviam dito nesta sexta que o empresário e a autoridade iraniana teriam se reunido para aliviar tensões entre os países O Irã negou “categoricamente” neste sábado qualquer encontro entre seu embaixador na ONU e o empresário americano Elon Musk, e expressou “surpresa” com a cobertura da imprensa sobre o caso, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Esmaeil Baqaei, segundo a agência oficial de notícias IRNA. Na quinta-feira, o New York Times afirmou que Musk — aliado próximo do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, que terá um cargo importante em seu segundo governo — teria se reunido com o embaixador do Irã na ONU para “aliviar as tensões” entre os países. Futuro governo: Trump quebra tradição e ignora verificação de antecedentes criminais ao montar Gabinete Ucrânia: Zelensky diz que a guerra 'terminará mais cedo' com Trump na Presidência dos EUA De acordo com o jornal americano, fontes iranianas disseram que a reunião entre Musk e o embaixador Amir Saeid Iravani havia durado mais de uma hora e sido realizada em um local secreto. Os iranianos consultados pelo New York Times falaram sob condição de anonimato e descreveram o encontro como “positivo” e “uma boa notícia”. Perguntado se houve tal sessão, Steven Cheung, diretor de comunicação de Trump, afirmou: — Não comentamos relatórios de reuniões privadas que ocorreram ou não. Milei no G20: Brasil teme que presidente argentino vire dor de cabeça na cúpula do G20 e, depois de encontro com Trump, faça acenos a Bolsonaro Musk não respondeu aos pedidos de comentário do jornal. Em comunicado, Karoline Leavitt, porta-voz da transição, disse que o “povo americano reelegeu o presidente Trump porque confia nele para liderar nosso país e restaurar a paz por meio da força no mundo”. “Quando retornar à Casa Branca, ele tomará as ações necessárias para fazer exatamente isso.” Initial plugin text As relações Irã-EUA com Trump Um encontro direto inicial entre um alto funcionário iraniano e Musk levantaria a possibilidade de uma mudança de tom entre Teerã e Washington sob o governo Trump, apesar de um histórico conturbado entre o presidente eleito e o Irã. Um dos oficiais iranianos consultados pelo Times afirmou que foi Musk quem solicitou a reunião e que o embaixador escolheu o local. Elon Musk (dir.) sobe ao palco para se juntar a Donald Trump durante comício de campanha em Butler, na Pensilvânia Jim WATSON / AFP Musk emergiu como uma das pessoas mais influentes na transição de Trump e participou de quase todas as "entrevistas de emprego". Durante uma ligação na semana passada com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, o presidente eleito passou o telefone para o bilionário. Musk desempenhou um papel crucial ao fornecer ferramentas de comunicação para a Ucrânia na guerra contra a Rússia. Durante seu primeiro mandato, Trump retirou os Estados Unidos do acordo nuclear de 2015 entre o Irã e potências mundiais, chamando-o de “um acordo horrível e unilateral que nunca deveria ter sido feito,” e impôs duras sanções econômicas sobre as receitas de petróleo iranianas e transações bancárias internacionais. Ele também ordenou o assassinato de um importante general iraniano, Qassim Suleimani, no Iraque em 2020. Em resposta, o líder supremo do Irã proibiu qualquer negociação com a administração Trump, e autoridades iranianas prometeram vingar a morte de Suleimani. Promotores federais disseram em um processo judicial na semana passada que o Irã planejou assassinar Trump antes da eleição. Entrevista: 'Consenso no G20 criaria tabuleiro diferente para futuro com Trump', diz Tatiana Rosito, coordenadora da trilha de finanças No entanto, após a eleição de Trump na semana passada, o Irã tem debatido abertamente se agora pode alcançar um acordo novo e mais duradouro com os Estados Unidos. Muitos membros do novo governo do presidente Masoud Pezeshkian são favoráveis a negociações, argumentando que Trump gosta de fazer acordos e que pode haver uma oportunidade de afrouxar ou acabar com as sanções. Muitos na ala conservadora do Irã se opõem a engajamentos com Trump, e qualquer negociação – ou acordo – deve ser aprovado pelo líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei. Trump tem sido um fervoroso apoiador de Israel, que tem combatido as milícias apoiadas pelo Irã, Hamas e Hezbollah, desde o ataque de 7 de outubro do ano passado. Na quinta-feira, em uma publicação no X, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, disse: “As diferenças podem ser resolvidas através da cooperação e do diálogo. Concordamos em proceder com coragem e boa vontade. O Irã nunca deixou a mesa de negociações sobre seu programa nuclear pacífico.” Guerra Rússia x Ucrânia: Zelensky diz que a guerra na Ucrânia 'terminará mais cedo' com Trump na Presidência dos EUA Araghchi fez os comentários após uma reunião em Teerã com Rafael Grossi, chefe do órgão de vigilância atômica da ONU. Analistas disseram que, apesar do histórico de hostilidade com Trump, os iraniano

Nov 16, 2024 - 10:22
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Irã nega 'categoricamente' encontro entre embaixador e Elon Musk

Veículos de mídia dos EUA haviam dito nesta sexta que o empresário e a autoridade iraniana teriam se reunido para aliviar tensões entre os países O Irã negou “categoricamente” neste sábado qualquer encontro entre seu embaixador na ONU e o empresário americano Elon Musk, e expressou “surpresa” com a cobertura da imprensa sobre o caso, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Esmaeil Baqaei, segundo a agência oficial de notícias IRNA. Na quinta-feira, o New York Times afirmou que Musk — aliado próximo do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, que terá um cargo importante em seu segundo governo — teria se reunido com o embaixador do Irã na ONU para “aliviar as tensões” entre os países. Futuro governo: Trump quebra tradição e ignora verificação de antecedentes criminais ao montar Gabinete Ucrânia: Zelensky diz que a guerra 'terminará mais cedo' com Trump na Presidência dos EUA De acordo com o jornal americano, fontes iranianas disseram que a reunião entre Musk e o embaixador Amir Saeid Iravani havia durado mais de uma hora e sido realizada em um local secreto. Os iranianos consultados pelo New York Times falaram sob condição de anonimato e descreveram o encontro como “positivo” e “uma boa notícia”. Perguntado se houve tal sessão, Steven Cheung, diretor de comunicação de Trump, afirmou: — Não comentamos relatórios de reuniões privadas que ocorreram ou não. Milei no G20: Brasil teme que presidente argentino vire dor de cabeça na cúpula do G20 e, depois de encontro com Trump, faça acenos a Bolsonaro Musk não respondeu aos pedidos de comentário do jornal. Em comunicado, Karoline Leavitt, porta-voz da transição, disse que o “povo americano reelegeu o presidente Trump porque confia nele para liderar nosso país e restaurar a paz por meio da força no mundo”. “Quando retornar à Casa Branca, ele tomará as ações necessárias para fazer exatamente isso.” Initial plugin text As relações Irã-EUA com Trump Um encontro direto inicial entre um alto funcionário iraniano e Musk levantaria a possibilidade de uma mudança de tom entre Teerã e Washington sob o governo Trump, apesar de um histórico conturbado entre o presidente eleito e o Irã. Um dos oficiais iranianos consultados pelo Times afirmou que foi Musk quem solicitou a reunião e que o embaixador escolheu o local. Elon Musk (dir.) sobe ao palco para se juntar a Donald Trump durante comício de campanha em Butler, na Pensilvânia Jim WATSON / AFP Musk emergiu como uma das pessoas mais influentes na transição de Trump e participou de quase todas as "entrevistas de emprego". Durante uma ligação na semana passada com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, o presidente eleito passou o telefone para o bilionário. Musk desempenhou um papel crucial ao fornecer ferramentas de comunicação para a Ucrânia na guerra contra a Rússia. Durante seu primeiro mandato, Trump retirou os Estados Unidos do acordo nuclear de 2015 entre o Irã e potências mundiais, chamando-o de “um acordo horrível e unilateral que nunca deveria ter sido feito,” e impôs duras sanções econômicas sobre as receitas de petróleo iranianas e transações bancárias internacionais. Ele também ordenou o assassinato de um importante general iraniano, Qassim Suleimani, no Iraque em 2020. Em resposta, o líder supremo do Irã proibiu qualquer negociação com a administração Trump, e autoridades iranianas prometeram vingar a morte de Suleimani. Promotores federais disseram em um processo judicial na semana passada que o Irã planejou assassinar Trump antes da eleição. Entrevista: 'Consenso no G20 criaria tabuleiro diferente para futuro com Trump', diz Tatiana Rosito, coordenadora da trilha de finanças No entanto, após a eleição de Trump na semana passada, o Irã tem debatido abertamente se agora pode alcançar um acordo novo e mais duradouro com os Estados Unidos. Muitos membros do novo governo do presidente Masoud Pezeshkian são favoráveis a negociações, argumentando que Trump gosta de fazer acordos e que pode haver uma oportunidade de afrouxar ou acabar com as sanções. Muitos na ala conservadora do Irã se opõem a engajamentos com Trump, e qualquer negociação – ou acordo – deve ser aprovado pelo líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei. Trump tem sido um fervoroso apoiador de Israel, que tem combatido as milícias apoiadas pelo Irã, Hamas e Hezbollah, desde o ataque de 7 de outubro do ano passado. Na quinta-feira, em uma publicação no X, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, disse: “As diferenças podem ser resolvidas através da cooperação e do diálogo. Concordamos em proceder com coragem e boa vontade. O Irã nunca deixou a mesa de negociações sobre seu programa nuclear pacífico.” Guerra Rússia x Ucrânia: Zelensky diz que a guerra na Ucrânia 'terminará mais cedo' com Trump na Presidência dos EUA Araghchi fez os comentários após uma reunião em Teerã com Rafael Grossi, chefe do órgão de vigilância atômica da ONU. Analistas disseram que, apesar do histórico de hostilidade com Trump, os iranianos parecem querer manter a porta da diplomacia aberta. O republicano também parece interessado, disseram eles. — No geral, tudo é possível com Trump — disse Ali Vaez, diretor para o Irã no International Crisis Group. — Ele parece interessado em um acordo com o Irã. Para o analista, no entanto, alguns conselheiros podem preferir outras abordagens, entre elas aumentar a pressão sobre o Irã. Os dois oficiais iranianos disseram que a reunião com Musk forneceu uma alternativa para o Irã, permitindo evitar uma conversa direta com um oficial americano. Musk, no entanto, terá em breve um papel oficial. Ele foi nomeado co-diretor de uma nova agência de eficiência governamental.

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