‘Infundada’ e ‘protecionista’, dizem produtores sobre decisão do Carrefour de suspender compra de carne do Mercosul
Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) rebate declarações do CEO da rede francesa de supermercados A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) classificou de “infeliz e infundada”, e com "fins protecionistas", a declaração do CEO da rede de supermercados francesa Carrefour, Alexandre Bompard, que disse que vai suspender a importação de carnes produzidas nos países do Mercosul, anunciada numa publicação nas redes sociais nesta quarta-feira. Reação: Ministério da Agricultura fala em 'tentativas vãs' de manchar qualidade de produto do Brasil após Carrefour parar compra de carne do Mercosul Comércio: Xi Jinping assina abertura do mercado chinês para quatro produtos agrícolas brasileiros, mas novos frigoríficos ficam fora A ABPA afirmou, em nota, que Bompard “se utiliza de argumentos equivocados ao dizer que as carnes produzidas pelos países-membros do Mercosul não respeitam os critérios e normas do mercado francês”. Crédito: BNDES captará US$ 700 milhões junto ao Banco de Desenvolvimento da China, pela primeira vez em moeda chinesa A decisão do Carrefour foi anunciada em meio aos protestos de agricultores na França contra a conclusão do acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul, que vem sendo discutido há décadas. O anúncio veio numa carta direcionada para Arnaud Rousseau, presidente da Federação Nacional dos Sindicatos de Agricultores da França (FNSEA). Fins protecionistas Para a ABPA, a argumentação da carta de Bompard é “claramente utilizada para fins protecionistas”. Além disso, a carta reproduz “uma visão errônea de produtores locais contra o necessário equilíbrio de oferta de produtos de seu próprio mercado”. Protesto de agricultores em Le Cannet-des-Maures, no sul da França, na última segunda-feira: declarações de CEO do Carrefour estão em carta para agricultores franceses Christophe Simon/AFP E esse equilíbrio de oferta “se faz por meio da complementariedade, com produtos de alta qualidade e que atendam a todos os critérios determinados pelas autoridades sanitárias dos países importadores, como é o caso da proteína brasileira”. “A manifestação de Bompard foge à lógica de uma organização global, com forte presença no Brasil, que deve atuar dentro dos princípios da competitividade e respeito ao livre mercado”, diz a nota da ABPA. Protecionismo reduz sustentabilidade Além disso, a entidade que representa o setor de carnes no país ressaltou que o protecionismo comercial acaba, por fim, desrespeitando os “princípios de sustentabilidade”. “Ao impulsionar o bloqueio injustificado a produtos provenientes de regiões com melhor capacidade de produção com respeito às questões ambientais, o senhor Bompard coloca os consumidores de suas lojas em uma lógica de consumo com mais emissões e sob maior pressão inflacionária”, diz nota, lembrando que o resultado disso será “menor acesso às classes menos favorecidas”.
Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) rebate declarações do CEO da rede francesa de supermercados A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) classificou de “infeliz e infundada”, e com "fins protecionistas", a declaração do CEO da rede de supermercados francesa Carrefour, Alexandre Bompard, que disse que vai suspender a importação de carnes produzidas nos países do Mercosul, anunciada numa publicação nas redes sociais nesta quarta-feira. Reação: Ministério da Agricultura fala em 'tentativas vãs' de manchar qualidade de produto do Brasil após Carrefour parar compra de carne do Mercosul Comércio: Xi Jinping assina abertura do mercado chinês para quatro produtos agrícolas brasileiros, mas novos frigoríficos ficam fora A ABPA afirmou, em nota, que Bompard “se utiliza de argumentos equivocados ao dizer que as carnes produzidas pelos países-membros do Mercosul não respeitam os critérios e normas do mercado francês”. Crédito: BNDES captará US$ 700 milhões junto ao Banco de Desenvolvimento da China, pela primeira vez em moeda chinesa A decisão do Carrefour foi anunciada em meio aos protestos de agricultores na França contra a conclusão do acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul, que vem sendo discutido há décadas. O anúncio veio numa carta direcionada para Arnaud Rousseau, presidente da Federação Nacional dos Sindicatos de Agricultores da França (FNSEA). Fins protecionistas Para a ABPA, a argumentação da carta de Bompard é “claramente utilizada para fins protecionistas”. Além disso, a carta reproduz “uma visão errônea de produtores locais contra o necessário equilíbrio de oferta de produtos de seu próprio mercado”. Protesto de agricultores em Le Cannet-des-Maures, no sul da França, na última segunda-feira: declarações de CEO do Carrefour estão em carta para agricultores franceses Christophe Simon/AFP E esse equilíbrio de oferta “se faz por meio da complementariedade, com produtos de alta qualidade e que atendam a todos os critérios determinados pelas autoridades sanitárias dos países importadores, como é o caso da proteína brasileira”. “A manifestação de Bompard foge à lógica de uma organização global, com forte presença no Brasil, que deve atuar dentro dos princípios da competitividade e respeito ao livre mercado”, diz a nota da ABPA. Protecionismo reduz sustentabilidade Além disso, a entidade que representa o setor de carnes no país ressaltou que o protecionismo comercial acaba, por fim, desrespeitando os “princípios de sustentabilidade”. “Ao impulsionar o bloqueio injustificado a produtos provenientes de regiões com melhor capacidade de produção com respeito às questões ambientais, o senhor Bompard coloca os consumidores de suas lojas em uma lógica de consumo com mais emissões e sob maior pressão inflacionária”, diz nota, lembrando que o resultado disso será “menor acesso às classes menos favorecidas”.
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