Filhote de muriqui-do-norte nasce na Mata do Sossego em Minas Gerais

Maior primata das Américas, criticamente ameaçado de extinção, sobrevive em duas reservas privadas de Mata Atlântica, que servem de refúgio para a espécie Um filhote do maior primata das Américas nasceu na Mata do Sossego, no município de Simonésia, em Minas Gerais. Trata-se de um muriqui-do-norte (Brachyteles hypoxanthus), também conhecido como mono-carvoeiro. A espécie é criticamente ameaçada de extinção devido à perda e fragmentação das florestas, de acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Este é o último passo antes de ser considerado extinto na natureza. A Mata do Sossego é um fragmento de floresta que inclui duas unidades de conservação particulares, que se encaixam na categoria Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN). Uma delas é a Mata do Sossego, criada e mantida pela Fundação Biodiversitas. A outra é a RPPN Sossego do Muriqui, administrada pela Associação Amigos do Meio Ambiente (AMA). O local se transformou num refúgio para a espécie muriqui-do-norte, permitindo a sobrevivência e um ambiente seguro para reprodução. O nascimento do filhote reforça a necessidade de preservação da Mata Atlântica e de políticas públicas de conservação, além da importância das RPPNs. O registro foi feito na semana passada por Théo Anderson, gestor da Sossego do Muriqui, que comemora o nascimento do filhote como símbolo dos esforços de preservação das espécies da Mata Atlântica. Jorge Velloso, superintendente da Fundação Biodiversitas, diz que a conservação das duas áreas está rendendo frutos na proteção dos muriquis. "O nascimento deste filhote é um lembrete inspirador de que, com dedicação e esforços coordenados, é possível reverter o declínio de espécies ameaçadas e promover a recuperação da biodiversidade", diz ele. A Fundação Biodiversitas, com sede em Belo Horizonte, atua há três décadas na conservação da biodiversidade em todo o Brasil. No total, protege cerca de 3 mil hectares de áreas naturais nos biomas Mata Atlântica e Caatinga. As reservas administradas pela instituição abrigam espécies criticamente ameaçadas de extinção, como a arara-azul-de-lear, o entufado-baiano e o cágado-do-paraíba. O entufado-baiano é um pássaro raro, dificilmente avistado na natureza. O último registro foi feito em 2019, na Mata do Passarinho, uma reserva particular na divisa de Minas Gerais com a Bahia. O cágado-do-paraíba é uma espécie da Mata Atlântica, da região da Bacia do Rio Paraíba do Sul, que engloba áreas do Rio de Janeiro, Sul de Minas e regiões costeiras do Espírito Santo. Ele é um quelônio de água doce, vice em remansos de corredeiras de rios e se alimenta de frutos de figueira.

Oct 7, 2024 - 23:50
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Filhote de muriqui-do-norte nasce na Mata do Sossego em Minas Gerais

Maior primata das Américas, criticamente ameaçado de extinção, sobrevive em duas reservas privadas de Mata Atlântica, que servem de refúgio para a espécie Um filhote do maior primata das Américas nasceu na Mata do Sossego, no município de Simonésia, em Minas Gerais. Trata-se de um muriqui-do-norte (Brachyteles hypoxanthus), também conhecido como mono-carvoeiro. A espécie é criticamente ameaçada de extinção devido à perda e fragmentação das florestas, de acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Este é o último passo antes de ser considerado extinto na natureza. A Mata do Sossego é um fragmento de floresta que inclui duas unidades de conservação particulares, que se encaixam na categoria Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN). Uma delas é a Mata do Sossego, criada e mantida pela Fundação Biodiversitas. A outra é a RPPN Sossego do Muriqui, administrada pela Associação Amigos do Meio Ambiente (AMA). O local se transformou num refúgio para a espécie muriqui-do-norte, permitindo a sobrevivência e um ambiente seguro para reprodução. O nascimento do filhote reforça a necessidade de preservação da Mata Atlântica e de políticas públicas de conservação, além da importância das RPPNs. O registro foi feito na semana passada por Théo Anderson, gestor da Sossego do Muriqui, que comemora o nascimento do filhote como símbolo dos esforços de preservação das espécies da Mata Atlântica. Jorge Velloso, superintendente da Fundação Biodiversitas, diz que a conservação das duas áreas está rendendo frutos na proteção dos muriquis. "O nascimento deste filhote é um lembrete inspirador de que, com dedicação e esforços coordenados, é possível reverter o declínio de espécies ameaçadas e promover a recuperação da biodiversidade", diz ele. A Fundação Biodiversitas, com sede em Belo Horizonte, atua há três décadas na conservação da biodiversidade em todo o Brasil. No total, protege cerca de 3 mil hectares de áreas naturais nos biomas Mata Atlântica e Caatinga. As reservas administradas pela instituição abrigam espécies criticamente ameaçadas de extinção, como a arara-azul-de-lear, o entufado-baiano e o cágado-do-paraíba. O entufado-baiano é um pássaro raro, dificilmente avistado na natureza. O último registro foi feito em 2019, na Mata do Passarinho, uma reserva particular na divisa de Minas Gerais com a Bahia. O cágado-do-paraíba é uma espécie da Mata Atlântica, da região da Bacia do Rio Paraíba do Sul, que engloba áreas do Rio de Janeiro, Sul de Minas e regiões costeiras do Espírito Santo. Ele é um quelônio de água doce, vice em remansos de corredeiras de rios e se alimenta de frutos de figueira.

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