Estudo da UFF usa nanopartículas de ouro para diagnóstico rápido de dengue, zika e chikungunya
Secretária de Saúde de Niterói vai a Curitiba apresentar números do combate à doença na cidade Uma pesquisa da Universidade Federal Fluminense (UFF) baseada na utilização de nanopartículas de ouro para detectar proteínas específicas do organismo e indicar infecções busca diagnosticar rapidamente doenças como zika, chikungunya e dengue. O método, ainda em estudo, surge como alternativa a exames tradicionais, que podem levar dias para apresentar os resultados e atrasam o início do tratamento. Seu Jorge, Pitty e mais: Shows de grandes nomes agitam Niterói em novembro Rodrigo Neves: ‘Sabemos que Niterói tem desafios e problemas’ O estudo, orientado por Célia Machado Ronconi, professora do Departamento de Química Inorgânica da UFF, em parceria com pesquisadoras do Instituto de Biologia da universidade, busca tornar os diagnósticos mais eficientes e rápidos. O teste foi inspirado numa pesquisa anterior, realizada durante a pandemia de Covid-19, na qual o grupo de pesquisa da UFF criou um método utilizando nanopartículas de ouro para identificar rapidamente a presença da proteína-base do vírus no organismo humano, o que resultou em uma forma eficaz de detectá-lo. — Os sintomas de doenças como dengue, zika e chikungunya são muito parecidos, o que dificulta a identificação clínica sem um exame laboratorial preciso. Decidimos, então, adaptar a metodologia que já tínhamos utilizado com sucesso para a Covid-19 — explica a professora Célia Ronconi. — Durante a pandemia, desenvolvemos um método que nos permitiu detectar a proteína espícula do SARS-CoV-2 com grande precisão. Publicamos e patenteamos nossos resultados, e o sucesso desse método foi o que nos motivou a buscar sua aplicação em outros contextos, como as arboviroses (doenças transmitidas por artrópodes, como os mosquitos). Nanopartículas de ouro As nanopartículas de ouro foram ligadas aos anticorpos específicos da zika para detectar uma proteína chamada NS1, que aparece no sangue quando alguém está infectado pelo vírus da doença. A pesquisadora explica que suas propriedades são essenciais para o sucesso do processo. — As nanopartículas de ouro espalham muito bem a luz. Então, quando elas estão ligadas aos anticorpos que identificam o vírus ou a proteína NS1, nós monitoramos a mudança no espalhamento da luz em função da alteração do tamanho delas — diz a professora. Na ausência da proteína NS1, as nanopartículas de ouro se agregam. Quando ela está presente, impede a agregação das nanopartículas. Secretária de Saúde apresenta números da dengue A secretária de Saúde de Niterói, Anamaria Schneider, apresentou, na última quarta-feira (30), em Curitiba, os números do projeto Wolbachia na cidade, em evento promovido pela WMP (World Mosquito Program), em parceria com a Fiocruz e o Ministério da Saúde. — Em meio a uma disparada de casos de dengue no país em 2024, Niterói se manteve como um polo praticamente livre da doença graças ao método Wolbachia. A Wolbachia é um microrganismo que, quando inserido artificialmente em ovos do mosquito Aedes aegypti, reduz significativamente a capacidade deste mosquito de transmitir os vírus de dengue, zika, chikungunya e febre amarela. Com a liberação de mosquitos com a Wolbachia, a tendência é que eles predominem na região e o número de casos associados a essas doenças diminua — explicou Anamaria Schneider. A secretária Anamaria Schneider foi a Curitiba apresentar os números em evento da World Mosquito Program Divulgação Em Niterói, o trabalho foi iniciado em 2015, com uma ação piloto no bairro de Jurujuba. Em 2017, começou uma expansão no município, e o método Wolbachia chegou a 33 bairros das regiões das praias da Baía e Oceânica. Em 2021, dados da prefeitura mostraram a redução de cerca de 70% dos casos de dengue, 60% nos de chikungunya e 40% nos de zika nas áreas onde houve a intervenção. Naquele período, 75% do território estavam cobertos. Pacote de obras: Niterói faz licitações para intervenções no Centro e no Túnel do Tibau e implantação do Museu do Cinema Em 2023, Niterói se tornou a primeira cidade brasileira com 100% do território cobertos pelo método Wolbachia. No Brasil, ele é conduzido pela Fiocruz, com financiamento do Ministério da Saúde, em parceria com os governos locais. A medida é complementar e ajuda a proteger a região das doenças propagadas pelos mosquitos, uma vez que os Aedes aegypti com Wolbachia, ao serem soltos na natureza, se reproduzem com os mosquitos de campo e geram Aedes aegypti com as mesmas características, tornando o método autossustentável. Segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde, em 2015, ano da implantação do projeto, foram confirmados 158 casos de dengue em Niterói. Em 2016, foram 71, e em 2017, 87. Já em 2018, foram 224 pacientes confirmados com a doença — a maior parte na região Norte da cidade, onde o programa ainda não havia sido implantado. O número caiu no ano seguinte, quando foram registrados 61 casos. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, foram 85 casos em 2020,
Secretária de Saúde de Niterói vai a Curitiba apresentar números do combate à doença na cidade Uma pesquisa da Universidade Federal Fluminense (UFF) baseada na utilização de nanopartículas de ouro para detectar proteínas específicas do organismo e indicar infecções busca diagnosticar rapidamente doenças como zika, chikungunya e dengue. O método, ainda em estudo, surge como alternativa a exames tradicionais, que podem levar dias para apresentar os resultados e atrasam o início do tratamento. Seu Jorge, Pitty e mais: Shows de grandes nomes agitam Niterói em novembro Rodrigo Neves: ‘Sabemos que Niterói tem desafios e problemas’ O estudo, orientado por Célia Machado Ronconi, professora do Departamento de Química Inorgânica da UFF, em parceria com pesquisadoras do Instituto de Biologia da universidade, busca tornar os diagnósticos mais eficientes e rápidos. O teste foi inspirado numa pesquisa anterior, realizada durante a pandemia de Covid-19, na qual o grupo de pesquisa da UFF criou um método utilizando nanopartículas de ouro para identificar rapidamente a presença da proteína-base do vírus no organismo humano, o que resultou em uma forma eficaz de detectá-lo. — Os sintomas de doenças como dengue, zika e chikungunya são muito parecidos, o que dificulta a identificação clínica sem um exame laboratorial preciso. Decidimos, então, adaptar a metodologia que já tínhamos utilizado com sucesso para a Covid-19 — explica a professora Célia Ronconi. — Durante a pandemia, desenvolvemos um método que nos permitiu detectar a proteína espícula do SARS-CoV-2 com grande precisão. Publicamos e patenteamos nossos resultados, e o sucesso desse método foi o que nos motivou a buscar sua aplicação em outros contextos, como as arboviroses (doenças transmitidas por artrópodes, como os mosquitos). Nanopartículas de ouro As nanopartículas de ouro foram ligadas aos anticorpos específicos da zika para detectar uma proteína chamada NS1, que aparece no sangue quando alguém está infectado pelo vírus da doença. A pesquisadora explica que suas propriedades são essenciais para o sucesso do processo. — As nanopartículas de ouro espalham muito bem a luz. Então, quando elas estão ligadas aos anticorpos que identificam o vírus ou a proteína NS1, nós monitoramos a mudança no espalhamento da luz em função da alteração do tamanho delas — diz a professora. Na ausência da proteína NS1, as nanopartículas de ouro se agregam. Quando ela está presente, impede a agregação das nanopartículas. Secretária de Saúde apresenta números da dengue A secretária de Saúde de Niterói, Anamaria Schneider, apresentou, na última quarta-feira (30), em Curitiba, os números do projeto Wolbachia na cidade, em evento promovido pela WMP (World Mosquito Program), em parceria com a Fiocruz e o Ministério da Saúde. — Em meio a uma disparada de casos de dengue no país em 2024, Niterói se manteve como um polo praticamente livre da doença graças ao método Wolbachia. A Wolbachia é um microrganismo que, quando inserido artificialmente em ovos do mosquito Aedes aegypti, reduz significativamente a capacidade deste mosquito de transmitir os vírus de dengue, zika, chikungunya e febre amarela. Com a liberação de mosquitos com a Wolbachia, a tendência é que eles predominem na região e o número de casos associados a essas doenças diminua — explicou Anamaria Schneider. A secretária Anamaria Schneider foi a Curitiba apresentar os números em evento da World Mosquito Program Divulgação Em Niterói, o trabalho foi iniciado em 2015, com uma ação piloto no bairro de Jurujuba. Em 2017, começou uma expansão no município, e o método Wolbachia chegou a 33 bairros das regiões das praias da Baía e Oceânica. Em 2021, dados da prefeitura mostraram a redução de cerca de 70% dos casos de dengue, 60% nos de chikungunya e 40% nos de zika nas áreas onde houve a intervenção. Naquele período, 75% do território estavam cobertos. Pacote de obras: Niterói faz licitações para intervenções no Centro e no Túnel do Tibau e implantação do Museu do Cinema Em 2023, Niterói se tornou a primeira cidade brasileira com 100% do território cobertos pelo método Wolbachia. No Brasil, ele é conduzido pela Fiocruz, com financiamento do Ministério da Saúde, em parceria com os governos locais. A medida é complementar e ajuda a proteger a região das doenças propagadas pelos mosquitos, uma vez que os Aedes aegypti com Wolbachia, ao serem soltos na natureza, se reproduzem com os mosquitos de campo e geram Aedes aegypti com as mesmas características, tornando o método autossustentável. Segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde, em 2015, ano da implantação do projeto, foram confirmados 158 casos de dengue em Niterói. Em 2016, foram 71, e em 2017, 87. Já em 2018, foram 224 pacientes confirmados com a doença — a maior parte na região Norte da cidade, onde o programa ainda não havia sido implantado. O número caiu no ano seguinte, quando foram registrados 61 casos. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, foram 85 casos em 2020, 16 em 2021 e 12 em 2022. Em 2023, foram confirmados 55 casos de dengue na cidade.
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