Entenda o que é speed fly, modalidade praticada por instrutor de paraquedismo que morreu após decolar na Pedra Bonita
O acidente com José de Alencar Lima Junior aconteceu na manhã de domingo. Segundo o Clube São Conrado de Voo Livre (CSCLV), ele não fez o salto da rampa oficial do local O speed fly é conhecido por ser uma modalidade de voo livre que utiliza uma vela menor do que a de um parapente, proporcionando um voo muito mais rápido e, consequentemente, arriscado. No último domingo, o instrutor de paraquedismo José de Alencar Lima Junior, de 50 anos, morreu ao saltar da Pedra Bonita, em São Conrado, na Zona Sul do Rio, ao praticar esse voo. A vítima caiu de uma altura de 250 metros. Leia mais: O que se sabe sobre a morte do instrutor de paraquedismo em salto de speed fly na Pedra Bonita, na Zona Sul do Rio Mulher encontrada morta em geladeira e jovem espancada até morrer: RJ teve 77 vítimas de feminicídio em nove meses Segundo Augusto Prates, instrutor da Equipe Bom Voo Rio, as condições climáticas não pareciam estar favoráveis no dia em que José decidiu decolar. Prates pontua que, de acordo com o vídeo que registra o momento do acidente, não havia vento o suficiente e a vela do equipamento utilizado pela vítima não parecia estava inflado. — O speed fly é um equipamento que precisa ter um vento de razoável a forte e de frente. A vela tem que estar posicionada acima da cabeça, inflada e com bastante energia para que o piloto possa tomar a decisão de correr e decolar. No último domingo eu estava na área de pouso e fiz a opção de não voar porque o vento não estava na direção adequada para a prática de voo, além de estar fraco e com pressão atmosférica baixa, ou seja, todo o cenário não favorecia a qualquer tipo de voo. As imagens do mostram a falta de vento, a vela não estava inflada nem quando o piloto correu. Uma sucessão de des00cisões equivocadas que culminaram no acidente, infelizmente — diz. Por outro ângulo: vídeo mostra após salto de speed fly em São Conrado, Zona Sul do Rio Prates destaca que o speed fly não possui um equipamento robusto e a atividade não é regulamentada no Brasil. Com isso, a venda não possui uma fiscalização adequada: — Infelizmente em função da falta de uma regulamentação, a venda de equipamentos fica a cargo dos praticantes e de instrutores. Atualmente, equipamentos de voo são vendidos na web, seja em plataformas oficiais ou em grupos de WhatsApp de voadores, sem qualquer tipo de critério ou avaliação. O controle é muito difícil, considerando a venda indiscriminada, como o acesso fácil a montanhas e morros. Uma vela normal de parapente tem aproximadamente 15 metros de comprimento, enquanto a pequena vela do speed fly pode chegar a medir apenas 3 metros de envergadura. A maioria dos saltos para voos dessa prática acontece em locais diferentes dos saltos de asa delta, por exemplo. Isso acontece porque o piloto voa a distâncias muito próximas da encosta, o chamado voo de proximidade. — É um equipamento de muita energia e velocidade, como fosse um formula 1 do ar. Dessa forma, deve ser praticado por um profissional que já passou por outras etapas do voo livre, como o parapente. Não é uma modalidade perigosa, mas de risco, considerando que quem faz o perigo é o piloto. O voo, seja em qualquer modalidade livre, começa no chão com a observação e avaliação das condições meteorológicas, como velocidade, direção do vento e pressão atmosféricas, itens que podem implicar em um voo seguro. Afinal voar é uma brincadeira séria! — pontua. Detalhes do salto Imagens mostram José de Alencar na pedra, equipado e se preparando para a descida, de cerca de 250 metros de altura. O equipamento, similar a um pequeno paraquedas, deveria ter inflado no momento em que ele corre pela pedra em direção ao precipício, o que não aconteceu. Pessoas que estavam na Pedra Bonita registraram o momento do salto em vídeo, e chegam a perguntar: "Cadê ele?". Um dos funcionários do Parque Nacional relatou que José chegou sozinho ao local e subiu a pé até a Pedra Bonita realizando uma caminhada que leva cerca de 30 minutos. A moto da vítima ainda permanece estacionada próximo a entrada da trilha. O funcionário ainda aponta que algumas pessoas que estavam próximas da rampa de decolagem alegaram que, antes de cair, o instrutor havia tropeçado em um buraco. O presidente do Clube São Conrado de Voo Livre (CSCLV), José Carlos Srour de Mello, lamentou o ocorrido e destacou que os voos de parapentes na região são seguros, sendo realizados apenas por pessoas credenciadas, com licença e equipamentos regularizados. Mello reforça que os voos são iniciados a partir de uma rampa oficial. — É uma área que pertence ao Parque Nacional da Tijuca e, pelo plano de manejo do parque, é vedado qualquer decolagem de qualquer área que não seja da rampa da Pedra da Bonita. Porém, a fiscalização de um território enorme desse não consegue ser feita de forma eficaz. A pessoa entra por uma trilha e ela pode sair na Pedra Bonita, no Alto da Gávea, em qualquer localidade dessa. Ali ela fica por sua conta e risco. Foi o que aconteceu com o rapaz, ele pulou
O acidente com José de Alencar Lima Junior aconteceu na manhã de domingo. Segundo o Clube São Conrado de Voo Livre (CSCLV), ele não fez o salto da rampa oficial do local O speed fly é conhecido por ser uma modalidade de voo livre que utiliza uma vela menor do que a de um parapente, proporcionando um voo muito mais rápido e, consequentemente, arriscado. No último domingo, o instrutor de paraquedismo José de Alencar Lima Junior, de 50 anos, morreu ao saltar da Pedra Bonita, em São Conrado, na Zona Sul do Rio, ao praticar esse voo. A vítima caiu de uma altura de 250 metros. Leia mais: O que se sabe sobre a morte do instrutor de paraquedismo em salto de speed fly na Pedra Bonita, na Zona Sul do Rio Mulher encontrada morta em geladeira e jovem espancada até morrer: RJ teve 77 vítimas de feminicídio em nove meses Segundo Augusto Prates, instrutor da Equipe Bom Voo Rio, as condições climáticas não pareciam estar favoráveis no dia em que José decidiu decolar. Prates pontua que, de acordo com o vídeo que registra o momento do acidente, não havia vento o suficiente e a vela do equipamento utilizado pela vítima não parecia estava inflado. — O speed fly é um equipamento que precisa ter um vento de razoável a forte e de frente. A vela tem que estar posicionada acima da cabeça, inflada e com bastante energia para que o piloto possa tomar a decisão de correr e decolar. No último domingo eu estava na área de pouso e fiz a opção de não voar porque o vento não estava na direção adequada para a prática de voo, além de estar fraco e com pressão atmosférica baixa, ou seja, todo o cenário não favorecia a qualquer tipo de voo. As imagens do mostram a falta de vento, a vela não estava inflada nem quando o piloto correu. Uma sucessão de des00cisões equivocadas que culminaram no acidente, infelizmente — diz. Por outro ângulo: vídeo mostra após salto de speed fly em São Conrado, Zona Sul do Rio Prates destaca que o speed fly não possui um equipamento robusto e a atividade não é regulamentada no Brasil. Com isso, a venda não possui uma fiscalização adequada: — Infelizmente em função da falta de uma regulamentação, a venda de equipamentos fica a cargo dos praticantes e de instrutores. Atualmente, equipamentos de voo são vendidos na web, seja em plataformas oficiais ou em grupos de WhatsApp de voadores, sem qualquer tipo de critério ou avaliação. O controle é muito difícil, considerando a venda indiscriminada, como o acesso fácil a montanhas e morros. Uma vela normal de parapente tem aproximadamente 15 metros de comprimento, enquanto a pequena vela do speed fly pode chegar a medir apenas 3 metros de envergadura. A maioria dos saltos para voos dessa prática acontece em locais diferentes dos saltos de asa delta, por exemplo. Isso acontece porque o piloto voa a distâncias muito próximas da encosta, o chamado voo de proximidade. — É um equipamento de muita energia e velocidade, como fosse um formula 1 do ar. Dessa forma, deve ser praticado por um profissional que já passou por outras etapas do voo livre, como o parapente. Não é uma modalidade perigosa, mas de risco, considerando que quem faz o perigo é o piloto. O voo, seja em qualquer modalidade livre, começa no chão com a observação e avaliação das condições meteorológicas, como velocidade, direção do vento e pressão atmosféricas, itens que podem implicar em um voo seguro. Afinal voar é uma brincadeira séria! — pontua. Detalhes do salto Imagens mostram José de Alencar na pedra, equipado e se preparando para a descida, de cerca de 250 metros de altura. O equipamento, similar a um pequeno paraquedas, deveria ter inflado no momento em que ele corre pela pedra em direção ao precipício, o que não aconteceu. Pessoas que estavam na Pedra Bonita registraram o momento do salto em vídeo, e chegam a perguntar: "Cadê ele?". Um dos funcionários do Parque Nacional relatou que José chegou sozinho ao local e subiu a pé até a Pedra Bonita realizando uma caminhada que leva cerca de 30 minutos. A moto da vítima ainda permanece estacionada próximo a entrada da trilha. O funcionário ainda aponta que algumas pessoas que estavam próximas da rampa de decolagem alegaram que, antes de cair, o instrutor havia tropeçado em um buraco. O presidente do Clube São Conrado de Voo Livre (CSCLV), José Carlos Srour de Mello, lamentou o ocorrido e destacou que os voos de parapentes na região são seguros, sendo realizados apenas por pessoas credenciadas, com licença e equipamentos regularizados. Mello reforça que os voos são iniciados a partir de uma rampa oficial. — É uma área que pertence ao Parque Nacional da Tijuca e, pelo plano de manejo do parque, é vedado qualquer decolagem de qualquer área que não seja da rampa da Pedra da Bonita. Porém, a fiscalização de um território enorme desse não consegue ser feita de forma eficaz. A pessoa entra por uma trilha e ela pode sair na Pedra Bonita, no Alto da Gávea, em qualquer localidade dessa. Ali ela fica por sua conta e risco. Foi o que aconteceu com o rapaz, ele pulou por conta própria. Nós lamentamos muito ter acontecido esse incidente, mas deixamos claro que não tem nenhuma relação conosco — aponta.
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